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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Doutores da rua

As histórias de ex-moradores de rua que viraram agentes de saúde e hoje cuidam da "população invisível"

O mendigo que bate na janela do carro e pede esmola pode sofrer da mesma pressão alta do motorista que fecha o vidro e torce para o semáforo abrir rápido.

De branco, mas sem jaleco: agentes de rua conversam a caminho do trabalho  Foto: Livia Machado, iG São Paulo

A hipertensão que prejudica ambos, no entanto, tem formas diferentes de ser vista. No morador de rua, ela é invisível, apesar de ser duas vezes mais incidente do que na população geral.

Para cuidar destes “pacientes fantasmas”, Marivaldo, José Hilmar, José Carlos e Manoel aceitaram dedicar oito horas de seus dias, seis vezes por semana. Eles também já dormiram ao relento, passaram frio e sabem que tudo fica em segundo plano quando não se tem casa para morar. A experiência em viver nas ruas os convenceu de que prevenir doença é sim um instrumento de reinserção social.

Mesmo sem diploma universitário (por enquanto, já que eles vão fazer faculdade) viraram “doutores”. Doutores das ruas. Chamam seus “pacientes” pelo nome (e apelido), fazem ficha médica, levam ao posto e ao hospital quem é ignorado a ponto de passar a fazer parte do cenário urbano como algo imóvel, tal qual uma árvore ou o cimento das calçadas.

A reportagem do iG Saúde acompanhou dois dias de trabalho destes agentes de saúde especiais, ligados à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Em um árduo trabalho que exige caminhar – em média – 15 quilômetros por dia, a equipe leva a melhor medicina ao estilo “olho no olho” para quase todas as esquinas do centro paulistano.

Leitos e estrelas

Recuperação do pós-cirurgico entre carros, buzinas e gás carbônico  Foto: Livia Machado, iG São Paulo

Meio-dia, sol escaldante, população apressada. Para os agentes, um paciente. Para os pedestres que queriam chegar mais rápido à estação Tatuapé, na zona leste paulistana, o homem deitado em plena calçada da Avenida Radial Leste era encarado só como um obstáculo ao tráfego.

José Carlos dos Santos, 46 anos, diz compreender esse comportamento. “Eu também não reparava nos moradores de rua até me tornar um”, afirma, ao aproximar-se do paciente.

Antes de sentir a angústia de ser “lombada viva” nas ruas de São Paulo, Zé Carlos trabalhava como gerente de uma rede de supermercados, com bom salário e boa vida. Perdeu o emprego em 1999. Um ano depois não conseguiu mais pagar o aluguel e, mesmo com estudo completo, acabou nas ruas.

Foram quatro anos sem endereço fixo, dormindo em papelões, em um enredo muito parecido ao enfrentado por aquele homem/obstáculo da Radial Leste que agora era “paciente” do ex-gerente de supermercado, ex-morador de rua e atual agente de saúde.

Cuidar daquele homem – que com a voz rouca disse que acabara de receber alta hospitalar após ficar 40 dias internado por conta de uma forte pneumonia – era mais do que o ofício. Era Zé Carlos fazendo as pazes com o seu passado.

Doenças sem endereço

No dia acompanhado pela reportagem, Zé Carlos percorria a cidade junto com outros três “doutores das ruas”, os agentes José Hilmar de Andrade, 41 anos, Marivaldo da Silva Santos, 36, e Manoel Simões Costa, 61 anos. Todos, diariamente, enfrentam, brigam e fazem as pazes com os dias difíceis que já passaram.

Cada um deles já morou na rua por motivos diferentes. O resgate dessa vida foi feito por meio de um papel pregado nas paredes de todos os albergues municipais de São Paulo em 2004, 2005 e 2006.

Na época, a Prefeitura teve a ideia de formar equipes de Saúde da Família que cuidariam exclusivamente da população de rua. Como sabiam que os pacientes seriam resistentes em tratar as doenças que nem imaginavam ter, a estratégia foi escalar quem já viveu na pele a situação, capacitar estes interessados e transformá-los em ponte entre os moradores das calçadas e as unidades de saúde.

Hoje, já existem 24 equipes de Saúde da Família de Rua, que atuam em 11 Unidades Básicas de Saúde (UBS) distribuídas em 10 Distritos da capital paulistana. Os agentes capacitados ficam responsáveis por pedacinhos da cidade. Cadastram todos os moradores em situação de rua que encontram nas andanças pelo perímetro que fica sob suas responsabilidades. São eles que fazem o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) dos mendigos, os convencem a procurar o posto médico e, por vezes, a passar pela primeira consulta de suas vidas. Fazer com que não abandonem o tratamento também é missão destes agentes.

Zé Carlos, Hilmar, Marivaldo e Manoel foram aprovados por esta seleção do governo municipal entre 2005 e 2006. Em pouco tempo na nova carreira, ganharam o prefixo “ex” antes das palavras “morador de rua”, classificação que durante anos definiu a situação de vida de todos eles.

Por meio de suas anotações, fichas e encaminhamentos, estes agentes ajudaram a Secretaria de Saúde a desenhar a incidência das doenças que moram a céu aberto. Revelaram que os moradores de rua, além de esquecidos, são hipertensos, diabéticos, tuberculosos e sofrem com doenças sexualmente transmissíveis e dependência química em níveis muito superiores aos da população em geral.

“De certa forma, conseguimos fazer com que, pelo menos para o SUS paulistano, eles deixem de ser invisíveis”, diz o agente Marivaldo.

Crack, desilusão e poesia

Marivaldo não deixou a cidade natal Feira de Santana, na Bahia, para ser invisível em São Paulo. Pelo contrário. A oportunidade de trabalhar na cidade grande e ganhar R$ 400, aos 18 anos, como ajudante de obras pintou como a chance dele, pela primeira vez, se destacar.

O sonho do emprego virou pesadelo em apenas três meses. Demitido e sem dinheiro, as ruas em torno da Praça da Sé, marco zero paulistano, viraram a única moradia possível. Neste período, o jovem quase virou notícia. Dormia no mesmo local onde em 1996 os moradores de rua foram brutalmente assassinados.

Naquela noite, Marivaldo tinha mudado “de cama”. Acredita que só por isso não foi morto a pauladas e não estampou a primeira página de todos os jornais do dia seguinte. Driblando as drogas e as bebidas, ele fez da poesia seu único vício. Escrevia compulsivamente em cadernos encontrados no lixo. Em 2005 – pouco depois de encontrar a ressurreição no anúncio da prefeitura – os versos viraram livro.

“Todo o salário que ganhei como agente investi em estudo. Primeiro terminei o ensino fundamental, depois o médio e agora entrei na faculdade de Assistência Social”, conta.

Se Marivaldo conseguiu escapar da sedução das drogas que prometem esquentar o frio e enganar a fome de quem vive na rua, Hilmar e Manoel acreditam que só passaram a viver nas esquinas por causa dos entorpecentes.

“A vida havia perdido o sentido”, lembra Hilmar. “Um dia ganhei R$ 2 mil em um bico. Fui para a rua, torrei tudo em crack e nunca mais aprendi o caminho de volta para casa. Sem documento, sem banho, morei na rua por quatro anos”, conta ele, resgatado da dependência em 2006 pelo mesmo convite para deixar de ser só um viciado e virar agente de saúde.

