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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Por que algumas grávidas cospem muito?

gravidaduvidasEssa é o tipo de desordem do organismo que, com certeza, algumas grávidas dificilmente conseguem esquecer já que nem à noite, descansam da vontade de cuspir. “ Dormia com vasilha do lado da cama

Até eu pegar no sono pesado a boca enchia de saliva o tempo todo. Geralmente, quando pegava mesmo no sono, conseguia dormir a noite toda, mas já acordei, algumas vezes, no meio da noite precisando cuspir”, conta A.S, 32 anos.

Essa vontade grande de cuspir, relatada pela estudante, está relacionada a sialorreia que pode ocorrer durante a gestação, quando há excesso de produção de saliva ligado a um desequilíbrio entre o sistema sintático e parassimpático, que são reguladores do sistema nervoso central. “ Nós não sabemos exatamente o que que acontece na gravidez que leva a esse desequilíbrio, se seria apenas uma produção hormonal intensa, que aparece quando a mulher está no primeiro trimestre da gestação, ou seria alguma outra desordem. Ainda se sabe pouco sobre a sialorreia cientificamente”, explica a ginecologista e obstetra Silândia Amaral da Silva, que atende no Hospital Universitário de Brasília. A sialorreia é uma condição rara que pode estar associada à hiperemese gravídica (náuseas e vômitos intensos estão entre os sintomas), mas não necessariamente virá junto.

A sialorreia se manifesta no primeiro trimestre de gestação, onde há grandes mudanças hormonais no corpo da mulher e pode estabilizar a medida que a gestação segue. Algumas mulheres relatam terem se livrado do problema antes mesmo do parto. Isso porque depois do primeiro trimenstre da gestação, esse desconforto diminui por conta da estabilização hormonal.

De qualquer forma, é uma condição preocupante, especificamente sobre o ponto de vista materno. “ A mãe não consegue se alimentar direito, não consegue ingerir de forma adequada os alimentos e isso gera um processo de desidratação e de desnutrição, com perda de peso extremamente importante”, detalha a ginecologista e obstetra.

No caso da comerciante Aline Silva Rodrigues, 36 anos, a salivação excessiva foi um dos sinais que seria mãe de mais um filho. “Eu comecei a sentir muito enjoo e perdi 13 quilos. Consequentemente, veio a salivação excessiva e aí meu ginecologista indicou fazer o teste gravidez. No Beta (Exame beta hCG) deu que eu estava grávida de quase 12 semanas. Eu também já estava com hiperemese gravídica”, relembra Aline. Na primeira gestação, o problema não se manifestou e até passar por ele, desconhecia completamente a condição.

Em algumas situações, por causa da sialorreia, a internação prolongada da paciente pode ser uma indicação. A grávida, pelas dificuldades grandes de se alimentar terá que ser nutrida com soro ou com a sonda para alimentação. Em casos extremos, pode precisar ainda de medicações sedativas.

Tratamento
“Nós entendemos que a grande dificuldade da gestante está em justamente engolir essa saliva produzida, mas a orientação, e é muito importante entender, é que elas evitem cuspir já que perdem sais e nutrientes quando faz isso”, detalha a ginecologista e obstetra Silândia Amaral da Silva.

O tratamento, no geral, da sialorreia está associado à orientação dietética, que é fundamental, já que a paciente tem dificuldade de se alimentar. “ O ideal é que elas tentem comer, a cada duas horas, em pequenas quantidades e comida saudável. Evitar determinados alimentos, principalmente os doces, irá ajudar já que pioram significativamente a condição”, aconselha a ginecologista.

A situação das gestantes no meio social também merece atenção , de acordo com a obstetra. “Tem paciente que fica com um copo cuspindo o tempo inteiro e imagina se ela está no trabalho, se está em algum outro evento com seu chefe. É extremamente delicado”, se sensibiliza a médica.

Se o mal-estar ocasionado pela sialorreia demorar muito a passar, mesmo com a evolução da gravidez, é preciso investigar se há outras condições que contribuam para a situação, como uma gastrite ou até uma doença intestinal, entre outros motivos. 

Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

Rotulagem de lactose garante informação ao consumidor

Medida também abrange bebidas, ingredientes, aditivos alimentares e qualquer outro coadjuvante para alimentos

A declaração da presença de lactose será obrigatória nos alimentos com mais de 100 miligramas (mg) de lactose para cada 100 gramas ou mililitros do produto. Ou seja, qualquer alimento que contenha lactose em quantidade acima de 0,1% deverá trazer a expressão “Contém lactose” em seu rótulo.

O limite de 100 mg foi definido com base na experiência de outros países que já adotam esta regulação há bastante tempo, como Alemanha e Hungria. Esse limite tem se mostrado seguro para as pessoas com intolerância à lactose. A Anvisa ainda considerou a existência de laboratórios de controle de qualidade que possuam capacidade de identificar a lactose em tais níveis.

Os fabricantes de alimentos poderão também empregar a expressão “baixo teor de lactose” nos casos em que a quantidade de lactose for reduzida para valores entre 100 mg e 1 g por 100 g ou mililitros do alimento pronto conforme instruções do fabricante.

Com a instituição dessas regras, o mercado brasileiro de alimentos terá três tipos de rotulagem para a lactose: “zero lactose“ ou “baixo teor”, para os produtos cujo teor de lactose tenha sido reduzido e “contém lactose”, nos demais alimentos com presença desse açúcar.
Rótulos adequados até 2019
Em até 24 meses todos os alimentos disponíveis no mercado deverão atender a nova regra. Este prazo foi definido com base no tempo que a indústria e seus fornecedores precisam para adequação e também para esgotarem os estoques atualmente existentes.

Apenas os estabelecimentos que preparam os alimentos, sejam eles sem embalagens ou embalados no próprio ponto de venda a pedido do consumidor, não estão obrigados a informarem sobre o conteúdo de lactose.

A norma foi aprovada nesta terça-feira (31/1) pela Anvisa e deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. A regulamentação é decorrente da Lei 13.305 de 2016, que tornou obrigatória a informação da presença de lactose nos rótulos de alimentos.

Entenda melhor como ficará o rótulo dos alimentos

Quantidade de lactose
Frase no rótulo
Abaixo de 100 mg/100g ou ml
Zero Lactose, Isento de Lactose, 0% Lactose, Sem Lactose ou Não Contém Lactose
De 100mg até 1g/100g ou ml
Baixo Teor de Lactose ou Baixo em Lactose
Igual ou acima de 100mg/100g ou ml
Contém Lactose

O que é lactose
A lactose é o principal açúcar presente no leite de mamíferos. Quando alimentos contendo lactose são ingeridos, este açúcar é processado pela enzima lactase e transformada em glicose e galactose. Na maioria das pessoas, a atividade da enzima lactase diminui após o desmame e leva as pessoas a se tornarem menos tolerante à lactose com o passar dos anos. A prevalência e a idade de manifestação da intolerância à lactose variam, consideravelmente, conforme o grupo étnico. Na Europa, por exemplo, sua prevalência vai de 4%, na Dinamarca e Irlanda, a 56% na Itália.

Os principais sintomas da intolerância são abdominais, como dor e distensão, flatulência, diarreia, náusea, vômitos ou constipação, como resultado da má digestão de lactose. A intolerância é diferente das alergias. Neste último caso as reações do organismo podem ser mais graves e o limite de ingestão não tem como ser definido.

ANVISA

Cerca de meia tonelada de remédios vencidos é achada em posto de saúde

Vigilância Sanitária apreendeu remédios no distrito de Tarilândia em Jaru (RO). Este é o 2º caso neste ano; ao todo mais de 2 toneladas foram encontradas

No local, foram encontrados remédios vencidos em novembro de 2016 (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)
No local, foram encontrados remédios vencidos em novembro de 2016 (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

Cerca de meia tonelada de remédios vencidos foram encontrados em um posto de saúde no distrito de Tarilândia, em Jaru (RO), a 290 quilômetros de Porto Velho, no início desta semana. O material foi apreendido através de denúncia anônima e deve ser incinerado. Este é o segundo caso registrado em menos de uma semana. De acordo com a Vigilância Sanitária no último sábado (28), quase duas toneladas foram achadas no Hospital Municipal e Farmácia Básica da cidade.

Ao G1, o diretor municipal da Vigilância Sanitária, Elaidio Pimentel, informou que no caso das quase duas toneladas de remédios vencidos encontrados no Hospital Municipal e Farmácia Básica de Jaru, o material foi descoberto após a troca da direção da unidade.

