Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quarta-feira, 11 de abril de 2018

Saúde Bucal da Gestante é tema de novo curso da UNA-SUS

SITE-UNASUS-UFMA-1O objetivo é analisar as ações que envolvem o cuidado em saúde bucal para a gestante. Matrículas podem ser realizadas até 10 de agosto

Profissionais dentistas e acadêmicos em odontologia e demais interessados no tema já podem se capacitar com o curso online Saúde Bucal da Gestante, oferecido pela Universidade Federal do Maranhão, por meio do Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).

Interessados podem se matricular até 10 de agosto, pelo link. O curso é autoinstrucional, tem início imediato e, como em todas as ofertas da UNA-SUS, é integralmente gratuito. Os alunos inscritos terão até dia 10 de outubro de 2018 para conclusão do curso, com o certificado disponível em até 10 dias úteis após o término das atividades.

Com carga horária de 30 horas, a qualificação tem como objetivo educacional analisar as ações que envolvem o cuidado em saúde bucal para a gestante. As duas unidades que compõem o curso tratam do acompanhamento integral à saúde da gestante e da puérpera e da assistência à saúde bucal dessas pacientes.

A cirurgiã-dentista e coordenadora de produção cientifica da UNA-SUS/UFMA, Judith Pinho, explica que o cuidado em saúde bucal para as gestantes no Sistema Único de Saúde prevê um atendimento em rede e um cuidado integral de qualidade, humanizado e seguro. “Desse modo, inicialmente serão tratadas questões relacionadas ao processo de trabalho na Atenção Básica, enquanto ordenadora das Redes de Atenção à Saúde, para que seja compreendido como a assistência odontológica compõe os pontos de atenção dessa rede e os dispositivos e estratégias de trabalho que facilitam essa assistência”, afirma. Serão abordados, ainda, os principais protocolos assistenciais da odontologia para o atendimento à gestante.

Em seguida, serão apresentadas as particularidades da assistência à saúde bucal para gestantes e puérperas, considerando as alterações fisiológicas e emocionais durante a gestação, doenças orais mais frequentes em gestantes e puérperas e as situações de indicação de prescrição medicamentosa e radiografia oral nesta população. “Espera-se que, ao atender as gestantes e puérperas na unidade de saúde, o profissional possa fazer uma avaliação segura das condições de saúde da sua paciente e possa orientá-la sobre os cuidados consigo mesma e com o bebê”, completa.

Para dinamizar o aprendizado, são utilizados livros online, infográficos interativos e casos clínicos simulando situações reais de atendimento.

Saiba mais em: http://www.unasus.ufma.br.

Fonte: SE/UNA-SUS

Fiocruz vai produzir cinco novos medicamentos para o SUS

novaspdps materia
Com corpo técnico qualificado e equipamentos modernos,
Farmanguinhos é referência na produção pública de
medicamentos (foto: Alexandre Mato)
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) formalizou (27/3) cinco novas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para fabricação de medicamentos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS)

A lista inclui produtos de primeira linha contra HIV/Aids, hepatite C e para evitar rejeição de órgãos transplantados. A partir da produção pública desses medicamentos, estima-se uma economia de cerca de 60% para o Ministério da Saúde em relação aos valores praticados atualmente. A iniciativa permitirá à unidade ampliar o acesso da população a essas formulações.

Um dos medicamentos mais aguardados é o sofosbuvir, principal produto contra a hepatite C, capaz de curar o paciente sem a necessidade de transplante de fígado. O problema, até então, era o preço extremamente alto. O custo da terapia por paciente, que hoje é de 7,5 mil dólares aos cofres públicos, já chegou ao patamar de US$ 84 mil, o que restringia, e continua restringindo, o acesso de quem precisa do medicamento.

Segundo o diretor do Instituto, Jorge Souza Mendonça, graças à iniciativa de Farmanguinhos, e do grupo parceiro, o preço de cada tratamento (84 dias) não chegará a US$ 3 mil. “Economia ao Ministério da Saúde significa ampliar o acesso ao medicamento. Além disso, a fabricação desses produtos por Farmanguinhos significa a garantia do abastecimento do SUS e, consequentemente, do tratamento dos pacientes”, ressalta.

Mendonça frisa que o objetivo é iniciar a distribuição do sofosbuvir a partir do segundo semestre deste ano. “Estamos elaborando o cronograma da transferência de tecnologia. Mas nossa pretensão é otimizar esse processo, para que ele ocorra o mais breve possível”, observa.

Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)
Outro importante medicamento que será fabricado por Farmanguinhos é o antirretroviral composto Emtricitabina+Tenofovir, mais conhecido como Truvada. O medicamento é usado na Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). Trata-se de um esquema de prevenção que consiste no uso diário do medicamento que funciona como uma “barreira química” contra o vírus HIV. A PrEP faz parte da estratégia combinada, ou seja, quem adota a PrEP não deve abrir mão do uso de preservativos. O Brasil foi pioneiro na América Latina ao adotar a terapia como política de saúde.

