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sábado, 5 de julho de 2014

Brasil vive risco de epidemia de Chicungunya, com 17 casos confirmados


260 mil pessoas já foram infectadas no Caribe
Foto: Divulgação
Divulgação - 260 mil pessoas já foram infectadas no Caribe
Doença que vem da África tem sintomas parecidos com os da dengue, com dores mais fores pelo corpo 

A doença é parecida com a dengue, mas muito mais dolorosa. Trata-se da febre Chicungunya, originária da África, responsável por severas dores nas articulações que podem perdurar até por anos após a fase aguda da infecção. Dezessete casos já foram registrados no Brasil — aparentemente todos de pessoas que contraíram a enfermidade no exterior —, e especialistas acreditam que a deflagração de uma nova epidemia é inevitável. O vírus é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos responsáveis pela propagação da dengue. 

A  febre foi detectada pela primeira vez em 1952, na fronteira da Tanzânia com Moçambique. A doença se espalhou por várias regiões da África e da Ásia, e, atualmente, há surtos cíclicos em aproximadamente 40 países, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em dezembro passado, no entanto, a infecção foi registrada pela primeira vez nas Américas e vem se disseminando com muita rapidez: já foi reportada em 30 nações da região. No empobrecido e castigado Haiti, onde o Brasil mantém um contingente de militares, a epidemia está completamente fora de controle.

— O risco (de epidemia no Brasil) é iminente — garante o infectologista Stefan Cunha Ujvari, autor do livro “Pandemias” (Ed. Contexto). — A qualquer momento vai começar uma epidemia, não há mais como evitar: a doença é transmitida pelo aedes e segue a mesma rota da dengue. Basta um mosquito picar um doente aqui que vai passar adiante.

Dos 17 casos registrados no Brasil, 15 envolvem militares e missionários brasileiros que regressaram de missão no Haiti. Os outros dois são de brasileiros que estiveram na República Dominicana a turismo. “Outros dois casos estão em investigação, também de pessoas vindas desses mesmos países. Todos os pacientes apresentaram um quadro leve, estável e de evolução clínica favorável”, informou o Ministério da Saúde ontem, em comunicado.

O Globo

Mais de 99% dos testes de drogas para Alzheimer falharam na última década

http://www.ghente.org/imagens/ciencia/alzheimersbrain.jpgAlto número de insucesso pode levar indústria farmacêutica a deixar de investir no setor

Mais de 99% dos teste de drogas para combater o Alzheimer falharam na última década. Somente uma nova droga foi aprovada desde 2004, segundo estudo do Centro de Pesquisa Britânico de Alzheimer e foi publicado no jornal "Alzheimer´s Reserach & Therapy".

O levantamento feito pelo Dr. Jeffrey Cumming, do Centro de Sáude Metal Clínica Lou Ruvo, examinou um site em que os ensaios clínicos são registrados e descobriram que 99,6% dos testes para prevenir, curar os atenuar os sintomas do Alzheimer falharam ou foram interrompidos. O número é maior do que os de testes de câncer que fracassaram, cerca de 81%.

A taxa de falha foi vista como “especialmente preocupante” pelos pesquisadores do centro.

"Os autores do estudo destacam um declínio preocupante do número de ensaios clínicos para tratamento de Alzheimer em anos mais recentes", afirmou o Dr. Simon Ridley, que participou da pesquisa.

Segundo os pesquisadores, as altas taxas de insucesso podem levar as empresas farmacêuticas a deixar de investir neste tipo de pesquisa.

O Globo

Balançar a cabeça em show de metal pode causar hemorragia no cérebro

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Foto: Reprodução
Paciente teve que sofrer uma intervenção cirúrgica após fazer ‘headbang’ em show do Motörhead 

Os cuidados em um show de metal podem ir muito além da simples preocupação com o empurra-empurra. Um caso relatado na revista médica The Lancet alerta para os riscos do “headbang”, o bater violento de cabeça empregado pelos fãs de heavy metal durante os shows. Segundo os especialistas, o movimento pode causar hemorragia potencialmente fatal no cérebro.

O caso exposto era de um homem de 50 anos que procurou o departamento de neurocirurgia da Escola Médica de Hannover reclamando de uma dor de cabeça que já durava duas semanas. Ele não tinha nenhum histórico que justificasse a dor prolongada e nem sofreu algum trauma mas, ao investigarem os seus últimos comportamentos, os médicos descobriram que o homem foi a um show da banda Motörhead quatro semanas antes. Após exames, um hematoma subdural (uma espécie de coágulo de sangue) no lado direito do cérebro foi encontrado. O metaleiro sofreu uma intervenção cirúrgica de “drenagem subdural” durante seis dias.

“O paciente não tinha histórico de traumatismo craniano, então assumimos que o balançar da cabeça, com forças aceleração e desaceleração marcantes para frente e para trás, levou a uma ruptura das veias causando sangramento no espaço subdural”, afirmaram os pesquisadores na publicação.

Em entrevista ao site do The Independent, o Dr. Ariyan Pirayesh, um dos autores da pesquisa, afirmou que mesmo sendo um caso isolado, seu comportamento pode ser reproduzido em outros pacientes mas sua origem pode não ter sido identificada. O médico também brincou com a situação.

— Este caso serve como prova para reputação do Motörhead, uma das bandas mais hardcore que existe na Terra.

O Globo

8 dispositivos médicos horríveis do passado usados nas partes íntimas dos pacientes

Já pensou ter que ir ao médico no passado terrível, quando não existia anestesia, antibióticos, exames confiáveis, vacinas…? Era praticamente uma roleta-russa

Agravo: já pensou ter que ir ao médico no passado terrível por conta de um problema nas suas partes íntimas?

