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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Trabalhar em regime de plantão aumenta o risco de doenças cardíacas

A rotina aumenta a pressão arterial e o hormônio do estresse, fatores de risco para problemas como o infarto

Profissionais da área de saúde e segurança são alguns dos que cumprem turnos de 24 horas de trabalho, uma jornada dura e que pode prejudicar a saúde, principalmente a do coração. É o que mostram pesquisadores da Alemanha em um estudo divulgado na reunião anual da Sociedade Americana de Radiologia. Ao analisar um grupo de pessoas antes e depois de elas realizarem expedientes do tipo, os investigadores concluíram que ficar acordado por tanto tempo causa alterações em hormônios e aumento da pressão arterial, condições de risco para complicações cardíacas.

“Com base em estudos anteriores, sabemos que a privação do sono está associada à elevação da ativação simpática, o que significa um aumento da secreção do hormônio do estresse, o cortisol, e da pressão arterial. Decidimos realizar um estudo baseado em ressonância magnética cardíaca a fim de investigar os efeitos da privação do sono no contexto do turno 24 horas, algo que ainda não havia sido feito”, detalha Daniel Kuetting, um dos autores e pesquisador do Departamento de Radiologia Diagnóstica e Intervencionista da Universidade de Bonn, na Alemanha.

Para o experimento, os cientistas recrutaram 20 radiologistas saudáveis, 19 homens e uma mulher, com 30 anos de idade em média. Cada um dos participantes foi submetido a ressonância magnética cardiovascular antes e depois de cumprir um turno de trabalho de 24 horas, com em média de três horas de sono. Os pesquisadores também coletaram amostras de sangue e urina e mediram a pressão arterial e a frequência cardíaca dos participantes.

Os resultados acusaram alterações consideráveis no sistema cardíaco. “Pela primeira vez, temos demonstrado que a privação de sono de curto prazo no contexto de turnos de 24 horas pode levar a um aumento significativo nas funções do corão, como a pressão arterial e frequência cardíaca”, destaca Kuetting. Os participantes também apresentaram aumentos consideráveis nos níveis de hormônio estimulante da tireoide (TSH), hormônios tireoidianos FT3 e FT4 e do cortisol, que contribuem para o aumento da pressão arterial.

Para os investigadores, esses dados ajudam a entender melhor os danos que a privação de sono provoca no organismo humano e ressaltam que os resultados são transferíveis para outras profissões em que há a prática de períodos longos de trabalho ininterrupto. “Sabemos que a privação crônica do sono pode levar à hipertensão e aumentar a morbidade cardíaca global. Os resultados do presente estudo podem ajudar a entender melhor como a carga de trabalho e a duração do sono afetam a saúde pública”, frisa Kuetting.

Durante o experimento, os participantes não puderam consumir cafeína ou alimentos e bebidas contendo teobromina, como chocolate, nozes ou chá, o que poderia interferir nos resultados. “Nós não levamos em conta fatores como nível de estresse individual ou estímulos ambientais”, complementa Kuetting. Segundo ele, esses tópicos deverão ser avaliados na próxima etapa da pesquisa.

Mais estudos
Ernesto Joscelin, cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, em Brasília, avalia que o trabalho alemão precisa ser aprofundado, mas já traz informações de grande valor. “Poucos participantes foram analisados. Por isso, fica difícil inferir as mesmas informações para uma população inteira, mas, mesmo com a necessidade de uma amostra maior, esses dados mostram alterações que eram suspeitas na área médica: de que a privação de sono pode causar esse tipo de dano. Faltava uma análise como essa para a comprovação”, explica.

Tanto Joscelin quanto os autores ressaltam que a vulnerabilidade vem do fato de esse tipo de comportamento se tornar corriqueiro. Em situações esporádicas, como ir a uma festa ou virar a noite estudando, a situação se normaliza com o sono de recuperação. O acúmulo desses danos temporários, porém, pode causar problemas graves, como o infarto. “Esses dados servem de alerta para todo mundo, não só para médicos que realizam plantões de 24 horas, mas todos que têm o mesmo comportamento, já que esse tipo de rotina, caso se repita por anos, aumenta consideravelmente as chances de um problema cardíaco ocorrer”, ressalta o cardiologista.

Segundo o médico, é possível observar cotidianamente que pessoas que seguem esse tipo de rotina geralmente ficam mais estressadas. Por isso, a necessidade de estudos que ajudem a entender melhor os efeitos da privação de sono, como o alemão. “Esse tipo de pesquisa é importante para que consigamos alertar principalmente as populações de risco — pessoas que sofrem com problemas cardíacos e passam por esse tipo de jornada de 24 horas, por exemplo. É importante tomar cuidado, dosar o trabalho e procurar atividades que diminuam o estresse sofrido, como praticar corridas e caminhadas”, sugere Joscelin.

Hipocondria não é "mania de remédio", é transtorno mental que traz muito sofrimento

Doença pode ser classificada como um tipo de transtorno de ansiedade, relacionado a percepções errôneas sobre o próprio corpo, em que o indivíduo supervaloriza qualquer sintoma ou desconforto no organismo ou até, mesmo sem nenhum sintoma, tem certeza que está doente

Esqueça a caricatura da pessoa mais velha, com pensamento negativista e remédios sempre à mão. A hipocondria é uma doença mental que causa muito sofrimento a homens e mulheres em todas as faixas etárias, inclusive na infância. Justamente pelo caráter pejorativo associado a esse mal, a última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), roteiro elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA), classificou dois tipos de hipocondria e trocou a palavra por transtorno de ansiedade de doenças (o hipocondríaco que não sente nenhum sintoma) ou transtorno de sintomas somáticos (o hipocondríaco que sente alguma coisa, uma tonteira, por exemplo, e supervaloriza o sintoma). Imagine alguém com medo constante de estar doente.

A angústia de passar por vários médicos, especialistas, uma série de exames e resultados negativos e, mesmo assim, a pessoa desacreditar de tudo e de todos e ter a certeza de que não está recebendo o tratamento que deveria e, portanto, pode morrer por falta de assistência. “O transtorno hipocondríaco é a crença persistente da presença de uma doença séria que, mesmo com investigações médicas negativas, o paciente insiste naquela preocupação”, resume a doutora em psiquiatria pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Márcia Gonçalves, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria e coordenadora de psiquiatria da Universidade de Taubaté (Unitau).

Não é pouca gente que sofre com essa angústia. A especialista diz que a prevalência de pessoas com hipocondria atendidas em clínicas médicas varia entre 4% e 6%. Esse transtorno mental atinge igualmente homens e mulheres e a idade de surgimento da doença predomina entre 20 e 30 anos de idade. Professor da pós-graduação em Psiquiatria da Faculdade Ipemed, o médico psiquiatra especialista em infância e adolescência Cláudio Costa lembra ainda que as queixas emocionais são as que mais predominam nas consultas médicas.

“Estudos apontam algo em torno de 60%, mas que, por falta de paciência e tempo, o aspecto emocional é geralmente deixado de lado pelos profissionais de saúde”, diz. No caso da hipocondria, a situação é ainda mais difícil, já que, geralmente, o paciente passa a ficar conhecido nos centros de saúde, clínicas ou hospitais – de tanto que frequenta esses ambientes – e o ‘hábito’ gera rejeição social e preconceito.