Já Manoel ganhou o “passaporte” para as ruas aos 56 anos, regado a muito álcool e uma desilusão amorosa. Bem antes disso, aos 16, ele pegou gosto pela bebida tomando o restinho dos drinques que sobravam nos copos dos clientes da churrascaria, no Rio Grande do Sul, onde trabalhava como garçom. Veio para São Paulo, casou e teve um filho. “Bebia demais, era um desgosto” conta.

Um dia brigou com a mulher, saiu de casa para ajudar a descarregar um caminhão. Os trocados pela ajuda ele gastou em álcool. Foi assaltado, perdeu a carteira e a coragem de voltar para família. Ficou na rua por dois anos até ver o anúncio para ser agente de saúde em um albergue onde parou para tomar banho e fazer a barba. Criou a estratégia de anotar todas as gírias faladas na rua em uma caderneta. “Se você desaprende a linguagem deles, não consegue a confiança”, explica o doutor mais velho do grupo.

Ceia

Refeição do dia: salgadinho de bacon, macarrão, pão e água  Foto: Livia Machado, iG São Paulo

A ternura que estes doutores da rua carregam em suas visitas diárias contrasta com o passado que tanto os maltratou. Um bate-papo com a população de rua, numerosa e ao mesmo tempo invisível, pode ser o remédio que eles precisam para sair do limbo urbano, procurar ajuda e talvez a reinserção na sociedade, apostam.

Vencer a tuberculose, o diabetes, a hipertensão e a dependência química de seus pacientes já seria desafio suficientemente difícil, mas estes agentes de saúde querem mais.

Ao final da jornada acompanhada pelo iG, Marivaldo, Zé Carlos, Hilmar e Manoel encontraram um grupo de moradores de rua que partilhava salgadinhos, salsichas e miojo. A refeição era calórica e pouco nutritiva para os pacientes que têm índices de hipertensão de 43% e diabetes de 33%.

Mas não era só isso que incomodava os doutores da rua. Eles ainda não conseguem entender por que seus pacientes – que na hora do contato, discutiam literatura e poesia (eles indicaram livros e versos à repórter) – seguem sendo encarados só como lombadas vivas por quem passa com pressa pela rua.

Ao meio-dia, o relógio da rua marca 15 horas  Foto: Livia Machado, iG São Paulo

Remédios de Tempos Antigos nº3 - Bexiga bloqueada



O bloqueio da bexiga, devido à sífilis ou a outras doenças venéreas, era comum na época, já que não havia antibiótico. O cateter urinário (um tubo de metal inserido através da uretra até a bexiga) começou a ser usado em meados de 1300. Quando o tubo não conseguia passar pela uretra, outros aparelhos eram usados – provavelmente apresentando um risco tão grande quanto o da própria doença.

Só 10% das cidades do Brasil têm programa para tratar tabagismo

Pouco mais de 10% dos municípios brasileiros têm programas de tratamento do tabagismo na rede pública de saúde. São 700 cidades de um total de 5.565.


Além de 30 centros ligados aos governos estaduais, desde 2004 o Ministério da Saúde Tem um programa que fornece às secretarias municipais de saúde as medicações (bupropiona e repositores de nicotina,como adesivos) e os manuais utilizados em sessões com abordagens terapêuticas, que discutem a dependência.

O ministério também avalia o custo e a efetividade de fornecer a medicação vareniclina (Champix) no SUS.

Em contrapartida, os municípios devem garantir uma estrutura de atendimento ao fumante e prestar contas de suas ações.

Entre as exigências, estão a contratação de profissionais capacitados, locais para atendimento individual e sessões de grupo e a garantia de fornecimento de equipamentos e de exames necessários durante o tratamento.

A unidade de saúde também deve ser livre de tabaco -ninguém pode fumar no seu interior.

DESINTERESSE

Segundo o pneumologista Ricardo Meirelles, da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca (Instituto Nacional de Câncer), a principal dificuldade na expansão do programa tem sido a falta de interesse dos municípios em investir nos tratamentos.

"Falta conhecimento. Estamos avaliando uma forma de sensibilizar os gestores dos municípios que ainda não fazem parte do tratamento do tabagismo", diz ele.

Além disso, Meirelles afirma que há uma dificuldade grande em fazer com que o paciente freqüente o programa até o fim do tratamento.

O Inca ainda não tem dados consolidados sobre as taxas de sucesso e de recaídas verificadas nos municípios que tratam o tabagismo.


Medicamentos antigos - Colírio Moura Brasil





Olhos. Colírio Moura Brasil.

21 de abril de 1932

Celly Campello e Carlos José cantam jingle do colírio Moura Brasil
http://youtu.be/6Y_ClaAKqRs

http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/2011/05/26/cuide-dos-seus-olhos/

Produtos falsificados prejudicam o bolso e a saúde do consumidor

Reportagem do Fantástico revela esquema de pirataria em camelôs e grandes lojas do Brasil, inclusive com venda de medicamentos falsificados.


A equipe do Fantástico percorreu todo caminho da pirataria: da fábrica até as prateleiras dos mercados populares. São R$ 40 bilhões que o Brasil perde todos os anos por causa da indústria ilegal. Um teste em laboratório comprova que a falsificação também prejudica a sua saúde do consumidor.

Nossos repórteres mostram quais são os caminhos que importadoras usam burlar a fiscalização e trazer para o país produtos ilegais por preços abaixo do mercado. Para mostrar imagens inéditas dos piratas em ação, entramos em uma fábrica de relógios clandestina.

Em uma oficina em Cidade do Leste, no Paraguai, sete homens produzem 30 mil relógios por mês. As marcas? As mais famosas do mundo.

“Aqui nós recebemos pedidos de brasileiros que vem de São Paulo pegar. Nós fazemos a marca que ele quer”, diz um dos homens da fábrica.

Todas as peças são importadas da China e param nos portos brasileiros. Depois, são transportadas de caminhão até o Paraguai. Por acordo assinado entre os dois países, o Brasil não pode inspecionar a carga.

”As peças vem separadas, tanto o mostrador, os ponteiros, as coroas, as caixas e as pulseiras, vem tudo”, explica o dono da fábrica.

O processo é artesanal. Feito por pessoas especializadas no ofício, com precisão. É possível observar como o momento de colar a marca é delicado.

O dono da fábrica, que prefere não ser identificado, recebe um dólar por relógio montado, só pela mão de obra. Ao fim do mês, arrecada o equivalente a R$ 54 mil.

“Por que a montagem é feita no Paraguai e não no Brasil?”, pergunta o repórter.

“Eu acho que é porque aqui é mais barato, a mão-de-obra é mais barata e a fiscalização também é menor”, responde o dono da fábrica.

Depois de embalados, os relógios são passados para os chamados atravessadores, que cruzam a fronteira.

“Tem que passar pela ponte, tem uns que passam pelo rio”, explica um deles.
A polícia e a Receita Federal desenharam a rota dos produtos piratas. De Foz do Iguaçu a mercadoria é levada para São Paulo, de onde é distribuída para todo Brasil.

Em São Paulo, os repórteres encontram relógios semelhantes aos produzidos no Paraguai. Só no ano passado, a Receita Federal apreendeu R$ 46 milhões em relógios contrabandeados.

Outro produto popular no Centro de São Paulo é a escova de dentes. À olho nu, elas são iguais às originais, até na embalagem. Os piratas têm uma técnica para conquistar o mercado: chegam a misturar escovas falsas às verdadeiras.

