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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Hipocondria sinaliza sério desconforto emocional

Homem com dor no peito - Foto: Getty Images
O aspecto central da hipocondria não é a preocupação
com sintomas ou remédios, mas o medo de estar
sofrendo de uma doença grave
Mesmo remédios simples escondem graves ameaças, permaneça imune
 
Hipocondríaco é quem tem mania de remédios, certo? Errado. "O aspecto central da hipocondria não é a preocupação com sintomas ou remédios, mas o medo de estar sofrendo de uma doença grave" , explica o clínico-geral e especialista do Minha Vida, Alessandro Loiola. Esse medo é tão intenso, que persiste mesmo depois de uma rigorosa avaliação médica e chega a atrapalhar atividades cotidianas e o próprio relacionamento com outras pessoas.
 
"Meu pai mora no interior e, quando vem me visitar, a primeira coisa que faz é abrir o armário e conferir se todos os remédios estão ali. Caso note a falta de algum, ele sai imediatamente para comprar" , afirma o estudante Ricardo Góes, de São Paulo. 

Por sorte, o pai dele é médico e conhece os perigos da ingestão indiscriminada de medicamentos. Mas nem todos os pacientes (hoje em dia, estima-se que 4% da população mundial sofra com os sintomas da hipocondria) têm noção dos riscos a que se submetem com a automedicação. Mesmo as fórmulas mais simples podem ser letais se consumidas sem critérios , alerta o doutor Alessandro.                            
 
Esmiuçando o problema
Mania de doença, e não de remédio, é a maneira mais simples de descrever esse distúrbio psíquico. É isso mesmo que você entendeu: a percepção alterada da realidade leva esses pacientes a acharem que precisam, urgentemente, de algum medicamento para sobreviver. A solução, portanto, passa por um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico nas situações mais graves.
 
"O primeiro passo é criar um forte vínculo de confiança com o paciente, provando que ele pode acreditar quando você diz que está tudo bem" , explica o clínico. Mas nem todos os quadros acabam revertidos de forma tão simples. Muitos pacientes demandam tratamentos como a psicoterapia e a terapia cognitivo-comportamental, reconhecidas por serem eficazes em mais de 70% dos casos, além de antidepressivos (usados sob rigorosa orientação médica).
 
Isso porque não só o consumo isolado de algumas drogas é perigoso: algumas associações também chegam a ser letais. "Uma simples pílula, por exemplo, pode comprometer os efeitos do antidepressivo", cita Alessandro Loiola. E, pouca gente sabe, mas o próprio cigarro às vezes bloqueia a ação do anticoncepcional à base de hormônios.
 
Os campeões de alergias, no entanto, são bem mais comuns do que você imagina. Os analgésicos paracetamol e ácido acetilsalicílico; o anti-inflamatório diclofenaco e o antibiótico amoxicilina lideram o ranking de queixas nos consultórios. Mas isso não acontece porque eles sejam de má qualidade. Uma coisa e outra não têm nada a ver, aliás.
 
"Pela lógica, os remédios usados com maior freqüência e com os quais os pacientes estão mais familiarizados acabam sendo os principais causadores de reações indesejáveis" , diagnostica o especialista do Minha Vida. Isso porque, na hora de se automedicar é exatamente a essas fórmulas que o paciente recorre. 
 
Por mais inocente que pareça, o paracetamol (vendido livremente em qualquer farmácia) é hoje a principal causa de insuficiência hepática aguda e transplante de fígado nos Estados Unidos. Enquanto isso, o ácido acetilsalicílico pode causar síndromes graves na pele em pessoas alérgicas e precipitar crises de asma em quem já for suscetível à falta de ar, de acordo com o médico. Então, não custa reforçar: pare de tomar remédios por conta própria e evite ter de ingeri-los mais tarde, sob pressão.
 
Minha Vida

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