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sábado, 28 de março de 2015

Sacarina pode funcionar como inibidor do câncer, afirma estudo científico

 
O adoçante artificial conhecido como sacarina, cujo consumo esteve relacionado ao câncer durante décadas, pode ter efeitos inibidores sobre as células cancerígenas, segundo a conclusão de um estudo cujos resultados foram publicados nesta terça-feira (24) pela Universidade da Flórida (UFA), nos Estados Unidos
 
O estudo indica que a sacarina “tem capacidade para inibir uma enzima presente em muitos tipos de câncer” que contribui para que as “células tumorais sobrevivam e entrem em metástases”, destacou em comunicado Robert McKenna, professor de Bioquímica e Biologia Molecular da Faculdade de Medicina da UFA.
 
Os pesquisadores acreditam que a sacarina pode levar ao desenvolvimento de remédios que sirvam para o “tratamento de cânceres mais agressivos, como os de tórax, fígado, próstata, rins e pâncreas”.
 
Os resultados do estudo do centro universitário de Gainesville, na Flórida, serão apresentados amanhã (25) pela Sociedade Química Americana em um convenção na cidade de Denver, no Colorado.
 
A descoberta aconteceu depois que um graduado assistente de pesquisa da UFA, Brian Mahon, se perguntou como a sacarina poderia atuar sobre a enzima “carbonic anhydrase IX”, que está presente em um grande número de cânceres agressivos.
 
Após realizar uma série de experimentos preliminares, os investigadores estudaram os efeitos da sacarina sobre as células malignas de um câncer de tórax.
 
“Vimos literalmente que o índice de crescimento das células cancerígenas caía lentamente quando adicionávamos o adoçante”, disse McKenna, responsável pelo estudo.
 
A primeira conclusão é que uma “base de sacarina” poderia ser usada em conjunto com outros medicamentos para o tratamento do câncer, como quimioterapia e radiação, segundo os cientistas, já que o adoçante “pode desacelerar o crescimento do câncer e oferecer uma oportunidade” para que os tratamentos citados “sejam mais efetivos” na batalha contra a doença.
 
Ironicamente, este adoçante foi classificado há algum tempo como potencialmente cancerígeno, mas, na atualidade, a Agência de Controle de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos (FDA, sigla em inglês) considera a sacarina como um produto seguro para o consumo.
 
“A sacarina era vista como o ‘bandido’, e não era. De fato, pode ser o ‘mocinho’ deste filme”, acrescentou McKenna.

UOL

Farmacêutica é detida suspeita de vender remédios sem receita em GO

Medicamentos estavam trancados dentro de armário em drogaria de Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Foto: Reprodução/ Decon
Medicamentos estavam trancados dentro de armário em drogaria 
Cerca de 500 medicamentos estavam escondidos em armários de drogaria. Segundo delegado, eles não foram registrados no site da Anvisa
 
Uma farmacêutica de 41 anos foi presa, na terça-feira (24), suspeita de vender medicamentos de uso controlado sem receita médica e de sonegação fiscal. O comércio ilícito de remédios ocorria na drogaria da mulher, localizada no Loteamento Alphaville, em Goiânia.
 
Cerca de 500 caixas de remédios estavam escondidas e trancadas dentro de dois armários do estabelecimento. “Isso nos leva a crer que esses medicamentos estavam lá para serem vendidos sem a receita médica, tendo em vista que eles não foram lançados no sistema da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, afirma o delegado responsável pela investigação, Webert Leonardo Lopes, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).
 
A Vigilância Sanitária interditou a venda de medicamentos de tarja preta na farmácia. Segundo a polícia, os demais documentos da empresa estavam regulares.
 
Ocultação de remédios
O delegado informou que a drogaria era investigada há dois meses, após uma denúncia. Na terça-feira, policiais foram acompanhados de fiscais do Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde à empresa e constataram as irregularidades tributárias e contra os clientes.
 
Segundo o delegado, ao chegar ao local e se deparar com o armário trancado, ele questionou o que havia dentro do móvel. A farmacêutica e o marido disseram à polícia que havia receitas e documentos e que a chave não estava na empresa.
 
