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terça-feira, 21 de agosto de 2018

40% dos brasileiros fazem auto-diagnóstico médico pela internet


Imagem relacionadaGrande maioria são pessoas das classes A e B, com curso superior e jovens

Pessoas das classes A e B, com curso superior e jovens, são o perfil dos pacientes que usam a internet para se autodiagnosticar, segundo levantamento de um instituto, entidade de pesquisa e pós-graduação na área farmacêutica. O terceiro estudo do instituto sobre o tema apontou que 40,9% dos brasileiros fazem autodiagnóstico pela internet. Desses, 63,84% têm formação superior.

A última edição do estudo, de 2016, já apontava patamar de 40% de autodiagnóstico online, mas dessa vez foi traçado o perfil socioeconômico. “É uma novidade e nos surpreendeu muito, porque imaginávamos que quem se autodiagnosticava eram pessoas que não têm acesso ao médico. Mas são das classes A e B, esclarecidas e com poder econômico para buscar informação de saúde mais concreta e consciente”, diz o diretor de pesquisa do Instituto.

Entre os que fazem autodiagnóstico 55% são das classes A e B e 26%, das classes D e E. “Pessoas de baixa renda ainda buscam mais o médico em prontos-socorros. Quanto mais idosas, mais recorrem ao médico, pois têm dificuldade com a internet de modo geral.” O levantamento foi feito em maio em 120 municípios, incluindo todas as capitais, e ouviu 2.090 pessoas com mais de 16 anos. Para os pesquisadores, o imediatismo está entre as motivações, principalmente na geração de 16 a 34 anos.

A professora Isabella Oku, de 28 anos, é um exemplo. “Evito ir a consultas em relação a certos sintomas, coisas que não são tão graves, como alergias.” Há cerca de oito meses, ela está com um desconforto na unha, que coça sempre que vai à manicure. Isabella pesquisou na internet uma pomada, que está usando. “Não quero precisar esperar o médico ter disponibilidade para me atender”. Na semana passada, com dor de garganta, já chegou ao consultório dizendo que estava com amidalite. “Tomei antibiótico e não adiantou nada. O médico falou que eu estava resfriada e isso é muito genérico.”

Riscos
Denize Ornelas, da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, diz que o número de pacientes que chegam aos consultórios com autodiagnóstico e automedicação é crescente. “O maior impacto é quando chegam por efeitos colaterais ou interação medicamentosa”, diz. “A maior parte das doenças começa com dor, febre, indisposição, sintomas mais gerais. Se o paciente se automedica e não espera a progressão, pode mascarar uma doença. Dor abdominal pode ser azia e má digestão, mas, se você faz uso constante de antiácido, pode retardar um diagnóstico de câncer de estômago. É raro, mas pode acontecer.

Em 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu os critérios para que remédios pudessem ser isentos de prescrição médica. Não ter potencial para causar dependência, não ter indicação para doenças graves e ser tomado por prazo curto estão entre os requisitos. “São feitos para sintomas menores, como dor de cabeça, indisposição estomacal”, diz Marli Sileci, da Associação da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição

O Google e o Hospital Israelita Albert Einstein fecharam em 2016 parceria para oferecer informações confiáveis a usuários que fazem buscas na área da saúde por meio de quadros com dados sobre as doenças revisados pelo hospital. No ano passado, foram incluídos dados sobre os sintomas.

Paraná lança campanha de Logística Reversa de Medicamentos

Resultado de imagem para logística reversa de medicamentosA auto-medicação e o uso irracional de medicamentos contribuem para que os medicamentos estejam dentre as principais causas de intoxicação!

Somado a isso, tem-se ainda que o descarte inadequado de medicamentos, como nos vasos sanitários, lixo comum, pia, esgoto, queima a céu aberto, gera um grande passivo ambiental.