Cláudio Costa diz que gosta da expressão que define hipocondria como “a doença que não existe” por dar conta de problematizar esse tipo de transtorno de ansiedade que tem dois lados. Ou seja, é uma doença, sim, mas ela não é facilmente percebida em consultas de rotina ou diagnosticada em exames laboratoriais. “Uma forma de conduta médica que considero perigosa e errônea é dizer ao paciente ‘Fulano, você não tem nada’. E o médico acrescenta ainda. ‘É psicológico. Procure um psiquiatra ou psicólogo’. São frases contraditórias: o nada e o problema psicológico são tratados como a mesma coisa e vemos um profissional de saúde que desvaloriza o adoecimento mental. Diga que os exames não acusaram nenhuma inflamação ou infecção, mas não diga que a pessoa não tem nada”, salienta.

O exemplo mostra como é difícil para alguém com transtorno de ansiedade de doenças ou transtorno de sintomas somáticos chegar a um profissional de saúde mental. “A hipocondria é uma doença mental que pode ser classificada como um tipo de transtorno de ansiedade relacionado a percepções errôneas sobre o próprio corpo, em que o indivíduo supervaloriza qualquer sintoma ou desconforto corporal. É alguém que não vai acreditar no médico que disser que ele ‘não tem nada’. Vai se sentir irritado, procurar outros profissionais, se submeter a exames e desacreditar, inclusive, os resultados laboratoriais”, diz o psiquiatra.

O especialista diz que no caso do transtorno de ansiedade de doenças é comum, diante de anúncios de uma epidemia, por exemplo, a pessoa interpretar toda e qualquer sensação no corpo como um sintoma da enfermidade que está em surto. “É alguém com pavor tão grande de adoecer que passa a tomar cuidados exagerados, como deixar de sair de casa”, explica. A psiquiatra Márcia Gonçalves afirma que esse tipo de transtorno pode surgir a partir de uma carga genética e até mesmo ser desenvolvido a partir da convivência, especialmente se o hipocondríaco estiver cercado de pessoas que sempre maximizam situações negativas e escolhem temas associados a doenças em suas conversas cotidianas.

Diagnóstico difícil
O diagnóstico nem sempre é simples, já que o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) pode ser confundido com a hipocondria. “A fronteira é tênue”, salienta o psiquiatra Cláudio Costa. Márcia diz que são muitas as semelhanças entre a hipocondria e o TOC. “As obsessões sobre a possibilidade de ter uma doença são comuns no TOC. Na hipocondria, por outro lado, temos pensamentos persistentes, dúvidas e ruminações sobre a possibilidade de ter uma doença grave, preocupações com a saúde, hipervigilância sobre eventuais sintomas físicos, verificação frequente de pulso, pressão e temperatura – muitas vezes em situações em que existem variações normais, como na prática de exercícios físicos ou em momentos de estresse. Além disso, checagens repetidas do próprio corpo – do abdômen, do pescoço em busca de linfonodos, do pulso das carótidas – e, sobretudo, repetições de exames e de avaliações médicas”, diferencia. No caso da hipocondria, o tema central das preocupações é a saúde e a possibilidade de ter uma doença grave.

“Os hipocondríacos necessitam frequentemente obter garantias com os profissionais de que não têm nenhuma doença grave, sendo, muitas vezes, essa a única forma de se tranquilizarem. No TOC também pode ocorrer uma preocupação com doenças, mas normalmente é com a possibilidade de ter se contaminado ou de vir a contaminar-se no futuro, seguida de evitações e lavações excessivas.”, completa.

Márcia Gonçalves diz que o diagnóstico é feito quando se observam excessivos pensamentos, sentimentos ou comportamentos relacionado a sintomas somáticos ou associados a preocupações com a saúde com duração de pelo menos seis meses. “Precisamos observar as manifestações no indivíduo e se essas manifestações apresentam-se desproporcionais, persistentes, com elevada ansiedade e preocupação com a saúde e com os sintomas que o paciente sofre”, pondera. 

Relações podem ser afetadas
A hipocondria pode afetar as relações sociais, familiares e de trabalho. Comumente, a pessoa é vista como exagerada e negativista e muita gente se afasta. Para a psiquiatra Márcia Gonçalves, quando uma doença é desconhecida, quem sofre dela pode ser alvo de injustiças por parte dos grupos e das pessoas do convívio mais íntimo. “O hipocondríaco tem um sofrimento inenarrável e, certamente, não teria esse comportamento se tivesse escolha”, observa. Colocar -se no lugar do outro quando se trata de comportamentos considerados ‘diferentes’ é, para a médica, o caminho a perseguir.

“Se a família e os amigos tiverem, em vez de julgar, um olhar compassivo para os comportamentos, que inicialmente parecem incompreensíveis, podemos ter menor prejuízo pessoal ao paciente”, explica. Quem nunca teve medo de ter um problema de saúde? .Imagine o sofrimento que isso acarreta para uma pessoa que passa a maior parte de seu tempo com esse pensamento prevalente, além medo e angústia constantes”, considera.

A hipocondria pode ser transitória, motivada, por exemplo, por caso de doença grave ou morte na família, mas há casos mais sérios classificados como transtorno de personalidade hipocondríaca. “É alguém geralmente rejeitado socialmente, que todos os seus assuntos são relacionados a infecções e doenças, uma pessoa que está sempre procurando novos remédios e quem convive com ela geralmente suspeita de uma enfermidade mental grave. A doença é o assunto que domina a vida psíquica, social e afetiva dessa pessoa. Quando é uma constante, há que se ter muita paciência. Respeitar a doença do outro é perceber que essa pessoa está sofrendo”, ressalta.

Tratamento
Há casos em que o hipocondríaco passa por tanto sofrimento e ansiedade que consegue, por si mesmo, procurar a atenção em saúde mental. É importante lembrar, no entanto, que nem sempre a pessoa com hipocondria consegue ter crítica suficiente para buscar o tratamento adequado. Por isso, é alguém que precisa de ajuda e o olhar atento dos familiares. De acordo com Márcia, o primeiro passo é deixar claro ao paciente que ele não tem nenhuma doença física, mesmo que ele discorde e alegue ao contrário.

A psicoterapia de esclarecimento pode ser suficiente em algumas situações de diagnóstico de hipocondria. Para a psicóloga Sara Lopes, quando o paciente reconhece sua condição, os riscos inerentes à doença podem ser minimizados. Por outro lado, segundo ela, quando o indivíduo ainda não sabe do que sofre, o perigo mais comum é a automedicação com a finalidade de acabar com uma doença que ele acredita ter.

“A ansiedade e a preocupação são emoções frequentes para quem tem hipocondria. Eles interpretam sensações fisiológicas habituais ou pequenas variações do corpo como um sintoma de um mal que está por vir”, enfatiza. Nos casos de ansiedade alta – seja no transtorno de ansiedade de doenças ou no transtorno de sintomas somáticos –, o tratamento indicado é com ansiolítico, antidepressivo que tem a vantagem de não causar dependência. “O uso de antidepressivos deve ser prescrito por um médico”, lembra Márcia. Segundo ela, alguns especialistas indicam a prática de atividades físicas e pequenos trabalhos voluntários, no caso de o problema afetar a vida do paciente, a ponto de ele não conseguir mais trabalhar ou se relacionar socialmente.

Ansiedade e transtorno do pânico
A hipocondria está associada a diversos transtornos de ansiedade, sobretudo ao transtorno de pânico. Estima-se que de 50% a 70% dos pacientes com transtorno de pânico tenham sintomas hipocondríacos, e que 13% a 17% dos hipocondríacos tenham transtorno de pânico associado. Há muito tempo, a doença também vem sendo associada, na literatura científica, aos transtornos de ansiedade e transtornos depressivos.

