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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Terceirização nos hospitais: sucesso para o negócio, mas nem tanto para a qualidade


Hospital, mais do que qualquer tipo de empresa, necessita terceirizar atividades para se viabilizar como negócio. Mais do que qualquer tipo de empresa porque o negócio hospitalar envolve não só uma infinidade de especializações assistenciais (medicina, enfermagem, fisio, etc.), mas uma outra infinidade de especializações necessárias para manter em funcionamento a estrutura física do seu edifício (como uma indústria), e mais uma outra infinidade de especializações necessárias para o controle logístico (como uma empresa de varejo) – além da retaguarda administrativo-financeira existente em qualquer empresa.
 
Para não falar dos hospitais vinculados às instituições de ensino, que ainda necessitam de especialização em atividades de ensino e pesquisa.

Então vamos deixar combinado que se o hospital resolver fazer isso sem terceirizar não vai conseguir se viabilizar economicamente. 

Mas, terceirizar em hospitais não é tão simples, porque estas especializações todas não funcionam isoladamente – interagem na maioria absoluta dos processos críticos. Por exemplo:

- Uma ação comercial influencia diretamente o relacionamento com médicos e pode prejudicar a qualidade da assistência aos pacientes;

- Uma ação de higiene e limpeza, que na maioria das empresas é sentida pelos funcionários, em hospital pode prejudicar a qualidade da assistência aos pacientes;

- Uma ação da enfermagem para melhorar a assistência do paciente pode influenciar diretamente a captação de receita.

No Modelo GIPH existe um capítulo específico para tratar este “entrelaçamento” de processos das diversas especialidades, e como é tênue a linha que divide o ganho e a perda quando se terceiriza um, obrigando a adaptação dos demais.

A consequência disso na prática é a perda de qualidade na ponta (no paciente), e o interessante disso é Vamos comparar o que ocorre com a terceirização da lavanderia e a terceirização dos médicos da UTI para entender esta diferença:  - O médico terceirizado da UTI está na frente de batalha do atendimento do paciente. Independentemente da existência de protocolos, ele vai prestar a melhor assistência possível porque a vida do paciente está diretamente em suas mãos. Se o contrato com o hospital não é bom, e ele não consegue fazer o seu trabalho com qualidade: ele reclama, rompe o contrato e não trabalha mais ali. Quantos médicos eu já não ouvi dizer: “aquele hospital é um açougue – Deus me livre continuar trabalhando lá”. O contrato com ele não descreve o protocolo de atendimento – geralmente descreve horário e local de trabalho, exigindo registro e especialização.

- A lavanderia terceirizada não tem contato com o paciente, o contrato geralmente define que o hospital entrega roupa suja e recebe roupa limpa: pesa-se a roupa suja e compara-se com o peso da roupa limpa, considerando uma diferença que compensa o fato da roupa suja estar molhada (mais pesada) e a limpa não (mais leve). A roupa não é da terceirizada, e mesmo que o resultado da lavagem for ruim, e ela souber que os pacientes sofrem com aquele enxoval, ela continua prestando serviço normalmente, recebendo pelo seu serviço, cumprindo o contrato. Nunca tive a oportunidade de presenciar um contrato de serviço de lavanderia ter sido rescindido pelo fornecedor porque a qualidade do enxoval e dos processos do seu cliente é ruim !

Poderia continuar a comparação considerando outros aspectos que resultam no fato (isto é fato) de que a maioria dos terceirizados é mal avaliada pelos hospitais em relação à qualidade – mas que a maioria dos hospitais não deixaria de terceirizar por causa disso, e que especificamente na área assistencial a qualidade não é perdida.

A terceirização obriga o gestor, além da sua especialização técnica específica, a se especializar em gestão de contratos, o que na maioria absoluta das vezes não é a realidade. Eles até têm conceitos de auditoria de contratos, conhecem processos de contratação, mas de gestão de contratos, com o foco em otimizar a relação comercial não.

Na área pública isso é muito mais simples de se observar. O servidor conhece a lei (a 8.666) que tem foco na contratação, na obrigação, na penalidade – enfim, estão preparados para “a briga”, mas não para “fazer o contrato dar certo”, como descrito nos modelos de gestão de contratos, por exemplo o GCVC.

A lei que é a base da auditoria para o servidor público é a mesma que “o engessa” para fazer a gestão do contrato de forma mais adequada. Quando existe uma oportunidade de obter melhor resultado no contrato com o terceiro na área privada, o gestor “dá um jeito” e ajusta o que for necessário, aditando o contrato se for necessário, justificando para o superior se for necessário, e aproveita a oportunidade.

Faz isso também no caso de avaliar que é melhor trocar o fornecedor se ele não está dando o resultado que ele espera. O servidor público não – se ele “der um jeito” vai levar um processo administrativo “nas costas” e pode ir para a cadeia.
 
Este é o cenário da terceirização nos hospitais !
 
Na área privada o gestor sabe que não consegue fazer o que o fornecedor faz gastando menos, mas sabe que o fornecedor não lhe entrega o serviço com a qualidade que ele gostaria. Se o nível de qualidade baixar ainda mais, ele troca o fornecedor como a gente troca de canal quando assiste TV.
 
Na área pública o gestor tem o mesmo sentimento em relação à qualidade, mas age muito lentamente para trocar de fornecedor porque a lei o deixa “engessado”.
 
Não é raro ter que “aturar” um fornecedor por cinco anos, porque não consegue mobilizar a estrutura para despachá-lo imediatamente. Fazer pelo menor custo, abrindo mão da excelência na qualidade, é um paradoxo que os hospitais dificilmente conseguem escapar na terceirização. 
 