Dessa forma, o uso racional de medicamentos e o descarte adequado dos mesmos é fundamental para a manutenção do meio ambiente, saúde humana e animal. Neste sentido a Logística Reversa de Medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso constitui um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados para coleta e destinação final ambientalmente adequada dos medicamentos.
Recomendações:
➡️ Siga o tratamento pelo tempo recomendado
➡️ Sempre verifique a data de validade
➡️ Não use medicamentos vencidos
➡️ Tome os medicamentos no horário correto, na dose recomendada e no período de uso determinado
➡️ Informe um profissional de saúde caso apareça qualquer sintoma inesperado
➡️ Não descarte medicamentos no vaso sanitário, lixo comum ou esgoto
➡️ Procure sempre ponto de coleta para o descarte adequado
Caso haja em sua residência medicamentos vencidos, ou sobras de medicamentos que não serão mais utilizados, procure o ponto de descarte mais próximo.
Programa de Logística Reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso 
Existem empresas localizadas no Estado do Paraná que realizam a coleta permanente de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso. Veja aqui quais são os pontos de coleta. Com o objetivo de intensificar a coleta e atingir o maior número de localidades nas 22 Regionais de Saúde, o Governo do Estado do Paraná promove de 15/08/2018 a 15/10/2018 uma campanha para descarte de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso.
Legislação – Lei nº 12.305, de 02 de Agosto de 2010, que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; Lei Estadual nº 17.211, de 03 Julho de 2012, que Dispõe sobre a responsabilidade da destinação dos medicamentos em desuso no Estado do Paraná; Decreto nº 9.213, de 23 de Outubro de 2013, que regulamenta a Lei nº 17.211, de 03 de julho de 2012, que dispõe sobre a responsabilidade da destinação dos medicamentos em desuso no Estado do Paraná.
Realização: Governo do Estado do Paraná, Secretaria de Estado da Saúde – SESA e Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA, Apoio: Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná – CRF-PR, Consórcio Paraná Saúde, Grupo Técnico de Medicamentos do Paraná – GTM-PR, Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba – SMS, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba – SMMA, Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo – SINDUSFARMA, Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná – SIMPACEL, Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Paraná – SINQFAR, Sindicato do Comércio, Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Paraná – SINDIFARMA e Universidade Federal do Paraná – UFPR
Fonte: CRF-PR

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Brasil e mais onze países assinam documento para prevenção e enfrentamento do AVC

Resultado de imagem para strokeA Carta de Gramado estabelece 16 compromissos assumidos por países da América Latina com o objetivo de melhorar a prevenção e o cuidado da doença em seus respectivos territórios

Reduzir a mortalidade por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e promover a saúde mental e o bem-estar da população até 2030. Esses são os principais objetivos da Carta de Gramado, documento assinado pelo Brasil juntamente com mais 11 países da América Latina, durante o XXI Congresso Iberoamericano de Doenças Cerebrovasculares, no Encontro Interministerial Latinoamericano de AVC, em Gramado (RS). A assinatura do documento marca o mês de agosto, quando se comemora o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, nesta terça-feira (08). O colesterol alto é um dos fatores de risco do AVC.

A cooperação internacional para avançar nas estratégias de combate ao AVC foi firmada pelo Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. A doença é a segunda causa de morte na maior parte desses países. Atualmente, o Brasil é referência no tratamento do AVC para os demais países da América Latina, já dispondo de Linha de Cuidados em AVC estabelecida como política pública de saúde.

“Nós estamos de uma forma muita clara, objetiva e, principalmente, junto à Sociedade Brasileira de Neurologia verificando tudo aquilo que é necessário dentro da linha de cuidados para avançar cada vez mais no atendimento a pacientes vítimas de AVC”, explicou o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis, durante a apresentação das ações realizadas pela pasta para prevenção, tratamento e reabilitação das pessoas acometidas pelo AVC. Na ocasião, o secretário representou o ministro da Saúde do Brasil.

Carta de Gramado
Na Declaração, os países se comprometem em: proporcionar educação da população quanto aos sinais de alerta, urgência no tratamento e controle dos fatores de risco; promover ambientes seguros e saudáveis para estimular a realização de atividade física; implantar políticas para o controle do tabaco; estimular a alimentação saudável, para reduzir o consumo de sal, uso prejudicial de álcool e controlar o peso; visando diminuir a incidência de doenças cardio e cerebrovasculares.

Os compromissos também incluem estabelecer estratégias de detecção de fatores de risco tratáveis como hipertensão, fibrilação atrial, diabetes e dislipidemias; promover a atenção, visando ao controle dos fatores de risco tratáveis; organizar o atendimento pré-hospitalar, priorizando o paciente com AVC; priorizar a estruturação de centros de AVC, organizar unidades de AVC com área física definida e equipe multidisciplinar capacitada, disponibilizar tratamentos de fase aguda baseados em evidência, disponibilizar exames para investigação etiológica mínima, promover alta hospitalar para prescrição de prevenção secundária, estimular o uso de telemedicina nos hospitais sem acesso e especialista em tempo integral para orientação do tratamento agudo. O próximo passo em relação ao encontro ministerial será encaminhar a Carta de Gramado para todos os países que a assinaram para que possam implementar as recomendações estabelecidas. Acesse a íntegra do documento.