Não importa quão assombrosos você imagina que os dispositivos médicos usados pelos “ginecologistas” e “urologistas” da época eram, acredite, eles eram piores.

Confira:

1. Esquentador de glândula da próstata
O “prostate gland warmer” (algo do tipo “esquentador de glândula da próstata”) era um instrumento que continha um vibrador e uma lâmpada azul ligados por um fio. Sim, você já imaginou como era usado: o vibrador era colocado em uma “ponta”, a lâmpada na tomada, e seu brilho gerava um calor que aquecia a próstata.

 

Para quê? Hum… Vamos ver… Para derreter as propriedades prejudicais da ereção, deixando para trás um sentimento caloroso gentil. Como a propaganda do esquentador dizia, ele servia para “estimular o cérebro abdominal”.
Cérebro abdominal?! 

2. Rotor de reto
Com 15 centímetros de comprimento, o “recto rotor” (“rotor de reto”) “chega ao seu ponto vital com um bom propósito”, uma propaganda que insinua que existem outros produtos que atingem seu “ponto vital” com nada além de maldade em seu coração.


Uma vez que seu ponto vital é alcançado (não expliquei que ponto vital é esse de propósito, e nem vou explicar), um simples toque de um botão faz com que a máquina comece seu giro convulsivo, vibrando na sua bunda como um prospector de petróleo perfurando o solo. Como não há petróleo em sua bunda, o rotor oferece seu líquido próprio, uma loção branca, com destino a sua próstata.

O anúncio do produto se gaba de que ele é “grande o suficiente para ser eficiente. Pequeno o suficiente para qualquer pessoa com mais de 15 anos de idade”. Por favor, Senhor, nos diga que essa é apenas uma estimativa bruta, e não o resultado de extensos testes. 

3. Cinto elétrico com alça para pênis
Esse instrumento tinha a intenção de curar a doença completamente inventada de “neurastenia” (“estresse da urbanização e pressões colocadas sobre a classe intelectual e o ambiente de negócios cada vez mais competitivo”), com sintomas como dor de cabeça e impotência.

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Para ativar seus poderes maravilhosos de cura, era preciso submergir o cinto dentro de uma solução de ácido sulfúrico, vinagre e água. Então – dependendo do fabricante -, era necessário colocar um “pó especial” (fermento) sobre as “baterias internas”. Tudo isso, provavelmente, terminava com o pênis revestido com uma espuma branca raivosa.

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E por que o pênis? Essa tal neurastenia tinha que ser curada assim? Tinha. A alça peniana transferia seus pulsos elétricos curadores direto ao que interessava para salvá-lo da impotência.

Mulheres não ficavam necessariamente de fora. Havia um acessório genital versão feminino para curar seja lá o que fosse.
 
http://www.museumofquackery.com/devices/images/benlarger4.jpg4. Bomba Ampliadora de Mama Operada pelo Pé
No passado, em vez de gastar uma fortuna com cirurgia, você podia simplesmente comprar este conjunto de tubos de borracha coberto com ventosas cor-de-rosa, também conhecido como Bomba Ampliadora de Mama Operada pelo Pé, para aumentar seus seios (temporariamente, pelo menos).

Tudo o que as mulheres tinham que fazer era repetidamente bombear um pedal ligado às ventosas. A sucção alongava os seios criando uma ilusão de crescimento quando, na realidade, a única resposta fisiológica que causava era contusões horríveis que inchavam o peito como se ele fosse uma orelha de lutador de MMA.

Sim, um absurdo pensar que as mulheres antigas pagavam para se machucar. Espera! Não tão antigas assim: essas bombas foram vendidas em 1976. Mais de quatro milhões delas.


Para você ver que não é só em hoje em dia que as pessoas fazem as coisas mais bizarras e autodegradastes em nome de um padrão de beleza impossível.

5. Dilatadores anais
No passado, algum médico aparentemente acreditou que o sistema nervoso do corpo era uma interconexão complexa de “caminhos” que permitiam que órgãos funcionassem em conjunto. 
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Ele estava certo sobre isso. O que ele não estava certo sobre era sua crença de que todas essas interconexões de caminhos levavam diretamente para o seu canal anal, e que todas as doenças poderiam ser curadas enfiando objetos lá dentro.

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Fica difícil para nós acreditar que uma pessoa um dia realmente teve tal pensamento, de maneira que vamos imaginar que esse “médico” fez isso apenas pelo desafio. Afinal, se você pode convencer alguém de que inserir um dilatador em sua bunda vai fazer seu mau-hálito ir embora, você deve mesmo gostar de um desafio.

6. Anel Espermatorréia
O povo da era vitoriana, além de não entender nada de vagina, também pensava que masturbação podia ter efeitos devastadores sobre o corpo, incluindo cegueira e retardo mental. Para combater o crescente problema de “ereções desnecessárias”, muitos inventores trabalharam febrilmente para inventar engenhocas que capazes de neutralizar esse inchaço natural.

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O Spermatorrhea Ring (“Anel Espermatorréia”) era composto por uma banda de metal flexível, que acomoda confortavelmente um pênis de tamanho médio. Quando uma senhora particularmente interessante passa por um homem usando tal anel e seu pênis incha, começa a chegar cada vez mais perto dos “espinhos” ao longo da sua borda. Se o homem não quiser ser castrado, precisa se distrair rapidamente para fazer a ereção sumir.

Apesar de seu propósito original ser absurdo, até que esse anel não seria uma má ideia para os engraçadinhos que ficam assediando mulheres na rua, não?

7. Lavador vaginal de Lawson
Em um momento de grande habilidade e arte vitoriana, um homem quis resolver o “problema” da higiene feminina. O problema é que ele claramente nunca tinha sequer visto uma vagina real, já que inventou um instrumento bizarro chamado “Lawson’s vaginal washer” (algo como “lavador vaginal de Lawson”).

