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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Falta de higiene pode causar câncer de pênis

novembroazulQuando chega o mês de novembro, que é quando as campanhas contra o câncer na população masculina tem maior força, ouvimos muito a respeito do câncer de próstata, mas esse não é o único tipo que afeta os homens: o câncer de pênis merece bastante atenção!

Em 2015, por todo o Brasil, houve 402 mortes por câncer de pênis, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). “É um tipo de câncer que hoje é raro no mundo, mas incidente no Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, explica o doutor Franz Campos, que é chefe do serviço de Urologia do INCA.

O câncer de pênis é um tumor que atinge com mais frequência os homens a partir dos 50 anos, mas que pode ocorrer também em jovens e está relacionado principalmente à má higiene – isso mesmo, naqueles homens que não lavam direito o pênis! Também é mais comum nos homens que não foram submetidos à circuncisão, que é a remoção do prepúcio - a pele que reveste a glande (conhecida como a “cabeça” do pênis).

Prevenção
Realizar a higiene diária com água e sabão é o principal fator, principalmente depois de relações sexuais ou masturbação. Com isso, percebemos o quão importante é ensinar as crianças desde cedo os hábitos de higienização diária e de forma adequada. Além disso, o uso de preservativo é fundamental em qualquer relação sexual, uma vez que a prática sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença.

“Outra forma de ajudar a evitar a doença é a cirurgia de fimose, em que se retira o excesso de pele da glande. Nem sempre o homem faz a higiene corretamente e o esmegma, que é uma secreção branca produzida pelo próprio pênis, não pode ficar acumulado por muito tempo ali. O homem que consegue expor a glande não tem tanta à necessidade de realizar a fimose, como aquele que não consegue. Claro que isso varia de acordo com cada pessoa, por isso a importância de uma consulta ”, recomenda o doutor Franz Campos.

Sintomas
A manifestação mais comum é uma ferida persistente ou um aumento anormal do tecido da glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de um desses sinais, somados ao esmegma, pode indicar o câncer no pênis. Além disso, o surgimento de pequenos nódulos, gânglios inguinais (ínguas na virilha), também podem ser sinais de progressão da doença. Em qualquer desses casos é importante procurar um serviço de saúde para realizar uma avaliação.

Tratamento
Como qualquer doença, quanto mais cedo for diagnosticado e iniciado o tratamento, maiores as chances de cura do câncer de pênis e para evitar o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação do pênis. O tratamento depende da extensão do câncer, que pode ser realizado por cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. A cirurgia é o tratamento mais comum e feito para controlar a doença.

Janary Damacena, para o Blog da Saúde.

Câncer de Testículo: Autoexame é a melhor forma de prevenção

azulOs casos de câncer no testículo correspondem a 5% do total de casos de câncer entre os homens, e em 2015 foi responsável pela morte de 359 pessoas. Esses números fazem parte do último levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA)

Apesar disso, esse tipo de câncer é facilmente curado quando detectado precocemente, principalmente quando realizado o autoexame. Na infância, é importante o exame do pediatra para verificar se a descida dos testículos para a bolsa escrotal (popularmente conhecida como “saco”) ocorreu normalmente.

“O autoexame é muito importante, pois é a melhor forma de prevenção dessa doença. Se você reparar qualquer nódulo no testículo ou anormalidade, procure imediatamente o médico. O testículo não uma região onde deva aparecer absolutamente nada ”, explica o doutor Franz Campos, é chefe do serviço de Urologia do INCA.

O sintoma mais comum é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente indolor, que tem o tamanho aproximado ao de uma ervilha. Mas é preciso ficar atento a outras alterações, como aumento ou diminuição no tamanho dos testículos, nódulos ou endurecimentos, dor imprecisa na parte baixa do abdômen, sangue na urina e aumento ou sensibilidade dos mamilos. Em qualquer desses casos, é importante realizar um consulta com um urologista.

