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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A linha tênue entre ser colecionador e obsessivo

Colecionar objetos não tem nada de errado. Até certo ponto. Uma pesquisa feita na Espanha indica que esse hábito pode ser indício de transtorno obsessivo-compulsivo.
 
Atualmente é cada vez mais comum que os e-mails de grandes lojas on-line promovam produtos de “coleção”. São boxes de DVDs, livros, memorabílias comemorativas – aquela extensa lista de pequenos produtos que vão de brinquedos e camisetas a bustos em plástico de heróis e vilões – e isso, dizem os autores do estudo feito pela Universidade de Granada (UG), pode desencadear o transtorno obsessivo-compulsivo (uma propensão que o indivíduo pode ter, mas que é acentuada por essas estimulações constantes).
 
Colecionar descontroladamente é um sintoma desse transtorno, também chamado de TOC, e que pode até mesmo evoluir para a chamada Síndrome de Diógenes – em que a pessoa não consegue jogar fora nenhum objeto, pois cria motivações lógicas para que aqueles objetos tenham algum valor, mesmo quando são desnecessários e descartáveis – ou então ao hábito de compras compulsivas (afinal, é difícil para essas pessoas perderem uma “série limitada”). O conjunto desses transtornos, de acordo com os autores, pode afetar até 12% da população mundial.
 
Vale lembrar que nem todos os colecionadores sofrem com esses transtornos, e que enquanto os impulsos estiverem sob controle, tudo está dentro da normalidade. Colecionar, aliás, ajuda a desenvolver diversas habilidades bastante positivas, como perseverança, ordenação, paciência e memória, entre outras.
 
“Mas é preciso observar, pois esse hábito de colecionar descontroladamente pode indicar o início do desenvolvimento do TOC e da compra compulsiva, mesmo antes dos transtornos se manifestarem mais intensamente”, explica Francisca Lópes Torrecilas, principal autora do estudo da UG.
 
Perfeccionismo e meticulosidade
A pesquisadora aponta que algumas atitudes em especial, como necessidade de controle, perfeccionismo, meticulosidade e ordem extrema são traços comuns àquelas pessoas que mantêm coleções. “Entretanto, o que é preciso ficar alerta é que essas mesmas características são observadas em pessoas com o TOC e sem controle sobre aquilo que compram.”
 
Os colecionadores que além dessas características também têm problemas de baixa autoestima, deficiência nos chamados tratos sociais – têm dificuldade de se relacionar e socializar – e dificuldade de enfrentar problemas, são especialmente vulneráveis ao desenvolvimento dos transtornos citados.
“Fora isso, ser bombardeado por publicidades e campanhas agressivas para que ‘não se perca a oportunidade única e exclusiva’ de se ter um determinado objeto pode contribuir para que o TOC ou a compra compulsiva se desenvolva mais intensamente”, diz Torrecilas, que lembra ainda que o tema precisa de mais atenção e pesquisas, pois é um indicador importante para ser observado nos
indivíduos com tendências obsessivas.
 
Outro estudo sobre o tema, feito pela equipe de Hermano Tavares, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq/USP) também aponta que problemas como compras compulsivas e colecionismo podem ser indícios de algum nível de Transtorno Obsessivo Compulsivo.
 
Fonte O que eu tenho

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