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Tudo o que precisa ser dito sobre a compreensão da genitália feminina da era vitoriana pode ser descrito por esta máquina de bronze com uma manivela para – respire fundo – limpar a vagina.

Há um bico na parte traseira do instrumento, onde você pode anexar uma garrafa de água ou de algum produto químico com um nome do tipo “solvente para as partes íntimas femininas”, para que o líquido seja injetado no interior da… Tá, vou parar.

8. Gerador de raio violeta
Violet Ray Generator (em português, algo como “gerador de raio violeta”) foi um dispositivo popular de puro charlatanismo médico que afirmava ser a única engenhoca capaz de curar absolutamente qualquer coisa. 

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Com a ajuda de uma série de tubos projetados para serem usados em várias partes do corpo, esse gerador podia curar verrugas, dores de dente, obesidade, espinhas, insônia, icterícia, surdez etc.

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Para utilizá-lo, era necessário simplesmente ligá-lo e esfregar um de seus tubos de vidro sobre a parte do corpo desejada. Se você tivesse um caso de prisão de ventre, aumento de próstata ou impotência, não havia outra escolha a não ser enfiar o tubo em sua bunda e rezar para não espirrar ou tossir.

Cracked / Hypescience

Quanto menos você dorme, mais seu cérebro envelhece

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Credit: Human Connectome Project - Arquitetura das fibras da substância branca do cérebro
Pesquisadores da Duke-NUS (Escola de Graduação Médica de Singapura) concluíram que quanto menos adultos mais velhos dormem, mais rápido seus cérebros envelhecem

Eles queriam estudar o alargamento do ventrículo cerebral. O alargamento rápido do ventrículo é um marcador de declínio cognitivo e do desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, mas os efeitos do sono sobre este marcador nunca tinham sido medidos. 

O estudo analisou os dados de 66 adultos mais velhos chineses. Os participantes passaram por exames cerebrais de ressonância magnética estrutural para medir o volume do seu cérebro e por avaliações neuropsicológicas para testar sua função cognitiva a cada dois anos. Além disso, a duração do sono de cada um foi registrada através de um questionário. 

Aqueles que dormiam menos horas mostraram evidências de rápido aumento do ventrículo, e consequentemente declínio no desempenho cognitivo. 

“Nossos resultados relacionam sono curto como um marcador do envelhecimento do cérebro”, disse a Dra. June Lo, principal autora da pesquisa. 

Dormir mal definitivamente não é um bom negócio. Outros estudos já mostraram que falta de sono na infância pode atrasar a puberdade, e que o sono é essencial para fixar nossa memória (e com isso consolidar aprendizados). Além disso, más noites de sono nos levam a comer mais e pioram nosso humor. Agora, sabemos também que dormir bem pode ajudar a manter o cérebro saudável.

“O trabalho realizado sugere que cerca de sete horas [de sono] por dia para os adultos parece ser o ideal para um ótimo desempenho em testes cognitivos. Nos próximos anos, esperamos determinar o que é bom para saúde cardiometabólica a longo prazo também”, acrescentou o professor Michael Chee, que também participou do estudo. 

Equipes que não podiam fazer sexo já caíram fora da Copa do Mundo

http://imguol.com/c/noticias/2014/07/01/tecnico-do-mexico-miguel-herrera-durante-coletiva-de-imprensa-apos-o-desembarque-da-selecao-mexicana-no-aeroporto-internacional-benito-juarez-na-cidade-do-mexico-1404231271967_1920x1080.jpg
Stringer/Mexico -  Técnico da seleção do México Miguel Herrera
Existe uma noção de que fazer sexo antes de uma partida importante pode distrair ou atrapalhar o jogador de alguma maneira. Mas o que a ciência tem a dizer sobre isso?

Que essa afirmação não tem embasamento. Calma, não estamos falando que sexo antes do jogo ajuda; estamos falando que não sabemos.

Mas, se a teoria nos diz muito pouco, a prática conta uma história diferente: fazer sexo não parece ser uma coisa ruim para competidores durante torneios importantes – pelo menos não foi para os times disputando o mundial de futebol.

As equipes que proibiram totalmente o sexo durante a competição foram Rússia, Bósnia Herzegovina, Chile e México. A maioria liberou totalmente a atividade sexual. Quatro equipes impuseram condições, incluindo o Brasil: o técnico Felipão disse que seus comandados podiam fazer sexo, mas não “acrobático” – brasileiros estão proibidos de inventar novas posições para evitar lesões. Outra curiosidade é a equipe da Costa Rica, que só podia fazer sexo se passasse para a segunda fase. Isso que é motivação!

O que sabemos
De acordo com a pesquisadora Terri D. Fisher, as pesquisas sobre a relação entre o prazer sexual e o desempenho atlético não são conclusivas. No entanto, muito do que é falado sobre essa relação não passa de boatos infundados.

“Todas as equipes com políticas anti-sexo na Copa do Mundo foram eliminadas. Grande parte de tudo o que os treinadores pensam que sabem sobre a relação entre a liberação sexual e desempenho atlético é mito”, explica Terri.

De acordo com ela, o que (a pouca) pesquisa científica feita sugere é que a atividade sexual antes de um jogo pode ser útil se resultar em relaxamento e uma boa noite de sono.

Além do aspecto psicológico, testes fisiológicos afirmam que atletas não perdem força ou resistência dos músculos quando fazem sexo antes de competirem. Não há efeitos significantes em potência aeróbica, pulso, oxigenação ou pressão sanguínea.

O problema é que também não podemos dizer claramente que fazer sexo ajuda o desempenho atlético.