Já na ocorrência do distrito de Tarilândia, a carga de medicamentos vencidos foi localizada através de uma denúncia anônima. Entre os itens encontrados vencidos, a maioria são antibióticos. Alguns medicamento estão vencidos desde 2013.

As mais de duas toneladas de medicamentos vencidos apreendidas nos dois casos foram encaminhadas até a sede da Vigilância Sanitária do município, onde um relatório será produzido para especificar todos os itens encontrados.

O relatório será entregue para a Secretaria Municipal de Saúde, que deve abrir uma sindicância interna para encontrar os responsáveis pelo ocorrido. Após o procedimento, os medicamentos serão incinerados por uma empresa especializada.

O ex- prefeito de Jaru, Inaldo Pedro Rosa (PMDB), disse à reportagem da Rede Amazônica, que mesmo antes dele assumir o cargo em dezembro de 2015, parte dos medicamentos vencidos já estavam armazenados na Secretaria Municipal de Saúde do município. Ele disse também que não conseguiu finalizar uma sindicância instaurada na época para investigar o caso dos remédios vencidos.


Investigação

Na última terça-feira (31), o Ministério Público de Rondônia (MP-RO), informou à Rede Amazônica que abriu uma investigação para saber o motivo da compra de grande quantidade de remédios e porque não foram usados antes do prazo de validade.

O responsável pela segunda promotoria de Justiça de Jaru, promotor Fabio Rodrigo Casaril, afirmou que remédios estão sendo encontrados vencidos na cidade desde 2015. Conforme o promotor, já foram encontrados remédios até enterrados. Entretanto, por não encontrar a autoria do ato ilícito, a investigação foi arquivada.

Como o caso voltou a se repetir, uma nova investigação foi iniciada. "Sobre as ocorrências de 2016, começamos uma nova investigação das mais de duas toneladas de medicamentos vencidos. Já requisitamos documentos para a prefeitura de todos os processos realizados para aquisição desse material. Em seguida, vamos ouvir as pessoas que tiveram relação com esse fato" explicou.

1º caso
Quase duas toneladas de remédios vencidos foram achados dentro de uma sala do Hospital Municipal e Farmácia Básica de Jaru (RO), a 290 quilômetros de Porto Velho. De acordo com a Vigilância Sanitária neste sábado (28), os medicamentos estavam guardados em caixas foram achados após a nova direção assumir a unidade de saúde. A maioria dos remédios vencidos são antibióticos. O material apreendido deve ser incinerado pela Vigilância.

G1

O papel do farmacêutico vai além da rastreabilidade de medicamentos

Na última semana a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou mudanças no projeto de criação do sistema nacional de rastreabilidade de medicamentos

Na nova proposta, a resolução – que tem como objetivo o controle do caminho dos remédios da indústria ao consumidor – passa a ter foco apenas em medicamentos de alto custo ou que precisam de prescrição médica. A proposta prevê ainda prazos específicos para cada setor informar o trajeto desses remédios. As farmácias, por exemplo, teriam sete dias para comunicar os dados no site da Anvisa.

A farmacêutica e gerente do Valida Laboratório de Ensaios Térmicos, Liana Montemor, acredita que a rastreabilidade de medicamentos tem papel fundamental para a segurança da saúde pública, e ressalta que o papel do farmacêutico vai muito além.

“Com a nova proposta, a rastreabilidade seria apenas de medicamentos de alto custo. Muitos produtos biológicos fazem parte desse grupo e necessitam de um controle rígido de temperatura (entre 2º C e 8º C, por exemplo) para a sua eficácia. Dessa forma, é muito importante que o farmacêutico se atenha à temperatura dos produtos como garantia da qualidade do medicamento a ser dispensado”, esclarece. 

A especialista em cadeia fria explica que até mesmo a embalagem entregue ao paciente dentro da farmácia deve ser qualificada e garantir a manutenção da temperatura durante o transporte até a residência. “Medicamentos biológicos são feitos a partir de células vivas, ou seja, se transportado de maneira incorreta perde-se a estabilidade e as propriedades farmacológicas. É uma questão de saúde pública”, afirma Liana.

Por RS Press - Laís Cavassana