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sexta-feira, 27 de julho de 2012

3% dos gays e bissexuais negros dos EUA são infectados pelo HIV a cada ano

Estudo realizado em seis cidades do país mostra que taxa de infecção entre homens negros com menos de 30 anos é de 5,9% por ano

Cerca de 3% de todos os homens negros homossexuais e bissexuais dos Estados Unidos adquirem HIV a cada ano, taxa 50% maior do que a registrada entre gays caucasianos. É o que aponta pesquisa realizada em seis cidades e apresentada na Conferência Internacional de AIDS 2012. O estudo, conhecido como HPTN 061, evidencia estatísticas alarmantes sobre a crescente taxa de infecção entre jovens negros gays e bissexuais. Este público (de 30 anos ou mais jovens) está registrando taxas de infecção pelo HIV três vezes maior do que homens brancos gays e bissexuais.

Uma vez que a identidade sexual de muitas pessoas pode ser fluida, autoridades de saúde pública costumam se referir a homens homossexuais e bissexuais como homens que têm relações sexuais com outros homens (MSM - sigla em inglês).

"Nós já sabíamos que MSM negros são afetados pelo HIV em taxas desproporcionalmente mais altas quando comparadas com outros MSM nos EUA, mas as taxas encontradas no estudo são extremamente elevadas", diz Darrell Wheeler, da Loyola University. "Temos que encontrar e implementar de forma urgente medidas com objetivo de conter a propagação do HIV entre homens gays negros, sobretudo entre jovens."

A pesquisa foi conduzida pela HIV Prevention Trials Network, considerado o maior estudo longitudinal sobre MSM negros durante os 31 anos de epidemia do HIV. O estudo evolveu 1.553 voluntários de seis cidades dos Estados Unidos - Atlanta, Boston, New York, Los Angeles, San Francisco e Washington - a fim de qualificar, todos os homens tiveram que relataram sexo anal desprotegido com outro homem nos últimos seis meses.

Os resultados foram surpreendentes. Dos participantes que achavam que eram HIV negativos ou não conheciam o seu estado quando o estudo começou, 12% foram identificados como soropositivos. Globalmente, a taxa de novas infecções pelo HIV entre MSM negros foi de 2,8% ao ano e 5,9% entre indivíduos com idade inferior a 30 anos.

Além disso, outras descobertas preocupantes mostram que negros homossexuais estão em maior risco. Homens que tiveram relações sexuais anais desprotegidas ou foram diagnosticados com outra infecção sexualmente transmissível no início do estudo tinham maior probabilidade de serem HIV positivo. Presente pesquisa ainda corrobora conclusões de estudos anteriores que apontam que homens identificados como gays - que só mantém relações sexuais com outros homens - são mais propensos a serem soropositivos do que bissexuais.

O presente estudo ainda encontrou evidências de que a homofobia internalizada - homens que sentem estigma social por serem gays são menos propensos a procurarem atendimento médico e praticar sexo seguro -, a educação, a prisão e a pobreza são os grandes motores da infecção pelo HIV. Além das questões sociais que colaboram para que os MSM negros sejam mais vulneráveis à infecção pelo HIV, alguns defensores também citam como causa a falta de vontade política e as disparidades no financiamento para os esforços de prevenção da AIDS.

Defensores dos homossexuais negros convocam agências federais dos EUA para uma atuação mais próxima e coordenada para lidar com os aspectos multi-facetados da epidemia da Aids. "Estamos ansiosos para trabalhar com o NIH - departamento de saúde dos Estados Unidos -, o CDC e o Departamentos de Educação e Justiça, para realizar mais pesquisas e desenvolver programas eficazes para resolver as questões e as condições traumáticas identificadas no estudo, incluindo o ostracismo, o abuso sexual na infância, a iniciação sexual precoce, a persistência do desemprego, o analfabetismo e a pobreza", disse Sheldon D. Campos, em comunicado da College of Nursing and Health Sciences, da Florida International University.

Durante anos, defensores de negros com HIV têm pedido por uma maior atenção à epidemia doméstica da AIDS. A taxa de novas infecções neste estudo para negros gays nos EUA mostra que as taxas de infecção no país são semelhantes às registradas em países da África Subsariana.

"Os EUA tem demonstrado muito amor para as pessoas com HIV no mundo em desenvolvimento, mas vamos olhar o que está acontecendo na capital do país, onde as pessoas com HIV são na sua maioria pobres e negros", disse o ícone da música pop e filantropo da AIDS, Elton John. "Se o país quiser acabar com as infecções pelo HIV em casa é possível fazer isso em um piscar de olhos", conclui.


Fonte iusaude.net

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