Fisher especula que a pesquisa é escassa porque as pessoas apenas analisam o sexo como uma atividade divertida que relaxa as pessoas, em vez de pensar no sexo como uma atividade possivelmente ruim, assustadora, que poderia dar às pessoas uma doença.

Ok, temos que admitir que, cientificamente falando, não dá para dizer que sexo é recomendado a atletas antes de competições. 

Mas, se levarmos em conta somente a pequena amostra da Copa do Mundo, há definitivamente uma correlação entre falta de sexo e derrota.

Hypescience

Unesp descobre uma substância que repele e mata o mosquito da dengue

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Pesquisadores de Rio Claro, SP, desenvolveram fórmula a partir de bactéria. Desafio é baratear os custos da produção para que ela seja comercializada

Pesquisadores da Unesp de Rio Claro (SP) criaram uma substância capaz de repelir e matar o mosquito da dengue. A fórmula tem uma bactéria tirada do solo contaminado com petróleo. Experimentos de laboratório já demonstraram a eficiência do produto, entretanto, para chegar ao mercado, ainda é preciso baratear os custos de produção.

Os biólogos trabalhavam para formular um detergente biológico e procuravam um princípio ativo na natureza. Entre os locais pesquisados estavam os solos contaminados por combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo.

Uma descoberta durante o trabalhou mudou o rumo da pesquisa. Os cientistas já estudavam há 17 anos a  bactéria Pseudomonas aeruginosa LBI, encontrada no terreno onde funcionava um posto de combustíveis. Ela se mostrou capaz de destruir o Aedes aegypti no estágio de larva e na fase adulta, além de funcionar como repelente.

Experimentos mostram morte de larva e mosquito da dengue com substância desenvolvida pela Unesp de Rio Claro (Foto: César Fontenele/EPTV)
Foto: César Fontenele/EPTV - Experimentos mostram morte de larva e mosquito
da dengue
“As larvas precisam se manter na superfície para respirar. O que mantém essas larvas na superfície é a tensão da água. Esse produto que a gente aplica reduz a tensão, então o mosquito não consegue respirar e morre. Com relação aos adultos, o produto acaba quebrando a cutícula do mosquito, o levando à morte”, explicou o biólogo Vinícius Luiz da Silva.

Testes e custo
Os testes foram feitos em ratos anestesiados. Em um vídeo feito pela Unesp, o rato que não está com o produto é picado. No outro, que recebeu o repelente, os mosquitos nem se aproximam.

“A partir do momento que conseguimos novas ferramentas para controlar esse mosquito, vamos diminuir a quantidade de adultos no ambiente e, com isso, diminuir as chances de transmissão do vírus para outras pessoas”, relatou o  especialista em parasitologia Cláudio José Von Zuben.

Ainda não há previsão de quando o produto será comercializado, já que o processo de produção é caro. Dez miligramas da substância, por exemplo, custam quase R$ 1,4 mil. “A gente está desenvolvendo novos métodos de produção para tentar reduzir o custo final, tanto da produção, como da purificação do produto, para que ele vá para o mercado com o custo mais baixo”, ressaltou a bióloga Roberta Barros.

Combate
Mas enquanto o produto não está disponível, a única forma de combater a doença é eliminar os criadouros do mosquito. Esse é o objetivo das equipes que percorrem os bairros de Rio Claro para orientar e eliminar as chances de proliferação da doença, que já atingiu 450 pessoas neste ano.

Pesquisadores da Unesp de Rio Claro estudam formas de baratear custo de repelente contra a dengue (Foto: César Fontenele/EPTV)
Foto: César Fontenele/EPTV - Pesquisadores da Unesp de Rio Claro estudam formas de baratear custo
“Se esse produto vier a nos auxiliar no combate à dengue vai ser muito bem vindo e vai implementar as ações de controle da dengue no município”, afirmou a coordenadora de controle da dengue, Kátia Nolasco.

G1

Estudo mostra que pessoas preferem se autopunir a ter que pensar

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Foto: Reprodução
Experimento pedia que voluntários ficassem sozinhos em quarto por 15 min. Alguns não ficaram em silêncio e prefereririam aplicar choques em si.

Muitas pessoas prefeririam causar dor a si próprios do que passar 15 minutos em um quarto sem nada para fazer além de pensar, revelou um estudo publicado nesta sexta-feira (4), na edição impressa da revista "Science".

Cientistas das Universidades da Virgínia e de Harvard fizeram 11 experiências diferentes para ver como as pessoas reagiam quando solicitado que passassem algum tempo sozinhas. Mais de 200 indivíduos participaram das experiências. Alguns eram estudantes universitários, outros, voluntários, com idades entre 18 e 77 anos, recrutados em locais tão diferentes quanto uma igreja e uma feira.

Os pesquisadores pediram que se sentassem sozinhos em um quarto sem adornos, sem telefone celular, material para leitura, ou para escrever, e depois que relatassem como fizeram para se entreter sozinhos com seus pensamentos entre 6 e 15 minutos.

O resultado foi que mais de 57% acharam difícil se concentrar, e 80% disseram que seus pensamentos vagaram. Cerca da metade achou a experiência desagradável. "A maioria das pessoas não gosta de 'só pensar' e prefere claramente ter algo diferente para fazer".

Trapaças e self-shocking
Os cientistas, então, voltaram suas atenções para o que as pessoas faziam para evitar ficar sozinhas com seus pensamentos. Em uma das experiências, solicitaram aos estudantes que dedicassem um tempo para pensar em casa. Depois, 32% relataram ter trapaceado, saindo de suas cadeiras, ouvindo música, ou vasculhando os celulares.