Saúde Business

Estudo aponta que metade das cirurgias tem erros de medicação

Um recente estudo realizado no Massachusetts General Hospital (EUA), baseado na observação de 277 procedimentos cirúrgicos, identificou que quase metade das cirurgias possuem algum tipo de erro de medicação ou evento adverso com drogas
 
O trabalho, que apontou um volume maior de erros em procedimentos com duração superior a seis horas, relacionou as falhas à natureza agitada dos centros cirúrgicos em contraponto às medicações aplicadas em outras alas, nas quais é rotina a dupla checagem antes da aplicação no paciente.
 
Vejam que interessante a declaração de uma das autoras do estudo, a anestesiologista Karen Nanji:
 
– “Em uma sala de operações, as coisas acontecem rapidamente e a condição dos pacientes mudam repentinamente. Então, nós não temos tempo para seguir todo o processo, que pode durar horas.”
 
No mínimo, temerário, não acha?
 
Apesar do espanto com os resultados, o levantamento concluiu que “apenas” três erros de toda a amostra expuseram os pacientes a riscos fatais.
 
Bem, pareceria tudo bem se estivéssemos falando de automóveis ou geladeiras. Mas em se tratando da vida humana, quem pode relativizar qual o percentual de erros aceitáveis?
 
Ronie Oliveira Reyes

Saúde Business

Como os pais transmitem seus hábitos de fumar aos filhos

Se você fuma, a probabilidade de seu filho vir a fumar é grande
© iStockphoto.com /Photospower
Os pais transmitem seus hábitos de fumar para os seus filhos enquanto que as mães transmitem às suas filhas. No entanto, o fato de uma mãe fumar não interfere na probabilidade de seu filho vir a fumar – e o mesmo ocorre entre pai e filha
 
Esta é a conclusão a que chegou um grupo de pesquisadores da Universidade de Santiago de Compostela.
 
A pesquisa foi publicada no Boletim de Economia e Estatísticas de Oxford e foi baseada em informações colhidas entre os anos de 1994 e 2002. O estudo foi realizado tanto em lares onde os dois pais estavam presentes como em famílias monoparentais, normalmente chefiadas por mulheres.
 
Os resultados mostram que em termos de hábitos de fumo, as meninas tendem a imitar suas mães enquanto que os meninos tendem a imitar seus pais.
 
A probabilidade estimada de um filho vir a fumar se ambos os pais fumam é de 24%, mas cai para quase 12% se nenhum dos pais fumar. Para a filha, a probabilidade de que venha a fumar se ambos os pais fumam é de 23%, e também cai para 12% se os pais não forem fumantes.
 
Nas famílias monoparentais, as mães transmitem seus hábitos de fumo para seus filhos, independente do sexo. Neste caso, a probabilidade de um filho fumar se a mãe fuma é de 32% e para a filha é de 28%.
 
Esses resultados são extremamente importantes em termos de políticas públicas de combate ao fumo. Campanhas bem sucedidas afetam tanto os pais como os seus filhos. Campanhas contra o fumo direcionadas para o público jovem precisam incluir a família e o contexto social no qual estes jovens estão inseridos.
 

Pesquisadores descobrem tratamento da esquistossomose até 8 vezes mais eficaz

A descoberta aconteceu através da pesquisa dos genes que permitem o Schistosoma mansoni, parasita causador da doença, resistir a mediação habitual
 
Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) descobriram uma combinação de drogas que pode aumentar em até oito vezes a eficácia do tratamento da esquistossomose.
 
O estudo indicou que utilizar o Omeprazol em conjunto com o Praziquantel, medicamento tradicionalmente usado para combater o verme, eleva a mortalidade dos parasitas.
 
“Aumentar a eficiência de uma droga que já é usada, que é a única  recomendada pela Organização Mundial de Saúde para tratamento da esquistossomose, pode garantir um controle maior da doença”, disse o professor Sergio Verjovski-Almeida.
 
A descoberta aconteceu através da pesquisa dos genes que permitem o Schistosoma mansoni, parasita causador da doença, resistir a mediação habitual.
 
“Nós fomos estudar doses menos efetivas, vendo como o parasita escapa [da medicação]. Antes dele morrer, a gente faz uma análise dos genes que ele está mudando em função da exposição com a droga”, explicou o pesquisador.
 
Após identificar o conjunto de genes que dava resistência aos parasitas, os cientistas passaram a testar drogas conhecidas com capacidade de agir sobre portadores dessa carga genética.
 
O Omeprazol tem a vantagem, segundo Almeida, de ser um medicamento já usado por seres humanos. “Não há grande chance de ser tóxica, porque o Omeprazol já é um antiácido usado nos humanos”, enfatizou.
 
Com os bons resultados em laboratório, onde a combinação das substâncias aumentou entre três e oito vezes a mortalidade do Schistosoma mansoni, há a expectativa do tratamento ser testado em animais.
 
Primeiro, para confirmar se os dois remédios juntos não são tóxicos, e, em seguida, para avaliar se a eficácia é a mesma ao ser administrada em organismos vivos.
 
Por enquanto, os testes foram in vitro.
 
 
Um tratamento mais forte pode ser uma alternativa, na opinião de Almeida, para conter a doença em regiões com grande incidência do parasita.
 
“Os pacientes que vivem em zonas endêmicas são reinfectados. Então, você tem que ter um tratamento de toda a população que vive em uma região endêmica para que eles não depositem ovos através das fezes na água e reinfectem outras pessoas”.
 
* Com informações da TV Brasil. 