Saúde Plena

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Farmácia Viva aumentou produção de fitoterápicos no Distrito Federal em 2016

Em 2016, a Farmácia Viva da Secretaria de Saúde aumentou a produção dos fitoterápicos, que são medicamentos extraídos de plantas medicinais. De 1º de janeiro a 13 de dezembro de 2016, foram fabricadas 25.037 unidades, enquanto em todo o ano de 2015 foram 22.252, o que representa o crescimento de 11,12% (3.055 unidades)

Com eficácia comprovada pela Anvisa, os fitoterápicos são uma alterativa terapêutica para quem quer se tratar de alguma doença sem usar medicamentos industrializados. Na lista da Farmácia Viva estão chás, xaropes, tinturas, pomadas e gel, que são fabricados a partir de sete plantas. São elas o Alecrim Pimenta, Babosa, Erva Baleeira, Confrei, Boldo, Guaco e Funcho. "A proposta é oferecer uma opção terapêutica importantíssima na promoção à saúde, que tem alicerce em conhecimentos tradicionais, porém, referendada por estudos científicos. Alguns fitoterápicos podem apresentar menores efeitos colaterais, porém devemos conhecê-los bem para a sua indicação ou prescrição", orientou o chefe da Farmácia Viva, Nilton Luz.

O xarope de guaco, que tem o nome cientifico Mikania laevigata, é o mais procurado pelos pacientes. Foram 14.263 unidades distribuídas. A solução serve como expectorante no tratamento de gripe, resfriado e infecções respiratórias que apresentam muco ou catarro. Para quem é diabético e não pode consumir açúcar, a farmácia fabricou 545 tinturas da planta e 177 pacotes para chá de guaco.

Com 3.921 unidades, em segundo lugar na produção, está o gel de erva baleeira (Cordia verbenacea), que é um anti-inflamatório tópico usado para tratar inflamações locais. Já a tintura de boldo nacional (Plectranthus barbatus), usada para desconforto digestivo, ficou em terceiro lugar, com 2348 itens.

Na mesma linha de tratamento do boldo nacional, há a tintura de funcho é uma alternativa para gases estomacais. Já o gel de alecrim pimenta é indicado para tratamento de infecções causadas por fungo e bactérias na pele. Para auxiliar na cicatrização de feridas, há ainda a pomada ou gel de confrei e também o gel de babosa.

Produção
As plantas são cultivadas de forma orgânica na própria Farmácia Viva e também nos terrenos do Complexo Penitenciário da Papuda e Centro Nacional de Recursos Genéticos, que são parceiros do projeto. Após a colheita, as ervas são selecionadas, secadas em estufa e trituradas até se transformarem em pó. Com esse material, é feita a extração da tintura ou extrato com álcool. A exceção é para a babosa, que é utilizada de maneira fresca para produção do gel cicatrizante.

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Distribuição
Os fitoterápicos são entregues mediante apresentação da receita médica, que pode ser prescrita pelos médicos nas unidades básicas de saúde. Os remédios podem ser obtidos 20 locais diferentes, em 12 regiões administrativas: Brazlândia, Gama, Taguatinga, Sobradinho e Núcleo Bandeirante, Guará, Samambaia, São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, além da Candangolândia.

Fonte: Governo de Brasília

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Saúde do Homem: Doenças que afetam os testículos precisam de atenção

O Blog da Saúde, site do governo, recebeu dúvidas dos internautas sobre algumas doenças que afetam a saúde dos homens. Para responder às principais dúvidas, o chefe do setor de Urologia do Hospital Federal do Andaraí (RJ), Pedro Augusto Reis, esclarece as informações sobre as doenças Orquite, Hidrocele, Varicocele e Epididimite

Orquite
Blog da Saúde: O que é a orquite? E como ela inflamação ocorre?
Pedro Augusto Reis:É uma inflamação nos testículos provocada por bactérias ou por vírus. As causas mais comuns são as infecções bacterianas. Quando se fala de orquite bacteriana, estamos falando de doença que acontece secundariamente a uma infecção urinária, pois essa bactéria pode descer e encontrar o testículo, causando uma infecção.

A segunda situação que também pode ocorrer em relação à orquite são as Infecçõess Sexualmente Transmissíveis (IST). Algumas bactérias como a da clamídia, que produz uma infecção na uretra, também podem atingir o testículo e produzir uma orquite.

Por fim, também são muito frequentes as infecções virais. A caxumba, por exemplo, também pode circular pela corrente sanguínea, atingir o testículo e produzir uma orquite.

Blog da Saúde: Quais são os sintomas?
Pedro Augusto Reis: Tanto a infecção viral como a bacteriana, vai apresentar uma dor muito forte na região dos testículos, no lado direito ou esquerdo, ou até mesmo dos dois lados. Além da dor, um aumento no volume da região do testículo, ficando com um tom avermelhado. Eventualmente pode aparecer febre.

Blog da Saúde: É possível evitar? Quais cuidados os homens devem tomar?
Pedro Augusto Reis: Nós reduzimos a incidência de orquite quando o homem diminui o risco de contaminação com bactérias. Os vírus são mais difíceis de se prevenir. Homens que possuem problemas de próstata, que urinam com dificuldade e não conseguem esvaziar plenamente a bexiga, ficam com resíduo acumulado e muitas vezes se torna um foco de bactérias. O tratamento da próstata e a ida ao urologista ajudam a diminuir a incidência de orquite.

Ficar atento à prevenção das IST, e o uso de preservativo nas relações sexuais, principalmente os mais jovens, é outra maneira de prevenir.

Quando você reduz o risco de contrair uma IST, você acaba reduzindo a probabilidade de uma orquite provocada por elas.

Homens com cálculos de bexiga também podem aumentar o risco de infecção urinária, e orquite. Portanto, a identificação precoce desses problemas, principalmente na próstata, e o tratamento deles, costuma reduzir a incidência da orquite.

Blog da Saúde: Como é feito o tratamento?
Pedro Augusto Reis: No caso de infecções bacterianas, o tratamento é basicamente reduzir os sintomas de dor com analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos, e fazer o uso do suporte de saco escrotal, uma espécie de cueca que faz compressão e que eleva o testículo para evitar desconforto no local e reduzir o inchaço.

Se a gente suspeita de uma infecção bacteriana comum, não causada por IST, tratamos com os antibióticos apropriados para as bactérias que provocam infecções urinarias e que podem provocar orquite.

No caso da IST, acontece da mesma maneira. Identifica-se qual é o tipo de bactéria que está provocando e o antibiótico apropriado para isso.

Normalmente os resultados são muito bons, e em torno de uma semana os homens se sentem muito melhores e estão praticamente curados.

Repouso e ingestão de muito líquido durante o tratamento é muito importante.

Blog da Saúde: Quais são os riscos de não tratar a orquite?
Pedro Augusto Reis: Normalmente, os pacientes não aguentam ficar muito tempo sem o tratamento, pois é uma condição muito dolorosa. O principal risco da orquite bacterianas é a possibilidade de atrofia do testículo, de redução do volume do testículo, formação de abcessos, pus dentro do saco escrotal, além da possibilidade da infecção se generalizar e sair do testículo, atingindo a corrente sanguínea. No caso dos abcessos, pode ser necessário realizar cirurgias, inclusive de drenagem da bolsa escrotal para tirar o pus. Em casos mais raros até retirar o testículo. As orquites causadas por vírus, como o da caxumba, acometem os dois testículos e o risco de infertilidade é maior se o tratamento não for feito de imediato.

Epididimite Blog da Saúde: O que é a epididimite? E como ela ocorre?
Pedro Augusto Reis: É a inflamação do órgão que fica por cima e por trás do testículo, que é o epidídimo. Os testículos produzem os espermatozoides e, depois que eles são produzidos, são lançados no epidídimo. É muito comum que esse órgão se inflame na mesma situação da orquite. Existe a orquite isolada, mas é muito comum encontrar a orquiepididimite, que é a inflamação dos dois órgãos simultaneamente, porque estão muito próximos. As mesmas situações de contaminação da orquite se enquadram para a epididimite.