Panorama do AVC no Brasil
Anualmente doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer respondem por 74% dos óbitos e são a primeira causa de mortes no país. Estatísticas Brasileiras indicam que a doença é a causa mais frequente de óbito na população adulta (10% dos óbitos) e consiste no diagnóstico de 10% das internações no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2016 foram 188.223 internações para o tratamento de AVC isquêmico e hemorrágico no SUS. Sobre as mortes, a pasta registrou em 2016, no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), 40.019 óbitos por AVC.

Avanços no SUS
O Ministério da Saúde lançou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que tem a expansão da Atenção Básica como uma das principais ações de enfrentamento, uma vez que nessa área é possível resolver até 80% dos problemas de saúde. O conjunto de ações do Governo Federal, com expansão do acesso a serviços de saúde, diagnóstico precoce e tratamento, além das ações de promoção da saúde, como a redução do sódio e do açúcar nos alimentos, já impacta na queda de óbitos precoce por Doenças Crônicas Não Transmissíveis, entre elas, o AVC.

Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostra uma redução anual de 2,6% da mortalidade prematura por doenças crônicas entre adultos (30 a 69 anos). Com isso, o Brasil já cumpre a meta para reduzir mortalidade por doenças crônicas parte do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011-2022. A meta inicial era de reduzir as taxas de mortalidade prematuras em 2% ao ano até 2022.

Para o atendimento especializado, atualmente são 60 estabelecimentos habilitados como Centros de Atendimento de Urgência aos Pacientes com AVC. Com foco na reabilitação de pacientes com lesões neurológicas devido a doença, desde 2012, o Ministério da Saúde habilitou 203 Centros Especializados em Reabilitação (CER) em todo o país, além de 36 Oficinas Ortopédicas.

domingo, 12 de agosto de 2018

Remédios Antigos: Cobavital

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Por que acordamos com mau hálito?

Abrir a boca pela manhã pode ser uma operação de risco - principalmente quando há alguém do seu lado


jhorrocks / istock images
Ao acordar, o mau hálito é quase inevitável, mesmo que você tenha escovado bem os dentes na noite anterior. Mas, apesar de incômoda, a situação é perfeitamente normal, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. Eles também apontam os motivos do sabor ruim e do cheiro desagradável que caracterizam nossas bocas pelas manhãs. A dentista e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Denise Abranches explica que isso acontece porque durante a noite produzimos menos saliva, o que favorece a proliferação de bactérias que atuam na degradação de células e de possíveis restos de comida. A consequência é a emissão de gases que causam o mau odor.

"É um processo fisiológico normal, proporcionado pela falta de hidratação durante o sono, não tem como mudar isso. Nós temos muitas bactérias na boca, que são de proteção, e à noite elas acabam emitindo gases voláteis, como o enxofre", explica Abranches. Apesar de o processo atingir todo mundo, a intensidade varia. Isso porque alguns comportamentos podem tornar o mau cheiro pior pela manhã, como ingerir alimentos temperados com alho e cebola, bebida alcoólica, cigarro e não escovar bem os dentes na noite anterior. Cáries, uso de alguns medicamentos e inflamações na gengiva também podem agravar o incômodo.

"Essas bactérias existem em maior ou menor quantidade e, mesmo que tenha pouca produção de saliva à noite, se não houver restos de alimentos na boca, a halitose será menor", diz Claudia Christianne Gobor, cirurgiã dentista e presidente da ABHA (Associação Brasileira de Halitose). Para reduzir o desconforto, Gobor dá dicas simples:

E se o mau hálito não desaparecer?
O normal é que o mau cheiro vá embora após o café da manhã e uma boa higienização dos dentes. Se mesmo assim ele persistir ao longo do dia, é sinal de que algo pode estar errado com a sua saúde. "Cerca de 90% dos casos de mau hálito estão relacionados à cavidade bucal e só 10% são problemas do estômago", diz Abranches. No dentista, o diagnóstico para o mau hálito normalmente está associado a doenças causam lesões na boca ou a diminuição da saliva. É o caso de pessoas que passam por situações de muito estresse, têm diabetes, gengivite, HPV (Papiloma vírus humano) ou câncer de boca, que fumam ou tomam determinados medicamentos que reduzem a produção da saliva.

"O tratamento de hálito nunca é uma receita de bolo, cada caso é tratado individualmente. Por exemplo, alterações na gengiva podem causar halitose. Então é preciso, primeiro, tratar o problema", diz Gobor. Nos casos em que há baixa produção de saliva, os dentistas podem recomendar o uso de um gel que hidrata a mucosa e reduz o mau hálito.

Uol

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Brasileiros estão deixando de se vacinar, levados por notícias falsas e falta de informação

Crenças de todos os tipos e relaxamento quanto ao risco de não se imunizar ajudam nesse quadro

Resultado de imagem para vacinação infantil

Para uns, incredulidade e indignação. Para outros, questão de liberdade e decisão individual e particular. Entre os extremos, inúmeros argumentos e questões sobre a gravidade da queda de cobertura vacinal entre os brasileiros. Tanto entre crianças e adolescentes quanto na população adulta e idosa.