Agência Brasil

Quais medicamentos causam odor corporal?

Odor corporal pode ser bastante constrangedor, especialmente se você já tentou de tudo para se livrar dele
 
Você toma banho regularmente, usa um desodorante ou antitranspirante, veste roupas limpas e até mesmo segue uma dieta balanceada. Mas há um lugar onde você ainda não pensou em procurar: o armário de remédios.
 
Assim como alguns remédios causam efeitos colaterais como náuseas e sonolência, outros podem aumentar a chance de uma pessoa desenvolver odor corporal. Tenha também em mente que o aumento do suor pode levar a um odor corporal. O suor das glândulas apócrinas localizadas nas axilas e virilha serve como alimento para as bactérias na superfície da pele – e o odor é um subproduto comum desse processo [fonte: Mayo Clinic Staff].
 
Mas se você perceber um aumento na quantidade de suor e odor corporal que coincide com o fato de estar tomando um novo medicamento, é melhor levar o problema ao médico antes de parar de tomar tal remédio. Em geral, prever se determinado remédio causará odor corporal em um dado indivíduo pode ser complicado porque as pessoas metabolizam os medicamentos de maneiras bem diferentes em função da própria saúde e genética. Embora muitos medicamentos causem transpiração – que por sua vez pode levar ao odor corporal – apenas alguns grupos de drogas são conhecidos por produzir esses efeitos colaterais. Então, quais são os tipos de remédios que mais causam a transpiração e o odor corporal?
 
Para começar, vários medicamentos antidepressivos podem causar transpiração [fonte: WebMD]. O cloridrato de bupropiona (WellButrin) pode causar odor corporal, além de sudorese excessiva em alguns pacientes.

Os medicamentos antidepressivos que podem causar um aumento na transpiração são:
• Zyban® - cloridrato de bupropiona

• Anafranil® - cloridrato de clomipramina

• Cymbalta® - cloridrato de duloxetina

• Lexapro® - oxalato de escitalopram

• Prozac®, Sarafem® - cloridrato de Fluoxetina

• Paxil® - cloridrato de paroxetina

• Pexeva® - mesilato de paroxetina

• Zoloft® - cloridrato de Sertralina

• Effexor® - cloridrato de Venlafaxina

[fonte: DailyMed]
 
É importante notar que a sudorese excessiva que não figura na lista de efeitos colaterais do remédio pode significar uma condição de saúde mais grave que acompanha o uso de drogas antidepressivas. Você deve falar para o seu médico sobre qualquer efeito colateral que venha a experimentar.

Embora não tão comum, alguns indivíduos experimentam um aumento na transpiração ao usar remédios anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) – medicamentos usados para tratar inflamação e dor. Esses efeitos colaterais foram notificados no Profenid® (cetoprofeno) e Naprosyn® (naproxeno). O sulfato de codeína, usado para aliviar a dor, também tem a transpiração como um de seus efeitos colaterais.
 
Outros remédios têm uma ligação forte entre odor corporal e transpiração. Por exemplo, o odor corporal foi observado em ensaios clínicos para os ésteres de ácido etílico de ômega-3 (Lovaza®), medicamento usado para reduzir um tipo específico de gordura no sangue; acetato de leuprolide (Lupron®), usado para interromper a produção de certos hormônios durante tratamentos para câncer; e o topiramato (Topamax®) para tratar convulsões e epilepsia. Algumas pessoas tomam suplementos que contêm alho e que também podem causar odor corporal e mau hálito.
 
Monitorar as mudanças no seu corpo que acontecem ao tomar um medicamento permite que você possa abordar essas questões com seu médico, garantindo um tratamento seguro e confortável.
 

Tuberculose supera Aids como doença infecciosa mais mortal

Custódio Coimbra - Foram registrados 9,6 milhões de novos
 casos de tuberculose no ano passado 
Relatório da OMS estima 1,5 milhão de vítimas fatais em 2014
 
Rio - Relatório divulgado nesta quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a tuberculose como a doença infecciosa mais mortal do planeta, superando a Aids. Estimativas apontam que a doença matou 1,5 milhão de pessoas no ano passado, contra 1,2 milhão de vítimas do HIV.
 
— A mortalidade da tuberculose está diminuindo, mas nós precisamos estimar novamente a situação global baseados em novas informações recebidas de países cruciais, incluindo a Indonésia — disse Mario Raviglione, diretor do programa mundial sobre a tuberculose na OMS. Enquanto isso, houve uma redução no número de mortes relacionadas à Aids, graças ao aumento da disponibilidade de drogas antirretrovirais. — Enquanto a incidência de tuberculose está caindo, a de HIV diminui de forma mais acelerada.
 
As duas doenças são consideradas “parceiras do crime” e, por vezes, afetam os mesmos grupos. Entre as vítimas fatais do ano passado, 400 mil possuíam os dois males. No mundo, foram relatados 9,6 milhões de novos casos em 2014, sendo que 12% dos pacientes também eram portadores do HIV. Apesar disso, diz Raviglione, as atenções dadas por programas de saúde são diferentes.
 
— Elas estão matando no mesmo ritmo — disse Raviglione, ressaltando uma “desproporção real no nível de financiamento”. — No fim, a tuberculose merece a mesma atenção que o HIV/Aids.
 
De acordo com o relatório, seriam necessários US$ 1,4 bilhão em investimentos adicionais em tratamento para combater a epidemia global da doença, além de outros US$ 1,3 bilhão em fundos de pesquisas para o desenvolvimento de novas drogas e vacinas. Apesar disso, as metas definidas em 2000 nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram alcançadas em 16 dos 22 países que respondem coletivamente por 80% dos casos.
 
