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terça-feira, 2 de junho de 2015

Três mulheres morrem no Distrito Federal contaminadas por superbactéria

Outros oito pacientes estão internados após contaminação; Secretaria de Saúde descarte surto
 
Brasília - A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou nesta segunda-feira que oito pacientes estão contaminados com superbactéria. Cinco deles, estão internados no Hospital de Taguatinga (HRT) com enterococo e outros três no Hospital Regional do Guará (HRG). No último domingo, três mulheres que morreram no HRT também estavam infectadas, e em uma delas foi detectada a bactéria do tipo KPC. Os contaminados foram isolados em uma enfermaria especial para evitar o alastramento do contágio e o pronto-socorro do hospital, onde eles eram atendidos, foi interditado.
 
Todos os pacientes são idosos. A primeira vítima, de 79 anos deu entrada no hospital por conta de uma fratura no fêmur e as complicações da infecção da KPC contribuíram para o óbito, segundo a Secretaria de Saúde. As outras duas mulheres, de 70 e 80 anos, estavam contaminadas pelo enterococo, e tinham problemas cardiovasculares como hipertensão. Outras vinte pessoas que tiveram contato com a primeira paciente a apresentar a bactéria passaram por exames e foram liberadas depois que o teste deu negativo.
 
Desde a última quinta-feira, quando um exame de sangue acusou a presença de bactéria no sangue de uma das doentes, os atendimentos no pronto-socorro foram suspensos. Quem procurava a emergência do HRT tinha de buscar tratamento em hospitais de cidades próximas, já que as alas de ortopedia, cardiologia e clínica médica também foram isoladas, pois ficavam perto do pronto-socorro. Agora, todo o setor de emergência, que atende a cerca de 400 pessoas por dia, passa por uma limpeza para desinfecção e só deve ser reaberto para a população nesta terça-feira.

A coordenadora de infectologia da Secretaria de Saúde do DF, Maria de Lordes Lopes, afirma que o uso exacerbado de antibióticos favorece que as bactérias da própria flora corporal desenvolvam resistência a esses medicamentos. Os hospitais seriam os principais locais de contaminação, que ocorre por meio do contato físico. A especialista descartou a possibilidade de surto, mas reconheceu que a proliferação é endêmica.
 
— Não estamos vivendo surto. Em todos os hospitais temos uma situação endêmica: há endemia de KPC e casos pontuais de enterococos, que adquiriu resistência aos medicamentos.
ADVERTI
 

Os três pacientes internados no Hospital do Guará também estão em leitos isolados. Apesar de não terem desenvolvido a infecção, os testes mostraram que eles têm um outro tipo de superbactéria, a ahietobacterea. Ainda não há previsão de alta para nenhum dos pacientes isolados nos dois hospitais.
 
No ano passado, no Hospital Materno de Brasília (HMIB), três bebês foram isolados na UTI neonatal pois foi havia sido detectada a presença de KPC.
 
O Globo

ANS e 40 maternidades iniciam projeto pelo parto normal

Desafio é conscientizar gestantes, médicos e mudar o sistema de atendimento em hospitais particulares para que a cesárea seja exceção e não regra
 
Oito em cada 10 crianças que nascem em um hospital particular vêm ao mundo por meio de uma cirurgia. Esta é a realidade que o projeto Parto Adequado pretende mudar. Lançado no ano passado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Hospital Israelita Albert Einstein – com o apoio do Ministério da Saúde e Institute for Healhcare Improvement (IHI) –, o projeto deve criar mecanismos de organização e sensibilização para reduzir a taxa de partos cesáreos realizados na rede privada de saúde no Brasil, que é de 84,6%. O percentual supera e muito a taxa recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 15%.
 
Segundo a gerente executiva de Aprimoramento do Relacionamento entre Operadoras e Prestadores da ANS, Jacqueline Torres, o projeto vai ajudar os hospitais participantes a se reorganizarem por meio de evidências científicas, buscando modelos assistenciais que se adaptem melhor às realidades e objetivos dos hospitais. O projeto-piloto deve ser concluído em setembro de 2016 e até lá serão realizados vários encontros, com aplicação de modelos, além do monitoramento de resultados preliminares.
 
Por enquanto, ainda não há meta geral de redução, mas os hospitais estão estipulando índices viáveis dentro do contexto de cada instituição. A partir da definição desses objetivos será possível traçar um índice nacional a ser atingido.
 
“Estamos muito motivados. Claro que o resultado vai aparecer ao longo do processo e o projeto-piloto vai nos ajudar a entender onde acertamos e onde temos que fazer ajustes, mas acreditamos que no final de todo o processo, quando conseguirmos modificar o sistema poderemos melhorar a atenção ao parto para toda a população”, afirma Jacqueline.
 
Ela explica que o desafio não é somente conscientizar gestantes e médicos, mas modificar o sistema assistencial atual. “Da forma como o sistema está organizado leva médicos a optar pela realização da cesárea: ele tem um número grande de pacientes para atender, recebe por procedimento, enfim. O atendimento pode ser feito, por exemplo, por uma equipe de plantão que terá sempre um médico e uma enfermeira obstetra para realizar o parto”, cita.
 