“Essa chave não apareceu em três horas que nós ficamos lá, ocasião em que aumentou a nossa desconfiança e autorizamos a abertura desses armários de forma coercitiva e, para nossa surpresa, contrariando as alegações deles, estavam vários medicamentos”, disse o delegado.
 
Para a polícia, isso também é um indício de que a empresa sonegava os impostos desses medicamentos. “Esses medicamentos estavam ocultos e trancados não foram declarados. No nosso entendimento, eles cometeram crimes contra a ordem tributária e crime contra as relações de consumo”, afirma Santos.
 
A farmacêutica foi encaminhada à Decon, mas foi libertada após pagar fiança de R$ 3 mil. O delegado possui 30 dias para concluir o inquérito. No entanto, ele acredita que a mulher será autuadas pelos crimes contra a ordem tributária e ao consumidor. Caso seja condenada pelas dois artigos, a profissional pode pegar de 4 a 7 anos de prisão.
 
Tarja Preta
A ação deflagrada na terça-feira integra a Operação Tarja Preta, instaurada desde o inicio do ano pela Decon e que visa reprimir o estoque e comércio ilícito de medicamentos controlados entre outros crimes. O delegado informou que neste período cerca de cinco pessoas foram presas e houve a conclusão de dez inquéritos policiais.
 
Esta operação não tem relação com operação também denominada Tarja Preta, deflagrada em 2013 pelo Centro de Segurança Institucional de Inteligência (CSI) do Ministério Público Estadual (MP-GO) em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Na ocasião, 59 pessoas foram denunciadas. Dentre elas, 11 prefeitos e um ex-prefeito.
 
G1

Proposta de regulação de serviços hospitalares e ambulatoriais surpreende setor

Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e de Medicina Laboratorial afirma não ter sido chamada para a discussão e nega informação de que área cause impacto significativo nos custos das operadoras
 
A proposta em estudo no governo de regular serviços hospitalares e ambulatoriais para conter reajustes de planos de saúde surpreendeu a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e de Medicina Laboratorial. A presidente da entidade, Paula Távora, afirma não ter sido chamada para a discussão e rebate a informação de que o setor teria impacto significativo nos custos das operadoras. “Laboratórios não têm reajustes há oito anos”, afirma.
 
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que reúne empresas na área de patologia clínica, anatomia patológica e de radiologia reforça o discurso de Paula e garante que, nos casos de reajustes concedidos, eles ocorrem abaixo da inflação médica. Reportagem publicada na edição desta segunda, 23, do Estado mostra que relatório da Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça propõe a criação de regras para prestadores de serviços de saúde como uma estratégia para reduzir os custos da área. A titular da Senacon, Juliana Pereira, afirma não haver fiscalização nos serviços, que cobram o quanto desejam.
 
Em nota, a Abramed reconhece que o modelo atual apresenta problemas, mas observa que para se chegar a um novo formato é preciso realizar uma discussão profunda “muito mais do que apontar culpados”.
 
Paula admite haver excessos no número de pedidos de exames feitos por profissionais. “Mas esse é um problema que não se resolve com essa regulação, mas com capacitação de estudantes na graduação e profissionais que já estão em atividade no mercado”, disse. “Há um discurso antigo de que exames são feitos e não são retirados, o que provaria que eles são desnecessários. Mas é preciso lembrar que, com avanços da tecnologia, muitas vezes pacientes têm acesso a laudos por internet”, observou.
 
A Abramed contesta ainda afirmações de representantes de planos de saúde de que, muitas tecnologias são incorporadas na saúde suplementar sem que haja uma avaliação do custo benefício. A associação argumenta que tecnologia é uma ferramenta importante para se alcançar diagnóstico precoce e um tratamento mais eficiente e observa que todas tecnologias, antes de serem liberadas no País são avaliadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e somente passam a ser consideradas como de oferta obrigatória nos planos depois de autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
 
Estadão

Anvisa inicia publicação de bases técnicas e científicas de registro de medicamentos

A Anvisa iniciou a publicação das bases técnicas e científicas para aprovação e reprovação do registro de medicamentos
 
Inicialmente, o foco dessa publicação são os medicamentos novos com registros concedidos a partir de 12 de janeiro de 2015 e os produtos biológicos com registro a partir de 1º de setembro de 2014.
 