Brasil está na lista dos 22 citados
O Brasil está neste grupo, apesar de apresentar os melhores índices de mortalidade (2,6 para cada cem mil habitantes), prevalência (52 para cem mil habitantes) e incidência (44 para cem mil habitantes).
 
A OMS destaca ainda que, em relação a 1990, a taxa global de mortalidade caiu praticamente pela metade. Desde 2000, os avanços em diagnóstico e tratamento salvaram 43 milhões de vidas, e a incidência de novos casos caiu a taxa de 1,5% por ano, numa redução total de 18%.
 
— O relatório mostra que o controle da tuberculose teve um tremendo impacto em termos de vidas salvas e pacientes curados — disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS. — Esses avanços são animadores, mas se o mundo quer acabar com essa epidemia, é preciso aumentar a escala dos serviços e, criticamente, investir em pesquisas.
 
Entre os pontos que precisam ser melhorados, o relatório destaca as falhas no diagnóstico. Dos 9,6 milhões de novos casos no ano passado, apenas 6 milhões (62,5%) foram relatados às autoridades nacionais. Isso significa que, globalmente, mais de um terço dos pacientes não são notificados, e a qualidade do tratamento dado a eles é desconhecida.
 
Outra preocupação está na incidência de tuberculose resistente à medicamentos. 43 países reportaram taxas de cura superiores a 75% para pacientes nessa situação, mas, globalmente, dados mostram a taxa de cura média de apenas 50%.
 
A partir do ano que vem, os objetivos globais vão mudar do controle para a eliminação da epidemia de tuberculose. A estratégia adotada por todos os países membro da OMS visa reduzir a incidência em 80% e o número de mortes em 90% até 2030.

O Globo

Como funcionam os exames pré-natais

As dúvidas e/ou preocupações mais frequentes durante a gravidez são se o bebê é saudável e se está se desenvolvendo normalmente
 
O objetivo dos exames pre-natais é garantir o bom andamento das gestações de baixo risco e, também, identificar adequada e precocemente quais as pacientes com maiores chances de evolução desfavorável durante a gravidez. Os exames pré-natais podem garantir uma gestação segura, mas devem ser realizados logo que a gestação for confirmada.
 
Neste artigo, conheceremos os exames que obstetras usam para avaliar o desenvolvimento do feto.
 
A gravidez envolve muitos exames pré-natais
No decorrer da gravidez, uma mulher grávida deve fazer vários exames. Eles são divididos nas seguintes categorias:
 
- teste de gravidez - o primeiro exame
 
- exames de rotina e não invasivos - ocorrem durante cada visita ao consultório do obstetra
  • pressão arterial
  • glicose/proteína na urina
  • batimentos cardíacos do feto
- exames de sangue - geralmente feitos em diferentes momentos durante a gravidez
  • tipo sanguíneo, fator Rh
  • hemograma
  • HIV, hepatite B, sífilis
  • exame de tolerância a glicose
- exames com swab (espécie de cotonete de cabo comprido esterilizado em um incólucro de papel) - geralmente feitos em diferentes momentos durante a gravidez
    • Papanicolau - para verificar a presença de DSTs, diferentes bactérias
    • teste para estreptococos do tipo B (somente nos EUA)
    • ultra-som - feito ao menos uma vez durante a gravidez
- exames feitos sob circunstâncias especiais
  • amniocentese
  • biópsia de vilo corial
  • exame de sangue fetal ou cordocentese
  • monitoramento fetal
Vamos dar uma olhada nos diferentes exames para saber como funcionam e o que podem nos dizer sobre o bebê que se desenvolve.
 
Antes do pré-natal: O teste de gravidez
Normalmente, esse é o primeiro teste realizado quando há suspeita de gravidez. Há uma variedade de kits de testes vendidos nas farmácias sem necessidade de receita e todos detectam um hormônio protéico chamado gonadotrofina coriônica humana (hCG). Quando um óvulo é fertilizado, o embrião começa a produzir hCG. Os níveis de hCG aumentam após a concepção e ele pode ser detectado na urina da mãe. Dez dias após a concepção, os níveis de hCG chegam a cerca de 25 mili-Unidades Internacionais (mIU). Basicamente, o teste caseiro é um exame de urina que busca hCG.
  1. Colete uma amostra de urina - normalmente se usa a primeira urina da manhã, quando os níveis de hCG estão mais concentrados, ou se passa o bastão de teste pelo fluxo de urina.
  2. Caso você tenha coletado a urina, mergulhe o bastão nela ou coloque uma gota no bastão de exame.
  3. Os melhores bastões têm uma cobertura de plástico incrustada com anticorpos ao hCG.
  4. Os bastões de teste também têm um segundo anticorpo para o hCG conectado a uma etiqueta de alguma cor (por exemplo, bolhas de látex coloridas, enzima que produz uma reação colorida).
  5. Se houver níveis suficientes de hCG presentes na urina (mais de 25 mIU), o hCG vai se ligar ao segundo anticorpo e fazer que ocorra uma reação colorida (ou seja, um resultado positivo).
Se o teste for positivo, é recomendado ligar para seu médico e realizar um segundo teste no consultório para confirmar a gravidez. O médico também pode pedir um exame de sangue para determinar com precisão a quantidade de hCG presente, que pode ser usada para avaliar a saúde do bebê.
 