Estão participando 40 hospitais – entre eles cinco maternidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde. Entre as instituições privadas, oito estão entre as 30 maiores em volume de partos do País e 11 entre as 100 maiores, o que demonstra o compromisso social com a melhoria da qualidade da atenção ao parto e nascimento. Esses hospitais possuem taxa de cesarianas de 88,7% – superior à identificada na saúde suplementar (84%) e na rede pública (40%). Já os estabelecimentos do SUS foram escolhidos por apresentarem percentual de cesarianas acima de 60% e por realizarem mais de mil partos por ano.

Papel de enfermeiras obstetrizes foi importante para baixar taxas em Jundiaí
O projeto vai contar com hospitais particulares que já têm experiência na redução das taxas de partos cesáreos. Um deles é o Hospital Paulo Sacramento, de Jundiaí, que se orgulha de ter começado o processo de conscientização da equipe relativa às cesáreas em 1994. De acordo com José Emílio Duran Bueno, diretor médico do hospital, uma das exigências para receber o selo Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), era a redução da taxa de cesárea, na época em torno de 90%. Ele aponta que um dos destaques foi a contratação de enfermeiras obstetrizes, em 2007, com o objetivo de tornar o atendimento às mães mais humanizado. Hoje, a taxa é de 45%.
 
A estratégia utilizada foi adotar o programa de Aleitamento Materno, associado ao programa de gestação segura, onde o acompanhamento das gestantes é monitorado por equipe especializada. Por este modelo, o casal é informado durante toda gestação sobre o parto em cursos para gestante.
 
Para garantir uma eficácia da ação todos os colaboradores, profissionais médicos e enfermeiros são constantemente treinados e atualizados para a implementação das políticas que envolvem o aleitamento materno e a promoção do parto humanizado. “Realizamos treinamentos, fazemos acompanhamentos dos índices e incentivamos a equipe para que ela se mantenha motivada. Além disso, fazemos orientação prévia da gestante”, disse ele sobre o empenho para manter os índices.
 
Colaborador
O Hospital Albert Einstein é o Colaborador técnico-científico e operacional do projeto. O que significa que a instituição é responsável pela logística de participação dos hospitais e capacitará os participantes, atuando como laboratório de excelência na atenção à saúde. O Hospital também participará como hospital-piloto, testando as mudanças propostas ao longo do processo.

Fonte: Portal Brasil

Parto Adequado: Taxa de cesáreas de 100% cai pela metade com mudança de modelo

O Hospital Santa Isabel, em Jaboticabal, investiu na motivação da equipe e informação para gestantes. O reflexo ocorreu na queda de internações em CTI neonatal
 
O modelo de atendimento proposto pelo Hospital Santa Isabel, em Jaboticabal, não preocupou a assistente administrativa Gisele Delphino, 25 anos. O que mais a assustava era a possibilidade de fazer uma cesárea. “Sempre tive aflição ao pensar no médico cortando oito camadas (acho que é isso) de pele, fora que a recuperação do parto normal é bem rápida, é bom pra mãe e para o bebê”, diz.
 
Pelo modelo do hospital, a partir da 36ª semana de gestação, além das consultas de pré-natal com seu obstetra, a futura mãe realiza consultas com os profissionais da equipe que é mantida de plantão. Gisele conta que depois de ser encaminhada por seu médico, a cada consulta de pré-natal conhecia um profissional diferente. “O ginecologista nos encaminha para as consultas finais no hospital, para conhecermos o possível médico que fará o parto”, conta.
 
Quando chegou a hora de Lorenzo nascer o parto foi tranquilo e como ela queria. “Foi uma enfermeira obstetra que fez o meu parto em um banquinho. Ela me passou toda a segurança e apoio. Meu marido participou o tempo todo ao meu lado, inclusive a hora que o bebê nasceu. Estávamos embaixo do chuveiro, a enfermeira Uyara colocou meu filho sobre meu corpo, lavou ele e o pai cortou o cordão umbilical. Foi emocionante e inesquecível”, descreve o parto realizado há um ano.
 
O modelo proposto pelo Santa Isabel confirma que o hospital está no caminho certo. Há dois anos a taxa de cesáreas chegava a quase 100%. “Havia a necessidade de interferir no processo, melhorando a segurança das mães e seus bebês e tornar o parto uma experiência única”, relembra Jeyner Valério Júnior, coordenador administrativo do Hospital e Maternidade Santa Isabel e do Projeto Melhor Parto. Atualmente, a taxa de parto normal chega a 50%.
 
O hospital evita parto com hora marcada e assim bebês prematuros. Ao entrar em trabalho de parto, o médico avalia a melhor forma de nascimento e deixa a cesariana somente quando há riscos para mãe ou para o bebê.O cartão do pré-natal da gestante foi padronizado e grávidas e familiares fazem cursos de gestantes.
 
Segundo o coordenador, chegar a este percentual não foi fácil. Foram necessárias algumas mudanças e houve resistências. “Antes, o médico chegava ao hospital, realizava o procedimento cirúrgico e ia para o seu consultório. No parto normal, não há como acompanhar o trabalho de parto que pode durar 12 ou mais horas, atendendo o consultório. Você muda a rotina do médico, por isso a resistência foi grande”, explica.
 
