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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Uso incorreto de lentes de contato pode causar cegueira

Dormir usando o produto diminui a oxigenação dos olhos e aumenta de 10 a 20 vezes o risco de infecção e deformidade da córnea


A tecnologia associada às lentes de contato, ao longo dos anos, proporcionou mais conforto visual e estético a quem tem problemas oculares como miopia. Para aposentar os óculos, porém, é necessário cuidado dobrado, além de prescrição e companhamento médico.

Higiene, poluição, ar seco, cigarro e indisciplina comprometem a saúde dos olhos e podem provocar lesões graves na córnea, alertam os oftalmologistas reunidos no 36º Congresso de Oftalmologia, que ocorre em Porto Alegre até hoje (8).

“O uso de lentes de contato exige análise clínica prévia da saúde do paciente. É preciso investigar histórico e sensibilidade ao produto, além de contemplar o conforto e as expectativas do usuário”, explica Ari de Souza Pena, oftalmologista da Universidade Federal Fluminense e do Hospital Antônio Pedro, ligado à Instituição de ensino, no Rio de Janeiro.

Lesões irreversíveis e até mesmo a cegueira estão entre as principais consequências do uso incorreto. Entretanto, não há contrandicação ou recorte de grau – a crença de que as lentes representam um desgaste desnecessário para pessoas com pequenos problemas de visão não passa de folclore, pontua Orestes Miragla Junior, ex- presidente da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato e Córnea.

“É um mito. O grau não é um fator determinante. As lentes representam conforto. Apenas no caso de uma doença específica chamada ceratocone, que provoca a deformidade da córnea, a recomendação é questionada. Nesses pacientes, a lente acrescenta fatores externos que eventualmente poderiam piorar ou acelerar acelerar a doença.”

O tempo de permanência com as lentes nos olhos também é relativo, dizem os especialistas. Não há evidências de que o uso contínuo comprometa a saúde dos olhos, explica Miraglia. Segundo ele, o comportamento é individual. Para algumas pessoas, o incômodo aparece mais cedo, outras passam mais de dez horas usando o produto sem apresentar problemas.

Fundamental, porém, é respeitar validade do material e não usá-lo durante a noite. Dormir com as lentes é comprovadamente nocivo, adverte Ricardo Holzchuh, oftalmologista da Santa Casa de São Paulo.
A explicação é bastante lógica: a lente atrapalha a oxigenação, o que diminui a defesa dos olhos e aumenta de 10 a 20 vezes o risco de infecção e deformidade da córnea.

“É como dormir com um lençol ou cobertor cobrindo o rosto. Você conseguirá respirar, mas com dificuldades. O mesmo acontece com olhos quando as pessoas insistem em não retirá-las durante a noite”, compara o médico.

Cabe aos oftalmologistas orientar os pacientes quanto aos riscos do uso incorreto. Apesar da recomendação, 50% dos pacientes persistem no erro, lamenta Milton Ruiz Alves, oftalmologista da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

“Os pacientes não querem dormir com lente, o que desejam é acordar enxergando. A falta de disciplina e cuidados são os principais gatilhos para doenças.”

A responsabilidade pela saúde dos olhos deve ser dividida. Uma vez orientado, cabe ao paciente zelar pela própria saúde.

"É fundamental lavar as mãos e evitar contato com os olhos após fumar. Parece simples e fácil, mas vemos diariamente nos consultórios pacientes com infecções reincidentes por conta desse descaso”, complementa Regina Kazumi Noma de Campos, oftalmologista da Universidade de São Paulo. Usar produtos adequados para a limpeza do material também é pré-requisito. Foi-se o tempo em que xampú infantil era um bom detergente.

“Já foi muito usado, mas não é recomendado. É preciso lavar para remover gordura e proteína, e o xampú só remove a gordura. A proteína faz uma camada na superfície da lente que diminui a oxigenação e aumenta o atrito com o olho. O envelhecimento de uma lente é determinado pelo grau de proteína na contido nela. Quanto mais velha, maior a contaminação e maiores os riscos de infecção" esclarece Miraglia.

Fonte IG

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