Pré-natal: Exames de rotina não-invasivos
Os exames de rotina não invasivos são feitos toda vez que a paciente vai ao obstetra e incluem:
  • pressão arterial
  • glicose na urina
  • proteína na urina
  • batimentos cardíacos do feto
Pressão arterial
O aumento no volume de sangue e na circulação sanguínea do feto que ocorrem durante a gravidez também intensifica a demanda do sistema cardiovascular da mulher grávida, especialmente sobre o coração. Por isso é necessário medir a pressão sanguínea regularmente para detectar quaisquer sinais de pressão arterial ou hipertensão induzida pela gravidez. Cerca de 5% das grávidas apresentam hipertensão induzida pela gravidez a partir da vigésima semana de gravidez. E esse problema pode levar a algumas complicações:
  • parto prematuro
  • descolamento da placenta, que leva a sangramento
  • redução do funcionamento ou insuficiência dos rins
  • fluxo de sangue reduzido para o bebê (que pode retardar o crescimento e o desenvolvimento)
Hipertensão induzida pela gravidez, inchaço e proteína na urina (albuminúria) consistem em uma condição conhecida como pré-eclâmpsia. As causas da pré-eclâmpsia são desconhecidas e seu tratamento é o parto prematuro. Algumas vezes, altas doses de sulfato de magnésio podem ser administradas para retardar os sintomas até que o parto possa ocorrer de modo seguro para o bebê. No entanto, não se sabe a razão pela qual esse tratamento funciona.
 
A pressão arterial da grávida será medida com um equipamento de medição de pressão ou esfigmanômetro.
 
Glicose na urinaDurante cada consulta, o médico poderá pedir que se passe uma fita de testes pelo fluxo de urina ou que se colete uma amostra de urina, que será testada com uma tira que mede a quantidade de glicose na urina. A presença de glicose na urina pode ser indicação de diabetes gestacional, uma forma de diabetes que normalmente se desenvolve por volta da vigésima semana de gravidez em algumas mulheres. A diabetes gestacional também causa algumas complicações.
  • O bebê cresce mais do que o normal e desenvolve mais gordura. Bebês maiores fazem com que o parto se torne mais difícil.
  • O pâncreas do bebê tem que secretar quantidades maiores de insulina para se livrar do excesso de açúcar vindo da mãe. Após o nascimento, quando o bebê parou de receber essas altas quantidades de açúcar da mãe, os altos níveis de insulina podem fazer com que o nível de açúcar no sangue do bebê caia a níveis perigosos (hipoglicemia).
  • Alguns bebês cujas mães têm diabetes gestacional apresentam problemas para respirar após o parto (insuficiência respiratória).
A diabetes gestacional normalmente pode ser tratada com o controle da alimentação da mãe. Contudo, há casos em que a mãe deve tomar insulina para controlar seus níveis de glicose. Esse tipo de diabetes costuma desaparecer após o nascimento da criança.
 
A tira de testes contém duas enzimas (glicose oxidase e peroxidase), um produto químico (ortolidina) e uma tinta amarela impregnada no papel. As reações ocorrem assim:
  1. a glicose oxidase converte glicose em ácido glucônico e peróxido de hidrogênio;
  2. a peroxidase faz com que o peróxido de hidrogênio reaja com a ortotolidina, produzindo uma coloração azul;
  3. a tinta amarela espalha a alteração de cor por uma área maior em proporção à quantidade de glicose presente.
Se não houver glicose presente, a tira de teste permanece amarela. Se a glicose estiver presente, a cor pode variar de verde-claro a azul-escuro, dependendo da concentração de glicose na urina.
 
Proteína na urina
A presença de proteína na urina indica um problema no funcionamento dos rins e é um dos sintomas de pré-eclâmpsia, como já mencionamos. Para detectar proteína na urina, a tira de testes tem um tampão de pH (tampão de citrato) e um indicador de coloração (azul de bromofenol) impregnado no papel. No pH normal do papel, a maior parte do indicador não está ionizada. As proteínas podem se ligar à forma não ionizada e liberar íons de hidrogênio, o que altera o pH e a cor do papel. Se houver proteína presente, a cor do papel irá mudar de amarelo para verde ou azul, dependendo da concentração de proteínas.
 
Batimentos cardíacos do feto
Um dos momentos mais emocionantes em qualquer início de gravidez pode ser a primeira vez em que se ouve as batidas do coração do bebê. A batida do coração do bebê pode ser vista em um ultra-som por volta da quinta ou sexta semana de gravidez. Por volta de décima segunda ou décima terceira semana, o médico já pode ouvir os batimentos do bebê com um estetoscópio de Pinard ou estetoscópio Doppler especializado. O estetoscópio de Pinard funciona da mesma maneira que um aparelho de ultra-som comum, exceto pelo fato de que não fornece imagens. Em vez disso, os ecos são contados e a contagem é exibida em um visor de LCD. Se o estetoscópio tiver um alto-falante, você pode até ouvir o batimento cardíaco amplificado.
 
Pré-natal: Exames de sangue
No primeiro trimestre de gravidez, há alguns exames de sangue para determinar o seguinte:
  • os níveis de hCG
  • o nível de ferro no hemograma - importante para a hemoglobina e para levar oxigênio suficiente para o bebê em crescimento
  • tipo sanguíneo e compatibilidade de Rh - avalia problemas entre os tipos sanguíneos da mãe e do bebê
  • a presença de anticorpos para certos vírus (por exemplo, HIV, hepatite B) ou presença de bactérias (sífilis, por exemplo)
Os exames de hCG, anticorpos virais, sífilis e exames de sangue procuram e/ou quantificam a quantidade de anticorpos para essas substâncias presentes no sangue. O exame de ferro mede o ferro diretamente ao queimar uma amostra a alta temperatura e definir a quantidade de luz liberada no comprimento de onda específico para o ferro, a qual está relacionada com a quantidade presente.
 