Um número maior de adultos recrutados fora da universidade - 54% - quebrou as regras, disse a coautora Erin Westgate, estudante de Doutorado da Universidade da Virgínia. "E esse número provavelmente está subestimado, porque aqueles são apenas os que foram honestos e nos contaram que tinham trapaceado", declarou.

Os cientistas se perguntaram, então, até que ponto os estudantes iriam para buscar algum estímulo, enquanto permaneciam sozinhos com seus pensamentos. Um estudo piloto inicial revelou, de forma surpreendente, que os estudantes prefeririam ouvir o som de uma faca raspando ao silêncio absoluto. "Nós achávamos, é claro, que as pessoas não dariam choques em si mesmas", disse Westgate.

Em um dos estudos, eles deram uma oportunidade para avaliar diferentes estímulos: de ver fotos atraentes à sensação de receber um choque elétrico tão forte quanto se sentiria ao arrastar os pés no tapete.

Depois que os participantes sentiram o choque, que Westgate descreveu como moderado, alguns se sentiram tão incomodados que disseram preferir pagar US$ 5 a voltar a senti-lo. Em seguida, cada indivíduo foi para um quarto, sozinho, para pensar por 15 minutos. Os cientistas disseram que eles teriam a chance de se dar choques, caso quisessem.

Dois terços dos indivíduos masculinos - 12 de 18 - deram choques em si próprios pelo menos uma vez enquanto estiveram sozinhos. A maioria dos homens deu entre um e quatro choques em si próprios. Um deles deu 190 choques.

Um quarto das mulheres, ou seis em 24, também decidiu dar choques em si mesmas, cada uma delas entre uma e nove vezes. Todos os que se deram choques haviam dito anteriormente que pagariam para evitar fazê-lo.

Pensamentos subestimados
Westgate se disse ainda surpresa com as descobertas. "Eu acho que subestimamos enormemente o quão difícil é mergulhar propositadamente em pensamentos agradáveis e quão fortemente desejamos estímulos externos do mundo ao nosso redor, mesmo quando o estímulo é ativamente desagradável".

Ela disse que a pesquisa demonstrou que as pessoas preferem um estímulo positivo, como ler um livro, ou jogar videogame. É discutível dizer se os efeitos vistos na experiência são, ou não, um produto da cultura digital.

A psicóloga forense Sherrie Bourg Carter, de Fort Lauderdale, na Flórida, explicou que as tecnologias modernas podem contribuir para a incapacidade de diminuir o ritmo. "Somos socialmente treinados para procurar estímulos a sensações no nosso trabalho e lazer", disse Carter, que não participou do estudo.

"Portanto, ficar sentado por um tempo, desconectado, como pensar, tornou-se estranho para a maior parte das pessoas, mesmo para os idosos que não foram criados em um mundo movido pelos eletrônicos", concluiu.

G1 

África tem maior epidemia de ebola já registrada; veja perguntas e respostas

Membros da organização Médicos Sem Fronteiras se preparam para visitar hospital na capital do Guiné onde doentes de ebola estão sendo tratados (Foto: Cellou Binani)
Foto: Cellou Binani
Vírus mata até 90% das pessoas contaminadas. Hábitos tradicionais estão entre fatores que contribuem para disseminação

Chegou a 467 o número de mortos na maior epidemia do vírus ebola já registrada, na África Ocidental, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou uma reunião de emergência sobre a situação na região.

O ebola é um dos vírus mais mortais que existem. Ele mata até 90% das pessoas infectadas e não há cura ou vacina disponível para uso na população.

Ele foi registrado nos primeiros seres humanos em 1976, em Yambuku, uma aldeia na República Democrática do Congo, às margens do Rio Ebola. Desde então, mais de 20 surtos da doenças ocorreram em países da África Central e Ocidental.

Veja abaixo perguntas e respostas sobre essa doença:

Como o ebola se manifesta na pessoa doente?
O ebola é uma doença grave causada por vírus. Ela é muitas vezes caracterizada pelo início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia,funções hepática e renal deficientes, erupções cutâneas, e, em alguns casos, sangramentos internos e externos, com interrupção do funcionamento dos órgãos. Exames de laboratório incluem baixa de glóbulos brancos e de plaquetas e aumento das enzimas hepáticas. O período de incubação do vírus pode durar de dois dias a três semanas, e o diagnóstico é difícil.

Como o ebola se espalha?
Seres humanos pegam o vírus por meio do contato próximo com animais infectados, incluindo chimpanzés, gorilas, antílopes e morcegos que se alimentam de frutas. Os morcegos da família Pteropodidae são considerados os hospedeiros naturais da doença. O ebola também passa de uma pessoa para outra, por contato direto com sangue contaminado, fluidos corporais ou órgãos, ou indiretamente, por meio do contato com ambientes contaminados. Os funerais daqueles que tinham a doença podem ser um risco, se as pessoas presentes têm contato direto com o corpo.

Onde está ocorrendo a epidemia atualmente?
Segundo os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS) a epidemia na África Ocidental já deixou 467 mortos em Guiné, Libéria e Serra Leoa.  "Trata-se da maior epidemia em termos de pessoas afetadas, de mortos e de extensão geográfica", informou a organização em comunicado. Um fator perturbador é que desta vez o vírus está circulando em comunidades rurais e urbanas. "A tendência atual da epidemia e seu potencial de cruzar fronteiras e ter propagação internacional constituem um problema de saúde pública de grande preocupação", declarou Luis Gomes Sambo, diretor regional da OMS para a África. "O atual surto tem o potencial de se espalhar para fora dos países afetados e além da região se medidas urgentes e relevantes de conteção não forem postas em prática", disse ainda.