Se há quem se preocupe e ande com a carteira de vacinação atualizada quanto às doses necessárias ao longo da vida, há quem tenha dificuldade de se manter em dia por causa do acesso aos locais de vacinação e por serem vítimas do descaso e despreparo de gestores impostos à saúde por força política e não por competência técnica e conhecimento. Há ainda os pais que são contra a vacinação e avisam que eles são os donos dos filhos, não o Estado. Ou seja, eles decidem o que fazer. O que não é verdade, já que o governo tem obrigação de cuidar da saúde pública (de todos os brasileiros) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/90, com 28 anos de existência, garante o direito das crianças à saúde e torna obrigatória a vacinação.

Isso faz da decisão de não vacinar uma prática ilegal, ainda que exponha uma contradição entre o direito de as famílias ou individual dos pais de decidirem sobre a vida das crianças. No fim, a meta segura é garantir a preservação do interesse público sobre o particular. É saber que se o seu filho ficar doente e provocar ou for meio para contaminar o filho do outro, é o fim do seu direito! O que vale para quem não acredita na vacina, quem tem crença religiosa (ou outra verdade) que o impeça de vacinar ou qualquer outro movimento contrário à imunização. Há quem acredite que o próprio organismo é que tem de reagir à ameça, criar seus anticorpos. Para agravar esse quadro, muito se fala ainda sobre o rumo que o Ministério da Saúde (MS) tomou nos últimos anos ao se tornar uma instituição politizada, ou seja, com os cargos sendo distribuídos em um loteamento político em todas as esferas de governo.

Ciência e Pesquisa
A jornalista Nina de Abreu Carvalho, mãe de Mateus de Abreu Carvalho Neder Silva, de 10 anos, defende ferrenhamente a vacinação, e de todos: “Sou filha de biólogo, pesquisador e sempre me ative para as vacinas preventivas. Milhões são gastos e investidos na busca pela prevenção e cura de patologias clínicas que podem levar, inclusive, ao óbito. Cientistas levaram e levam anos de dedicação e estudos sérios para chegar a grandes invenções que podem nos garantir uma vida com a saúde equilibrada. Sou favorável ao investimento nessas pesquisas e ao uso de vacinas preventivas por acreditar que esse trabalho sério pode me ajudar a prevenir doenças e dar qualidade de vida saudável ao Mateus.”

Convicta, certa dos benefícios e da segurança, não só para o Mateus, mas para a família, Nina diz acreditar que cada uma das vacinas (paralisia infantil, caxumba, catapora, rubéola e tantas outras) “garantiram ao Mateus e a mim uma infância sem imprevistos, que poderiam nos tirar das nossas rotinas de vida saudável e da presença na escola e do trabalho”.

Infelizmente, o Brasil e o mundo estão pautados neste momento por uma discussão que gira em torno de doenças que estavam - ou deveriam estar - erradicadas e que, perigosamente, retornam: febre amarela, sarampo, poliomielite... O conhecimento e o convencimento são as armas mais poderosas, mais do que a força para fazer cumprir a lei, na luta para garantir o bem-estar da saúde de todos, ainda mais num mundo globalizado. É incrível essa discussão mais de 100 anos depois da Revolta da Vacina, insurreição popular ocorrida no Rio de Janeiro no início do século 20, quando a população foi contra a campanha da vacinação obrigatória, posta em prática pelo sanitarista Oswaldo Cruz, contra a varíola. Controlada a situação, é bom registrar que em pouco tempo a epidemia foi erradicada da cidade. As vacinas são seguras e não causam a doença. Os imunizantes induzem o corpo a produzir os anticorpos necessários à proteção.

Era Digital
Para complicar, em plena era digital, surgem novos obstáculos, como as famosas fake news, as notícias falsas publicadas em portais e redes sociais e as inúmeras mensagens de WhatsApp repassadas indiscriminadamente sem confirmar a veracidade das informações, uma boataria on-line sem fundamento que tem impactado, ou pelo menos tornado mais difícil, o cuidado com a saúde no Brasil e em outros países. De acordo com estudo feito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), as notícias falsas se espalham 70% mais rápidas que as verdadeiras, de forma mais aprofundada e abrangente. É preciso estar atento para identificar, não disseminar e não se deixar levar por dados errados porque não são verdade. Isso é fato.