“O povo das farmácias fazem assim: eles compram um pouco de uma e um pouco da outra, aí mistura e vai embora. O povo não desconfia, é igualzinha”, conta comerciante.

Um revendedor explica como a fraude funciona. O segredo está no detalhe da falsificação: “o importante, hoje em dia, de você verder a Oral B é ter o código de barras. Se tem o código de barras, já era”.

Assim como os relógios, há escovas chinesas que chegam ao Brasil via Paraguai. Na Cidade do Leste, nossa equipe encontra uma fornecedora. Ela confirma que o produto é falso.

“Ela é primeira linha, ela é réplica perfeita, vem igual a do Brasil. Mas original não tem não. São todas chinesas”, afirma a vendedora.

Levamos as escovas para um teste no laboratório da Associação Brasileira de Odontologia e a conclusão é que elas são um risco para a saúde. As cerdas têm um péssimo acabamento.

“São pequenas lâminas, que você vai perceber, que vão entrar em contato e corta a gengiva.”, explica Heitor Panzeri, da Associação Brasileira de Odontologia.

Além da réplica da marca original, a vendedora também apresenta outra opção: “tem uma que é parecida com Oral B, tem o mesmo desenho. Só muda o nome”, diz revendedora.

Existe a cópia industrial, uma forma mais sofisticada de burlar a fiscalização e enganar o consumidor.

“É a sofisticação da falsificação. Não está falsificando a marca, mas falsifica o produto. O desenho industrial do produto está sendo falsificado”, esclarece Edson Luiz Vismona, do Fórum nacional Contra a Pirataria.

Seu Chadi, o barão das escovas de dentes Juliana. Dono da maior distribuidora da Cidade do Leste. Ele diz que seu produto é feito na fábrica da Colgate e da Oral B, na China.

As escovas são cópias descaradas dos modelos das principais marcas do mercado brasileiro. Chadi tenta convencer os repórteres que o produto dele é melhor do que qualquer réplica.

De acordo com a investigação de um escritório de inteligência de mercado, que defende as marcas que criaram os modelos originais, Chadi movimenta US$ 6 milhões por mês, despejando no Brasil dois milhões de escovas.

Em São Paulo, a escova Juliana é um sucesso. Juliana, que nunca foi certificada pela Associação Brasileira de Odontologia, também foi reprovada no teste da associação brasileira de odontologia.

A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias diz que desconhece a comercialização de escovas piratas. Na embalagem da Juliana, a falsificação é tão grosseira que até a língua portuguesa é desrespeitada.

Um perigo ainda maior para a saúde são os remédios falsificados.
“Ninguém compra um remédio sabendo que é falso. Aí pode ter implicações, com certeza terá, na saúde das pessoas”, alerta Heitor Panzeri.


Na Cidade do Leste, os repórteres do Fantástico encontram remédios para disfunção erétil. A vendedora nega que sejam falsificados. Mas a autoridade fiscal assegura que o Paraguai não fabrica esse tipo de medicamento.

“Com certeza, 100% dos produtos para impotência são de origem da China. O Paraguai não tem os elementos e nem a indústria para finalizar esses produtos”, informa Julio Garay, da Associação Brasileira de Combate à falsificação.

O remédio Pramil que a vendedora oferece não é legalizado no Brasil. Mas é encontrado facilmete no Rio, em São Paulo e em outras capitais.

A vendedora ainda facilita a entrega: “Pramil é o que mais se leva. Por atacado é US$ 2,90. O senhor tem MSN?”, pergunta a vendedora novamente.

Acompanhamos uma operação da Polícia Rodoviária Federal em Foz do Iguaçu. Em um dos primeiros ônibus inspecionados, os agentes encontram medicamentos para impotência sexual.

“Já tivemos apreensões da ordem de 140, 150 mil comprimidos desse tipo. Ocorre muito isso, passageiros de ônibus, de automóveis levando pequenas quantidades, mil comprimidos, isso é constante”, diz Marcos Pierre, inspetor da Polícia Rodoviária Federal.

Contrabandear remédios é crime hediondo, o mesmo que tráfico de drogas. A pena é dez a 15 anos de cadeia.

Levamos os medicamentos para o laboratório de farmacologia da Unicamp. Os pesquisadores comprovaram que eles até têm o mesmo princípio ativo dos originais, mas isso não garante que façam efeito.


“O fato de ter a mesma quantidade de princípio ativo no comprimido não implica que ele seja absorvido”, diz Gilberto de Nucci, professor de farmacologia da Unicamp.
Geralmente os remédios falsificados são encontrados fora das caixas.

“É proibida a venda do chamado Blister. Não vai encontrar esse produto em uma venda regular, legal dessa forma. Só vai encontrar em caixas”, alerta Heitor Panzeri.

O presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade dá uma dica: só compre remédios com embalagem lacrada e que possuam na lateral a chamada tinta reativa.

“Todos os medicamentos tem que ter essa tinta reativa, você passando a moeda você vai encontrar a marca do fabricante do medicamento com a palavra qualidade”, diz ele.
Durante a blitz da Polícia Rodoviária Federal, também foram apreendidas peças para celulares. Desmontar o produto é uma técnica usada pelos contrabandistas. É uma maneira de despistar a fiscalização e sonegar impostos.

Para entender como funciona essa fraude, os repórteres do Fantástico se passaram por comerciantes interessados em revender um videogame trazido da China. Eles marcaram um encontro com a representante do Grupo Baska, uma das maiores importadoras brasileiras.

A representante consulta a tabela de importação e concluiu que para importar o jogo eletrônico, a Receita Federal cobraria 20% de taxa de importação e 40% de impostos sobre produtos industrializados - o IPI - sobre o preço do produto. Ela então propõe uma alternativa para reduzir os tributos.

“Tem clientes que desmontam a peça. Então a classificação fiscal fica outra. Enquanto você recebe 40% de IPI desmontado vai ser só 15% ou 10%, o que é uma redução bem grande”, diz a representante.

“Também não é possível. Seguindo esse mesmo acordo internacional que o Brasil é signatário o produto vindo montado ou por montar, completo ou incompleto, inacabado ou não ele tem a mesma classificação fiscal”.

A representante ainda sugere outra forma de importar o jogo com impostos reduzidos: mudar a descrição do produto.

“A gente pode encontrar uma outra classificação fiscal para o video game e nesta calssificação vão estar os impostos menores. Por exemplo: eu tenho um cliente que vai começar a vender em Santa Catarina uma bíblia eletrônica. Então eles importam lá da China um mp5 e a gente faz um estudo de qual poderia ser a classificação fiscal para aquilo. Até porque tem GPS e não sei mais o que junto. O imposto de importação dele ficou zero”, conta a representante.

Ou seja, ficou zero, porque a empresa alegou para a Receita Federal que estava imporatando bíblias. E bíblias são isentas de imposto no Brasil. O repórteres qusetionam o esquema, mas a representante da importadora insiste que é seguro.

“Não, não. Porque é como eu estou te falando: essa pesquisa que a gente faz não é nada ilegal. Meu diretor vai achar uma classificação que caiba o videogame, não é algo do tipo: ‘vou botar o videogame como se fosse televisão’. Não é isso. É porque como existem muitos itens e coisas técnicas, existe um item ali que três classificação fiscais’’, explica a funcionária.