Mesmo considerado raro, o câncer de testículo é preocupante porque a maior incidência ocorre em homens em idades entre 15 e 50 anos. Nessa fase, existe chance de ser confundido, ou até mesmo mascarado, por um processo inflamatório ou infeccioso envolvendo o testículo, chamado orquiepididimites – que geralmente é transmitida sexualmente.

O doutor Franz Campos ressalta a importância de ser rápido em buscar uma avaliação médica, caso o homem perceba alguma diferença. “O câncer de testículo tem uma peculiaridade, pois ele vem das células germinativas, que tem poder de duplicação muito rápida. Então é um crescimento acelerado, principalmente da lesão local. Por isso a necessidade de ir imediatamente a um especialista . A detecção precoce e o tratamento rápido podem evitar a perda do testículo ”.

Tratamento
Em caso positivo para câncer, o testículo é extraído, mas a função sexual ou reprodutiva do paciente não é afetada, desde que o outro testículo esteja saudável. O tratamento posterior poderá ser cirúrgico, radioterápico, quimioterápico ou através de controle clínico. A complementação depende de investigação, que avaliará a presença ou a possibilidade de disseminação da doença para outros órgãos.

Autoexame
Para quem ficou em dúvida, deixamos aqui algumas dicas de como realizar o autoexame nos testículos, que deve ser feito todo mês, logo depois de um banho quente - isso porque o calor relaxa o escroto e facilita a observação de quaisquer anormalidades de tamanho, sensibilidade ou densidade.

O que procurar?
• Alteração do tamanho dos testículos;
• sensação de peso no escroto;
• dor imprecisa na parte inferior do abdômen ou na virilha;
• derrame escrotal, caracterizado por líquido no escroto;
• dor ou desconforto no testículo ou escroto.

Como fazer?
• De pé, em frente ao espelho, verifique a existência de alterações em alto relevo na pele do escroto;
• examine cada testículo com as duas mãos;
• posicione o testículo entre os dedos indicador, médio e o polegar;
• revolva o testículo entre os dedos - você não deve sentir dor ao realizar o exame;
• não se assuste se um dos testículos parecer ligeiramente maior que o outro, isto é normal;
• ache o epidídimo - canal localizado atrás do testículo que coleta e carrega o esperma;
• se você se familiarizar com essa estrutura, não confundirá o epidídimo com uma massa suspeita;
• os tumores malignos são localizados com mais frequência lateralmente aos testículos, mas também podem ser encontrados na porção ventral (parte de baixo dos testículos);

Janary Damacena, para o Blog da Saúde.

Para reduzir gastos, gestão Temer quer rever distribuição de remédio

Um dos mais conhecidos programas do Ministério da Saúde, o Farmácia Popular, iniciativa que oferta medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto, deve passar por mudanças. Para o setor farmacêutico, as medidas o colocam em risco

Após fechar cerca de 400 farmácias da rede própria que mantinha no programa, o governo quer agora mudar o modelo de pagamento para farmácias particulares credenciadas. Hoje, há cerca de 30 mil estabelecimentos que ofertam os medicamentos no Aqui Tem Farmácia Popular, nome dado ao eixo do programa na rede particular. Para o ministro Ricardo Barros (Saúde), o objetivo é reduzir gastos, tidos como mais altos do que na compra centralizada de remédios no SUS. Hoje, farmácias recebem um reembolso do governo a cada produto dispensado, com base em uma tabela de valores de referência pré-definidos para cada um deles.

O governo quer renegociar esses valores. De acordo o ministro, a ideia é propor um novo cálculo, definido por um preço base no atacado e 40% de margem para compensar os custos de aquisição e distribuição dos produtos. Neste caso, as farmácias receberiam um valor fixo pelo procedimento de entrega do medicamento, não importa qual deles entregou. Neste caso, os medicamentos seriam do Ministério da Saúde.