O documento de aprovação contém as principais informações de qualidade, segurança e eficácia do produto, além das indicações terapêuticas, modo de administração e locais de fabricação aprovados no momento do registro.
 
Já o documento de reprovação terá informações sobre as diretrizes técnicas e sanitárias que não foram cumpridas no processo de registro de um medicamento.
 
As bases técnicas e científicas para aprovação e reprovação do registro de medicamentos podem ser consultadas no link: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/Fila_de_analise/index.asp
 
A publicação está alinhada com as diretrizes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), de outras autoridades reguladoras internacionais e com as ações de transparência da Administração Pública.
 
Nesse sentido, a Superintendência de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa se alinha ao objetivo de dar maior transparência aos resultados das análises das solicitações de registro de medicamentos e produtos biológicos.
 
ANVISA

Entenda os mitos e verdades sobre a pílula do dia seguinte

Médicos avaliam que o melhor nome seria "pílula de emergência", já que efeito é eficaz por até sete dias
 
Fonte de muitas dúvidas entre as mulheres, a chamada pílula do dia seguinte também é considerada por médicos um medicamento importante, já que diminui a quantidade de gravidezes indesejadas e abortos. Muito da dificuldade em conversar sobre o assunto vem do tabu criado em volta da contracepção de emergência – por isso, conversamos com Jaqueline Lubianca, professora de ginecologia e obstetrícia na UFRGS. A primeira recomendação que ela fez foi: "parem de chamar de pílula do dia seguinte":
 
– A contracepção emergencial pode ser usada por até cinco dias com uma boa eficácia. É claro que o ideal é usar nas primeiras 24 horas, nas quais a eficácia é de 85%, mas ainda pode ser utilizada depois de até sete dias – explica a médica, citando a taxa de funcionamento: a cada oito gestações potencias, sete seriam evitadas com a pílula.
 
Outro mito que a professora descarta é o de que a pílula emergencial altera o ciclo menstrual. De acordo com ela, se a pílula tiver sucesso e a gravidez não acontecer, a menstruação ocorrerá normalmente, dentro do ciclo natural da mulher. O que pode alterar o ciclo natural é usar a pílula mais de uma vez em um mês:
 
– Utilizar mais de uma vez no mês não causa nenhum problema maior no corpo da mulher, mas é um indicativo forte de que ela precisa usar outro método contraceptivo. Esse uso também pode causar sangramentos, mas nada mais grave – indica.
 
É claro que a pílula do dia seguinte não deve ser usada como primeira escolha de contraceptivo – em outras palavras, não é um substituto da camisinha ou da pílula. Principalmente porque é menos efetiva do que ambos. Deve, também, ser usada após consulta ao médico. Atualmente, a contracepção emergencial (lembrando, esse é o nome mais correto da "pílula do dia seguinte") é a mais indicada em casos que saem do controle. Não usou camisinha? Usou, mas ela estourou? Se perdeu na hora de usar a pílula? O recomendado é a contracepção emergencial.
 
– É extremamente segura, sem contraindicações maiores. Pode ser usada por hipertensos, não está associada a risco de tromboses, pode ser usada por quem usa pílula, por isso damos sempre preferência à chamada pílula do dia seguinte – explica.
 
Zero Hora

Dieta rica em gordura pode causar depressão


Foto: Gabriel Zambon / Divulgação
Testes foram feitos em ratos por pesquisadores da Universidade de Louisiana, nos Estados Unidos
 
Um novo estudo publicado na revista Biological Psychiatry levanta a possibilidade de que uma dieta rica em gordura provoca depressão e altera a composição de bactérias no intestino. A alteração no chamado microbioma intestinal pode deixar o paciente suscetível a doenças e comprometer o funcionamento do cérebro.
 