Mas a Receita Federal diz que isso é uma fraude. Cada produto só se enquadra em uma classificação fiscal.

Durante a conversa, a representante admite mais uma iligalidade. Ela diz que pode importar produtos piratas. No caso, o vídeo game chinês a ser encomendado é uma cópia fajuta de um outro muito popular no Brasil.

“Você tributar um produto pirata é o mesmo que tributar qualquer tipo de droga que ingressa no país”, alerta Márcio Gonçalves, especialista e propriedade intelectual.
“Há um claro desvio de conduta, neste comércio, e que nós temos que alertar as autoridades. Porque, além da evazão fiscal, são produtos que podem afetar a saúde e a segurança dos consumidores”, esclarece Heitor.

O presidente do grupo Baska, Luiz Ramos, diz que não orienta os funcionários da empresa a gir dessa forma: “ essa pessoa falou sem qualquer autorização da empresam sem qualquer conhecimento, seuqre, da empresa. Eu diria que ninguém tem conhecimento desse fato”.

No mundo, a pirataria movimenta cerca de US$ 600 bilhões por ano. Quase o dobro do dinheiro que circula com a venda de drogas. No Brasil, o prejuízo à economia nacional é estimado em R$ 40 bilhões por ano. E dois milhões de posto de trabalho deixam de existir.

E se você ainda tem dúvida se vale a pena comprar produtos piratas, veja esse diálogo:
Um vendedor transforma uma furadeira sem marca em uma das líderes de mercado.
“É original, mas não da Bosch. A máquina é original, qualidade boa. Ela é furadeira e parafusadeira”, diz o vendedor. “Eu tenho o selinho aqui, dá pra colocar o selinho nele”, continua ele. “Você pode levar e colocar lá. Vem tudo branco e é só colocar nela aí", conclui ele.

assista o documentário:

Medidas simples fazem mortes por enfarte caírem 28% em 5 hospitais

Treinamento de médicos, organização da rede de atendimento e introdução de um único remédio na emergência compõem estratégia adotada em um projeto-piloto em São Paulo que, estima-se, poderia salvar 30 mil vidas por ano em hospitais públicos do País


Um projeto-piloto implementado em cinco hospitais da cidade de São Paulo conseguiu reduzir em 28% a taxa de mortalidade por enfarte. As medidas tomadas foram simples: treinamento de médicos, organização da rede de atendimento e inclusão de um único medicamento na rotina das emergências. Estima-se que 30 mil vidas seriam salvas todos os anos se a iniciativa fosse expandida para todos os hospitais públicos do País.

"Quando se aplica o melhor tratamento, no menor tempo possível, o índice de mortalidade por enfarte é de 8%", afirma Luiz Antonio Machado César, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Na cidade de São Paulo, porém, a média dos hospitais é de 15% - e chega a 35% em locais com menor infraestrutura.

Segundo Machado César, três fatores explicam o alto número de mortes: lentidão do paciente para buscar atendimento, demora dos médicos para diagnosticar o enfarte e falta de terapia adequada nos hospitais. O Projeto Infarto - parceria entre Socesp, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Secretarias Municipal e Estadual da Saúde - atuou nos dois últimos itens.

Foram escolhidos para a etapa inicial, que começou em abril de 2010, hospitais de periferia com grande volume de atendimento a enfartados e mortalidade superior a 15%. Das 12 unidades que começaram o treinamento, 5 chegaram ao fim: Hospital Geral do Grajaú, Hospital do Tatuapé, Hospital Tide Setúbal (São Miguel Paulista), Hospital Artur Ribeiro de Saboya (Jabaquara) e Hospital Doutor José Soares Hungria (Pirituba).

O primeiro passo foi treinar médicos da emergência para diagnosticar o problema com agilidade e aplicar, quando necessário, um medicamento que ajuda a restabelecer o fluxo de sangue para o coração - chamado trombolítico. Esse tipo de droga já estava disponível na rede pública, mas numa versão mais antiga e menos eficaz. "Era como usar um computador de 15 anos atrás", afirma Antônio Carlos Carvalho, chefe da disciplina de cardiologia da Unifesp.

Sem acesso. Para evitar que o fluxo de sangue volte a ser interrompido, o ideal é que o paciente passe por uma cirurgia para desobstruir a artéria comprometida. Poucos hospitais, porém, têm condições de realizar esse tipo de procedimento.

Durante o projeto, foi firmado um convênio para que as unidades encaminhassem seus pacientes para o Hospital São Paulo, da Unifesp, onde era feito o atendimento de alta complexidade. Segundo Carvalho, seria preciso fazer convênios semelhantes com outros quatro hospitais para atender a demanda da capital.

Se não houver esse tipo de acordo, dificilmente os pacientes da periferia terão acesso a tratamento cardiológico de ponta, diz Iran Goçalves, da Unifesp. "Somente quando o caso se agrava pedem a transferência, mas aí é preciso enfrentar a burocracia e encontrar uma vaga."

Quando há o remédio certo disponível, profissionais treinados e um local pré-determinado para transferir o paciente, diz Carvalho, é possível recuperar até mesmo casos graves, como o do empreiteiro Ulisses Bernardo, de 44 anos, que sofreu um enfarte e quatro paradas cardíacas. "No Hospital do Tatuapé me entubaram, fizeram tudo o que podiam e me encaminharam para o São Paulo, que deixou a equipe de prontidão. A médica disse que para o motorista da ambulância que minha vida estava nas mãos dele", conta.

Embora tenha perdido 30% da capacidade de seu coração, Bernardo leva hoje vida normal e continua trabalhando. "Evito apenas fazer muito esforço."

Organização. Os primeiros resultados do projeto mostram que a simples articulação da rede fez diferença. Em 2009, foram atendidos 314 enfartados e registradas 79 mortes - porcentual de 25,6%. No ano passado, foram 932 casos e 165 mortes, ou seja, uma mortalidade de 18,6%.

Não apenas houve uma redução na mortalidade de quase 30% como a média de internação após a cirurgia caiu de 10 para 3,6 dias. "A economia de leitos na UTI nos permite atender mais dois pacientes", diz Antonio Célio Moreno, presidente do Comitê de Cardiologia da Secretaria Municipal da Saúde. "Além da pessoa voltar mais rapidamente ao trabalho, tem menos complicações e menor custo para o sistema." Naide de Oliveira, assistente técnica da Secretaria Estadual da Saúde, diz que já foram chamados outros nove hospitais da capital para começar o treinamento. "Devemos também fazer um piloto no interior do Estado ainda este ano", diz.

PARA ENTENDER

Angina pode passar por dor muscular

O empreiteiro Ulisses Bernardo conta que nas semanas anteriores ao enfarte, vinha sentido dores no peito, nas costas e braços. "Achava que era problema de coluna", conta. A dor que Bernardo sentiu, na verdade, chama-se angina. É causada pelo baixo abastecimento de oxigênio ao coração e é um sinal de que alguma artéria que irriga o órgão está obstruída. O desconforto pode afetar toda a região do tórax, os dois braços e até o maxilar. Surge, geralmente, após esforço físico ou emoção forte e some alguns minutos depois. No caso do enfarte, o desconforto é contínuo e tende a aumentar. Pode ser acompanhado de suor frio, enjoo e tontura.

OS SINTOMAS DE UM ENFARTE

Saiba como perceber a ocorrência de um ataque cardíaco. É importante lembrar que não há como ajudar a pessoa no local. A pessoa deve ser levada o mais rápido possível para o hospital mais próximo para o diagnostico e tratamento.