Para motivá-los, houve melhoria na remuneração dos profissionais ao aderirem ao sistema de plantão, garantindo a presença de obstetra 24 horas. Outra mudança foi a unificação da equipe médica e de enfermagem do Hospital e da Unimed, os profissionais também passaram por capacitação. O hospital também investiu na aquisição de bolas, banquetas e o sonar (espécie de monitor fetal à prova d´água) para permitir o parto dentro da água. Tudo para dar mais acolhimento, segurança e conforto.
 
Como reflexo, o Santa Isabel conseguiu uma redução de custos de 26% e de internações em CTI neonatal de 61%, a infecção hospitalar está quase zero e a morte materna chegou a zero. “O desafio agora tem sido manter a equipe motivada e conseguir enfermeiras obstetrizes, uma profissional ainda escassa no mercado.”
 

Farmácia Popular pode fechar na Bahia

Segundo o Conselho Curador da Bahiafarma, o programa tem dado prejuízos

A decisão, acordada pelo Conselho Curador da Bahiafarma, inclui, por enquanto, 27 unidades administrada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), das quais oito lojas estão localizadas em Salvador. Na avaliação dos conselheiros, encaminhada ao governador Rui Costa, consta que o programa tem dado prejuízos e por isso se torna inviável, consumindo do erário público recursos da ordem de R$ 7,6 milhões, enquanto as receitas totalizam aproximadamente R$ 1,1 milhão.
 
“O que o governo do estado não está levando em conta é que a saúde da população, principalmente a mais carente, está acima dos interesses financeiros”, afirma um membro do Conselho Estadual da Saúde, Eliane Simões, que pretende acionar o Ministério Público estadual para reverter a situação.
 
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde disse que a recomendação do Conselho Curador da Bahiafarma, feita por unanimidade, de transferir as atividades da rede baiana de Farmácia Popular do Brasil para a rede de farmácias privadas conveniadas com o Ministério da Saúde “é uma recomendação que será avaliada pelo governador e ainda não há data definida para o início do processo”.
 
Tribuna da Bahia / Guia da Pharmacia

Asma: esclareça dúvidas sobre medicamentos que tratam a doença

vários remédios - Foto: Getty ImagesBroncodilatadores não evitam as crises e são apenas uma parte do tratamento
 
Segundo o Ministério da Saúde, a doença mata cerca de 2,5 mil pessoas por ano. De acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma, estima-se que existam mais de 22 milhões de asmáticos no Brasil. Anualmente, ocorrem cerca de 160 mil internações pela doença no país, sendo a quarta causa de hospitalizações no Brasil. Esse número pode diminuir se a asma for controlada corretamente, não só melhorando o ambiente em que o paciente vive, como ministrando os medicamentos adequados - em sua maioria oferecida gratuitamente pela rede pública de saúde.
 
Para entender como funcionam os remédios para asma, é preciso ter em mente que o pulmão do asmático é diferente de um pulmão saudável. "É como se os brônquios do paciente fossem mais sensíveis, mais inflamados, e reagissem ao menor sinal de irritação", explica o pneumologista Roberto Rodrigues Junior, do Laboratório Exame, em Brasília. Se pensarmos em uma pessoa sem a doença, ela sofrerá uma falta de ar quanto estiver exposta a grandes irritações, como a fumaça de um incêndio.
 
"Diante desse quadro, o organismo da pessoa identifica os agentes irritantes e faz com que a musculatura que existe em volta do brônquio se contraia, fechando o órgão e impedindo que o ar contaminado entre nos pulmões", diz o pneumologista Roberto. O mesmo processo acontece com um paciente que tem asma, só que os gatilhos para causar uma irritação nos brônquios são bem menos graves, como a poeira. Por isso é importante que ele faça um tratamento adequado e medicamentoso, tanto para controlar uma crise quanto para evitar que elas aconteçam.
 
Quer entender melhor? Veja abaixo o que dizem os nossos especialistas.   
 
Os broncodilatadores ajudam a tratar a asma?
Não, os broncodilatadores servem para aliviar uma crise de asma, mas não a previne. Durante uma crise de asma, você tem o fechamento dos brônquios, impedindo a entrada de ar nos pulmões. Os broncodilatadores servem justamente para relaxar essa musculatura dos brônquios, permitindo que o ar entre nos pulmões novamente. "Essas medicações tem início de ação rápido, gerando um alívio imediato do paciente", explica o pneumologista Roberto Rodrigues Junior, do Laboratório Exame, em Brasília.
 
Há broncodilatadores de curta duração (entre quatro a seis horas de ação) e de longa duração (de 12 a 24 horas de ação), mas nenhum desses é um tratamento preventivo. "É necessário um medicamento que diminua a inflamação dos brônquios, fazendo com ele não se irrite tão facilmente", diz Roberto. "São esses medicamentos que evitam as crises, em vez de aliviá-las quando já aconteceram, que ajudam a tratar efetivamente a asma."
 
Como funcionam os medicamentos de uso contínuo para tratar a asma?
As medicações de uso contínuo servem para minimizar a sensibilidade e a inflamação as quais os brônquios da pessoa asmática estão sujeitos, fazendo com que os pulmões reajam com menos intensidade aos agentes irritantes, como poeira e ácaros.
 