Teste de tolerância à glicose
Entre a vigésima quinta e a vigésima oitava semana de gestação, deve-se fazer um teste de glicose para descartar a hipótese se diabetes gestacional. Primeiro, bebe-se um líquido com alta quantidade de glicose, ou açúcar, e é recolhida uma amostra do sangue uma hora depois. A glicose sanguínea será medida por uma reação com glicose oxidase. Se o nível de glicose for alto demais, eles pode-se pedir um teste de tolerância à glicose adicional. Nesse teste, toma-se uma solução rica em glicose enquanto se está de estômago vazio e amostras de sangue são coletadas a intervalos regulares (normalmente de hora em hora) durante três horas. Os níveis de glicose são medidos novamente. As informações obtidas nesse período indicam melhor a resposta do corpo à carga de glicose e permitem diagnosticar a diabetes gestacional.
 
Exames pré-natais: Testes
Em diferentes momentos da gravidez, o médico pode retirar amostras com swab da vagina ou do reto. As células serão examinadas no microscópio ou serão feitas culturas para determinar possíveis problemas ou doenças.
 
No primeiro trimestre, pode ser que seja solicitado um Papanicolau, em que células do colo do útero serão examinadas para procurar sinais de câncer do colo do útero. Mais tarde, quando o parto estiver próximo (por volta da trigésima quinta semana), o médico irá retirar amostras com swab da vagina e do reto, para fazer cultura a fim de detectar bactérias estreptococos do tipo B. Essas bactérias são comuns em muitas mulheres, sendo consideradas uma parte normal do sistema reprodutor de uma mulher adulta. Para uma criança no útero, no entanto, elas podem se espalhar durante o parto e causar vários problemas:
  • insuficiência respiratória, que pode ameaçar a vida do bebê
  • retardo mental
  • problemas na visão
  • perda de audição
As infecções por estreptococos do grupo B podem ser tratadas com antibióticos intravenosos antes do parto.
 
Exames pré-natais: Ultra-som
Durante a gravidez, pode-se fazer um ou mais exames de ultra-som. O primeiro pode ser feito nas primeiras quatro semanas para definir o tempo de gravidez e determinar a data do parto. Isso é feito ao medir a distância da nuca do bebê à nádega. É possível comparar essas medidas com gráficos para determinar a idade do feto.
 
Por volta da décima primeira e da décima terceira semanas, o ultra-som pode ser usado para saber de alguns aspectos do desenvolvimento de seu bebê, como:
  • o fechamento do tubo neural
  • desenvolvimento correto dos órgãos internos
  • batimentos cardíacos corretos e sua freqüência
Após 20 semanas, também é possível determinar o sexo do bebê ao observar os órgãos sexuais com o ultra-som.
 
Pré-natal: Exames realizados sob circunstâncias especiais
Se forem detectados problemas com o desenvolvimento do bebê ou se os pais apresentarem fatores de risco para doenças genéticas, o médico pode solicitar exames especiais. Por exemplo, se a mãe tiver 34 anos ou mais, ela tem um risco maior de ter um filho com síndrome de Down. Por isso, os pais, junto ao obstetra, podem decidir retirar amostra de líquido ou de tecido do bebê para determinar sua constituição genética. Essas amostras podem ser obtidas por meio de alguns procedimentos:
  • amniocentese
  • biópsia de vilo corial
  • exame de sangue fetal
  • monitoramento fetal
Nesses exames, o médico usa uma agulha ou tubo de sucção para recolher amostras de fluidos ou de tecidos do bebê, utilizando um ultra-som para auxiliá-lo. Essas amostras de tecido/fluido são levadas e analisadas em laboratório para determinar o número de cromossomos (cariótipo) e outros exames bioquímicos (por exemplo, AFP). Os resultados dos exames podem ser usados para tomar decisões a respeito de um possível aborto ou para preparar os pais para lidar com quaisquer defeitos genéticos (aconselhamento genético).
 
Amniocentese
A amniocentese é um exame no qual o médico retira uma amostra do líquido amniótico que envolve o bebê dentro do útero. Há células e líquidos (urina) do bebê flutuando no líquido amniótico. As células podem ser cultivadas e o líquido analisado por vários marcadores bioquímicos.
 
A amniocentese costuma ser feita entre a décima quinta e a décima oitava semanas, para mães com dois ou mais fatores de risco (por exemplo, mais de 34 anos e/ou histórico de síndrome de Down ou outras doenças genéticas na família). O procedimento é o seguinte:
  1. o técnico limpa o abdome da paciente com um antisséptico;
  2. usa o ultra-som para determinar em que lugar do útero o bebê está e onde há bolsas de líquido longe do bebê;
  3. após localizar essas áreas, o médico insere uma agulha através do abdome, buscando o útero. O médico monitora constantemente o ultra-som para não atingir o bebê;
  4. o médico recolhe de 30 a 60 ml de líquido amniótico, que será reposto em um dia pelo bebê;
  5. o médico coloca esse fluido em um ou mais copos esterilizados, marca os copos e os envia para um laboratório;
  6. a agulha é removida e se coloca um curativo sobre o local;
  7. é possível fazer mais um ultra-som para avaliar a saúde do bebê depois do fim do procedimento.
Os resultados da amniocentese ficam prontos de duas a três semanas após o procedimento.
 