- Dor no peito em pontada, desencadeada por esforço físico ou emocional e que seja persistente ou tenha piorado nos últimos 15 minutos

- Aperto, pressão ou queimação no peito

- Dores nos braços, maxilar, pescoço, costas e estômago

- Sudorese fria

- Falta de ar

- Náusea, vômito e mal estar

- Sensação de cabeça leve

PARA TER UM CORAÇÃO SAUDÁVEL

Uma lista de indicadores para uma boa saúde cardíaca:

- Colesterol abaixo de 200mg/dL

- Pressão sanguínea menor que 120/80 mm Hg

- Glicose menor que 100 mg/gL

- Índice de massa corpórea abaixo de 25, ou seja, fora das faixas de sobrepeso e obesidade

- Circunferência abdominal menor ou igual a: 90 cm para homens e 80 cm para mulheres

- Não fumar

- Evite situações de estresse

- Praticar, semanalmente, no mínimo 150 minutos de exercícios moderados (caminhada, por exemplo) ou 75 minutos de exercícios de alta intensidade (como a corrida)

- Cuidar da alimentação, priorizando o consumo de fibras e controlando a ingestão de gorduras saturadas e sódio.


Vitamina C – Ácido ascórbico

Fonte de Vitamina C – Ácido ascórbico - Os frutos e os legumes frescos (pimentas, couves, espinafres, laranjas, limões).


Ação – permite a síntese do colagénio, intervém no metabolismo de algumas hormonas, facilita a absorção do ferro.

Sintomas de carência – Fafiga, cefaleias, dores musculares e dos ossos, maior sensibilidade às infecções, taquicardia, enfraquecimento dos tecidos que contêm colagénio (dentes, ossos).

Necessidade acrescida em caso de – Atividade desportiva, stress devido ao trabalho, consumo de tabaco e álcool, absorção de medicamentos (aspirina), de contraceptivos orais.

Riscos de toxicidade – Não provoca efeitos tóxicos.

Destruída por – A luz, oxigênio, alguns métodos de preparação e confecção dos alimentos.

O papel da Vitamina C – Ácido ascórbico no organismo

Os mecanismos bioquímicos precisos da ação da Vitamina C – ou ácido ascórbico – ainda não são totalmente conhecidos. A Vitamina C absorvida no intestino delgado é transportada pelo sangue a todo o organismo, mas é distribuída de forma desigual. As mais fortes concentrações de Vitamina C encontram-se em certas glândulas e no fígado, as concentrações mais baixas nos músculos e nos tecidos adiposos.

É eliminada pela urina, o suor e as excreções. Exceptuando-se os casos de diarréias, a eliminação pelas fezes é muito pouco importante, assim como a eliminação pelo suor, salvo em caso de esforços musculares prolongados.

A Vitamina C intervém num grande número de funções metabólicas. Intervém antes de mais no processo de respiração celular. Assume igualmente uma função essencial em numerosas reações implicadas:

Na formação do colagénio – componente fundamental do tecido ósseo e dos dentes;
No metabolismo de algumas hormonas esteróides e de alguns lípidos, como na transformação do colesterol em ácido biliar;
Na síntese da carnitina nas células musculares, cardíacas, hepáticas, etc, cuja função é facilitar o transporte dos ácidos gordos até às células onde serão degradados para reaprovisionamento da energia das células;
Na síntese de alguns neuro-transmissores fundamentais para o funcionamento do sistema nervoso;
No processo de desintoxicação de alguns fármacos, pesticidas e substâncias cancerígenas.

A vitamina C favorece, também, a absorção do ferro a nível intestinal e a sua distribuição em todo o organismo. É então lógico que uma carência em vitamina C pode ser a origem de uma anemia hipocrómica: esta anemia é devida a um baixo teor de ferro no organismo.

A vitamina C envolvida nas funções imunológicas e antibacterianas favorece uma maior atividade dos glóbulos brancos, um aumento das taxas de imunoglobulinas e dos anticorpos, desenvolvendo a resistência do organismo às infecções. Acresce a capacidade de trabalho e de rendimento protegendo o organismo dos efeitos do stress. Uma outra função biológica importante da vitamina C – que é muito estudada nos nossos dias – é a sua capacidade de destruir as radiações livres.


Sinais de carência de vitamina C
Uma ligeira deficiência em vitamina C provoca:

Fadiga e cefaleias;
Falta de apetite (anorexia);
Dores musculares e ósseas;
Uma maior sensibilidade às infecções e ao stress.
Uma carência mais grave leva a:

Taquicardia;
Doença de Moller-Barlow (caracterizada por dores ósseas e uma perda de peso) ou escorbuto infantil;
Escorbuto.
O escorbuto é certamente a manifestação mais grave de uma carência em vitamina C, mas é felizmente muito raro nos dias de hoje. Caracteriza-se principalmente por uma anemia e por um enfraquecimento das estruturas que contêm colagénio (podemos dizer do colagénio que ele é o cimento de todos os tecidos), isto é, dos ossos, dos dentes, das cartilagens e dos vasos sanguíneos. Daqui decorre uma fragilidade dos capilares e uma tendência para hemorragias que começam pelas gengivas, depois os lábios, a pele, as articulações (como os joelhos e os tornozelos) e, por fim, as vísceras.

O escorbuto não é uma doença atual. Em contra-partida, os fenômenos de hipovitaminose são muito importantes e espalham-se cada vez mais, sobretudo pelas seguintes razões:

Insuficiências alimentares: consumo muito reduzido de legumes e de frutos. Alimentação desequilibrada;
Perturbações da absorção, como é o caso nas infecções gastrintestinais.
É muitas vezes difícil diagnosticar a carência visto que os sintomas são relativamente pouco específicos: fadiga, dores musculares e ósseas, menor resistência às infecções.

Fontes alimentares
A vitamina C está principalmente presente nos legumes, nos frutos, no fígado e nos rins mas muito pouco concentrada na carne.

É muito sensível à luz, ao oxigênio e ao calor. Se for exposta ao mesmo tempo ao calor e ao oxigênio, oxida-se a uma velocidade proporcional à elevação da temperatura. Eis por que grandes quantidades de vitamina C são destruídas pela cozedura: por um lado, é muito oxidável; por outro, grandes quantidades de vitamina dissolvem-se na água. É então necessário reduzir consideravelmente os valores transcritos no quadro a seguir, quando se cozem os gêneros alimentares.

Quantidades recomendadas
Recomenda-se a absorção de 60 mg de vitamina C por dia, seja para os homens como para as mulheres. Aumentou-se recentemente esta dose (mais 45 mg) tendo em conta o número importante de hipovitaminoses e o efeito positivo que esta vitamina tem sobre a absorção do ferro pelo intestino.

Cerca de metade das necessidades diárias é coberta por:

1 laranja
1 toranja
O sumo de 2 limões
100 gramas de alface
100 gramas de couve-flor
50 gramas de pimenta
50 gramas de couve-de-bruxelas

As necesidades em vitamina C podem ser maiores em caso de:

Stress físico (trabalho ou atividade desportiva) ou emocional;
Consumo de tabaco;
Consumo elevado de álcool.
A absorção de alguns medicamentos pode também interferir com a atividade normal da vitamina C. Trata-se nomeadamente de:

Ácido acetilsalicílico que parece ser um antagonista da vitamina C. É por isso que é bom associar o consumo de aspirina (derivada do ácido salicílico) com o de vitamina C.
Contraceptivos orais.