"Diferente dos broncodilatadores, que apenas revertem o quadro de contração do brônquio, os medicamentos contínuos funcionam para evitar que essas reações aconteçam."
 
Existe mais de um tipo de medicação?
Sim, existem diferentes remédios para tratar a asma, que podem ser ministrados por diversas vias. Os mais utilizados são os corticoides, que podem ser aplicados por inalação ou via oral. "No entanto, os medicamentos orais são evitados no caso da asma, pois qualquer remédio quando ingerido vai para a nossa corrente sanguínea, chegando a todas as partes do corpo em vez de apenas nos pulmões, aumentando o risco de efeitos colaterais", lembra o pneumologista Roberto. Por via inalatória, os corticoides são absorvidos somente pelos pulmões, tratando o problema de forma localizada. As inalações são feitas com inaladores portáteis, por meio de sprays ou em forma de pó, que é inalado por meio de um instrumento próprio. O tempo de ação pode ser de quatro, doze ou 24 horas, e o espaço entre as inalações varia conforme esse intervalo. De acordo com o especialista, 95% dos casos de asma podem ser controlados com o uso de corticoides.
 
O montelucaste e a teofilina são medicamentos ministrados apenas por via oral, e podem ser encontrados em forma de comprimidos, xaropes ou sachês. "O montelucaste irá reduzir o processo inflamatório dos pulmões e raramente é usado de forma isolada, sendo associado ao uso de corticoides", explica o pneumologista Roberto. As doses e intervalos de utilização do montelucaste variam conforme o caso e a associação de medicamentos que está sendo feita. Já a teofilina funciona principalmente como broncodilatador, mas possui efeito anti-inflamatório, sendo também associada aos corticoides. O medicamento deve ser ministrado a cada 12h, e as doses também variam conforme o paciente. "Lembrando que para qualquer medicamento ministrado por via oral, o melhor é que sejam doses pequenas." Há também o omalizumabe, que é um medicamento injetável. De acordo com o pneumologista Roberto, essa droga diminui a resposta das células inflamatórias do pulmão, fazendo com ele fique menos "estressado".

O omalizumabe é aplicado em média a cada 15 ou 20 dias, e pode ser muito eficaz para os casos em que as medicações não estão surtindo efeitos significativos. Ele também pode ser associado aos corticoides inalatórios, mas não é uma regra.
 
A escolha do medicamento varia conforme o grau da doença?
Sim. Os medicamentos orais e o omalizumabe são indicados apenas para casos mais graves da asma, que não foram estabilizados apenas com o uso de broncodilatadores ou corticoides por meio inalatório.
 
"Por isso é importante não ignorar os sintomas se eles persistirem e conversar com seu médico, a fim de encontrar um tratamento mais efetivo", alerta o alergista Clóvis Eduardo Santos Galvão, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia da regional São Paulo. 
 
Existe algum risco em associar essas medicações contínuas com os broncodilatadores?
Nenhum, e inclusive é uma prática que deve ser adotada. Os medicamentos contínuos servem para deixar o quadro mais estabilizado possível, diminuindo ao máximo o número de crises e, por consequência, a necessidade dos broncodilatadores.
 
"No entanto, se mesmo com o uso da medicação a pessoa ainda sofre crises ocasionais, é importante estar com o broncodilatador em mãos", ressalta o alergista Clóvis.
 
Os remédios podem ser usados por pacientes de qualquer idade?
Sim, com exceção do injetável omalizumabe, cuja idade mínima é de seis anos. Segundo os especialistas, para todos os outros casos são ministradas doses ou associações diferentes conforme a idade, inclusive bebês.
 
"A maioria dos novos medicamentos, quando chegam ao mercado são indicados somente para maiores de 18 anos, e após estudos de segurança eles podem ser liberados para pacientes maiores de 12 anos, e então para as faixas etárias menores", afirma o alergista Clóvis. 
 
Como eu sei que estou precisando de um medicamento contínuo?
Se você usa o broncodilatador várias vezes ao dia, é um sinal de que a sua asma está descontrolada e precisa de outras medicações.
 
"O maior risco de uma pessoa que tem várias crises e usa apenas o broncodilatador corre é o de mascarar uma crise mais grave", alerta o pneumologista Roberto. Isso pode fazer com que você subestime a intensidade do quadro, ignorando sua gravidade e vindo a sofrer consequências alarmantes, como uma asfixia, pois o broncodilatador somente pode não dar conta da crise.
 
"Pessoas que usam ou usaram o broncodilatador mais do que três ou quatro vezes em um único dia devem procurar um pronto socorro ou ligar para seu médico, a fim de buscar formas de tratamento da doença como um todo, não apenas da crise."
 
Uma vez que o quadro está controlado, o paciente pode suspender a medicação?
Sim, mas tudo vai depender do paciente e da opinião do médico. Se ele perceber que o asmático está apresentando melhoras, a tendência é diminuir a dose da medicação, até que, em alguns casos, passe a ser necessário apenas o broncodilatador para as crises ocasionais.
 
"No entanto, é de extrema importância que esse acompanhamento seja feito pelo médico, e o paciente nunca deve deixar de tomar a medicação por conta própria", ressalta o pneumologista Roberto.  
 