A amniocentese apresenta um risco de 0,5%, o que significa que, de cada 200 procedimentos, 1 apresenta algum tipo de complicação (por exemplo, infecção, aborto ou machucar o bebê com a agulha). Na maioria dos casos, essas porcentagens são muito menores, especialmente depois de o ultra-som ter sido introduzido como um auxiliar para o médico.
 
Biópsia de vilo corial
Como a amniocentese, a biópsia de vilo corial (BVC) é realizada para obter uma amostra do tecido do bebê, buscando determinar distúrbios genéticos. A diferença é que a BVC retira o tecido da placenta (córion). Como a córion é derivada do bebê e não da mãe, ela possui as características genéticas do bebê. O procedimento é semelhante à amniocentese, exceto pelo fato de que o tecido pode ser tirado inserindo uma agulha através do abdome ou um tubo de recolhimento de amostra através do colo do útero.
 
Como a amniocentese, a BVC é realizada quando a mãe possui um ou mais fatores de risco de doenças genéticas. A BVC pode ser feita antes da amniocentese, normalmente na última parte do primeiro trimestre (entre a nona e a décima primeira semanas). Os resultados da BVC podem ser obtidos mais rapidamente do que os da amniocentese porque não é preciso fazer uma cultura do tecido. No entanto, como a BVC retira somente tecido, alguns dos testes bioquímicos feitos com a amniocentese não podem ocorrer com a BVC. Além disso, a BVC possui um risco mais alto (cerca de 1%), principalmente por ser um procedimento mais novo em relação à amniocentese.

Retirada de amostra de sangue do feto
A retirada de amostra de sangue do feto pode ser realizada a partir da décima oitava semana. Nesse procedimento, o sangue do feto é obtido do cordão umbilical. Como na amniocentese, o médico (auxiliado por ultra-som) insere uma agulha através do abdome da mãe, entrando no cordão umbilical, e retira uma amostra de sangue. A amostra de sangue é enviada ao laboratório para análise. O resultado do exame genético pode ser obtido muito mais rapidamente do que com a amniocentese por não ser necessária a cultura de tecido. Outro benefício dessa técnica é que ela pode ser usada para fazer a transfusão de sangue compatível para o feto caso os fatores Rh dele e da mãe não sejam os mesmos. O risco geral desse procedimento é de 0,5% a 1%.

Monitoramento fetal
O monitoramento fetal costuma ser feito no terceiro trimestre (para casos de gravidez de alto risco, parto prematuro ou bebês que já passaram do tempo) e durante o parto. Esse teste envolve amarrar um monitor eletrônico ao abdome da mãe para medir as atividades elétricas dos:
  • batimentos cardíacos do feto
  • batimentos cardíacos da mãe
  • contrações do músculo uterino da mãe
Os movimentos do bebê dentro do útero podem ser avaliados e relacionados a sua freqüência cardíaca. Há dois tipos de exame realizados:
  • teste sem estresse - a frequência cardíaca do bebê deve aumentar quando o bebê se move (cerca de 15 batidas por 15 segundos, pelo menos duas vezes durante um período de 20 minutos);
  • teste com estresse - a frequência cardíaca do bebê deve aumentar quando o útero se contrai. As contrações uterinas são induzidas pela injeção de um medicamento (Pitocin) ou pela estimulação dos mamilos da mãe.
Esses são os exames usados pelos obstetras para determinar como o bebê irá suportar o estresse causado pelo parto.

Como você pode ver, há uma grande variedade de maneiras de medir o crescimento e o desenvolvimento de um bebê antes de ele nascer. Um exame pré-natal é absolutamente normal durante a gravidez e pode detectar problemas nos estágios iniciais.

1 em cada 3 pessoas não lava as mãos com sabonete após ir ao banheiro, aponta pesquisa

Segundo Ibope, 76% dos chineses não têm hábito automático de lavar as mãos
 
Uma em cada três pessoas no mundo (36%) não tem o hábito automático de lavar as mãos com sabonete após ir ao banheiro, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência, em parceria com a WIN (Worldwide Independent Network of Market Research). Para realização do levantamento foram entrevistadas 62.398 pessoas em 64 países. No Brasil, onde o Ibope ouviu 1.022 internautas, 73% apontam que lavar as mãos automaticamente após ir ao banheiro é um hábito totalmente integrado ao seu dia a dia.
 
De acordo com a pesquisa, há diferenças significativas de comportamento de acordo com a região: 76% dos chineses e 60% dos sul-coreanos não tem hábito automático de lavar as mãos. Já na Arábia Saudita 97% têm esse costume.
 
Na Europa, os gregos são os mais higiênicos (85% lavam as mãos) e os holandeses, os menos (47% não possuem esse hábito automático). Nas Américas, os colombianos são os que mais lavam as mãos: 93%. No sentido oposto estão os mexicanos: 32% não fazem isso de maneira automática.
 
Na opinião de Jean-Marc Leger, presidente da WIN, estima-se que 35% da população mundial não tenha acesso a banheiros com condições seguras de higiene e isso talvez seja o motivo pelo qual um grande número de pessoas não lavem as mãos com água e sabonete após irem ao banheiro”.
 
— Isso ocorre tanto por falta de estrutura como por hábitos inadequados. Essa pesquisa é um alerta mundial sobre os benefícios de se lavar as mãos de maneira correta.
 
R7

Pesquisadores geram polêmica com promessa de 'pílula do exercício físico'

Alguns temem aumento do sedentarismo e outros afirmam que poderia ser usado em casos de invalidez ou obesidade
Alguns temem aumento do sedentarismo e outros afirmam que poderia ser usado
 em casos de invalidez ou obesidade
Cientistas de universidades da Dinamarca e Austrália anunciaram estar se aproximando da criação de uma pílula que imita os efeitos do exercício físico no corpo humano

As últimas pesquisas permitiram descobrir, pela primeira vez, o que realmente acontece dentro dos músculos no nível molecular quando praticamos esportes.