Outros medicamentos
As parcerias compreendem ainda dois antivirais para Hepatite C: simeprevir e daclastavir; e o imunossupressor everolimo, usado para evitar rejeição de órgãos transplantados. Segundo Jorge Mendonça, não haverá necessidade de obras para a internalização das novas tecnologias, uma vez que Farmanguinhos já possui área de antivirais e antirretrovirais, e acaba de inaugurar uma linha especificamente para imunossupressores (tacrolimo e everolimo).

Todos os acordos assinados têm duração de cinco anos. Nos quatro primeiros, a produção será totalmente realizada nos laboratórios parceiros. No último ano, Farmanguinhos/Fiocruz passa a produzir metade da demanda. Ao final da transferência, toda a produção será executada nas instalações da unidade.

Dessa forma, Farmanguinhos/Fiocruz segue sua vocação de oferecer um produto de qualidade e ampliar da população aos mais variados tipos de medicamentos.

Alexandre Matos (Farmanguinhos/Fiocruz)

Outro lado da crise da saúde

Resultado de imagem para saúde no brasilLevantamento feito pela Federação Brasileira de Hospitais (FBH) mostra que a situação da saúde no País é pior do que se imaginava

Que é lastimável o que se passa na rede pública, que vem perdendo um grande número de leitos hospitalares nos últimos anos, é coisa mais do que sabida. Constata-se agora – para aumentar a preocupação com esse setor de importância vital para a população – que também foi muito grande a perda de leitos na rede privada, embora nela as condições gerais de atendimento continuem melhores do que nos hospitais públicos.

Segundo dados obtidos pela FBH, publicados pelo jornal Valor, de 2010 a 2017 os hospitais privados perderam 10% de seus leitos – 31,4 mil unidades. Com isso, eles têm hoje 264 mil leitos hospitalares. Nesse período, encerraram suas atividades 1.797 hospitais e foram inaugurados 1.367, ou seja, a rede perdeu 430 unidades. Por região, a perda maior foi na Nordeste (19,2%), seguindo-se a Norte (13,3%), a Sudeste (12,9%), a Centro-Oeste (4%) e a Sul (2%).

Entre as várias causas que explicam uma perda tão grande está o fato de no Brasil mais da metade dos hospitais privados ter até 50 leitos, a maior parte dos quais situada em cidades do interior. Unidades de pequeno porte não conseguem ter economia de escala e produtividade capazes de torná-las economicamente viáveis. Atualmente, para ser rentável, um hospital precisa ter um mínimo de 150 leitos de internação, segundo especialistas na matéria.

O consultor responsável pelo estudo da FBH, Bruno Sobral de Carvalho, afirma que nesse quadro, com a retomada em curso da economia, “pode haver um colapso nas cidades do interior”. Um alerta que precisa ser devidamente considerado pelas autoridades dos três níveis de governo – federal, estadual e municipal – que têm responsabilidade na questão.

Isso explica também por que, num grupo integrado por 49 hospitais de grande porte, aconteceu exatamente o contrário das unidades menores naquele mesmo período – um aumento de 24% do número de leitos –, de acordo com outra entidade do setor, a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp). Outra causa apontada pela FBH para a difícil situação enfrentada por uma parte importante da rede hospitalar privada tem relação com um dos mais graves problemas da saúde no País, que atinge igualmente os setores público e privado.

Trata-se da remuneração paga pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos hospitais privados e filantrópicos para atender pacientes da rede pública. A tabela de procedimentos do SUS cobre apenas 60% dos custos médicos. Não admira que, como afirma Bruno Sobral de Carvalho, cerca de 53% dos hospitais fechados entre 2010 e 2017 atendiam pacientes do SUS.

A defasagem dessa tabela, assim mantida em sucessivos governos, é a principal responsável pela grave e prolongada crise por que passa a grande maioria dos hospitais que prestam serviço ao SUS. O caso mais flagrante é o das Santas Casas, cujas enormes dívidas têm como principal origem a tabela do SUS. Essas instituições, distribuídas por todo o País – em muitas cidades do interior elas são o único recurso que têm as populações carentes para seu atendimento médico e hospitalar –, são um elemento essencial da rede pública de saúde.

Basta dizer que elas e os demais hospitais filantrópicos são responsáveis por metade de todos os atendimentos do SUS. Sua rede, formada por 1.780 hospitais, tem 36,8% do leitos do sistema público e responde por 43% das internações do SUS. Seu funcionamento é fundamental, portanto, para a própria existência da rede pública de saúde. Foi para evitar seu colapso que se criou para ela um programa de financiamento em condições favoráveis, que vai empregar R$ 10 bilhões em cinco anos. 

É uma medida de emergência, porque a solução definitiva só virá com a correção da tabela do SUS, que as obriga a se endividarem em bancos, a juros escorchantes, e que também colaborou para a perda de 31,4 mil leitos dos hospitais privados.

O Estado de São Paulo