Minha Vida

Tabagismo aumenta risco de refluxo gastroesofágico e doença de Crohn

Um único cigarro já pode causar alterações no trato digestivo

Dr. Leonardo Peixoto Gastroenterologista - CRM 780553/RJ

O cigarro mata cerca de metade dos seus usuários, ceifando aproximadamente seis milhões de vida, no mundo, anualmente. Além disso, o tabagismo afeta o sistema digestivo de várias maneiras.
 
Foram identificados mais de 60 agentes carcinogênicos na fumaça do cigarro, como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, N-nitrosaminas, metais e aldeídos, capazes de causar danos diretamente ao DNA das células. Outro mecanismo através do qual o tabagismo afeta o DNA é pela hipermetilação do material genético. O dano direto causado ao material genético e sua hipermetilação leva à ativação ou inibição da função de alguns genes e, como resultado final, temos um risco aumentado de tumores. Fumar aumenta o risco de câncer de boca, esôfago, estômago, pâncreas, fígado e intestino.
 
Além desse aumento no risco de neoplasias, esse hábito leva a uma redução no tônus do esfíncter esofagiano inferior, exatamente o esfíncter que se encontra no limite entre o esôfago e estômago, e consequentemente predispõe à doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Foi mostrado também que quem continua fumando apresenta um risco maior de desenvolver as complicações da DRGE, como câncer e estenose de esôfago.
 
O tabagismo reduz o fluxo sanguíneo para a mucosa do trato digestivo e diminui a produção de muco no estômago, aumentando a chance de uma pessoa portadora de gastrite por H. pylori desenvolver uma úlcera péptica.
 
Quando o assunto é intestino, sabe-se que fumar aumenta o risco de doença de Crohn, uma doença inflamatória que afeta todo trato gastrointestinal. Pelos mecanismos de alterações genéticas discutidos acima, também há aumento na chance de desenvolver pólipos intestinais.
 
Alguns estudos mostram que o tabagismo aumenta o risco de cálculos de vesícula biliar, cirrose, complicações da esteatose hepática e pancreatite.
 
Parar de fumar ajuda a reverter grande parte desses riscos citados acima e, em algumas horas, já é possível notar alterações positivas, como uma melhora na circulação do trato gastrointestinal. Entre as doenças que tem seu prognóstico melhorado ao cessar o tabagismo podemos citar a DREG, úlcera péptica e doença de Crohn.
 
Um único cigarro já pode causar alterações no trato digestivo e, mais importante, não se pode esquecer que é a partir do primeiro cigarro que começa o risco da dependência. 
 
Todo fumante deve procurar se informar sobre os efeitos nocivos do tabagismo e, ao decidir combater o vício, procurar ajuda médica para ajudar nesse processo.
 
Minha Vida

Interessados podem fazer exame gratuito de HIV no vão livre do Masp (SP)

Cesar Brustolin/ SMCS: Profissionais estaduais vão orientar
 e realizar testes rápidos de HIV na semana da parada LGBT
 em São Paulo
Ação acontece nos dias 2 e 3 de junho, e antecede Parada LGBT
 
O Governo do Estado de São Paulo vai oferecer testes de saliva (fluido oral) gratuitamente para diagnosticar o vírus do HIV, nesta  terça (2) e quarta-feira (3). A ação será realizada no vão livre do Masp, das 9h às 20h, na semana que antecede a 19º Parada do Orgulho LGBT.
 
Além do exame, 50 profissionais vão distribuir 16 mil preservativos e 6.000 unidades de gel/sache no local. O teste de saliva é indolor e realizado com privacidade e sigilo.
 
A coordenadora do Programa Estadual DST/AIDS-SP, Maria Clara Gianna, explica que o exame detecta anticorpos no fluido oral e pode ser feito em qualquer lugar.
 
— Se o resultado for positivo, é realizado um teste confirmatório de sangue por meio de um pequeno furo no dedo.
 
Na última década, foi registrado aumento significativo de casos de HIV entre homens que têm relações sexuais com outros homens. No estado de São Paulo, foram notificados 137.705 casos de Aids em homens com 13 anos ou mais. Destes, cerca de 40 mil eram de homens que se relacionaram com outros homens. Em 2007, esta população correspondia a 29,8% dos casos. Em 2012, pulou para 43%.
 
Outros eventos
Na próxima quinta-feira (4), um estande será montado na tradicional Feira de Adversidade, no Vale do Anhangabaú. A equipe do CRT DST/Aids-SP fará demonstrações de como funcionam os testes de saliva, das 10h às 18h. Serão distribuídos 15 mil preservativos masculinos, 4.000 unidades de gel/saches e folders sobre sífilis e testes anti-HIV.
 
No domingo (7), dia da 19º Parada do Orgulho LGBT, funcionários das secretarias da saúde, cultura, justiça e cidadania estarão presentes na Avenida Paulista para orientar os participantes sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, preconceito e defesa e direitos civis da população LGTB.
 
O teste para detectar o vírus HIV é realizado o ano todo em unidades de saúde espalhadas pelo estado. O telefone para informações sobre onde é realizado o exame é o Disque DST/ Aids: 0800 16 25 50.
 
