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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Consumir comidas apimentadas faz bem para a saúde

Estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) aponta que pessoas que seguem uma dieta regular com comidas apimentadas apresentam baixo risco de morte por câncer, doenças do coração e respiratórias

Muitos estudos prévios demostraram os benefícios à saúde que a pimenta promove. Algumas pesquisas apontaram agentes bioativos que ajudam a reduzir o risco de obesidade e doenças cardiovasculares.

Enquanto esses estudos sugerem que a pimenta poderia desempenhar um papel proeminente na saúde humana, há evidências dos efeitos do consumo diário de comidas apimentadas em algumas doenças específicas e nas causas de mortalidade.

Para verificar isto, um grupo de pesquisadores da Chinese Academy of Medical Sciences analisou dados da China Kadoorie Biobank de quase meio milhão de adultos de diversas regiões da China.

Eles acompanharam um total de 487.375 participantes com idades entre 30 e 79 anos regularmente avaliadas por médicos. Quando cada participante estava envolvido no estudo entre 2004 e 2008, eles receberam um questionário sobre sua saúde e o consumo de comidas picantes, carne vermelha, vegetais e álcool.

Um total de 20.224 mortes aconteceram durante o período de acompanhamento. Em 2008, 5% dos participantes sobreviventes foram pesquisados aleatoriamente para verificar se o questionário inicial “batia” com os hábitos de consumir comidas apimentadas na atualidade.

Os autores do estudo reportaram que os questionários indicaram que o consumo de comida apimentada foi mencionado constantemente. Os pesquisadores observaram que os participantes que afirmaram comer comidas apimentadas de 3 a 7 vezes por semana eram 14% menos propensos a morrer do que os participantes que comiam alimentos apimentados menos de uma vez por semana. Participantes que ingeriam comidas apimentadas uma ou duas vezes por semana tinham 10% menos chance de morrer ao serem comparados com os participantes de se consumiam pimentas menos de uma vez por semana.

Os cientistas afirmam que ainda é cedo para tirar qualquer conclusão sobre ingerir mais pimenta. Ainda ocorrerão novos estudos.

Acidentes com animais peçonhentos aumentam no período chuvoso

escorpiãoMinistério da Saúde orienta que as pessoas busquem prestar atenção à presença destes animais e procurem atendimento imediatamente no caso de picadas

Em quase todo o Brasil, o clima é chuvoso e é nesta época do ano em que se percebe, com mais frequência, a presença de animais peçonhentos em casas e apartamentos, especialmente os localizados próximos às áreas verdes. Escorpiões, aranhas, lacraias e até serpentes costumam buscar locais secos para se proteger das enchentes e acabam se tornando um perigo, especialmente para crianças.

O coordenador de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Renato Alves, explica o porquê de a atenção precisa ser redobrada. “Essa época de chuva coincide com a de maior calor e há, também, mais exposição das pessoas aos ambientes que estes animais estão. Estes bichos não regulam sua temperatura como os mamíferos e, por isso, buscam locais de maior exposição ao sol. A soma destes fatores faz desta época a de maior incidência de acidentes”.

A manicure Ana Paula Peixoto passou pelo susto de ser picada por escorpiões duas vezes: a primeira numa fazenda e outra na zona urbana. O primeiro acidente foi no chão do banheiro e, no segundo, o animal estava dentro da calça jeans do filho dela. Nas duas ocasiões ela diz ter sentido “a pior dor do mundo”. “É uma dor mortal, eu vi a morte nos olhos. Minha mão ficou dormente e nem sentia os dedos”, lembra.

Nas duas vezes em que foi vítima dos escorpiões, a Ana Paula cometeu um erro grave. Ela não chegou a procurar o Pronto Socorro. Se automedicou e esperou a dor passar, o que poderia ter resultado em sequelas para toda a vida.

Socorro médico
Segundo Renato Alves, em caso de acidentes com animais peçonhentos, é preciso procurar o serviço de saúde mais próximo e o mais rápido possível. Só numa unidade de pronto atendimento – UPA, Hospital ou SAMU -, após a avaliação clínica, o paciente receberá ou não um antiveneno específico.

“A única ação que a pessoa pode fazer é lavar bem o local da picada com água e sabão. Nenhuma outra substância pode ser colocada no local, nem amarrar, porque pode piorar a situação. E sobre levar o animal, não é necessário perder tempo capturando-o. Todavia, se ele for capturado, é relevante levar para ajudar o profissional de saúde a identificar a gravidade do veneno”, alerta o coordenador Renato Alves.

Um perigo eminente
Em 2016, em todo o Brasil, foram registrados 173.687 acidentes com animais peçonhentos, com maior incidência nos meses chuvosos, que começa em novembro e termina em março. Ao todo, 305 pessoas foram vítimas fatais.

O animal peçonhento que mais causa acidentes com envenenamento é a serpente surucucu. Em 2016, foram registrados 26.485 casos de acidentes por serpentes peçonhentas e não peçonhentas. Deste total, 524 casos – ou 1,9% do total – foram causados pela surucucu

Prevenção
Lançada pelo Ministério da Saúde no ano passado, a Cartilha “Orientações para prevenção de acidentes por animais peçonhentos durante e após períodos de enchentes” traz orientações para que as pessoas consigam se prevenir de serem vítimas deste tipo de animais.

As principais recomendações são:
• Não andar descalço;
• Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem;
• Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros;
• Não depositar ou acumular material inútil junto à habitação rural, como lixo, entulhos e materiais de construção;
• Controlar o número de roedores existentes na área para evitar a aproximação de serpentes venenosas que se alimentam deles;
• No amanhecer e no entardecer, nos sítios ou nas fazendas, chácaras ou acampamentos, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins.

Essas ações podem ser adotadas o ano todo. “Principalmente quando for mexer com entulho, jardinagem e fazer trilhas. É bom usar botas, luvas, calça, camisa de manga cumprida, protegendo o corpo para evitar a picada. Quando encontrar o animal, afaste-se, não toque nele”, completa Alves.

Depois dos dois acidentes, a Ana Paula está mais cautelosa com animais peçonhentos. “Agora eu estou todo tempo observando. Tem que tomar cuidado. Aqui onde moramos tem muito mato dos lados. E oriento as crianças que, se virem, chamem a gente imediatamente”.

Acesse a cartilha Orientações para prevenção de acidentes por animais peçonhentos durante e após períodos de enchentes

Erika Braz, para o Blog da Saúde