Segundo os testes feitos em ratos por pesquisadores da Universidade de Louisiana, nos EUA, os animais que com microbioma intestinal típica de uma dieta rica em gordura tiveram múltiplas rupturas de comportamento, como aumento da ansiedade, memória prejudicada e comportamentos repetitivos — sintomas característicos da depressão.
 
— Este trabalho sugere que as dietas ricas em gordura prejudicam a saúde do cérebro, em parte, por perturbar a relação simbiótica entre os seres humanos e os microorganismos que ocupam nossas faixas gastrointestinais — comenta John Krystal, editor da Biological Psychiatry.
 
Os resultados, disseram os cientistas, mostram que as alterações induzidas pela dieta rica em gordura são suficientes para alterar a função cerebral, mesmo que a pessoa não seja obesa.
 
Zero Hora

Ministério da Saúde seleciona 28 hospitais para projeto de incentivo ao parto normal

Instituições públicas e privadas terão de seguir diretrizes da pasta para reduzir cesarianas desnecessárias
 
O Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Hospital Israelita Albert Einstein anunciaram nesta sexta-feira as 28 instituições escolhidas para participar de projeto piloto de incentivo ao parto normal. Foram selecionados inicialmente 23 hospitais privados e cinco maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital Moinhos de Vento é o único do Estado que irá participar.
 
A iniciativa, desenvolvida em parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI) e denominada Parto Adequado, tem por objetivo incentivar o parto normal a partir de modelos inovadores de atenção ao parto, que possam reduzir a ocorrência de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar e no sistema único de saúde, melhorando a qualidade do atendimento e a segurança da mulher e do bebê.
 
Entre as instituições privadas selecionadas, oito estão entre as 30 maiores em volume de partos do país e 11 entre as 100 maiores, o que, na avaliação do ministro da Saúde, Arthur Chioro, demonstra o compromisso social com a melhoria da qualidade da atenção ao parto e nascimento.
 
Esses hospitais possuem taxa de cesarianas de 88,7% - superior à identificada na saúde suplementar (84%) e na rede pública (40%). Já os estabelecimentos do SUS foram escolhidos por apresentarem percentual de cesarianas acima de 60% e por realizarem mais de mil partos por ano.

Durante a solenidade em que foram anunciados os hospitais selecionados, o ministro da Saúde admitiu que os números são alarmantes e que o país vive "uma verdadeira epidemia de cesáreas". O ministro reconheceu a importância do parto cirúrgico, mas destacou a importância de reduzir o "número alarmante" dessas intervenções.
 
— É fundamental que se compreenda que a cesariana, quando bem indicada, salva vidas. É fundamental e é uma conquista da medicina e da ciência. Mas a epidemia de cesariana traz mais mortalidade materna e infantil, mais prematuridade e todo um conjunto de consequências deletérias à saúde do bebê e da mulher, decorrentes de uma indicação mal feita — disse Chioro.
 
Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia de ação desenvolvida para os participantes do projeto envolve adequação de recursos humanos para a incorporação de equipe multiprofissional nos hospitais e maternidades; capacitação profissional para ampliar a segurança na realização do parto normal; engajamento do corpo clínico, da equipe e das próprias gestantes; e revisão das práticas relacionadas ao atendimento das gestantes e bebês, desde o pré-natal até o pós-parto.
 
— Nós estamos agora em um movimento de retomar um caminho que é o caminho centrado nas evidências científicas, nas melhoras práticas de cuidados obstétrico e em sintonia com o resto do mundo, porque a verdade é que o Brasil virou um ponto fora da curva no que diz respeito ao número de partos por cesariana — complementou o ministro.
 
A diretora-presidente interina de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Martha Oliveira, disse que a iniciativa não visa a criminalização da prática da cesariana, mas sim a de procurar uma solução para o grave problema enfrentado pelo país.
 
Para vencer o que ela considera "um grande desafio", estão sendo apresentadas aos hospitais participantes do projeto três propostas de modelos assistenciais alternativos como ponto de partida: no primeiro modelo, o parto é realizado pelo plantonista do hospital; o segundo propõe que o parto seja realizado pelo médico pré-natalista do corpo clínico, com suporte da equipe multidisciplinar de plantão, que vai fazer o acompanhamento inicial da parturiente até a chegada de seu médico; já no terceiro modelo, o parto é assistido por um dos membros de uma equipe de profissionais, composta por três ou mais médicos e enfermeiras obstetras. Neste caso, a parturiente se vinculará à equipe que terá sempre um médico e uma enfermeira obstetra de sobreaviso para realizar a assistência do trabalho de parto e parto.
 