Maria de Lourdes de Sousa Maia, coordenadora clínica de Bio-Maguinho/Fiocruz, vinculada ao Ministério da Saúde (MS) e a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, avisa que “a Fiocruz está preparada para imunizar todos e que a vacina é a melhor medida para controlar doenças. Digo sempre que, mais difícil que se casar é manter um excelente casamento. Mas difícil que conseguir controlar uma doença é manter a doença sobre controle. A vacina nunca fará o mal”, alerta.

Proteção coletiva
Maioria das vacinas do calendário brasileiro exige 95% de cobertura para que a meta de erradicação, controle e prevenção das principais doenças seja alcançada

Desde 2004, o Ministério da Saúde (MS) organiza os calendários de vacinação por ciclos de vida – crianças, adolescentes, adultos e idosos. Segundo relatório recente feito pelo Unicef e Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de cobertura entre as crianças caiu no Brasil nos últimos três anos. A tríplice viral teve queda de 15%, enquanto a vacina contra a poliomielite caiu 17%. Mas essa tendência também pode ser vista nas demais faixas etárias. Retrato que preocupa porque afeta todos, vacinados e não vacinados. Eva Lídia Arcoverde, coordenadora de imunização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), explica que não existe um fator único para essa situação: “A baixa vacinal acumulou-se ao longo dos anos, não surgiu agora. No entanto, chegou a um ponto que coloca em risco a nossa população em relação a doenças antes controladas ou eliminadas no país”.

A coordenadora da SES-MG chama a atenção para o fato de pais que não viram determinadas doenças circularem e, por isso, acreditam que não é importante vacinar seus filhos ou acabam deixando para depois. “Tem ainda a questão do acesso à sala de vacina, que geralmente funciona só em horário comercial, quando os pais estão trabalhando. Por isso, é preciso uma revisão dos municípios para atendimento fora do horário, maior flexibilização. Quem sabe um sábado por mês ou estender um pouco a carga horária semanal... São sugestões.”

Quanto às fake news, Eva Arcoverde condena a atitude, já que circulam e põem em descrédito a ação da vacinação. “O pior é que colocam dados de estudos e científicos que dão falsa veracidade e a população acredita.” Quanto à situação de Minas, maior estado em número de municípios, há agravantes para a baixa vacinal como “o difícil acesso de moradores da zona rural, inclusive em informação, e mesmo os que vivem na região metropolitana há quem more em regiões sem posto de saúde e precisam pagar pela condução, e nem sempre têm dinheiro. E pensem nos obstáculos da região Amazônica, a questão da acessibilidade...” Enfim, fato é que cada um enfrenta problemas, mas todos têm de assumir o protagonismo de buscar o melhor caminho para se prevenir contra doenças que têm vacinas à disposição.

Sistema Nominal
Eva Arcoverde destaca os principais focos de luta da vacinação atualmente: “O primeiro é lidar com os grupos antivacina. Apesar de não impactar dentro do nosso estado, há pessoas contra a vacina e que acreditam que ter a doença fortalecerá o sistema imune. Mesmo com a história mostrando que a vacina previne e, caso a pessoa tenha a doença, será da forma mais branda. Em segundo, a informação. Antes, a cobertura vacinal era fundamentada em dados administrativos referentes a doses aplicadas, metodologia que também pode apresentar imprecisões, mas tem menor exigência. Agora, o sistema é nominal, requer dados pessoais que podem afugentar quem não quer informar. A terceira questão que chama a atenção são as campanhas. Temos duas grandes, a da influenza, geralmente em abril, e a de multivacinação (de atualização) em agosto ou setembro, que alerta sobre a importância de todas as vacinas. Alguns reclamam que faltam campanhas para uma doença específica, mas é preciso saber que, epidemiologicamente, não há necessidade. Os postos ofertam 19 vacinas”.

Conforme Eva Arcoverde, tanto as crianças quanto os adultos precisam estar com a vacinação em dia. “O cartão de vacina é um documento. E os adultos têm de se vacinar também e não só levar os filhos. Atualmente, quatro vacinas são recomendadas aos adultos: hepatite B, febre amarela, tríplice viral e dupla adulto (difteria e tétano). Quanto aos pais que não levam os filhos, lembrem-se de que não têm o direito de negar a vacina. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), são vistos como negligentes e sofrerão penalidades. O Estado pode obrigá-los, sim, porque ele não vacina pela proteção do indivíduo, mas pela coletividade. O papel do governo é proteger toda a população. Todos somos responsáveis e responsabilizados.”


Saúde Plena

Inscrições abertas para o curso EAD de Estomatologia

cursoseeventosEstão abertas as inscrições para a quarta edição do curso a distância de Estomatologia

As aulas são voltadas para cirurgiões-dentistas e médicos atuantes em Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégias de Saúde da Família (ESF), Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), Centro de Especialização Oftalmológica (CEO) e demais serviços públicos da Rede de Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde e estudantes de graduação dessas áreas.