Indicações terapêuticas
A vitamina C é prescrita em diferentes circunstâncias:

Para prevenir algumas formas de anemias nos recém-nascidos prematuros alimentados com leite artificial;
Em algumas formas de hemorragias devidas a uma fragilidade dos capilares;
Como auxiliar nos tratamentos de ferimentos e de traumatismos pois ela tem uma ação positiva na síntese do colagénio durante a formação do novo tecido;
Para prevenir e tratar infecções. Utiliza-se, por exemplo, para resfriamentos e gripe;
Em algumas manifestações alérgicas.
Estuda-se atualmente o possível papel da vitamina C na prevenção e na terapia dos tumores, o papel imputado em parte às suas propriedades anti-oxidantes e à sua reactividade com as radiações livres. A sua ação preventiva já foi demonstrada na síntese da nitrosamina e de outros compostos nitrosos cancerígenos contidos nos alimentos, no tabaco ou na atmosfera, apesar de se ter verificado que a vitamina C não tem qualquer efeito sobre a ação destas substâncias quando elas foram sintetizadas. Numerosos outros estudos confirmam a ação benéfica do ácido ascórbico na terapia de algumas formas de tumores, mesmo que não tenham sido obtidos resultados muito seguros.

A administração de doses elevadas não tem efeitos tóxicos, em parte graças à capacidade limitada de absorção intestinal e à eficácia de eliminação pela urina que tornam praticamente impossível uma sobrecarga vitamínica. É preciso dizer que a vitamina C, após ter sido utilizada pelo organismo, é eliminada pela urina sob forma de ácido oxálico que está implicado na formação de cálculos ureterorrenais. Mas parece desde já certo que, mesmo após a ingestão de altas doses de vitamina, a sua contribuição para a produção de ácido oxálico é limitada e certamente inferior ao nível crítico para a formação de cálculos.

Utilização industrial
As propriedades antioxidantes da vitamina C são exploradas igualmente na indústria alimentar. Utiliza-se como conservante e antioxidante nos sumos de fruta, nos bombons e nos biscoitos, na carne enlatada, nos produtos de charcutaria e em grande número de outros produtos.

5 Hábitos saudáveis para melhorar o funcionamento do intestino

A constipação intestinal ou prisão de ventre está entre as queixas mais comuns nas conversas informais e nos consultórios médicos. É considerado normal na pessoa adulta que evacua de duas a três vezes por dia ou até mesmo de dois em dois dias, pois o hábito intestinal é bastante variável entre os indivíduos, dependendo de muitos fatores, desde clínicos até emocionais.


A causa mais comum da constipação intestinal crônica é a baixa ingestão de fibras, que são encontradas principalmente em frutas, verduras e grãos. As fibras são essenciais para que o intestino funcione com regularidade, já que elas aumentam o volume das fezes e retêm líquidos nas mesmas, fazendo com que as fezes se tornem mais pastosas e fáceis de eliminar. Assim, a dieta e ingestão de líquidos têm papel fundamental para o bom funcionamento do intestino.

O sedentarismo por outro lado, tem papel negativo na hora de garantir o bom funcionamento do intestino. Foi observado em pessoas que estavam impossibilitadas de se movimentar, ou tinham hábitos sedentários, tinham um aumento expressivo de casos de constipação.

Alguns medicamentos também podem ter como efeito colateral a constipação, a exemplo de alguns antiácidos e antidepressivos. Para a surpresa de muitos, o próprio laxante, que com o seu uso contínuo (e sem supervisão qualificada) acaba “viciando” o intestino, e prejudicando sua movimentação levando á necessidade de aumentar a dose até o ponto em que ela não fará mais efeito. O uso indiscriminado de laxantes, trás ainda diversos outros males para a saúde.

Para prevenir a constipação intestinal você pode adotar medidas simples e fáceis de adaptar ao seu dia a dia, como:

Aumente o consumo de frutas


Principalmente as que se podem ser consumidas com casca e o bagaço, tem um efeito bastante benéfico ao nosso intestino. Verduras, cereais integrais e derivados (farelo de trigo, aveia e pães integrais), sementes oleaginosas (linhaça,castanhas,gergelim,amêndoas) e as hortaliças em geral (todos os tipos de folhas verdes) também ajudam a regular o intestino.


Ingira bastante líquidos

Água e sucos naturais batidos com a semente lubrificam o intestino e ajudam na formação das fezes. Um bom exemplo é o suco de melancia, sem água e sem açúcar batido com sementes.

Cuidado com certos alimentos

Evite bebidas alcoólicas, chocolate, café, chá preto e outros alimentos considerados constipantes ou que aumentem a produção excessivas de gases (principalmente os ricos em enxofre).

Em alguns casos, o leite também pode ter ação constipante, mas a avaliação deve ser feita por um profissional capacitado, que efetuará uma investigação criteriosa caso a caso .

Consuma iogurte

O iogurte é extremamente benéfico para o intestino e deve ser ingerido diariamente (exceto em pacientes com intolerância severa a lactose ou alergia a proteína do leite)


Não use laxantes por conta própria

Se você não consegue evacuar sem o uso desses medicamentos, consulte um médico. O uso prolongado pode trazer problemas de saúde e piorar a constipação.

Azeite contra a osteoporose

Conhecido pelo combate a doenças e recomendado para quem quer uma alimentação saudável, o azeite, de acordo com a ciência, pode ajudar também no combate a osteoporose. Isso é o que conclui um estudo da Universidade de Córdoba, na Espanha, que diz que o produto contém oleuropeína, um polifenol que aumenta a quantidade de osteoblastos, células que fabricam ossos do corpo humano.


Reconstrução do tecido ósseo

Segundo o geriatra Rodrigo Buksman, do Instituto Nacional de Traumatologia, em Brasília, “os osteoblastos ajudam a realizar a reconstrução do tecido ósseo. Sem essas células os buracos ficam maiores, os ossos se enfraquecem e cresce o risco de fraturas”.

Com alguns problemas ao passar dos anos, como o envelhecimento e a menopausa, consequentemente ocorre a queda na concentração de osteoblastos no organismo.

E aí está a importância do azeite de oliva extravirgem para a saúde na alimentação do dia a dia, a melhor fonte de oleuropeína. Ou seja, este processo da queda de osteoblastos demora mais tempo para ocorrer quando se utiliza o azeite ou até mesmo a azeitona que possui este polifenol.

Além dos ossos, o coração também é beneficiado, já que as veias e artérias ficam livres de obstruções.

Propagandas antigas - Colírio Amarello de Chaves



Colírio Amarello de Chaves.

3 de janeiro de 1932.

http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/category/remedios/page/2/

Saúde da Mulher - Corrimento

Saúde da Mulher - Corrimento

http://www.saudeemvideo.com.br/corrimento.html

Produtos de limpeza podem causar obesidade, afirma endocrinologista

Nelson Rassi citou compostos que alteram função e produção hormonal.
Médico participou de congresso sobre obesidade na capital paulista
.

Alguns compostos comuns no dia a dia, presentes em coisas que vão desde produtos de limpeza, plásticos e agrotóxicos até metais e plantas, são capazes de alterar o metabolismo humano e causar obesidade, de acordo com o endocrinologista Nelson Rassi, do Hospital Geral de Goiânia.