Blog da Saúde: Os sintomas também são iguais?
Pedro Augusto Reis: A diferença é que a Epididimite acompanha febre alta junto com a dor e aumento do testículo, enquanto a Orquite pode dar febre ou não.

Hidrocele
Blog da Saúde: O que é a Hidrocele? Quais os sintomas mais comuns?
Pedro Augusto Reis: É um acúmulo excessivo de líquido ceroso, parecido com um soro, entre a membrana que envolve o testículo. Da uma sensação de peso, de desconforto. A parte estética para o homem começa a se tornar um problema, porque até mesmo caminhar fica difícil, por conta do aumento da bolsa escrotal. O homem quer ir para a praia, piscina, colocar uma sunga e fica desconfortável.

Blog da Saúde: Como ela acontece?
Pedro Augusto Reis: Existe uma camada chamada de túnica vaginal que envolve os testículos do homem. Essa camada de tecido tem um pouco de líquido que permite que o testículo tenha movimento dentro do saco escrotal e atua como uma espécie de lubrificante. Quando esse líquido começa a acumular em excesso, a hidrocele acontece. De modo geral, as hidroceles mais comuns não provocam dor e não são infecciosas. É somente um acumulo de líquido.

Elas podem ser provocadas como uma consequência da orquite também. O homem pode desenvolver uma hidrocele porque no processo de inflamação do testículo, esses tecidos inflamados podem produzir muito liquido como consequência da inflamação.

Blog da Saúde: E como é possível tratar?
Pedro Augusto Reis: O tratamento é cirúrgico. Quando a hidrocele aparece, ela fica estabilizada e isso incomoda o homem. Em outros casos, a gente pode fazer o tratamento aspirando por fora, com uma espécie de agulha. Mas de modo geral, se está incomodando, o tratamento não é feito com medicamentos, é cirúrgico, ou com técnica de aspiração.

Blog da Saúde: E se não for feito o tratamento? Quais são os riscos?
Pedro Augusto Reis: No caso da hidrocele não existe maior gravidade. Ela é basicamente um desconforto local e estético. Não aumenta risco de câncer e infertilidade, nem nada disso. A não ser quando vem acompanhado de Orquite, claro.

É importante lembrar também que em alguns casos mais raros a Hidrocele pode vir como consequência de um câncer de testículo. Por isso é sempre importante, quem está com a bolsa escrotal aumentada, com acumulo de líquido, fazer uma ultrassonografia com o urologista, porque isso vai identificar não só o liquido, mas também quais as condições do testículo.

Varicocele
Blog da Saúde: O que são as Varicoceles? E como elas ocorrem?
Pedro Augusto Reis: São varizes. Veias dilatadas dentro da bolsa escrotal. O testículo, para sobreviver, como qualquer órgão, possui artérias que levam o sangue até ele para nutrir e oxigenar. Existem veias que removem aquele sangue que já foi metabolizado pelos testículos, para devolver à corrente sanguínea. E essas veias que a gente chama de veias gonadais, tanto do lado esquerdo, quanto do lado direito da bolsa escrotal, se parecem com um rio. São várias veias que vão se unindo umas às outras, e subindo em direção a virilha. Na varicocele essas veias não são normais, elas ficam dilatadas, e com o volume aumentado.

Blog da Saúde: E como é possível identificar uma Varicocele?
Pedro Augusto Reis: As veias presentes nos testículos podem produzir essas dilatações de varizes, assim como nas pernas. Dependendo do grau de varicocele, o homem pode perceber que o testículo fica um pouco mais baixo, além da sensação como se existissem “bichos” no local. Algumas vezes provocam dor, e elas são muito mais comuns nos testículos do lado esquerdo, pois a drenagem das veias é diferente do lado direito. Dor no testículo esquerdo e veias dilatadas geralmente são sinais de varicocele.

Blog da Saúde: A varicocele pode causar algum agravamento?
Pedro Augusto Reis: O principal problema é que a maior causa de infertilidade, quando a gente consegue diagnosticar a causa, é a varicocele. A dor é algo fácil de manusear, basta evitar algum esforço físico, tomar um analgésico, e é passageira. Mas a chance de alguns homens acabarem inférteis é grande. É importante ressaltar que grande parte dos homens que estão inférteis tem varicocele. Entretanto, isso não significa que os homens que têm varicocele vão ser inférteis.

Blog da Saúde: E qual o tratamento?
Pedro Augusto Reis: O tratamento é cirúrgico e só é feito, na imensa maioria das vezes, quando existe uma varicocele que produz infertilidade. Isso a gente identifica em casais que estão tendo dificuldades para ter filhos e quando o homem faz o espermograma. Normalmente, são dois exames para avaliar a qualidade do esperma. Se o exame mostrar que o homem está com sub-fertilidade ou infertilidade e ele tem varicocele, a cirurgia é indicada.

Depois de seis meses os pacientes voltam a fazer o espermograma e cerca de 70% a 80% dos pacientes vão melhorar e voltar a ter níveis de produção de espermatozoides.

Cuidados gerais
Blog da Saúde: Como os homens podem evitar contrair estas doenças que afetam os testículos? Pedro Augusto Reis: Os cuidados com os testículos, com a bolsa escrotal, vão se basear em algumas questões. É importante a gente evitar roupas apertadas, muito quentes e abafadas.

Os testículos preferem uma temperatura mais baixa para ter um funcionamento mais adequado, e produzir não só os espermatozoides, mas também o hormônio testosterona.

O autoexame, principalmente entre os jovens, é importante. Basta apalpar os testículos durante o banho sem muita força para avaliar se apresenta alguma irregularidade. E por fim, a visita regular ao urologista caso identifique alguma alteração.

Aline Czezacki, para o Blog da Saúde

Aprovado produto para tratamento de esclerose múltipla

Medicamento foi registrado como produto biológico novo. O produto é indicado para o tratamento de esclerose múltipla em pacientes adultos

O produto biológico novo Plegridy® (betapeginterferona 1ª), usado no tratamento de Esclerose Múltipla recorrente-remitente (EMRR) em pacientes adultos, foi registrado e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A publicação no Diário Oficial da União aconteceu no dia 19/12.

O princípio ativo do medicamento Plegridy® é a betapeginterferona 1ª que pode impedir que o sistema de defesa do organismo danifique o cérebro e a medula espinhal. A betapeginterferona 1ª é uma forma modificada de longa duração da interferona, substância natural produzida pelo corpo responsável por auxiliar na proteção contra infecções e doenças.

Embora não cure a doença, o tratamento com Plegridy® pode retardar os efeitos incapacitantes da esclerose múltipla, além de auxiliar na redução de surtos.

ANVISA

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

ANS fixa regras para o monitoramento do risco assistencial

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) padronizou as regras do monitoramento do risco assistencial, prática adotada pelo órgão para o acompanhamento de operadoras de planos de saúde com o objetivo de detectar anormalidades que possam constituir risco à continuidade ou à qualidade do atendimento prestado aos beneficiários


Os objetivos são: identificar operadoras com indícios de risco assistencial; monitorar a evolução assistencial das operadoras e do setor em geral; e subsidiar ações preventivas e corretivas de competência da Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos (Dipro).

O mapeamento do risco assistencial será processado trimestralmente e realizado com base em indicadores definidos pela ANS. O desempenho da operadora nos indicadores estabelecidos será mensurado a partir de nota, que vai variar entre 0 e 1. A partir do cálculo da nota final, a operadora será classificada em uma das seguintes faixas: faixa 1: nota final maior ou igual a 0,7 e menor ou igual a 1; faixa 2: nota final maior ou igual a 0,35 e menor do que 0,7; ou faixa 3: nota final maior ou igual a zero e menor do que 0,35.