Serão abordadas as lesões bucais mais frequentes e aspectos gerais na prática do cirurgião-dentista clínico geral. Ao final do curso o participante terá maior conhecimento sobre as diferentes lesões bucais, especificamente no que diz respeito ao seu diagnóstico e manejo.

O objetivo é complementar os conhecimentos nessa área, visando aumentar a conscientização a respeito da importância do reconhecimento das lesões bucais, a segurança para manejar essas lesões, e embasar o raciocínio diagnóstico frente a identificação das mesmas.

O curso tem início no dia 13 de agosto, e será ministrado na modalidade EAD através da plataforma de ensino e aprendizado à distância Moodle TelessaúdeRS-UFRGS. Os interessados podem se inscrever até o dia 16/08/2018 (quinta-feira), ou até esgotarem as vagas

Inscrições
• Acesse o link https://www.ufrgs.br/telessauders/cursos-inscricoes/inscricoes.php para saber como realizar o seu cadastro na plataforma de ensino do curso.

• Cumprida essa etapa, acesse o Moodle TelessaúdeRS-UFRGS através do link https://moodle.telessauders.ufrgs.br/login/index.php. Clique no curso e insira a chave de inscrição que está no texto explicativo do curso.

• Caso você já tenha feito algum curso nesta plataforma, basta acessar com seu usuário e senha. Caso tenha esquecido seu usuário ou senha, envie um e-mail para ead@telessauders.ufrgs.br solicitando seu login e/ ou nova senha.

• Preencha o cadastro dentro do curso com todos os dados solicitados, eles são importantes paraa confirmação da inscrição e confecção do certificado.

• Antes de iniciar qualquer atividade do curso é OBRIGATÓRIO o preenchimento do cadastro. Preencha TODOS os dados solicitados. Eles são importantes para confirmar a sua inscrição, contatar você durante o curso e confeccionar o certificado. Ao acessar o curso no Moodle, o cadastro será o primeiro item, localizado na parte superior da página.

Anvisa suspende a venda de descongestionante nasal em todo o país

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta semana a venda e o uso de duas versões do descongestionante nasal Salsep, produzidos pela Libbs Farmacêutica

De acordo com a Anvisa, os produtos apresentam desvios de qualidade: odor e pH fora de especificação - em lotes do Salsep (cloreto de sódio 0,9%) solução nasal em spray e Salsep 360 (cloreto de sódio 0,9%) solução nasal em spray.

O órgão determinou que os seguintes lotes sejam retirados do mercado:

Salsep – 17A0379 (Val. 01/2019), 17J0329 (Val. 10/2019), 17K0646 (Val. 11/2019), 17K0649 (Val. 11/2019), 17K0650 (Val. 11/2019), 17K0729 (Val. 11/2019), 18C0384 (Val. 03/2020), 18C0388 (Val. 03/2020), 18C0393 (Val. 03/2020), 18C0394 (Val. 03/2020), 18C0396 (Val. 03/2020), 18C0400 (Val. 03/2020). Salsep 360 – 16K0493 (Val. 11/2018), 17I0158 (Val. 09/2019), 17K0654 (Val. 11/2019), 17K0656 (Val. 11/2019) e 17K0727 (Val. 11/2019). Em nota, a fabricante do medicamento informou que a chance de os lotes do produto oferecer riscos à saúde de quem o utiliza é pequena.

“O recolhimento preventivo e voluntário reforça o nosso compromisso com a segurança e com a qualidade dos nossos produtos e foi motivado pela identificação, em algumas amostras, de resultados diferentes da especificação. No entanto, é importante reforçar que as alterações observadas oferecem baixas possibilidades de consequências à saúde dos consumidores, de acordo com as classificações legais de risco (RDC 55/2005)”, explica a empresa.

Foto: Reprodução

Anvisa/Yahoo

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Saúde ocular: cuidados devem ser frequentes

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Shutterstock
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 285 milhões de pessoas estão visualmente prejudicadas no mundo

O Dia Mundial da Saúde Ocular, comemorado em 10 de julho, foi criado para chamar a atenção sobre a importância dos cuidados com os olhos e para alertar a população sobre a cegueira e outros problemas que podem trazer riscos para a visão. A prevenção deve ser frequente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 60% a 80% dos casos de cegueira em todo o mundo são evitáveis e tratáveis se o acometido receber tratamento correto no tempo certo.