Essas substâncias, chamadas de "disruptores endócrinos", alteram tanto a função quanto a produção hormonal e aumentam a gordura abdominal, afirmou o médico em um simpósio realizado nesta quinta-feira (26) durante o 14º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, em São Paulo.

Esse compostos são encontrados em diversos produtos industriais ou farmacêuticos. E, quanto mais jovem for a pessoa – ainda criança ou na vida intrauterina –, mais suscetível ela está.

“As leis devem ser mais rígidas em relação aos produtos cujos efeitos desconhecemos, principalmente os destinados ao público infantil”, disse Rassi.

A exposição ao "bisfenol A", um dos componentes que revestem o plástico, sobretudo de mamadeiras e alimentos industrializados para bebês, demonstrou um aumento de obesidade em ratos. No organismo, a substância simula a ação do estrogênio e pode desregular o sistema endócrino. E exames revelam que 95% das crianças e dos adolescentes nos Estados Unidos têm essa substância na urina.

Por ano, os EUA produzem 800 mil toneladas de bisfenol A, que já foi proibido em países como Canadá, Costa Rica, Dinamarca e deve ser banido ainda este ano da União Europeia. No Brasil, a substância é encontrada em garrafas plásticas e mamadeiras.

Trabalhos mostram que esse composto eleva a resistência do corpo à insulina – uma das causas da diabetes –, o índice de massa corporal (IMC) e casos de câncer e infertilidade.

“A tendência é proibi-lo, mas precisamos de meios alternativos. Teríamos que voltar, por exemplo, às mamadeiras de vidro, mas as mães temem acidentes”, afirmou o médico.

Rassi citou outro produto como possível causa de obesidade: um composto químico denominado "ftalato", utilizado em brinquedos e banido da Europa em 1999 e dos EUA em 2008. O produto continua sendo aplicado em perfumes, laquês, embalagens e revestimento de paredes.

O médico mencionou, ainda, a "genisteína", um derivado da soja, e o fungicida "tributilina", usado na preservação de madeiras, que têm sido apontados como responsáveis pelo ganho de peso em animais. “A soja em si não tem esse poder deletério, mas sim esse concentrado”, explicou.

Por fim, Rassi citou a ação de um estrogênio sintético chamado "dietilbestrol", que foi amplamente usado para impedir abortos espontâneos e proibido na década de 1970. Além de aumento de peso, ele pode causar câncer, problemas reprodutivos e de desenvolvimento uterino. E todos esses produtos listados podem ficar no organismo durante anos após a exposição.

Falta de cálcio e vitamina D
Outra causa não clássica de obesidade pode estar na deficiência de cálcio e vitamina D. Cerca de 1 milhão de pessoas no mundo têm falta dessa vitamina, e entre os adultos o problema chega a atingir de 30% a 50% da população.

Segundo o endocrinologista Luiz Henrique Griz, de Recife, estudos sugerem que níveis abaixo de 15 ng/ml podem ter ligação com o aumento da resistência à insulina. Mas esse ponto de corte – quando a deficiência começa a fazer mal – ainda não está claro para a ciência.

Griz afirmou, ainda, que pesquisas revelam que o baixo consumo de cálcio também pode desencadear quadros de obesidade.

Flora intestinal
Além disso, a doença pode estar ligada à flora intestinal, como sugeriu no congresso o endocrinologista Mário José Saad, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Essa flora é determinada por vários fatores: se a criança nasceu de parto normal ou não, qual foi seu peso ao nascer e sua alimentação no primeiro ano de vida, além de questões genéticas e ambientais.

Algumas bactérias que predominam no intestino ajudam a quebrar as moléculas de comida. Entre os obesos, a proporção desses micro-organismos é menor. E, de acordo com o médico, um indivíduo que passa por uma cirurgia de redução de estômago tem sua flora alterada depois disso.

Cirurgia bariátrica é alternativa para tratar diabetes tipo 2, dizem médicos

Além do peso, método ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue.
Assunto foi abordado em congresso sobre obesidade na capital paulista.


A cirurgia de redução de estômago tem sido um dos procedimentos usados pelos médicos para conter, além da obesidade, a diabetes tipo 2. Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, já há casos de diabéticos com índice de massa corporal (IMC) baixo – na casa dos 20 – que operaram e melhoraram os níveis de glicose no sangue. A resistência à insulina e a secreção desse hormônio pelo organismo também diminuem depois disso.

“Sou a favor da cirurgia bariátrica para o controle da diabetes tipo 2, porque geralmente o paciente também tem obesidade ou muita gordura abdominal. A maioria das pessoas, depois disso, consegue normalizar os níveis de glicose, e, caso a doença volte, vem menos agressiva”, explicou o médico.

Essa opinião é compartilhada pela pesquisadora brasileira radicada na Itália Elza Muscelli, do Departamento de Clínica Médica da Universidade de Pisa, que defende que a restrição calórica e o consequente emagrecimento provocados pela cirurgia bariátrica ou pelo uso de um balão intragástrico podem “curar” a diabetes. Mesmo que isso seja temporário.

“Ainda que o resultado não seja permanente, e a pessoa volte a ser diabética em cinco anos, são cinco anos que ela ficará livre da doença. E esse não é só um problema clínico, mas também cirúrgico”, disse Elza na última sexta-feira (27) durante simpósio do 14º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, em São Paulo.

A médica destacou que os efeitos dependem do tipo de cirurgia, e citou estudos italianos que revelam que, após uma derivação biliopancreática (também chamada de método de Scopinaro, que reduz o volume do estômago e liga o pedaço restante ao final do intestino delgado), por exemplo, a sensibilidade à insulina melhora logo nos primeiros dias. E o controle chega a ser o dobro do atingido pelo balão intragástrico. “Mas a normalização nunca é de 100%”, afirmou.

Além de conter a diabetes, a cirurgia bariátrica tem benefícios sobre a mortalidade geral, o risco de doenças cardíacas e câncer. Por outro lado, trabalhos apontam que a operação pode elevar os índices de acidentes e suicídios em mais de 50%.

Outras formas de controle
Vários estudos populacionais feitos na Finlândia, nos EUA, na China, no Japão e na Índia revelam que a mudança no estilo de vida, principalmente em relação à alimentação e à prática de atividades físicas, pode reduzir o risco de diabetes em quase 60%.

E a incidência da doença diminuiu em todos os grupos étnicos analisados: caucasianos, hispânicos, afro-americanos e orientais. Além disso, houve melhora nos níveis de glicose, triglicérides, colesterol, pressão arterial e circunferência da cintura.

“Junto com a obesidade, a diabetes deve reduzir a longevidade da população nos próximos anos. Temos que deixar a estratégia de tratar os doentes para focar na prevenção. Mas, infelizmente, passado o período de intervenção dessas pesquisas, os resultados tendem a desaparecer lenta e progressivamente”, destacou o endocrinologista Ney Cavalcanti, durante o congresso.