O resultado preliminar da avaliação no mapeamento do risco assistencial será disponibilizado no site da ANS (www.ans.gov.br) exclusivamente para cada operadora avaliada, que poderá acessá-lo mediante o uso de senha. A operadora terá prazo de 15 dias para enviar questionamentos sobre a sua avaliação. Após a análise dos questionamentos, bem como realização dos ajustes eventualmente necessários, a ANS divulgará o resultado final da avaliação da operadora.

Conforme a classificação da operadora, a ANS pode adotar medidas administrativas, como realização de visita técnico-assistencial para identificação de anormalidades, suspensão da comercialização de produtos ou o estabelecimento de um Plano de Recuperação Assistencial.

A Resolução Normativa nº 416, que traz a normatização, foi publicada nesta sexta-feira (23), no Diário Oficial da União (D.O.U), assim como a Instrução Normativa nº 49, que traz o detalhamento do funcionamento das normas. Antes desse regramento, as diretrizes eram comunicadas periodicamente às operadoras por meio de notas técnicas.

Confira aqui a Nota Técnica, do dia 15/12/2016, com os indicadores para o mapeamento do risco assistencial, com base nos dados coletados nos sistemas de informação da ANS.

Recuperação
Também foi publicada a Resolução Normativa nº 417, que traz as regras relativas ao Plano de Recuperação Assistencial, regime especial de Direção Técnica (DT) e Programa de Saneamento Assistencial. Essa resolução traz aprimoramento às normas já estabelecidas pela Resolução Normativa nº 256, de 2011, revogada com a publicação do novo texto sobre esses temas. Portanto, a RN 417 traz melhorias às normas existentes. O detalhamento da norma está na Instrução Normativa nº 50, também publicada no D.O.U.

Fonte: ANS

Pesquisa brasileira revela altas taxas de resistência aos antimicrobianos em todas as regiões do país

Globalmente elevados, os índices de resistência da gonorreia a certos medicamentos preocupam o mundo – e, recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de considerar a ciprofloxacina uma opção viável para o tratamento dessa infecção sexualmente transmissível (IST)

Neste contexto, o Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) coordenou, em parceria com o Laboratório de Biologia Molecular e Microbactérias da Universidade Federal de Santa Catarina entre 2015 e 2016, o Projeto de Vigilância da Resistência de Neisseria gonorrhoeae aos antimicrobianos – como o nome já diz, um estudo nacional de vigilância da resistência das cepas de gonorreia circulantes no Brasil.

Os resultados do chamado Projeto Sengono foram compartilhados com os representantes das sete cidades que participaram da pesquisa: Brasília, Salvador, Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Manaus e a própria capital catarinense. Estiveram presentes a diretora do DIAHV, Adele Benzaken; técnicos do Departamento; a Dra. Maria Luiza Bazzo, coordenadora do projeto e sua equipe da Universidade Federal de Santa Catarina; e coordenadores e profissionais de laboratório dos sete sítios coletadores envolvidas.

A pesquisa revelou que há taxas de resistência à ciprofloxacina, à penicilina e à tetraciclina superiores a 50% em todas as regiões do país. A única exceção é a Região Norte, que apresentou uma taxa de 47% de resistência a ciprofloxacina. Com relação a ceftriaxona e cefixima, todos os isolados estudados foram sensíveis a essas cefalosporinas de terceira geração. Esses resultados corroboram a atual recomendação terapêutica da OMS, lançada em 2016, no sentido de substituir a ciprofloxacina pela ceftriaxona ou cefixima, na terapia dupla, com azitromicina, como opção de tratamento para infecções gonocócicas. Ainda, segundo a OMS, um agente antimicrobiano não deve ser usado quando, em estudos de vigilância in vitro, mais de 5% das culturas gonocócicas demonstrarem resistência a esse antimicrobiano em questão.

“Quando não tratada de maneira correta, ou quando o gonococo desenvolve resistência ao tratamento empregado, a gonorreia pode causar danos graves e até irreversíveis, como doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica, abortamento e infertilidade, com graves consequências médicas, sociais, psicológicas e econômicas, em mulheres e homens”, disse a diretora do DIAHV, Adele Benzaken. Ela destacou ainda que uma IST é um fator complicador para a infecção pelo HIV: “Uma pessoa com algum tipo de IST tem até 18 vezes mais chances de se infectar com o vírus causador da aids do que uma pessoa que não a tem”, complementou.

A gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae – também conhecida como gonococo – é a segunda infecção sexualmente transmissível (IST) bacteriana mais comum no mundo. Estima-se que, somente no Brasil, existam cerca de 500 mil novos casos por ano. Atualmente, o gonococo já é considerado um microrganismo multirresistente.

Para a Professora do Departamento de Analises Clinicas da Universidade Federal de Santa Catarina, Maria Luiza Bazzo – coordenadora do estudo -, os resultados não surpreenderam. “Apesar de não existir no Brasil um panorama real em relação a resistência em relação a ciprofloxacina, estudo confirmou o alto índice de resistência a este antimicrobiano, o que, sem dúvida, vai trazer impacto para o tratamento da gonorreia no Brasil”. Por outro lado, ela ressalta que o estudo mostrou que não houve resistência com os medicamentos ceftriaxona e cefixima.

Prevalência
No Brasil, o cenário epidemiológico da infecção acompanha os altos índices mundiais. Estima-se que a prevalência da gonorreia na população de 15 a 49 anos seja de aproximadamente 1,4% – e que a incidência na população em geral esteja em torno de 498.848 novos casos por ano.

Tipos
Qualquer prática sexual pode transmitir a gonorreia – seja o contato oral, vaginal ou anal. A bactéria se prolifera em áreas quentes e úmidas do corpo, incluindo o canal que leva a urina para fora do corpo, a uretra. Pode ser encontrada também no sistema reprodutor feminino, que inclui as tubas uterinas, o útero e o colo do útero. Há ainda a transmissão de mãe para filho durante o parto. Em bebês, a gonorreia costuma se manifestar principalmente nos olhos, na forma de conjuntivite grave, mas também pode haver infecção disseminada.

Assessoria de Comunicação
Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Regra de lactose sairá no início de 2017

Anvisa está consolidando as contribuições recebidas nas consultas públicas 255/2016 e 256/2016 

A Anvisa iniciou o processo de regulamentação das regras para declaração da presença e da quantidade de lactose nos rótulos logo após a publicação da Lei 13.305/2016, no último dia 5 de julho, que trata da rotulagem de alimentos que contenham lactose.

O processo de regulamentação teve início quando foi publicado o Despacho de Iniciativa 87, de 25 de agosto de 2016, sinalizando o começo do processo de regulamentação em regime comum, sob relatoria do diretor Fernando Mendes Garcia Neto.

Etapas da regulamentação
Atualmente, a equipe da Gerência-Geral de Alimentos da Anvisa está em fase final da consolidação das contribuições recebidas durante à etapa de participação social: as consultas públicas 255/2016 e 256/2016.

No que diz respeito à CP 255/2016, foram recebidas 93 fichas de contribuição, com mais de 260 propostas de alteração da minuta de RDC. Em relação à CP 256/2016 foram preenchidas 50 fichas de contribuição, contendo mais de 150 sugestões de modificação da proposta.

Durante a consolidação das contribuições recebidas, a área técnica de Alimentos da Anvisa identificou a necessidade de obter maiores subsídios sobre o impacto das propostas e está consultando demais atores envolvidos com o tema, a fim de auxiliar a Diretoria Colegiada na deliberação das alternativas disponíveis.