A doença pode ser levada de avião a outros países, espalhando a epidemia?
É possível que uma pessoa com ebola viaje de avião, mesmo a lugares distantes, já que a doença pode levar três semanas para se manifestar. No entanto, o professor William Shaffner, da Universidade Vanderbilt, nos EUA, em entrevista ao site americano LiveScience, apontou que não é muito provável que essa doença se espalhe da forma como tem ocorrido nos países africanos se os serviços de saúde agirem de forma a isolar as pessoas contaminadas. “Os serviços médicos ocidentais provavelmente lidariam relativamente bem em ‘capturar' o ebola quando ele chegasse, porque estaríamos cientes de que as pessoas vieram de áreas afetadas pelo ebola”. Ele destaca que para ser contaminado é preciso ter contato próximo com uma pessoa doente, com troca de fluidos corporais. “Estar com a mesma pessoa num só ambiente, por si só, não é perigoso”. A própria OMS, por enquanto, não fez nenhuma recomendação de que se deixe de viajar aos países envolvidos na epidemia.

Por que nos países afetados a doença está se espalhando dessa maneira?
Um problema grave que fomenta a epidemia atualmente é que naquela região há hábitos tradicionais como lavar os cadáveres antes do funeral, o que gera um contato capaz de transmitir o ebola. A OMS já disse publicamente que essas práticas culturais "contribuem fortemente" para a epidemia. Além disso, há muito movimento de pessoas através das fronteiras de Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que posssibilitou à epidemia se tornar internacional.

G1 

Lesão de Neymar não compromete nervos, mas causa dor, diz ortopedista

Info Neymar vértebra L3 (Foto: Editoria de Arte/G1) Tratamento consiste em repouso e imobilização com cinta. Contusão de jogador atingiu parte periférica da terceira vértebra

De acordo com o ortopedista Alexandre Fogaça, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, a região lesionada por Neymar – chamada processo transverso da terceira vértebra lombar – é uma área mais periférica da vértebra, que normalmente não atinge a região por onde passam os nervos.

Apesar de não comprometer o sistema neurológico, esse tipo de contusão provoca muita dor, segundo Fogaça. 

“Geralmente, demora cerca de 6 a 8 semanas para consolidar”, diz o ortopedista. 

“Para o nível exigido de um jogador profissional, fica muito difícil conseguir desempenhar suas funções em alto nível nos próximos dias sentindo esse tipo de dor.”

O jogador sofreu a lesão durante a partida do Brasil contra a Colômbia nesta sexta-feira (4), quando o colombiano Zuñiga deu uma joelhada em suas costas. 

O Brasil venceu por 2 a 1, mas Neymar deve ficar de fora do resto da Copa por causa da lesão. 

Depois do jogo, na noite desta sexta, o médico da CBF, Rodrigo Lasmar, afirmou que Neymar não teria condições de jogar na próxima semana.

Segundo Fogaça, entre as fraturas de coluna, trata-se de um caso menos grave, por não afetar a região dos nervos e ter um tratamento conservador, ou seja, que não necessita de cirurgia.

“Recomenda-se que o paciente se afaste das atividades físicas e de qualquer esforço físico e use um colete para imobilizar a região”, diz Fogaça. 

O intuito da imobilização, segundo o médico, é reduzir a dor. O paciente também recebe analgésicos.

Lesão, vértebra, Neymar (Foto: AP)
Foto: AP - Neymar coloca mão nas costas logo após sofrer contusão durante o jogo desta sexta-feira (4)
“Vai depender muito do quanto de dor ele vai ter para analisar se tem alguma chance de disputar um jogo nos próximos dias, mas é bem complicado porque é uma lesão óssea que causa dor e o tempo é muito curto para se recuperar até os próximos jogos.”

G1

Países africanos definem plano para conter pior surto de ebola

O ebola é transmitido pelo contato direto com fluidos corporais da pessoa contaminada (Foto: BBC)
Foto: BBC
Epidemia já matou mais de 400; OMS diz que países fora da África não precisam restringir comércio ou o fluxo de pessoas com nações afetadas 

Ministros da Saúde de 11 países do Oeste da África concordaram em adotar uma estratégia comum para conter o pior surto de ebola da história, que já matou 467 pessoas desde fevereiro. Na reunião de emergência realizada em Acra, Gana, autoridades decidiram ampliar a supervisão de casos de ebola nas suas regiões fronteiriças e mobilizar líderes comunitários, religiosos e políticos para ampliar o conhecimento sobre a doença. O vírus já infectou 759 pessoas na Libéria, Guiné e Serra Leoa.

Sob a nova estratégia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) abrirá um centro sub-regional de controle em Guiné para coordenar o apoio técnico. Mais de 150 especialistas já foram enviados ao Oeste da África nos últimos meses para tentar conter o surto.

A OMS, órgão da ONU, disse que a epidemia de ebola não será controlada em breve. "Acredito que vamos ter de continuar lidando com esse surto pelos próximos meses ou por ainda muitos meses", disse o Keiji Fukuda, diretor-geral assistente de segurança sanitária da agência, à AFP. Questionado sobre como a epidemia poderia se espalhar, ele disse que "é impossível ter uma resposta clara".

Vírus mortal
Segundo o correspondente da BBC no Oeste da África, Thomas Fessy, educar as pessoas é visto como a melhor maneira de conter o surto, ao invés de fechar as fronteiras. Práticas culturais e crenças tradicionais em algumas áreas têm dificultado medidas de saúde, contribuindo para o contágio da doença, disse ele. Em alguns casos, grupos de pessoas atacaram funcionários de saúde, forçando o fechamento de centros de emergência.

Autoridades de saúde dizem que as fronteiras frágeis da região permitiram pessoas infectadas a levar a doença para outros países.