As mudanças sugeridas no âmbito do projeto Parto Adequado poderão ser feitas em todos os atendimentos ou em uma parcela da população atendida pelos hospitais. O hospital deverá seguir integralmente as recomendações e diretrizes propostas, testando o conjunto completo de mudanças.
 
Além dos 28 hospitais selecionados, outros 16 estabelecimentos inscritos formarão um grupo de seguidores.
 
Dados do Ministério da Saúde indicam que quando não há indicação clínica, a cesariana ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade.
 
Além do projeto-piloto que está em andamento, em julho entrará em vigor a Resolução Normativa nº 368, com medidas que garantem o acesso de beneficiárias de planos de saúde aos percentuais de cirurgias cesáreas (por operadora, por hospital e por médico) e a utilização do partograma e do cartão da gestante.

*Agência Brasil / Zero Hora

Funcionários da Santa Casa de São Paulo protestam por atraso de salários

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Maíra Teixeira/iG
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Segundo sindicato, pelo menos 120 manifestantes percorreram as dependências da entidade e promoveram uma panfletagem
 
Médicos, enfermeiros, profissionais da saúde e funcionários da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo fizeram um protesto na manhã de ontem (27). Eles reivindicam os pagamentos de salários e décimo terceiro (com as respectivas multas por atraso) que não foram efetuados no final do ano passado, devido à grave crise financeira por que passa a instituição.
 
Pelo menos 120 manifestantes, segundo estimativa dos sindicatos, percorreram as dependências da entidade e promoveram uma panfletagem. O ato durou 36 minutos e foi um repúdiu a proposta da direção do hospital, que sugeriu o pagamento dos valores devidos parcelados em 36 vezes. "Nós não aceitamos isso, 36 meses dá 100 reais [por mês] e as dívidas dos trabalhadores, que correram juros, não daria para pagar em 36 meses. Seria inadmissível aceitar", disse Anuska Pitunci, uma das diretoras do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (Seesp).
 
Ela acrescentou que alguns funcionários receberam o décimo terceiro e salário de dezembro, mas outros não. O sindicato não soube informar quantos deles ainda estão sem receber. "A gente pediu a relação nominal do trabalhador, setor que trabalha, e se recebeu o valor do salário. Faz mais de três meses que pedimos, para realmente saber o montante que é devido para cada um, mas até agora nada". Na Santa Casa trabalham 600 enfermeiros.
 
Segundo Anuska, representantes das entidades sindicais dos profissionais de saúde formaram uma comissão, por intermédio da Superintendência Regional do Trabalho, para acompanhar a venda de um prédio, que é de propriedade do hospital. O imóvel, avaliado em RS 60 milhões, foi colocado à venda para ajudar a liquidar as dívidas trabalhistas da entidade. Ela conta, porém, que o prédio recebeu apenas uma oferta, no valor de R$ 40 milhões, que não foi aceita. A comissão funciona por 30 dias, avaliando as negociações entre a diretoria do hospital e possíveis compradores.
 
Os enfermeiros não descartam uma paralisação. Ontem (26), os médicos fizeram uma assembleia quando rejeitaram a paralisação, pois iss o poderia comprometer a assistência à população. A categoria decidiu esperar o prazo de 30 dias para avaliar a evolução da venda do imóvel.
 
Péricles Batista, diretor do Seesp, teme que profissionais sejam demitidos. "As demissões estão sendo voluntárias, as pessoas estão pedindo as contas pelas péssimas condições de trabalho e sobrecarga, falta de insumos. Tudo isso tem acontecido aqui dentro. A maior prejudicada é a população", declarou.
 
A Agência Brasil entrou em contato com a Santa Casa e aguarda um pronunciamento da direção sobre o assunto.
 
Agência Brasil / iG