Estimativas da OMS mostram que 285 milhões de pessoas estão visualmente prejudicadas. “A visão é o sentido responsável pela maior parcela de interação com o mundo. A cegueira é reconhecida como um dos principais temores e redutores da qualidade de vida em geral. Além disso, diversas doenças oftalmológicas são indolores e silenciosas, apresentando sinais apenas em estágios avançados. Cuidados com os olhos e visitas regulares ao oftalmologista ajudam a garantir uma boa saúde ocular”, orienta o oftalmologista do Hospital de Olhos (H.Olhos), Dr. Ibraim Viana Vieira.

Atenção desde sempre
Os cuidados com a visão começam cedo. A primeira visita ao oftalmologista deve ser feita nos primeiros meses de vida para descartar a presença de doenças congênitas. Depois disso, consultas anuais são recomendadas até os sete anos de idade. Nessa fase, o sistema visual está em processo de formação e pequenas alterações podem levar a danos permanentes na qualidade da visão. “Entre 8 e 14 anos de idade, os erros de refração, como a miopia (dificuldade de enxergar objetos que estão longe) e a hipermetropia (dificuldade de enxergar objetos que estão próximos), são os problemas que normalmente acometem as crianças e os pré-adolescentes. Na fase adulta, a partir dos 40 anos de idade, outras doenças começam a se tornar mais frequentes. Marcadamente, a presbiopia (vista cansada) se desenvolve nessa idade, dificultando a visão de perto. Chegando na faixa etária dos 50 anos, aumenta-se o risco de duas doenças oculares. O glaucoma é a mais grave; provoca lesão nas fibras do nervo óptico e, se não tratado, pode levar à cegueira. A catarata também pode aparecer. A patologia causa a opacificação do cristalino (lente natural do olho), que resulta em uma diminuição progressiva da visão. Após os 60 anos, além de maior incidência de catarata, alguns indivíduos podem apresentar sinais de degeneração da mácula, que é a região de maior capacidade visual da retina”, explica o Dr. Vieira.

De acordo com o oftalmologista e diretor clínico do Hospital de Olhos de São José do Rio Preto (SP) – (HORA), Dr. Carlos Eduardo Cury Júnior, existem alguns exames preventivos que devem ser realizados, como o de refração (exame de óculos), lâmpada de fenda (biomicroscopia), medida da pressão intraocular e o exame de fundo de olho. “Existem ainda exames complementares indicados quando há suspeita de alguma doença. São eles: campo visual, retinografia, topografia da córnea, ultrassom, tomografia da retina, etc. É muito importante saber se existe algum histórico familiar de doença ocular, como glaucoma ou catarata, realizar avaliação oftalmológica periódica (uma vez ao ano), usar óculos com proteção UV, ter boa alimentação, praticar exercícios físicos, controlar possíveis doenças que afetam a visão (diabetes e hipertensão arterial) e tratar eventuais doenças oculares”, explica o Dr. Cury Júnior.

A cegueira pode ser irreversível em muitos casos, já que o olho é um órgão que não pode ser transplantado por inteiro. “Muitas doenças que levam à perda total da visão, quando diagnosticadas precocemente, são controladas e evitam a cegueira. Os cuidados começam no nascimento, com o Teste do Olhinho, e devem ser mantidos durante a vida toda, porque os olhos são as janelas para o mundo”, comenta o médico retinólogo referência na América Latina e sócio da unidade do Hospital Oftalmológico de Brasília (DF) – (HOB), Dr. Sérgio Kniggendorf.

Vitaminas para prevenção
Um estudo realizado recentemente pelo King’s College London, na Inglaterra, confirmou os benefícios da vitamina C na defesa dos olhos. Durante uma década, 324 pares de gêmeas com idades entre 50 e 83 anos de idade foram acompanhadas, e a velocidade de progressão da catarata foi medida com fotos do cristalino. As voluntárias também preencheram um questionário alimentar, com informações sobre ingestão de nutrientes, e os dados revelaram que em mulheres com maior consumo de ácido ascórbico (vitamina C) houve redução de 33% no ritmo de evolução da catarata.

Outro ponto importante do estudo sugere que a ingestão de vitaminas e minerais contribuiu para a catarata não se desenvolver, porém, o manganês e a vitamina C reduziram em 19% a probabilidade da doença.

Segundo o Dr. Vieira, o nutriente mais importante para a visão é, sem dúvida, a vitamina A. “Ela é essencial para o ciclo dos fotorreceptores, células da retina que possibilitam a visão. A deficiência desse micronutriente pode causar xeroftalmia (olho seco), redução da visão no escuro e, nos piores casos, cegueira. A luteína é uma substância ‘parente’ da vitamina A e ajuda a reduzir o risco de degeneração macular. O ômega-3, apesar de alguma controvérsia, melhora a qualidade da lágrima e reduz os sintomas de olho seco”.

