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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Saiba como é o ciclo do mosquito Aedes aegypti

V03 AVATAR 1O Ministério da Saúde iniciou em 08/12 a campanha Sexta-feira sem Mosquito, que se estenderá até março, mobilizando os governos Federal, estaduais e municipais para que promovam ações de limpeza nas cidades, em casas, estabelecimentos privados e órgãos públicos

O foco da campanha é a mobilização e conscientização da população a respeito da importância de enfrentar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Mas o que podemos fazer para combater o inimigo número um da saúde pública no Brasil durante o verão? A pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Denise Valle, conversou com o Blog da Saúde sobre a iniciativa de promover um dia da semana para limpeza dos criadouros. A ideia surgiu em Singapura há alguns anos e trouxe bons resultados. “O país conseguiu reduzir a epidemia de dengue, na época, em quase 90% fazendo verificações semanais de 10 minutos à procura de criadouros domésticos que acumulassem água”, explica.

Segundo a doutora, a infestação do mosquito é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da intensificação de chuvas – aceleram o ciclo de vida do mosquito. Para evitar essa situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do mosquito. Como o Aedes aegypti tem hábitos domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho da população. “É preciso investir um tempo toda semana para procurar esses criadouros. Dez minutos são suficientes para essa verificação, que deve ser rotineira. É importante que isso seja feito o ano todo, não só durante o verão”, ressalta.

Quer saber mais sobre a importância da eliminação do criadouro? Tire suas dúvidas!

Por que é importante fazer a verificação dos criadouros uma vez por semana?
Denise Valle: A justificativa científica para a verificação uma vez por semana é que o ciclo de vida do mosquito leva um período de 7 a 10 dias – de ovo até a fase adulta. O mosquito espalha os ovos em muitos criadouros, cerca de 80% deles, dentro de nossas casas. Eles possuem grande resistência e podem ficar em ambiente seco por mais de um ano. Ou seja, eles podem durar de um verão até o outro. O Aedes coloca os ovos próximo à lâmina d’água. Quando a água evapora, os ovos continuam grudados no recipiente, mas ao voltar a chover, ele entrará em contato com a água e poderá eclodir, dando início ao ciclo de vida do mosquito que ainda compreende as fases de larva e pupa, até chegar à forma adulta.

Blog da Saúde: Fazendo a faxina é possível evitar esse ciclo?
Denise Valle: Quando a gente convida as pessoas a olharem os seus criadores em casa uma vez por semana, na verdade, estamos estimulando que as pessoas impeçam que esse ciclo se feche. É muito mais fácil você controlar uma larva do que você controlar o mosquito. Por isso, a ideia é fazer essa busca de criadouros potenciais na casa da gente uma vez por semana, para você impedir que novos adultos se formem, pois a larva não transmite a doença.

Blog da Saúde: Quantas pessoas um mosquito é capaz de infectar?
Denise Valle: Apenas as fêmeas do mosquito picam, pois precisam do sangue para colocar os ovos. Se o mosquito estiver infectivo, ou seja, com a presença suficiente dos vírus dengue, Zika ou chikungunya no organismo, poderá transmitir os vírus ao picar uma pessoa. O Aedes aegypti tem uma peculiaridade que se chama “discordância gonotrófica”, que significa que é capaz de picar mais de uma pessoa para uma mesma postura de ovos. Há relato que um só mosquito transmitiu dengue para cinco pessoas de uma mesma família, no mesmo dia. Blog da Saúde: Quais são as dicas para a faxina? Denise Valle: A larva não resiste ao ambiente seco. Para se livrar delas é preciso jogá-las na terra seca, no cimento, no asfalto, pois em poucos minutos elas vão morrer. As larvas não podem ser descartadas pelo ralo, vaso sanitário ou pela pia, o que seria apenas a troca de um criadouro aquático por outro. Já os ovos devem ser destruídos com o uso da parte verde de uma esponja, esfregando bastante. Também não podem ser jogados na água.

Blog da Saúde: Como é possível identificar os ovos?
Denise Valle: Os ovos do Aedes aegypti são bem pequenos, medem cerca de 0,4 mm), parecidos com o tamanho de um grão de areia. Assim que são colocados, os ovos são brancos, mas três horas depois eles ficam pretos e durinhos, e com resistência ao ressecamento. Geralmente, são colocados na parede dos recipientes, em cima da lâmina d’água. Caso eles virem larvas, jogue em lugar seco.

Blog da Saúde: Quais são os principais lugares que podem servir de criadouros?
Denise Valle: Reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis (muito utilizados para armazenagem de água para uso doméstico em locais com infraestrutura urbana precária), são conhecidos como macro-criadouros de Aedes aegypti, assim como piscinas não tratadas. Portanto, são os espaços que requerem mais atenção. Isso não significa que a população possa descuidar da atenção aos pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, vaso sanitário pouco utilizado, vasilhas para água de animais domésticos, e poço de elevador. Uma dica é olhar para espaços menos convencionais. O Aedes é oportunista, ele coloca os ovos em qualquer local que tenha água limpa e parada.

Quando o foco do mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos moradores, como em terrenos baldios ou lixo acumulado na rua, secretarias municipais de saúde devem ser acionadas para remover os possíveis criadouros.


Luíza Tiné para Blog da Saúde

Compartilhar prescrições nas redes sociais pode configurar crime

A veiculação de prescrições nas mídias sociais (whatsapp, facebook, entre outras), com qualquer sinal identificador do paciente ou do prescritor, não deve ser realizada, por ser fato potencialmente danoso aos direitos de personalidade do paciente e do prescritor e, portanto, pode ser causa de responsabilização cível, criminal e ética do profissional farmacêutico.

Informações sobre a saúde de um paciente a ele são relevantes e integram sua vida privada. Assim, a divulgação de medicamentos a ele prescrito fere sua privacidade e intimidade, visto que é uma informação pessoal.

Já quanto ao prescritor, a divulgação da prescrição por ele elaborada poderia comprometer a honra deste profissional.

Desta forma, a simples veiculação da prescrição, com a identificação do paciente e/ou do prescritor, pode configurar um dano.