Pesquisadores de Rio Claro, SP, desenvolveram fórmula a partir de bactéria. Desafio é baratear os custos da produção para que ela seja comercializada
Pesquisadores da Unesp de Rio Claro
(SP) criaram uma substância capaz de repelir e matar o mosquito da
dengue. A fórmula tem uma bactéria tirada do solo contaminado com
petróleo. Experimentos de laboratório já demonstraram a eficiência do
produto, entretanto, para chegar ao mercado, ainda é preciso baratear os
custos de produção.
Os biólogos trabalhavam para formular um detergente biológico e
procuravam um princípio ativo na natureza. Entre os locais pesquisados
estavam os solos contaminados por combustíveis fósseis, como os
derivados de petróleo.
Uma descoberta durante o trabalhou mudou o rumo da pesquisa. Os
cientistas já estudavam há 17 anos a bactéria Pseudomonas aeruginosa
LBI, encontrada no terreno onde funcionava um posto de combustíveis. Ela
se mostrou capaz de destruir o Aedes aegypti no estágio de larva e na
fase adulta, além de funcionar como repelente.
Foto: César Fontenele/EPTV - Experimentos mostram morte de larva e mosquito da dengue |
Testes e custo
Os testes foram feitos em ratos anestesiados. Em um vídeo feito pela Unesp, o rato que não está com o produto é picado. No outro, que recebeu o repelente, os mosquitos nem se aproximam.
Os testes foram feitos em ratos anestesiados. Em um vídeo feito pela Unesp, o rato que não está com o produto é picado. No outro, que recebeu o repelente, os mosquitos nem se aproximam.
“A partir do momento que conseguimos novas ferramentas para controlar
esse mosquito, vamos diminuir a quantidade de adultos no ambiente e, com
isso, diminuir as chances de transmissão do vírus para outras pessoas”,
relatou o especialista em parasitologia Cláudio José Von Zuben.
Ainda não há previsão de quando o produto será comercializado, já que o
processo de produção é caro. Dez miligramas da substância, por exemplo,
custam quase R$ 1,4 mil. “A gente está desenvolvendo novos métodos de
produção para tentar reduzir o custo final, tanto da produção, como da
purificação do produto, para que ele vá para o mercado com o custo mais
baixo”, ressaltou a bióloga Roberta Barros.
Combate
Mas enquanto o produto não está disponível, a única forma de combater a doença é eliminar os criadouros do mosquito. Esse é o objetivo das equipes que percorrem os bairros de Rio Claro para orientar e eliminar as chances de proliferação da doença, que já atingiu 450 pessoas neste ano.
Mas enquanto o produto não está disponível, a única forma de combater a doença é eliminar os criadouros do mosquito. Esse é o objetivo das equipes que percorrem os bairros de Rio Claro para orientar e eliminar as chances de proliferação da doença, que já atingiu 450 pessoas neste ano.
Foto: César Fontenele/EPTV - Pesquisadores da Unesp de Rio Claro estudam formas de baratear custo |
“Se esse produto vier a nos auxiliar no combate à dengue vai ser muito
bem vindo e vai implementar as ações de controle da dengue no
município”, afirmou a coordenadora de controle da dengue, Kátia Nolasco.
G1
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