Os próximos passos são: conclusão das minutas de resolução e do relatório de análise de contribuições às consultas públicas, avaliação jurídica e deliberação pela Diretoria Colegiada (Dicol). A expectativa é que o tema seja pautado nas reuniões da Dicol da segunda quinzena de janeiro

Vigência
A Lei 13.305/2016 entrará em vigor no próximo dia 1º de janeiro. Considerando seu caráter de norma de eficácia limitada, devido à necessidade expressa de regulamentação pela Anvisa para a sua fiel execução, recomenda-se que a sociedade aguarde a conclusão deste processo, para se conhecer com exatidão as regras a serem observadas.

ANVISA

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Fabricação de vacinas BCG e Imuno BCG é suspensa

Instituto Ataulpho de Paiva não poderá fabricar as vacinas BCG e Imuno BCG enquando não fizer as correções necessárias em sua linha de produção

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão da fabricação das vacinas BCG e Imuno BCG da Fundação Ataulpho de Paiva, localizada no Rio de Janeiro. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (21), por meio da Resolução RE 3.403/2016.

A Agência determinou a suspensão baseada no resultado da inspeção sanitária investigativa realizada na fabricação, entre 28 e 30 de novembro deste ano. Durante a inspeção, ficou constatado o descumprimento de requisitos de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para a fabricação de produtos injetáveis.

Verificou-se, ainda, que os processos utilizados pela empresa na identificação de desvios de qualidade e suas causas não são eficientes.

Histórico do caso
A inspeção sanitária investigativa realizada na fábrica é resultado do acompanhamento que a Anvisa e a Superintendência da Vigilância Sanitária do estado do Rio de Janeiro, vêm realizando ao longo dos últimos anos na Fundação Ataulpho de Paiva.

A partir das situações identificadas em inspeções anteriores, a Anvisa solicitou ao fabricante da vacina BCG um plano de ação, que foi apresentado no dia 24 de junho deste ano com as adequações necessárias para atender as Boas Práticas de Fabricação necessárias para produtos injetáveis. Este plano será acompanhado pela Anvisa e pela Vigilância Sanitária do RJ.

Usuários da vacina BCG

As vacinas BCG e Imuno BCG da empresa que se encontram no mercado não foram suspensas e podem continuar sendo utilizadas no serviços de saúde. Todos os lotes destas vacinas são submetidos a testes de controle de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) antes de serem liberados para o consumo no mercado nacional.

ANVISA

Preços de órteses e próteses podem variar até 3.108%

Dados integram relatório do Grupo de Trabalho coordenado pela ANS e Anvisa que discutiu medidas para aumentar a transparência e o controle sobre esses produtos

O mercado de órteses, próteses e dispositivos médicos implantáveis é complexo e vasto, abrangendo desde marca-passo e stent cardíaco até implante mamário de silicone, hastes e pinos, e está mais próximo do nosso cotidiano do que imaginamos. Envolvem alta tecnologia, têm custo elevado e geram grande impacto na saúde do paciente, portanto, a indicação de uso desses produtos precisa ser muito criteriosa.

Para ajudar o setor a aprofundar o conhecimento sobre o assunto e dar transparência ao tema, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou uma pesquisa inédita que mostra a variação de preços praticados no setor de saúde suplementar. O estudo integra o relatório final do Grupo de Trabalho Externo de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (GTE OPME), coordenado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O material foi divulgado na última quinta-feira, 15 de dezembro e contempla também um conjunto de medidas que resultou das discussões do GT composto por mais de 50 instituições do setor e do governo.

Pesquisa de preços de próteses
A pesquisa avaliou os preços pagos por operadoras de planos de saúde por dois grupos de dispositivos implantáveis - endoprótese vascular e stents farmacológicos - usados para melhorar a circulação sanguínea arterial.

Para as comparações, foram consideradas as diferentes Unidades Federativas (UFs) e a forma de aquisição dos produtos - junto ao hospital ou diretamente do fornecedor.

Dentre os itens para os quais houve detalhamento, o resultado mostra que a maior variação de preços chegou a 3.108,33%. Foram consideradas as aquisições a partir do preço médio praticado nas diferentes UFs. Esse é o caso do valor de um produto - Resolute Integrity – Stent Coronário com Eluição Zotarolimus - adquirido em hospitais de duas regiões distintas. Outro exemplo de alta variação proporcional foi do Sistema de Stent Coronário de Cromo e Platina com Eluição de Everolimus; neste caso, a variação proporcional entre o preço mínimo e máximo de compra chegou a 1.816,67%.


Os resultados da pesquisa detalhados no relatório revelam a imensa variabilidade de custos entre as diferentes Unidades Federativas e as formas de aquisição. Algum grau de variação entre os valores de comercialização é esperado, considerando aspectos como transporte, armazenamento, tributação e poder de negociação, por exemplo. Contudo, o nível de variação de preços observado no mercado de Dispositivos Médicos Implantáveis (DMI) alcança proporções extremamente elevadas, o que pode estar associado a condutas antiéticas, anticoncorrenciais ou ilegais, aponta o relatório.

“A pesquisa de preços ajuda a ampliar e qualificar o conjunto de dados disponíveis sobre o tema, favorecendo a transparência e, dessa forma, contribuindo para o monitoramento do mercado”, explica a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira. “Os desafios decorrentes da complexidade e relevância desse tema são imensos e a mobilização que propiciou a realização das atividades do GT, sintetizadas no Relatório que estamos apresentando, precisa ter continuidade”, diz. “Isso porque as consequências para o sistema de saúde e para as pessoas envolvidas, em especial para os pacientes, cujos aspectos relacionados à apropriada aquisição, indicação e utilização de DMI impactam diretamente nos corpos e na vida das pessoas”, destaca.

Orientações para Operadoras e Prestadores sobre o Uso de OPME
O relatório traz ainda um guia com orientações para uso de OPME, sintetizando informações úteis para seu uso racional. O objetivo é favorecer a transparência nos procedimentos de indicação e autorização desse tipo de material no setor suplementar de saúde. As orientações foram objeto de consenso entre participantes das reuniões do GT.Também foi estabelecido um formato padrão e sua incorporação por parte das respectivas entidades médicas, possibilitando a continuidade dos trabalhos.

Também foi importante para os resultados do GT, a padronização da nomenclatura de OPME. A Anvisa uniformizou nomes técnicos, o que gerou a revisão dos registros de produtos para saúde. Com isso, a ANS também reviu suas tabelas de nomenclatura de OPME. A medida ajuda a identificar os produtos disponíveis no mercado, permite comparar preços para equiparação mercadológica, facilita a regulação sanitária e econômica e o monitoramento do mercado e o acesso aos produtos.

O relatório traz ainda informações sobre modelos de remuneração, compreendendo que o estudo e a adoção de novos modelos são importantes para favorecer a qualidade e a sustentabilidade do setor, sendo a única ação que pode, de forma perene, alterar a realidade do problema relacionado às OPME. Para isso, o grupo estudou critérios para transposição de tabelas de remuneração, cláusulas de negociação e informações e critérios de revisão de acordos. Como resultado, foi proposto um documento orientador para a transposição de tabelas que envolvam dispositivos médicos implantáveis.

Mercado de Próteses
O mercado nacional de produtos médicos movimentou R$ 19,7 bilhões em 2014, dos quais R$ 4 bilhões (cerca de 20%) com Dispositivos Médicos Implantáveis (DMI). O maior faturamento no setor saúde no Brasil se refere aos equipamentos, mas a categoria DMI foi a que teve a maior taxa de crescimento - 249% entre 2007 e 2014. Pesquisa realizada pela ANS, em 2012, junto às cinco maiores operadoras de planos privados de saúde em cada modalidade, evidenciou que cerca de 10% do total das despesas assistenciais referiam-se a despesas com OPME.