As mudanças, porém, dependem de negociação com o setor. Segundo Sérgio Barreto, da Abrafarma, associação que reúne as redes de farmácias, os preços sugeridos na proposta, e que preveem redução de até 60%, não compensam os custos. O ministro afirma que, caso não haja um acordo, a pasta pode voltar a distribuir todos os medicamentos da lista apenas no SUS. “Se não quiserem fazer nessa margem que estamos propondo, vamos centralizar a compra e fazer [a entrega] na nossa rede, que já está paga.”

Neste caso, diz, os valores pagos ao programa seriam direcionados a complementar as verbas de assistência farmacêutica, assim como ocorreu no fechamento das unidades próprias. Questionado se isso não indicaria o fim do programa, ele minimiza. Já Arthur Chioro, que foi ministro da Saúde na gestão Dilma Rousseff, tem visão oposta. “O que observamos em relação ao Farmácia Popular é uma desmontagem do programa”, afirma ele, que lembra que o programa foi criado para aumentar o acesso a medicamentos para doenças mais comuns e, assim, reduzir custos com internação.

Pacientes que utilizam o Farmácia Popular afirmam terem sido pegos de surpresa com o fechamento das unidades próprias do programa e relatam dificuldades de acesso a medicamentos no SUS. No Distrito Federal, a única unidade da rede própria que ainda havia do programa, em Sobradinho, foi fechada em 28 de agosto. Foi com ele que se deparou o aposentado José Aparecido dos Santos, que buscava no local medicamentos para diabetes, hipertensão, entre outros. “Simplesmente cheguei aqui e estava fechada.”

Desde então, usuários como ele se queixam da falta de informações sobre o fechamento e sobre onde ainda é possível retirar medicamentos antes disponíveis na rede. O maior impasse é o fato da lista de remédios ser menor nas redes particulares credenciadas ao Farmácia Popular em relação ao que era disponibilizado nas unidades próprias –enquanto a primeira tem 32, a anterior disponibilizava 112. Foi o que ocorreu com a técnica de laboratório Maria de Fátima Soares, 54, que pegava com o filho medicamentos para efeitos da artrite e tratamento de gota (no caso específico, ácido fólico e prednisona), na unidade de Sobradinho.

De R$ 1,60 que pagava pelo que precisava na rede própria devido aos descontos, agora paga entre R$ 15 e R$ 34 em farmácias particulares –os medicamentos não constam na lista da rede credenciada. “Ninguém acreditou quando fechou”, relata ela, que trabalha ao lado da antiga unidade. O Ministério da Saúde afirma que todos os remédios que eram distribuídos nas unidades próprias também estão disponíveis no SUS. Na prática, há reclamações. Santos, por exemplo, relata que, após o fechamento, nem sempre encontra o que precisa no posto de saúde. “Agora tenho que ir no posto, e quando não tem, tem que comprar”, diz.

Funcionários de unidades de saúde do DF ouvidos pela Folha confirmam casos de falta de alguns medicamentos, sobretudo dos mais indicados, como omeprazol (para problemas de estômago) e sinvastatina (para reduzir níveis de colesterol). Ao saber do fechamento, a dona de casa Maria Ricarda Pereira, 71, correu para adiantar as receitas médicas e obter os medicamentos. Um dos que já utilizou, o cloridrato de verapamil, diz, não consta nas farmácias credenciadas. Agora, busca os medicamentos na unidade de saúde, onde também faz acompanhamento.

Questionado, o Ministério da Saúde afirma que direcionou todos os R$ 100 milhões antes gastos com as unidades próprias do Farmácia Popular para aumentar a oferta de medicamentos na rede pública. A pasta atribui o fechamento ao fato de que só 20% dos cerca de R$ 100 milhões gastos com essas unidades era para compra e distribuição de remédios. O restante era para custos operacionais. Sobre os relatos de falta de medicamentos, afirma que o monitoramento das unidades cabe aos municípios. Em nota, a secretaria de saúde do Distrito Federal informa que trabalha para manter os estoques abastecidos, mas admite que pode haver “faltas pontuais” de alguns medicamentos na rede.

Folha de São Paulo