Na opinião de outro convidado, o endocrinologista Antonio Carlos Lerário, do Hospital das Clínicas, o ideal é mesmo intervir precocemente, antes de a diabetes aparecer. “Essa é uma doença progressiva que começa a manifestar alterações (como no pâncreas) muito antes de ser detectada. E a melhor forma de evitá-la é controlar o peso”, disse. O médico explicou também que a maioria dos remédios contra a doença perdem o efeito, em média, após três anos. Por essa razão, as entidades científicas ainda não têm um posicionamento oficial sobre a questão.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes, 285 milhões de pessoas no mundo têm a doença (uma prevalência de 6,4% entre adultos de 20 a 79 anos), e deve atingir 438 milhões dentro de duas décadas. A cada ano, 7 milhões desenvolvem o problema, que na maioria das vezes pode ser evitado. E 70% desse aumento tem ocorrido em países em desenvolvimento, entre indivíduos com menos de 65 anos.

Prefeitura e Câmara de Prados (MG) abrem 60 vagas

As vagas na prefeitura são para agente comunitário de saúde, auxiliar de serviços, auxiliar de serviços de triagem e compostagem de lixo, faxineiro, motorista, pedreiro, operador de motoniveladora, auxiliar administrativo, guarda de vigilância epidemiológica, agente administrativo, auxiliar de saúde bucal, assessor de gestão do sus, educador social, fiscal tributário municipal, assistente social, contador, controlador interno, coordenador do programa de saúde da família, fisioterapeuta, gestor do programa de saúde da família - PSF, nutricionista, pedagogo, técnico em assistência social, técnico de nível superior e orientador social.

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Prefeitura de Vila Nova dos Martírios (MA) abre concurso para 86 vagas

Os cargos de nível fundamental são de auxiliar de consultório dentário, auxiliar de serviços gerais, merendeira, motorista, operador de máquinas pesadas, vigia e zelador. Os cargos de nível médio são de auxiliar administrativo, auxiliar de educação infantil, agente comunitário de saúde, agente de combate a endemias, educador social, técnico de enfermagem, técnico de laboratório e educação infantil e ensino fundamental do 1°ao 5° ano.

Os cargos de nível superior são de assistente social, coordenador pedagógico, enfermeiro, fisioterapeuta, médico - clínico geral, médico plantonista ginecologista, médico plantonista pediatra, odontólogo, psicólogo, supervisor escolar e professor de ensino fundamental do 6º ao 9º ano (inglês, português e matemática).

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Prefeitura de Tasso Fragoso (MA) abre concurso para 113 vagas

Cargos são de todos os níveis de escolaridade.Salários variam de R$ 545 a R$ 4 mil.

Os cargos de nível superior são de assistente social, enfermeiro, engenheiro agrônomo, engenheiro civil, farmacêutico-bioquímico, fisioterapeuta, médico – clínico geral, médico veterinário, nutricionista, psicólogo e professor com licenciatura plena de ensino fundamental (ciências, educação física, geografia, história, língua inglesa, matemática e língua portuguesa).

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São Gonçalo do Amarante (RN) reabre inscrições para 361 vagas

Cargos são para todos os níveis de escolaridade.Os salários vão de R$ 545,00 a R$ 925,60.

Os cargos de nível superior são de administrador, analista de controle interno (contador), analista de sistemas, arquiteto e urbanista, arte educador, assessor jurídico, assistente social, bibliotecária, biólogo, cirurgião buco-maxilo facial, cirurgião dentista, dentista, diagnóstico oral, educador físico, endodontista, enfermeiro, engenheiro ambiental, engenheiro civil, engenheiro florestal, engenheiro sanitarista, estatístico, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, geógrafo, geólogo, médico de diversas áreas, nutricionista, pedagogo, periodontista, professor de diversas matérias, protesista, psicólogo, psiquiatra, radiologista, supervisor escolar e terapeuta ocupacional.

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Diversos concursos para a área de saúde

consultar o site:

http://www.consesp.com.br/

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOURADO - SP - CONCURSO PÚBLICO - 001/2011

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http://www.consesp.com.br/

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP - CONCURSO PÚBLICO - 02/2011

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http://www.consesp.com.br/

PREFEITURA MUNICIPAL DE TAMARANA - PR - CONCURSO PÚBLICO - 001/2011

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http://www.consesp.com.br/

Descoberta da Aids completa 30 anos

A Aids, uma doença ainda sem cura, foi descoberta há trinta anos e já provocou 30 milhões de mortes, transformou o mundo, gerou um investimento financeiro exemplar, uma mobilização de larga escala e avanços médicos espetaculares.


Há 30 anos, no dia 5 de junho de 1981, o Centro de Controle de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, descubriu em cinco jovens homossexuais uma estranha pneumonia que até então só afetava pessoas com o sistema imunológico muito debilitado.

Um mês depois, foi diagnosticado um câncer de pele em 26 homossexuais americanos e se começou a falar de "câncer gay".

No ano seguinte, a doença foi batizada com o nome de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Sida, em inglês Aids.

Em 1983 uma equipe francesa isolou o vírus transmitido pelo sangue, secreções vaginais, leite materno ou sêmen, que ataca o sistema imunológico e expõe o paciente a "infecções oportunistas" como a tuberculose ou a pneumonia.

Nestes 30 anos de Aids e seus milhões de vítimas, também foi uma época de grandes êxitos contra o vírus. Em 1996, com o desenvolvimento dos anti-retrovirais, a doença mortal passou a ser uma enfermidade crônica.

O Fundo Mundial, criado em 2002, já distribuiu 22 bilhões de dólares em subsídios e um "programa de urgência" foi organizado nos Estados Unidos.

"A Aids mudou o mundo; uma novo relação social foi criada entre os países do norte e do sul de maneira que nenhuma outra doença já tinha provocado", destacou Michel Sidibé, diretor da ONUAIDS.

A sua maneira, os doentes participam também na luta e se transformam em "pacientes experts", que relatam aos especialistas sua experiência, definem as necessidades e anotam os efeitos indesejáveis dos tratamentos, segundo Bruno Spira, presidente da associação Aides.

A Aids tem matado menos, no entanto ela não desaparece. Pelo contrário, o número de pessoas infectadas tem aumentado nos últimos anos, exigindo mais pesquisas, mais tratamentos e mais dinheiro.

Por enquanto, apenas uma em cada três pessoas que necessitam de tratamento tem acesso às drogas. Ainda pior é que para cada duas pessoas que iniciam o tratamento, cinco outras pessoas são contaminadas.

Os esforços agora são direcionados para a prevenção com novos métodos: a circuncisão, que segundo pesquisas ainda não conclusivas podem diminuir as chances de contágio; um gel microbicida para as mulheres e o tratamento dos doentes que diminui em mais de 90% as chances de transmissão do vírus.

No entanto, mesmo com trinta anos de pesquisas, e muitos investimentos, ainda não há cura e a Aids está longe de ser vencida.

Sem contar o fato que, segundo o Fundo Mundial, os financiamentos previstos para os próximos anos são claramente inferiores às necessidades.

Além disso, dois terços dos soropositivos no mundo desconhecem a própria doença e disseminam o vírus. Na França, por exemplo, uma pesquisa revelou que 18% dos clientes de bares e saunas gays estão contaminados e 20% destes desconhecem.

Socialmente, a Aids ainda é uma doença pouco comum, e muitos preferem ignorá-la. "Ainda assim, como há 30 anos, é difícil reconhecer uma 'doença vergonhosa', que não quer ser discutida mostrada falada e examinada", diz Bruno Spire, também portador do HIV.

"A Aids foi a maior epidemia do século XX e é a maior do século XXI", afirma por sua vez o professor Jean-François Delfraissy, da Agência de Pesquisa sobre a AIDS.