"Esta nova descoberta servirá para criar uma pílula que imita os efeitos do exercício físico e recria estas ações em nosso corpo", disse à BBC Mundo Erik Ritcher, diretor do Departamento de Fisiologia Molecular da Universidade de Copenhague. O projeto dinamarquês está sendo realizado em conjunto com o Charles Perkins Centre de Sidney, na Austrália.

Jorgen Wojtaszewski, outro pesquisador envolvido no projeto, afirma que esta "pílula do exercício" poderia ser útil para "pessoas com graves problemas de invalidez ou obesidade mórbida".

O anúncio gera muita polêmica: alguns mais esperançosos podem imaginar que, no futuro, a pílula pode substituir horas de academia ou corrida, mas os especialistas consultados pela BBC Mundo estão mais céticos e alguns até estão preocupados.

Alguns especialistas em esportes temem que a comercialização deste tipo de medicamento estimule ainda mais o sedentarismo que já um dos grandes problemas atuais.

"A mensagem que a população está recebendo é muito enganosa, igual às das dietas milagrosas", disse à BBC a pesquisadora Nuria Garatachea, doutora em Ciências da Atividade Física e Esporte e uma das autoras do ensaio científico Exercise is the Real Polypill ("O Exercício é o Verdadeiro Policomprimido", em tradução livre).

Nuria afirma que a comercialização desta "pílula do exercício" poderia ser "prejudicial para a sociedade" porque "corremos o risco de que a população fique ainda mais sedentária".

"O exercício físico é muito variado e, no entanto, ainda falta muito para descobrirmos sobre os efeitos das vias moleculares que se ativam em nosso organismo quando o praticamos."

"Temos uma ferramenta muito poderosa em nossas mãos que é o exercício físico. Levamos milhões de anos praticando-o e agora queremos renunciar a ele?"

"Não estamos programados para estar sentados; nosso DNA nos pede exercício, (em termos de) biomecânica e energia", afirmou.
 
Cada vez mais próximo
O pesquisador dinamarquês Erik Richter afirmou que "as pesquisas estão avançando cada vez mais" e o novo enfoque das últimas descobertas tornará possível o desenvolvimento de uma pílula do exercício apesar de "tudo depender das próximas pesquisas e do apoio que conseguirmos".

A nova pesquisa revelou "mais de mil reações musculares - até agora desconhecidas - nos músculos que estão expostos à atividade física", segundo fontes da Universidade de Copenhague.

Os cientistas utilizaram uma técnica chamada espectrometria de massas, um método avançado para identificar moléculas. Eles analisaram biópsias moleculares em quatro homens saudáveis antes e depois da realização de 10 minutos de exercícios intensos.
 
As experiências continuam.

"Agora temos que descobrir quais destas moléculas são as mais importantes e têm uma relação maior com a saúde e o exercícios", disse Richter.

"Para isso estamos realizando experiências com animais geneticamente modificados em colaboração com a Universidade de Sydney."
 
Insubstituível
Os especialistas em saúde e esporte consultados pela BBC, no entanto, não aprovam nenhum tipo de substituição dos exercícios.

Para muitos, uma pílula jamais poderia substituir todos os efeitos, incluindo o psicológico, dos exercícios

"O exercício é insubstituível e uma pílula não poderia substituir seus efeitos", disse à BBC Mundo Jesús María Pérez, gerente do Conselho Geral de Colégios de Profissionais da Educação Física e Esporte (Colef) da Espanha.

"Uma pílula não poderia substituir o exercício em competências funcionais - movimento - variáveis psicológicas - ansiedade, depressão, fadiga ou autoconfiança - e nos fatores sociais derivados da prática esportiva regular."

"No mundo da condição física e nas ciências do esporte há muitos mitos e produtos de marketing que oferecem milagres que não estão baseados em provas científicas", acrescentou.

A Universidade de Sydney emitiu uma nota afirmando que a descoberta "ajudará a revelar novos mecanismos biológicos relativos ao exercício e será uma fonte fundamental para futuras investigações fisiológicas".

Mas Carlota Díez, especialista em saúde do esporte, afirma que o verdadeiro problema está na maneira com que este tipo de mensagem é difundida.

Em seu comunicado, a Universidade de Copenhague afirmou que a pesquisa "nos deixa mais próximos do exercício em forma de pílula".

"Talvez, inicialmente, poderia conseguir alguns efeitos comparáveis aos da atividade física, mas há outros que não são possíveis de se conseguir", disse.
 
'Os efeitos negativos estariam diretamente relacionados com hábitos saudáveis e de qualidade de vida."
 
"Se um comprimido de exercício for comercializado como tal, conseguiria o aumento do sedentarismo, da obesidade e da inatividade física", afirmou.
 
"Talvez conseguiria uma melhora no nível muscular, mas faltariam muitas outras coisas, por exemplo, no nível cardiovascular, como é o consumo de oxigênio."
 
"Estaríamos perdendo mais da metade dos benefícios do exercício físico", disse.
 
A especialista admite que este tipo de medicamento poderia ter vantagens para pessoas com problemas como tetraplegia ou outros problemas graves de mobilidade, mas é "preciso deixar claro que a pílula não poderia ser para todo mundo, só deveria ser tomada se existe um problema real".
 
BBC Brasil / UOL