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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Vermes parasitas podem ajudar a tratar doenças associadas à obesidade

Donald Harn, coautor da pesquisa
Foto: University of Georgia
Donald Harn, coautor da pesquisa
Ratos que receberam molécula de açúcar secretada pelos vermes engordaram, mas não sofreram efeitos negativos do excesso de peso
 
Cientistas da Universidade da Geórgia, nos EUA, descobriram que vermes parasitas podem ajudar a tratar doenças associadas à obesidade.
 
A pesquisa, publicada na revista Nature Medicine, demonstra que uma vez dentro de um hospedeiro, muitos vermes parasitas secretam uma molécula anti-inflamatória à base de açúcar que pode tratar distúrbios metabólicos ligados ao excesso de peso.
 
A molécula de açúcar, ou glicano, é liberada por parasitas para ajudá-los a escapar do sistema imune do corpo. Ao reduzir a inflamação, eles são mais capazes de se esconder em tecidos, e os seres humanos experimentam menos sintomas que podem revelar a sua presença.
 
"A obesidade é uma doença inflamatória, por isso, a hipótese de que este açúcar pode ter algum efeito sobre as complicações relacionadas a ela", afirma o coautor da pesquisa Donald Harn.
 
Os pesquisadores testaram sua hipótese em ratos alimentados com uma dieta rica em gordura.
 
Aqueles no grupo controle exibiram muitos sintomas associados com o ganho de peso em excesso, tais como a resistência à insulina, triglicerídeos e colesterol elevados.
 
Os ratos que receberam o tratamento com o açúcar ganharam peso, mas não sofreram os mesmos efeitos negativos para a saúde daqueles do grupo controle.
 
"Todos os indicadores metabólicos associados à obesidade foram restaurados ao normal quando fornecemos aos ratos o açúcar. Isso não vai impedir a obesidade, mas vai ajudar a aliviar alguns dos problemas causados por ela", destaca Harn.
 
Os mesmos açúcares excretados pelos parasitas são também encontrados no feto em desenvolvimento humano e no leite materno humano, os quais os pesquisadores suspeitam, podem estabelecer funções metabólicas adequadas nos recém-nascidos. Além da infância, no entanto, o açúcar é encontrado apenas em algumas células, e a única fonte externa para o açúcar é verme parasita.
 
Como os parasitas co-evoluíram com os mamíferos ao longo de milhões de anos, alguns cientistas acreditam que a relação entre os seres humanos e vermes é mais simbiótica e que pequenas infecções por vermes podem realmente ter alguns benefícios.
 
"A prevalência de doenças que têm como base a inflamação é extremamente baixa em países onde as pessoas são comumente infectadas com vermes. Mas no momento em que a ' desparasitação' das pessoas começa, não leva muito tempo para essas adquirirem doenças autoimunes", explica Harn.
 
A equipe ressalta que isso não significa que as pessoas devem buscar ativamente infecções parasitárias como tratamento. Mas é uma indicação de que os compostos secretados por vermes podem servir como base para futuras terapias.
 
Além de doenças relacionadas com a obesidade, Harn e seus colegas demonstraram que a molécula de açúcar liberada por parasitas pode aliviar uma série de outras condições médicas inflamatórias graves.
 
Ele pode funcionar como um tratamento para a psoríase. O açúcar também parece servir como uma droga anti-rejeição potente que um dia pode ser utilizada em doentes que receberam transplantes de órgãos. E tem sido mostrado para parar, ou mesmo inverter os sintomas da esclerose múltipla em ratos.
 
Mais pesquisas são necessárias antes que esta molécula de açúcar possa ser testada em seres humanos, mas Harn e seus colegas estão esperançosos de que eles possam criar tratamentos eficazes que ofereçam todos os benefícios de vermes parasitas sem os próprios vermes.
 
Fonte isaude.net

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