O GT Externo de OPME foi criado em 2015. Além da ANS e Anvisa, que coordenaram as atividades, o grupo contou com a participação de mais de 50 instituições do setor, entre representantes de operadoras de planos de saúde, de serviços e profissionais de saúde, da indústria de OPME e de órgãos de governo.

Ao todo, foram realizadas 15 reuniões ao longo de um ano de trabalho. Os temas discutidos foram divididos em seis subgrupos: 1 – Global Medical Device Nomenclature (GMDN) x Terminologia Unificada em Saúde Suplementar (TUSS); 2 – Terminologia Unificada em Saúde Suplementar (TUSS) x Diretrizes de Utilização (DUT); 3 – Entendimentos divergentes; 4 - Protocolos (orientações de uso); 5 – Transposição de tabelas e modelos de remuneração; e 6 – Sistema de Informação para o monitoramento do mercado de DMI.

ANVISA

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Exercícios físicos podem ser um santo remédio para tratar doenças

Mais do que prevenir, a atividade física também é importante aliada em diversos tratamento

Foto: Edu Oliveira / Arte ZH 
Parece uma receita para qualquer problema de saúde: ajustar a alimentação, dormir bem e fazer exercícios. E não é por acaso que a atividade física tornou-se parte dos cuidados no caminho para prevenção e controle de tantas doenças, recomendada por médicos para casos que vão desde a recuperação de um resfriado até o tratamento do câncer. Talvez poucos saibam, porém, que os benefícios podem ir além do papel de mero coadjuvante: há casos em que se mexer pode ter efeito igual, ou até maior, do que o de remédios.

Diz-se que, se alguém conseguisse reunir os benefícios do exercício em uma pílula, provavelmente ganharia o Prêmio Nobel de Medicina. Não há razão para esperar por um milagre desses. A atividade física é o método mais fácil, disponível e barato de se tratar uma série de questões de saúde. Não exige prescrição médica — ainda que, em alguns casos, isso possa ser útil —, tem efeitos imediatos e também benefícios a longo prazo. Por isso é tão presente nos receituários.

Mesmo assim, é raro que alguém receba, como indicação de tratamento, somente as palavras "exercício físico".

— Em casos como colesterol alto, obesidade e pré-diabetes ou diabetes, além da hipertensão (de maneira mais discreta), exercitar-se adequadamente tem efeito semelhante ao tratamento de alguns medicamentos, se não superior. Sem falar no seu efeito de proteção para o corpo — enumera Charles Stefani, médico internista e cardiologista do Hospital Moinhos de Vento.

O papel da atividade física na prevenção de males é bem conhecido — e muito se fala em como o sedentarismo contribui para a predisposição a variadas doenças, das mais passageiras às que colocam a vida em risco. Mas, além de evitar seu surgimento, já há evidências indicando que o exercício pode ser, mesmo sozinho, aquela "pílula mágica".

— Conheço muitos casos de pessoas com hipertensão, colesterol alto, obesidade que, quando começaram a fazer atividade física direitinho, depois de um tempo chegaram a suprimir remédios, com o aval do médico.

O exercício pode acabar sendo o tratamento — relata Carmen Masson, presidente do Conselho Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul (Cref-RS).

Movimentar-se ajuda o corpo a manter um equilíbrio, deixando, entre outros, os sistemas imunológico, cardiovascular e respiratório em dia — em um processo que a profissional de educação física compara ao de uma máquina que, se ficar parada, enferruja.

— Nosso corpo foi feito pra se movimentar. O exercício físico é bom para todo o organismo, para o metabolismo, para os ossos e, quanto mais rotineiro e equilibrado, maior o benefício — declara o cardiologista Gustavo Glotz de Lima, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul (Socergs).

Pesquisas ainda são escassas
Entre os problemas que, mais do que evitados, podem ser resolvidos com a atividade física, estão fatores de risco para algumas das doenças que mais matam os brasileiros, como as cardiovasculares. Manter o colesterol e a pressão arterial em controle, por exemplo, contribui para evitar a incidência de infartos — a principal causa de mortes entre homens no país, conforme o Ministério da Saúde. Caminhar, correr ou nadar pode ser, portanto, tão eficaz quando a prescrição de medicamentos para uma vida saudável.

— Esse impacto ocorre de forma gradual, não é tão imediato como tomar um remédio e baixar a pressão. Mas as vantagens são enormes — garante o cardiologista Charles Stefani.

O exercício constante e moderado tem efeitos que vão desde a diminuição das taxas de açúcar do sangue até a redução das partículas de gordura nas artérias. Apesar de já terem sido comprovados em algumas doenças, seus benefícios não são conhecidos na totalidade porque há relativamente poucos estudos apontando os resultados específicos da atividade física no tratamento de doenças.

Em testes, pesquisadores geralmente avaliam o quão bem pacientes reagem a um medicamento quando comparado a outro — ou a nenhum — remédio, restando ao exercício um papel secundário. É escassa a produção de testes que comparem os resultados em termos de mortalidade, melhora na qualidade de vida e se a intervenção, aliada ou não a outro tipo de tratamento, reduz significativamente a chance de alguém morrer de determinada doença.

Mas há esforços nesse sentido, como o da iniciativa Exercise is Medicine (Exercício é Remédio), que começou nos Estados Unidos e se espalhou para outros países defendendo que a atividade física é fundamental na prevenção e no tratamento de doenças e, como tal, deveria ser mais regularmente considerada parte dos cuidados de saúde recomendáveis — inclusive, ganhando prioridade, quando justificável, sobre os medicamentos.

Exercícios na receita

Colesterol
Na maior parte dos casos, os níveis de colesterol podem ser controlados exclusivamente com exercícios. A atividade física ajuda a reduzir as taxas de LDL (o colesterol "ruim") e aumentar as de HDL (o bom). Contribui, também, especialmente quando somada à boa alimentação, para o equilíbrio no nível de triglicerídeos.

O que fazer para tratar: os melhores resultados surgem com a prática de atividades com maior intensidade — uma longa pedalada, uma corrida "puxada". Mas mesmo caminhadas leves e regulares podem ter impacto positivo.

Por que é bom controlar: níveis altos de colesterol agridem o coração, podendo causar uma série de doenças cardiovasculares, como o ataque cardíaco.

Diabetes
Principalmente em relação ao tipo 2 da doença, movimentar-se contribui para reduzir o açúcar do sangue e favorecer a ação da insulina — trabalho que, dependendo de cada caso, pode ter efeito semelhante ao de medicamentos.

O que fazer para tratar: o melhor é fazer mais exercícios aeróbicos, ou seja: mais de movimentação do que de resistência. Sua eficácia é tida como maior para manter a glicemia sob controle.

Por que é bom controlar: quem já tem a doença pode diminuir seus efeitos nocivos, garantindo melhor qualidade de vida, mas não deve substituir o tratamento pelo exercício.

Obesidade
Talvez o mais óbvio dos benefícios da atividade física seja a redução ou o controle do peso. Quando associada a um estilo de vida sedentário e a alimentação desregrada, é fator de risco para diversos problemas de saúde, inclusive o câncer.

O que fazer para tratar: a principal recomendação é conseguir manter a prática regular de atividade física. Um segundo passo, para obter melhores resultados, seria progredir na intensidade dos exercícios.

Por que é bom controlar: diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e ortopédicas estão entre aquelas que podem ser desencadeadas ou agravadas pela obesidade.

