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terça-feira, 1 de julho de 2014

Pesquisa lista os tipos de vinho que mais causam dores de cabeça e explica os motivos

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Agência O Globo - Pesquisa comparou 4 tipos de vinho tinto: Merlot, Malbec, Cabernet Sauvignon e Tannat
Estudo brasileiro analisa bebidas feitas com as uvas Tannat, Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec

Rio - Quem sofre de enxaqueca e gosta de vinho deve tomar alguns cuidados. A bebida feita a partir da uva Tannat, originária do sul da França, também é produzida hoje em países da América Latina, inclusive o Brasil. Fica cerca de 20 meses em barris de carvalho antes de ser distribuído e tem alta concentração de taninos, compostos do grupo de radicais flavonoides fenólicos, aqueles que conhecidamente trazem benefícios para o coração. No caso da enxaqueca, porém, a substância só agrava o problema. Por isso mesmo, é o tipo de vinho que mais causa as temidas dores de cabeça. 

A descoberta faz parte de um estudo brasileiro divulgado na revista “Headache”, publicação da Sociedade Americana de Enxaqueca, uma das principais do mundo. O trabalho faz uma revisão de outras pesquisas e analisa conhecidos tipos de vinhos tintos produzidos na América Latina para estabelecer um ranking dos que mais provocam as dores. O Tannat, portanto, ficou em primeiro lugar, com uma taxa de enxaqueca de 51,7%. Isso quer dizer que mais da metade dos voluntários da pesquisa sofreram crises horas depois de consumir esse tipo de vinho. Em seguida aparecem Malbec (48,2%), Cabernet Sauvignon e Merlot (empatados com 30%).

Diferença também notada por região
Para confirmar a teoria de que os taninos estão associados à enxaqueca, a pesquisa, num segundo momento, resolveu testar dois vinhos do mesmo tipo, sendo um deles produzido na América do Sul e o outro na França.

— Todos dizem que o Cabernet francês é um vinho com muito mais concentração de taninos do que os da América do Sul, que tem uma maturação mais rápida — explicou o neurologista Abouch Krymchantowski, autor da pesquisa. — E realmente foi o que se mostrou na prática: a taxa de enxaqueca do vinho francês foi de 60,9%, enquanto que a do sul-americano, de 39,1%.

O estudo também comprova, afirma o especialista, que não é sempre o vinho que deflagra uma crise de enxaqueca, como costuma-se acreditar. Para alguns, a conjunção de estímulos pode ser o gatilho para as dores, como, por exemplo, vinho e tensão pré-menstrual (outro fator conhecido por dar início às crises). Ou, por outro lado, pessoas extremamente sensíveis podem sofrer enxaqueca diante de qualquer tipo de vinho.

Há séculos, o vinho, principalmente o tinto, é conhecido por ser um causador de dores de cabeça, dentre elas a enxaqueca. Mas o neurologista Maurice Vincent, especialista no tratamento deste problema, traz um alento:

— O vinho é um conhecido desencadeante de crises em pessoas susceptíveis. Entretanto, indivíduos que não possuem a doença não se tornarão doentes por tomarem vinho.

Isso porque a dor de cabeça é um dos sintomas da doença conhecida por enxaqueca, e essa, sim, afeta mais de 10% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Vincent ainda questiona se os flavonoides seriam de fato os responsáveis:

— Eles são muito comuns em vários alimentos, e nem por isto desencadeiam enxaqueca com a mesma frequência. Em geral, quanto mais colorida é a fruta, mais flavonoides ela contém — defende Vicent. — Por outro lado, não podemos subestimar o efeito do álcool em si. Outras bebidas alcoólicas que não possuem flavonoides desencadeiam crises em muitos pacientes, sugerindo que talvez não sejam apenas os flavonoides, mas um conjunto de elementos que incluem o álcool coadministrado a outros fatores.

O estudo foi realizado no Centro de Avaliação e Tratamento da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro. Na primeira parte, participaram 40 pacientes com enxaqueca, sendo 28 mulheres e 12 homens, entre 32 e 53 anos, todos também considerados consumidores regulares da bebida. Destes, 88% declararam ter tido crise de enxaqueca em pelo menos uma ocasião; 33% em todas as vezes que consumiram vinho; e apenas 12% não apresentaram qualquer relação entre as crises e o consumo de vinho. No segundo momento, em que comparou-se vinhos franceses com sul-americanos, foram 28 pacientes, sendo 14 mulheres e 14 homens, entre 25 e 67 anos.

O Globo

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