"A base da real razão não está na cabeça e sim no coração. Se refletirmos qual o propósito das empresas e da própria existência humana, veremos que é pura questão de lógica"
O Dalai Lama, em sua recente passagem pelo Brasil (mais especificamente no mês passado), em um encontro com empresários promovido pelo Fórum de Líderes Empresariais e pela Associação Palas Athena, disse que é hora de rever as métricas de desempenho dentro das empresas. Esta revisão passa a considerar o coração como aquele que define a direção, com a utilização do cérebro para encontrar os caminhos para sua aplicação. O tema do encontro era “Uma nova consciência nos negócios”. Mas será que realmente precisamos de uma nova consciência nos negócios?
Pode parecer estranho para muitos, mas a base da real razão não está na cabeça e sim no coração. Se refletirmos qual o propósito das empresas e da própria existência humana, veremos que é pura questão de lógica. Os antigos filósofos já chegaram a esta conclusão há milhares de anos.
Uma frase bem conhecida e de grande sabedoria diz que velocidade sem direção pode causar um grave acidente. Mas quem define ou como se deve definir a direção de uma empresa? O que realmente é mais importante? Uma forma de checar se a direção está certa é ver onde realmente chegamos, ou seja, quais foram os resultados atingidos, tanto os financeiros como os relacionamentos gerados, o engajamento da equipe, os impactos no meio ambiente, entre outros.
Um termo que ajuda neste entendimento é o da chamada inteligência emocional. Gosto muito de uma frase de Aristóteles que foi publicada no livro Inteligência Emocional de Daniel Goleman: “Qualquer um pode ficar com raiva – isso é fácil. Mas, ficar com raiva da pessoa certa, no grau certo, na hora certa, pelo motivo certo, e da forma certa – isso não é fácil”. Usar o coração é usar a inteligência emocional e descobrir o que é realmente certo fazer e que gera benefícios para todos os stakeholders (acionistas, colaboradores, clientes, meio ambiente, sociedade etc.).
Entretanto, deve-se esclarecer que a proposta do Dalai Lama não é a de se esquecer do dinheiro (e de sua busca), mas de fazê-lo de forma baseada em princípios morais e éticos, o que evitaria muitos problemas às empresas e economias. Um exemplo claro são os inúmeros prejuízos que a desconfiança (leia-se medo) causa, como ambição desenfreada, especulações, corrupção, retrabalho, baixa produtividade, fofocas, falta de harmonia na equipe, desmotivação etc.
A mesma lógica que serve para a gestão dos negócios serve para a gestão das pessoas, ou seja, deve ser feita com o coração, com ética, verdade e compromisso moral.
Mas o que fazer na prática? Um primeiro passo é o uso da transparência como base para tudo o que fazemos. Outro é o uso de métricas que possam acompanhar critérios morais, como o grau de confiança interno e externo na empresa e em seus líderes.
Sei que para muitos esta visão do Dalai Lama pode soar como distante da realidade das empresas, mas a psicologia tem mostrado que é o coração quem realmente faz as escolhas. Se entendermos que os valores humanos e a ética têm sua morada no coração, ao escolhermos usar a cabeça para aplicá-los no negócio, criaremos um mundo bem melhor. E você, não quer isso também para a sua empresa?
Fonte SaudeWeb
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