
O estudo, publicado na revista "Current Biology", se baseou em registros genealógicos da aristocracia imperial durante a dinastia coreana Joseon, que durou mais de 500 anos, do final dos anos 1300 até o começo dos 1900.
Segundo os dados, a maioria dos homens, incluindo reis e membros da família real, morreu com 40 e muitos ou 50 e poucos anos.
Mas os eunucos da nobreza - homens que foram castrados por acidente ou por causa de benefícios sociais - viviam, em média, 70 anos.
O autor do estudo, Kyung-Jin Min, da Universidade Inha da Coreia do Sul, explicou à AFP que a razão para esta diferença seria a testosterona.
"A testosterona é conhecida por aumentar a incidência de doença cardíaca coronariana e por reduzir a função imunológica nos homens", afirmou.
A castração "remove a fonte de hormônios sexuais masculinos", destacou o estudo, acrescentando que a prática já demonstrou ajudar indivíduos do sexo masculino a viver mais.
A castração também acaba com a possibilidade de reprodução, que Kyung-Jin também disse ser um fator de redução do tempo de vida.
Segundo "uma das principais teorias sobre envelhecimento, este ocorre às custas da reprodução", afirmou, porque o corpo tem uma energia limitada que pode ser usada tanto para manter a função reprodutiva quanto para manter todo o restante do organismo.
Mas embora os eunucos não pudessem ter filhos biologicamente, eles se casavam, adotavam e criavam filhos, e geralmente tinham vidas muito similares a seus pares não castrados.
"A fim de eliminar fatores socioeconômicos que pudessem ter afetado a longevidade, a expectativa de vida dos eunucos foi comparada à dos homens de outras famílias Yan-ban (classe nobre) com status socioeconômico similar", disse Kyung-Jin.
E "para excluir fatores genéticos que pudessem ter afetado a logevidade, comparamos a expectativa de vida dos eunucos com a de múltiplas famílias Yan-ban", acrescentou.
Os homens modernos que querem prolongar a vida poderiam considerar "uma terapia de redução da testosterona", mas Kyung-Jin afirmou que isto provavelmente seria prematuro.
De um lado, não está claro se haveria algum efeito se a terapia fosse iniciada em idade mais avançada, uma vez que os eunucos eram todos castrados quando crianças.
De outro, o tratamento poderia ter efeitos colaterais, uma vez que alguns homens poderiam pensar que não valeria à pena viver mais considerando as limitações impostas pela terapia.
"Nós precisamos considerar os efeitos colaterais disto", disse Kyung-Jin, "principalmente, da redução do desejo sexual nos homens".
Fonte R7