Bom e versátil
Há também doenças em que o exercício pode não ter impacto tão direto a ponto de realmente ter o efeito semelhante ao de remédios, mas mesmo assim consegue ajudar no bom avanço do tratamento. Ainda que a tríade "alimentação, repouso e exercício" seja quase onipresente nos consultórios, especialmente para a prevenção, pesquisas apontam que uma vida ativa pode ser vantajosa no controle e até na cura de alguns males específicos.

A variedade é grande: são questões cardiovasculares, respiratórias, oncológicas, ortopédicas e até psiquiátricas. Passam por mente, metabolismo, ossos, órgãos. Contribuem para atenuar os prejuízos até de problemas de saúde em que ficar parado pode parecer a melhor opção, como osteoporose, Parkinson e dor crônica.

— Os benefícios são tantos que o recomendável é que o exercício realmente faça parte do estilo de vida de cada pessoa, e não que seja receitado apenas no tratamento de alguma questão médica em especial — avalia o coordenador do curso de Fisioterapia da Unisinos, Mauro Antônio Félix. Os especialistas concordam que, afora o bem que faz para a saúde física, o exercício traz vantagens também para o bem-estar do cérebro. Para a presidente do Cref-RS, Carmen Masson, a prática ajuda a ter uma vida com mais alegrias — convenientemente aliando um cansaço físico momentâneo a um prolongado descanso da mente.

— O exercício físico é o maior antidepressivo que existe — ressalta a profissional.

Na tentativa de englobar os esparsos estudos sobre o tema e, ao mesmo tempo, provar a eficácia da atividade física como uma forma de tratamento, pesquisadores reuniram evidências mostrando que o exercício pode ser prescrito como terapia para pelo menos 26 doenças crônicas (confira algumas abaixo).

A análise, publicada no final do ano passado, é uma atualização para complementar outro artigo que apontava essa prática como fundamental para a prevenção de 35 problemas crônicos de saúde.

10 DOENÇAS QUE PODEM SER COMBATIDAS COM O EXERCÍCIO

ALZHEIMER
A doença envolve perdas irreparáveis, mas seu avanço pode ser retardado pela adequada atividade do corpo _ e os efeitos talvez sejam menores em alguém que manteve prática regular de exercícios físicos ao longo da vida.

ARTRITE
Músculos mais fortes são importantes para que o paciente sinta menos dor nas articulações, o que pode ser buscado mesmo ao longo do tratamento.

CÂNCER
Ainda é uma incógnita se há relação direta entre a prática de atividades físicas, mesmo após o início do tratamento, e a mortalidade das diferentes formas de câncer. Mas há pesquisas apontando que pacientes oncológicos podem viver mais e melhor mediante exercícios.

CIRROSE
Possivelmente ligada, em sua versão não alcoólica, à obesidade, a cirrose pode ser combatida com a perda de peso, meta em que o exercício tem papel importante.

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
Pode parecer contraditório fazer uma atividade física para combater os malefícios de uma doença respiratória como a asma, por exemplo. Mas exercícios intervalados _ aliando o suor a minutos de descanso _ ajudam a amenizar os problemas causados e, por incrível que pareça, reduzindo a sensação de desgaste.

EPILEPSIA
Talvez por medo do efeito das convulsões ou por superproteção, muitos epilépticos não recebem a orientação de se exercitar. Mas há evidências de que a prática ajuda no controle das crises, contribui para a redução nas convulsões e ainda favorece o lado social.

HIPERTENSÃO
Reconhecida como porta de entrada para diversas doenças, a hipertensão pode ser, além de prevenida, também combatida com o exercício, que ajuda na melhor circulação nos vasos sanguíneos, evitando ainda o surgimento de problemas cardiovasculares.

MALES RENAIS
Questões de saúde que podem ser combatidas com a atividade física, como diabetes e hipertensão, contribuem para o mau funcionamento dos rins. Combatê-las, portanto, ajuda a afugentar os males renais.

OSTEOPOROSE
A prática regular de exercícios estimula o fortalecimento dos músculos e ajuda a retardar a perda óssea.

PARKINSON
O tremor é difícil de combater, mesmo com o fortalecimento de músculos e articulações, mas características como a lentidão dos movimentos e a dificuldade em manter uma postura adequada podem ser combatidas pela prática cuidadosa de atividades físicas.

Cuidados com o sol devem ser intensificados o ano inteiro, não apenas no verão

solDezembro foi instituído como mês chave para as ações nacionais da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

Conhecido como “Dezembro Laranja”, a data marca a importância de reforçar o cuidado com a exposição excessiva ao sol e realizar a prevenção e o diagnóstico do câncer de pele. O alerta é para o ano todo, não apenas para o verão. “Quando tem claridade, tem sol. Mesmo que ele esteja mais fraco, ele está incidindo sobre a pele. No frio também tem queimadura na pele, e o frio intensifica essa queimadura”, explica a professora do curso de farmácia da Universidade de Brasília (UNB), Camila Areda.

As medidas de prevenção são simples e não exigem muito esforço do indivíduo. Evitar a exposição ao sol entre dez da manhã e quatro da tarde, usar diariamente protetor solar, boné, óculos escuros e roupas compridas também são medidas que podem ser essenciais para evitaro câncer. Pessoas com a pele mais clara, olhos claros, que já foram expostas aos raios ultravioletas em excesso, ou possuem casos na família são pré-dispostas a desenvolver a doença. No entanto, essas recomendações são para todas as pessoas, independente da cor da pele ou da região onde vive.

5550454035302520151050SulCentro-OesteSudesteNordesteNorte19.73013.8208.5607.79038.43058.66011.72012.7502.4101.890
Homem
Mulher

“A gente sempre instrui os pacientes, principalmente aqueles que têm muitos sinais, muitas manchinhas, de procurarem o dermatologista pelo menos uma vez no ano para fazer uma inspeção. Assim o paciente faz o diagnóstico e uma prevenção”, explica a dermatologista Jorgeth da Motta. Ela também reforça que a indicação do protetor solar deve ser feita sempre por um profissional dermatologista ou farmacêutico.

O fator de proteção solar (FPS) representa quanto tempo a mais a pele pode ficar exposta ao sol comparada com a pele sem a proteção. Um FPS 30 significa que a pele pode ficar até 30 minutos a mais exposta ao sol. O FPS também está relacionado com o tipo de pele. Pessoas com a pele mais branca devem usar um FPS maior, entre 50 e 60. Para peles mais escuras, é recomendado entre 15 e 30. Já a reposição do produto deve ser feita a cada duas horas. No caso de crianças, é sempre bom usar fórmulas desenvolvidas especialmente para elas, pois possuem matérias menos alergênicas e menos tóxicas.

Tipos de câncer de pele
O câncer melanoma é provocado pelos melanócitos, células que dão o pigmento a nossa pele. O melanoma é o câncer de pele mais perigoso, pois pode dar metástase e causar a morte. O câncer de pele não-melanoma pode ser o carcinoma basocelular, que é o mais prevalente dos cânceres, ou o carcinoma espinocelular. O carcinoma basocelular normalmente não causa metástase, ou seja, não causa morte, mas vai aumentando no local e pode deixar sequelas pós-tratamento. O carcinoma espinocelular também pode dar metástase e tem uma mortalidade maior.

Quanto antes o paciente detectar se uma lesão é benigna ou maligna, mais fácil o tratamento e a recuperação. Atualmente, a primeira opção é a retirada do tumor através de uma cirurgia. A exceção fica em casos de pacientes que tenham outras doenças ou que não podem ser operados. Nesse caso, o tratamento é feito com radioterapia ou quimioterapia dependendo do tipo de câncer. 

Quer saber como realizar o autoexame e detectar se uma mancha pode ser câncer de pele? Assista aqui!



Aline Czezacki, para o Blog da Saúde