R7

Vítimas mais jovens de AVC costumam ignorar ou negar os sintomas

Se existe suspeita de derrame, deve-se tirar uma imagem
 vascular e outra do cérebro
Algumas pessoas mais novas têm derrames causados por drogas recreativas. Outras, incluindo crianças e adolescentes, sofrem AVC após um rompimento na parede da artéria
 
Tara O'Kieffe vive se desafiando. Ela jogou tênis na universidade e, aos 25 anos, entrou para a Guarda Nacional da Califórnia, nos Estados Unidos, ganhando o prêmio de maior capacidade física entre as mulheres. Praticante de corrida, casada com Chris O'Kieffe, mãe de um menino de nove anos, ela decidiu voltar a praticar tênis aos 40 anos.
 
Quando retornou para casa depois da primeira partida, sentiu uma dor latejante pouco acima da nuca.
 
Tomou um analgésico e foi se deitar. Olhou o celular, mas as letras estavam se mexendo. Tentou ver TV com o marido, mas "parecia estar olhando através de uma camada fina de água, que ondulava e faiscava". Ela pensou que estava tendo sua primeira enxaqueca.
 
A dor de cabeça continuou na manhã seguinte e no dia posterior. O marido levantou os dedos à direita de seu rosto, para testar sua visão.
 
— Não consigo ver sua mão — ela afirmou, e decidiu ir ao pronto-socorro para fazer exames.
 
O médico entrou e disse: "Bem, você teve um derrame cerebral". Os meses posteriores foram de medo de se exercitar ou até mesmo de virar a cabeça.
 
— Uma hora, fiquei muito irritada. Por que faço tudo certinho para quase morrer? Por jogar tênis? A ideia de não conseguir fazer mais nada do que eu já havia feito era muito triste para mim — disse Tara.
 
Tara faz parte de uma tendência perturbadora: segundo reportagem do Washington Post, depois de anos declinando entre os idosos, os acidentes vasculares cerebrais (AVCs) estão aumentando entre adultos jovens.
 
Como estão acostumados a serem saudáveis, vítimas jovens de AVC geralmente negam ou ignoram os sintomas, o que faz com que não se tratem nas horas e nos dias críticos posteriores ao evento.
 
Como parecem saudáveis, os médicos nem sempre consideram o derrame uma causa. Tara perdeu 30% da visão periférica. Os médicos aconselharam reduzir a atividade física.
 
— Teria de caminhar com cautela, virar a cabeça lentamente. Eu vivia como se fosse feita de vidro — contou.
 
Então, ela consultou um dos maiores especialistas em AVC dos EUA, Louis Caplan, professor de neurologia de Harvard que trabalha no Centro Médico Diaconisa Beth Israel. Em quatro meses, ela havia perdido sete quilos e a animação. Segundo Caplan, os exames de Tara foram interpretados erroneamente pelos médicos, que pensaram que sua artéria vertebral se fechou quando, na verdade, só se estreitou, ou seja, poderia ser aberta e sarar.
 
Algumas pessoas jovens têm derrames causados por drogas recreativas. Já outras, incluindo crianças e adolescentes, sofrem AVC após uma dissecção — rompimento na parede da artéria que pode provocar um coágulo.
 
— Isso pode acontecer com um movimento comum repentino que estique a artéria, que é mais elástica nos jovens — afirmou Caplan, que vê dissecções com frequência em seus pacientes.
 
Ele tratou um médico que cambaleou ao pensar que o filho iria cair de uma árvore, um técnico de basquete que corria pela quadra olhando para frente e para trás, e uma grávida que virou repentinamente a cabeça para olhar o trânsito antes de atravessar a rua. Dissecções podem ser provocadas por espirros, tosse, vômito, sexo ou até mesmo ao se inclinar para ter o cabelo lavado no cabeleireiro. Às vezes, o único sintoma é dor de cabeça ou na nuca.
 
O professor de neurologia Louis Caplan não tem certeza se os derrames estão aumentando entre os jovens ou se os médicos estão ficando melhores ao perceber que "isso não é coisa só de velhos".
 
Segundo ele, especialistas em AVC têm sofrido para dar o recado ao pessoal do pronto-socorro de que, se existe suspeita de derrame, deve-se tirar uma imagem vascular e outra do cérebro, porque o problema se apresenta primeiro nos vasos que abastecem e drenam o cérebro.
 
Ele garantiu a Tara que seu derrame não foi causado pelos nervos ou por fraqueza nas artérias, dizendo que havia somente 1% de chance de recorrência desse tipo de problema depois do primeiro mês.
 
— Infelizmente, médicos e pacientes estabelecem restrições demais (após o AVC por dissecção): "Não pegue o bebê", "Não tenha relações sexuais". Como o movimento causou isso, pacientes acham que não podem se mexer mais. Esse excesso de proteção pode ser pior — disse o médico.
 
Quando Tara voltou para casa, correu 2,5 quilômetros, chorando o tempo todo:
 
— Foi como se eu tivesse percebido que não preciso me jogar fora e tentar criar uma pessoa nova.
 