A maioria das mortes foi registrada na região de Guekedou, no sul da Guiné, onde o surto foi relatado pela primeira vez em fevereiro. A maioria das mortes ocorreu justamente na Guiné, mas há um número crescente de casos na Libéria e em Serra Leoa.
 
O ebola é um dos vírus mais mortais do planeta porque mata até 90% das pessoas infectadas. Não há vacina ou cura. Ele se espalha pelo contato direto com fluidos corporais de uma pessoa infectada, tais como sangue e secreções.

Risco baixo no Brasil
O Ministério da Saúde brasileiro disse estar acompanhando os desdobramentos da epidemia e que segue a orientação atual da OMS de não adotar estratégias específicas em relação à doença. "Segundo avaliação da OMS, o risco de disseminação da doença é considerado alto nos países fronteiriços, moderado no restante do continente africano e baixo no restante do mundo", diz a nota do ministério enviada à BBC Brasil.

"O ebola é transmitido pelo contato direto com sangue, secreções, órgãos e outros fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, por isso, a transmissão para outros continentes não é provável e a OMS não recomenda quaisquer medidas que restrinjam o comércio ou o fluxo de pessoas com os países afetados."

O Ministério da Saúde informou ainda que, caso a OMS mude sua recomendação, já existe um plano de contingência que pode ser colocado em prática. A OMS confirmou à BBC Brasil que, relativo à epidemia de ebola, não recomenda nenhuma restrição a viagens. Segundo o órgão, o risco para turistas visitando regiões infectadas é baixo.

"Há uma possibilidade de que uma pessoa com ebola embarque em um avião ou outro meio de transporte sem informar a companhia de sua situação. Apesar de o risco para os que viajam ao seu lado ser muito baixo, é recomendável que se faça a identificação e uma análise dessas pessoas".

Os sintomas iniciais incluem fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e de garganta, vermelhidão nos olhos - e são seguidos por vômitos, diarreia, coceiras e, em alguns casos, sangramentos.

O período de incubação do vírus do ebola varia entre dois e 21 dias, segundo a OMS. No entanto, a organização esclarece que não há risco de transmissão durante a incubação e há apenas um risco baixo durante a fase inicial da doença.

"Durante o surto atual, viajantes infectados com ebola atravessaram as fronteiras com países vizinhos e há a possibilidade de que outros casos surjam nesses países vizinhos", afirma a agência de saúde da ONU.

Segundo a OMS, o número de casos do surto atual subiu de 635 em 23 de junho para 759, um aumento de 20%.

G1

Brasil vai validar métodos alternativos ao uso de animais em pesquisa

Pesquisas com animais (Foto: G1)Resolução do Concea foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial. Métodos terão que ser aprovados e substituição deve ocorrer em até 5 anos

O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) publicou nesta sexta-feira (4), no Diário Oficial da União, resolução normativa que reconhece no país métodos alternativos ao uso de animais em pesquisas científicas.

A intenção principal é reduzir a quantidade de diferentes espécies de animais usadas como cobaias em laboratórios.

A medida acontece nove meses depois que dezenas de ativistas invadiram o laboratório do Instituto Royal e levaram vários animais do complexo, alegando maus-tratos em experimentos.

Segundo o texto do D.O., é considerado alternativo “qualquer método que possa ser utilizado para substituir, reduzir ou refinar o uso de animais em atividades de pesquisa”.

A resolução categoriza os procedimentos alternativos em "validados", quando há reconhecimento internacional, e "reconhecidos", quando recebem a aprovação do Concea.

O órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia é o responsável por regulamentar experimentos com animais no país.

A normativa informa ainda que as instituições interessadas em validar métodos alternativos ao uso de animais terão que estar associadas à Rede Nacional de Métodos Alternativos e que os procedimentos terão de ser reconhecidos pelo Concea, com a ajuda de estudos colaborativos internacionais “publicados em compêndios oficiais”.

A aprovação deverá ocorrer em plenárias promovidas pelo Conselho e, após o reconhecimento, as instituições terão até cinco anos para substituir o método original pelo alternativo.

O Brasil não possui hoje um órgão para validar métodos alternativos ao uso de animais em pesquisas científicas, apesar de ser proibido por lei o uso de animais quando há outros meios de se chegar ao mesmo resultado.

Em março, o plenário do Concea decidiu que ocorrerá a substituição progressiva por métodos alternativos que começarão a ser validados no Brasil.

Lei de Acesso à Informação
Um relatório do governo obtido pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação mostra ainda que, apesar de 230 instituições possuírem autorização para utilizar animais, apenas dez entidades buscam alternativas a esses métodos. São os dados mais recentes de que o governo dispõe no Concea em questionário realizado entre outubro e novembro de 2012.

Segundo o conselho, realizam pesquisas alternativas o Instituto Butantan (SP), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP/RP), Instituto Adolfo Lutz, Fiocruz (BA), Instituto Sírio Libanês, Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo do Campus de Ribeirão Preto (FCF-USP-RP), Fort Dog Saúde Animal, Laboratório Nacional de Biociência (LNBio) e Centro de Pesquisa Ageu Magalhães --as quatro primeiras também realizam pesquisas com animais.

Métodos alternativos disponíveis

- Medicamentos e cosméticos na pele
Testes que buscam identificar a ação de medicamentos ou produtos cosméticos na pele ou nos olhos já possuem métodos validados que substituem o uso de animais.

Para avaliar a irritação cutânea e a corrosividade de determinada substância em contato com a pele, não são mais necessários testes que expõem coelhos ou outras cobaias ao produto. Esses estudos podem ser feitos em pele humana reconstituída, ou seja, tecidos produzidos em laboratório por meio de cultura de células.