The New York Times / Zero Hora

Leite materno pode reduzir em 19% o risco de leucemia infantil

Pesquisadores indicam que a amamentação deve ser feita pelo menos por seis meses
 
Amamentar o bebê com leite materno pelo menos durante os seis primeiros meses pode reduzir o risco de leucemia infantil, aponta estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Haifa, em Israel.
 
Os resultados da análise feita por meio da revisão de pesquisas sobre o tema foram publicados nesta segunda-feira no Journal of the American Medical Association (Jama) Pediatrics.
 
A pesquisa indica que crianças amamentadas têm 19% menos risco de desenvolver leucemia, em comparação àquelas que foram alimentadas com leite em pó ou que consumiram leite materno por um período menor.
 
De acordo com Efrat Amitay e Lital Keinan-Boker, pesquisadores da Universidade de Haifa, os inúmeros benefícios potenciais de saúde preventiva do leite materno devem ser comunicados abertamente ao público em geral e não apenas às mães. Segundo eles, essa medida pode facilitar e tornar a amamentação mais aceita pela sociedade.
 
A pesquisa teve como base a revisão de 18 estudos já publicados e relacionados ao aleitamento e à leucemia — câncer mais comum na infância, correspondendo a cerca de 30% dos tipos de câncer pediátricos.
 
AFP / Zero Hora

Decisão da Justiça vai baixar preços de 53 medicamentos

Pedido de redução do prazo de patentes foi aceito e vai permitir produção de genéricos para vários remédios
 
Uma reviravolta na produção de medicamentos no país — que permite baratear o preço com a fabricação de genéricos — começa a ser provocada graças a decisões da Justiça. Por maioria de votos, desembargadores federais da 2ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal 2 aceitaram o pedido de redução do prazo de patentes feito pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
 
De cara, os julgamentos fizeram a patente do Cialis, um dos remédios mais vendidos do país, perder proteção. Assim, o medicamento para disfunção erétil, com preço unitário de R$ 43, terá um genérico 35% mais em conta, o equivalente a R$ 15,05. Em 2014, o governo federal gastou R$ 229 milhões na compra do Cialis.
 
A disputa entre laboratórios, centros de pesquisas multinacionais e o Inpi envolve 37 processos na Justiça Federal, com 240 patentes de 53 medicamentos. Destes,seis ações foram julgadas e ainda cabem recurso às cortes superiores.
 
A última decisão aconteceu na terça-feira, quando o TRF-2 decidiu reduzir o prazo de validade do Tamiflu de 2018 para o ano que vem. O remédio, produzido pelo laboratório Roche, é usado no tratamento das gripes suína, A e B. Nas farmácias, uma caixa com dez cápsulas, de 75 mg, sai em média por R$ 190. O DIA fez contato com a Roche, mas não obteve resposta.
 
Em jogo está a proteção de medicamentos importantes como o Mycamine, nome conhecido no mercado, usado em transplante de medula. Para atender os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde gasta anualmente R$ 73 milhões com este item. O Inpi quer que seja reduzido em 1.826 dias a entrada em domínio público da produção do remédio.
 
Outro medicamento no alvo é o Coreg CR, que serve para o tratamento de cardíacos. O governo gasta mais de R$ 345 milhões na compra do produto, que tem grande demanda no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dois minutos, uma pessoa morre por problemas de coração no país. A tendência é de que esse número aumente para 1,5 morte ocorrida em um minuto, até 2050.
 
A batalha judicial começou em 2013. As ações tratam dos pedidos de liberação de patentes de janeiro de 1995 a maio de 1997, depositados em caixa batizada de mailbox. Isso porque só em 1994 o Brasil aderiu ao acordo sobre Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao comércio, que permitiu o direito à patente de produtos farmacêuticos e agroquímicos.
 
“O que houve é que erramos na hora de aplicar a legislação. Estávamos autorizando dez anos a partir da concessão, quando deveria ser 20 anos do pedido. Estamos corrigindo com as ações judiciais. Afinal, não podemos permitir o monopólio indevido de medicamentos diante do enorme interesse público na questão”, justificou o procurador Mauro Maia, do Inpi.
 
Para o advogado Gabriel Francisco Leonardos, presidente da Comissão de Propriedade Industrial, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), o maior equívoco foi o Inpi não ter cumprido o prazo de análise da concessão das patentes até dezembro de 2004. “As empresas não podem ser prejudicadas”, analisou Leonardos.
 
Especialista em propriedade industrial, o advogado Eduardo Câmara critica a decisão do Inpi. “Essa mudança é absurda. As empresas investiram porque acreditavam em um prazo que foi reduzido. Há patentes que sequer foram liberas ainda”, protestou Câmara.
 
Procurado, o advogado Luiz Paulino, do escritório Dannemann Siemsen — que defende os interesses do laboratório Eli Lilly fabricante do Cialis — informou que não se pronuncia sobre processos ainda em tramitação.
 
Interesse social
No julgamento das cinco ações no final do mês passado, o desembargador federal André Fontes destacou o interesse social, lembrando que o término da validade das patentes possibilitará a redução dos preços dos medicamentos, com a permissão para empresas concorrentes poderem produzir.
 
O advogado Pedro Marcos Barbosa, da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, defende a redução do prazo. “ Os consumidores não podem esperar 15 ou 20 anos. O que as empresas podem fazer é pedir indenização na Justiça”, avaliou Barbosa.
 
O Dia

Anvisa determina proibição todos os produtos do laboratório Teoxane

A Anvisa determinou a suspensão, comercialização e uso de todos os produtos fabricados pelo laboratório Teoxane
 
A empresa, com sede na Suíça,produz o Teosyal, que é importado por Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos Ltda.
 
A decisão baseia-se em irregularidades detectadas durante a verificação de Boas Práticas de Fabricação do laboratório.
 
A Agência determinou que a empresa importadora, Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos Ltda, promova o recolhimento do estoque existente no mercado do produto citado na Resolução.
 
A medida está na Resolução nº 1.586 /2015, publicada segunda-feira (01/6) no Diário Oficial da União (DOU).
 
ANVISA

77% das cidades do país registram ao menos um caso de dengue em 2015

São 4.265 municípios com notificação da doença; veja o mapa. 28% enfrentam epidemia; número de casos tem diminuído no Brasil

menos um caso notificado de dengue neste ano. É o que mostra um levantamento feito pelo G1 com base em dados do Ministério da Saúde, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.


Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.265 registram ao menos um caso da doença – o que representa 77% do total. Apesar de o número de casos estar diminuindo segundo o último balanço do governo, 1.563 cidades ainda enfrentam uma epidemia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que há epidemia quando um local registra ao menos 300 casos a cada 100 mil habitantes.

Os dados obtidos  fazem parte do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e se referem ao período que compreende desde a primeira semana do ano até a semana epidemiológica 17, a primeira de maio.

O país já registra 886,8 mil casos notificados da doença, de acordo com o levantamento. Ao longo de todo o ano de 2014, foram 591 mil. Como o padrão é determinado principalmente pelas condições climáticas, já que o mosquito se prolifera preferencialmente em temperaturas médias de 28ºC a 30ºC e com umidade relativa alta, a tendência agora é que o número de casos caía com a proximidade do inverno.

Das dez cidades com a maior incidência de casos por habitante, oito são do interior de São Paulo e duas do Paraná. Onda Verde (SP), município de 4,1 mil habitantes, tem 743 casos – isto é, 17.822 casos a cada 100 mil habitantes, a maior taxa do país.

Os dados mostram ainda que só 3 das 645 cidades do estado de São Paulo não possuem nenhum caso de dengue: Iporanga, Jeriquara e Nova Castilho. O estado concentra 52,5% de todos os casos do país. O estado com menos cidades afetadas é o Rio Grande do Sul – ainda assim, um em cada três municípios gaúchos convive com a doença.

Para intensificar as medidas de vigilância, prevenção e controle da dengue, o Ministério da Saúde diz ter repassado em janeiro um recurso adicional de R$ 150 milhões a todos os estados e municípios brasileiros, exclusivamente para qualificação das ações de combate aos mosquitos transmissores da dengue e do chikungunya, o que inclui a contratação de agentes de vigilância.

Os sintomas
Diagnosticar a dengue com rapidez é uma das chaves para combater a doença com maior eficácia. O primeiro passo para isso é conhecer como a infecção se manifesta. Se os sintomas forem reconhecidos, é fundamental procurar um médico o mais rápido possível. Em geral, a doença tem evolução rápida. Por isso, saber antes pode fazer a diferença entre a ocorrência de um mal menor e consequências mais graves, principalmente no caso de crianças.

Existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4. Eles causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, uma pessoa só pode ter dengue quatro vezes.

Cerca de 70% a 90% das pessoas que pegam a dengue pela primeira vez não têm nenhum sintoma. Nos casos mais graves, a doença pode ser hemorrágica ou fulminante, levando à morte. Os principais "sinais de alerta" da doença são dor intensa na barriga, sinais de desmaio, náusea que impede a pessoa de se hidratar pela boca, falta de ar, tosse seca, fezes pretas e sangramento.

Diagnóstico precoce
É essencial fazer tanto um diagnóstico clínico – que avalia os sintomas – como o exame laboratorial de sorologia, que verifica a contagem de hematócritos e plaquetas no sangue. A contagem de hematócritos acima do normal e de plaquetas abaixo de 50 mil por milímetro cúbico de sangue pode ser um indício de dengue.

O exame de sangue, por si só, não determina se o paciente está com dengue ou não. É preciso diagnosticar também os sintomas. Esses dois fatores vão determinar as condições do paciente. O período crítico da doença é quando a febre do paciente diminui. Se a febre passar e o paciente tiver muita dor na barriga, ele está num estado grave mesmo sem sangramento. Esse poder ser um problema no atendimento primário nos hospitais porque geralmente as pessoas com febre são atendidas prioritariamente.

AS 10 CIDADES COM A MAIOR INCIDÊNCIA DE CASOS
TAXA A CADA 100 MIL HAB.
Onda Verde (SP)       17.822
São João do Caiuá (PR)       17.654
Estrela D'Oeste (SP)       15.473
Paraguaçu Paulista (SP)       15.314
Trabiju (SP)       14.303
Cândido Mota (SP)       13.141
Nova Canaã Paulista (SP)       12.045
Jataizinho (PR)       10.581
Catanduva (SP)        9.856
Florínia (SP)        9.819

G1