A aplicação desse método ainda apresenta um obstáculo no Brasil: o material utilizado na produção da pele reconstituída é importado e tem validade de apenas uma semana.

- Temperatura
De acordo com a organização britânica “Fundo para a Substituição de Animais em Experimentos” (Frame, na sigla em inglês), outro teste alternativo disponível é o que avalia se determinado produto é capaz de provocar o aumento da temperatura corporal. 

Se antes a única possibilidade era o uso de coelhos, hoje existe uma tecnologia para realizar esse experimento no sangue de voluntários humanos.

Ainda segundo a Frame, testes de fototoxicidade, que verificam se o produto torna-se prejudicial quando a pele é exposta ao sol, também podem ser feitos sem o uso de cobaias vivas. Nesse caso, uma cultura de células de camundongos é exposta ao produto e à luz ultravioleta.

- Testes virtuais
Modelos computacionais também podem substituir animais em testes para verificar a toxicidade de uma substância ou de que maneira ela será metabolizada pelo organismo. Isso pode ser feito pela análise de moléculas por programas de computador que permitem compará-las com dados referentes a outras moléculas.

Alternativas ainda mais ambiciosas, como a simulação do funcionamento de um órgão completo, estão em desenvolvimento pelo "Instituto Wyss de Engenharia Inspirada pela Biologia", ligado à Universidade de Harvard. O instituto desenvolve microchips capazes de simular a reação dos órgãos humanos a determinados produtos ou microorganismos. Segundo Presgrave, porém, a alternativa ainda não está disponível no país.

G1

Como deixar as sopas mais nutritivas e saudáveis

Como deixar as sopas mais nutritivas e saudáveis Fernando Gomes/Agencia RBS
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
Alimento é de fácil digestão e preparo rápido 

Apesar de serem uma alternativa saudável para qualquer época do ano, é no inverno que as sopas ganham um lugar de destaque na mesa dos brasileiros. Líquidas ou na versão em cremes, elas são uma excelente fonte de energia para o corpo humano. Além disso, é um alimento de fácil digestão e seu preparo é rápido.

Mas para que nosso organismo seja beneficiado, a regrinha básica é deixar de lado as sopas de pacote. O grande problema é que, devido aos processos de cozimento e industrialização pelos quais passam, os vegetais acabam perdendo nutrientes. Além disso, elas são ricas em gordura vegetal hidrogenada e possuem um alto teor de sódio.

Já as hortaliças utilizadas no preparo caseiro oferecem não apenas variedade de cor e textura às refeições, mas também nutrientes importantes, que auxiliam a saúde como um todo.

A nutricionista funcional Débora Vargas lista os ingredientes que não podem faltar em uma sopa gostosa e nutritiva.

Confira:

Alho
Os principais compostos presentes no alho são as vitaminas A e C, o potássio, o selênio e mais de 75 compostos que atuam inibindo e reduzindo o desenvolvimento de tumores. O alho também é capaz de reduzir o colesterol no sangue. Contém magnésio, enxofre, cobre e iodo.

Cebola
A cebola é a fonte mais rica de quercetina, um poderoso agente antioxidante. Contém magnésio, manganês, enxofre e cobre.

Repolho
Contém numerosos compostos anticancerígenos e antioxidantes. Rico em substâncias como o magnésio, o enxofre e o cobre.

Cogumelo
Contém proteína de origem vegetal, cálcio, fósforo e ferro.

Cenoura
Uma superfonte de betacaroteno, que é um poderoso agente anticâncer e protetor das artérias. Possui vitaminas B e C, cálcio, potássio, manganês, magnésio, enxofre, cobre, zinco e iodo.

Couve manteiga
A família Cruciferae possui exemplares importantes empregados na dieta humana, contribuindo como uma rica fonte de substâncias benéficas. Os vegetais do grupo das crucíferas têm capacidade antioxidante superior às da vitamina C. Fonte de cálcio, fósforo e ferro. Contém magnésio, enxofre e cobre.

Como preparar a sopa?

— Não cozinhar demais os vegetais deve ser a regra, para preservar seus nutrientes.

— Aproveite legumes da época, sempre orgânicos.

— Lave bem os vegetais orgânicos antes de descascar e use as aparas para fazer um delicioso caldo de legumes caseiro.

— Aproveite a sopa para consumir diversos vegetais ao mesmo tempo, aumentando assim os nutrientes na refeição. As ervas e especiarias também têm diversas propriedades nutricionais e auxiliam como antioxidantes.

— Comece a sopa com os grãos e legumes que cozinham devagar. Junte os vegetais que cozinham rápido e o macarrão, se desejar (deve ficar "al dente"). Cuide para preservar a textura dos legumes.

— Deixe guarnições na mesa para que cada convidado incremente sua porção conforme desejar: salsinha picada, coentro, cebolinha, ovo de codorna descascado, ovo poche, croutons, bolinhos de carne, pão integral, azeite de oliva extra virgem, óleo de coco extra virgem, cúrcuma (açafrão da terra em pó), gengibre em pó, massala, pimenta, alho, parmesão, manteiga, leite de coco, gersal, sementes de girassol e de abóbora tostadas.

— A cúrcuma deve ser polvilhada diretamente no prato, pois perde suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes no cozimento. O tempero pode retardar ou atenuar sintomas de envelhecimento e doenças associadas a ele, devendo ser usada com uma pitada de pimenta preta.

— Os caldos de legumes e de carne devem ser caseiros: são fáceis e rápidos de preparar e aproveitam aparas de alimentos que não seriam utilizados de outra forma, como talos e cascas de vegetais orgânicos previamente higienizados, aparas de carnes, carcaça de frango, ossos de carnes ou qualquer outra proteína animal.

Fonte: nutricionista Débora Vargas

Zero Hora