Já o Dr. Cury Júnior diz que estudos demonstram que o ômega-3 auxilia no tratamento do olho seco e as fórmulas que contêm antioxidantes (vitaminas A , C, E e zinco, zeaxantina e luteína) preservam as células da retina contra a degeneração.

Glaucoma: doença silenciosa
O glaucoma constitui um grupo de doenças oculares que “rouba” a visão e geralmente no estágio inicial não produz qualquer sintoma. De acordo com a OMS, a doença é a primeira causa de perda irreversível da visão no mundo, tendo registrado 2,4 milhões de novos casos recentemente. Já no Brasil, a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) estima que 1 milhão de homens e mulheres convivam com o problema.

“O glaucoma é uma doença que afeta o nervo óptico causando a perda irreversível de suas fibras nervosas. Geralmente, está associado a um aumento da pressão intraocular e pode ser desenvolvido desde o período intrauterino, porém, é mais incidente a partir dos 60 anos de idade”, revela o Dr. Cury Júnior.

De acordo com o especialista em cirurgia refrativa, catarata e glaucoma, e membro da American Academy of Ophthalmology e da International Society of Refractive Surgery, Dr. Marco Olyntho Júnior, na doença, a perda da visão é provocada por danos ao nervo óptico, que simbolicamente representa um cabo elétrico com milhões de fios que se conectam aos fotorreceptores, que são as estruturas responsáveis por transformar o que se enxerga em impulsos elétricos. “Estes impulsos são conduzidos pelo nervo óptico até a região posterior do cérebro, que é a região responsável pelo processamento das imagens recebidas pelo olho. Ainda não se sabe ao certo o que causa o glaucoma, nem existe um tratamento específico. Através da análise do nervo óptico no exame oftalmológico ou com o uso de exames que medem o campo visual e a sensibilidade dos fotorreceptores é possível diagnosticar e avaliar a progressão da doença, que acomete inicialmente a periferia da visão, por isso dificilmente o paciente percebe seu início; progressivamente as fibras nervosas, ou seja, os fios que formam o nervo óptico, começam a morrer e consequentemente perdem a capacidade de transmitir as imagens para o cérebro”.

O glaucoma apresenta diversas formas de desenvolvimento, acometendo crianças na sua forma congênita, associado a outras doenças oculares; por transmissão familiar e pelo envelhecimento. “A melhor forma de controlá-lo é com o diagnóstico precoce e tratamento adequado. O glaucoma pode ser tratado com sucesso, mas a detecção antecipada é vital”, orienta o Dr. Olyntho Júnior.

DMRI apresenta baixa de visão progressiva
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) acomete a área central da retina, chamada de mácula, e evolui com baixa de visão progressiva. “O tecido da retina vai perdendo progressivamente suas células. A doença afeta de maneira crescente os pacientes a partir dos 60 anos de idade e até 20% das pessoas acima dos 80 anos”, diz o Dr. Cury Júnior.

Segundo o chefe do setor de retina do Hospital de Olhos (H.Olhos), Dr. Antonio Sérgio Leone, a DMRI ocorre com a degeneração de células responsáveis pelo metabolismo retiniano e tem como consequência a perda da função das células fotorreceptoras. “Afeta os olhos com a perda da região mais nobre da retina, que é a região macular. Estima-se que aproximadamente 30 milhões de pessoas são afetadas no mundo pelos vários estágios da doença”.

O tratamento da DMRI depende das fases da doença. “No início do quadro é possível a administração de complexos vitamínicos com elementos específicos para a nutrição retiniana. Quando o quadro evolui, com sangramentos intra ou sub-retinianos, o tratamento requer o uso de medicamentos de aplicação intraocular. Estudos genéticos e de segmentos populacionais permitem agrupar as pessoas com mais riscos de ter a doença, por isso a presença de familiares com o problema merece atenção dos demais. Alguns hábitos são associados à patologia, como tabagismo e exposição excessiva à luz ultravioleta”, revela o Dr. Leone.

Olho seco pode estar associado a fatores ambientais
A síndrome do olho seco é provocada por alterações na composição ou produção das lágrimas, prejudicando a lubrificação dos olhos. “Olho seco é uma doença multifatorial das lágrimas e da superfície ocular (pálpebras, conjuntiva e córnea) que causa sintomas de desconforto, alterações visuais, instabilidade do filme lacrimal e está associada à hiper-osmolaridade do filme lacrimal e à inflamação da superfície ocular. No último consenso sobre a síndrome do olho seco (DEWS 2017) foram acrescentadas as alterações neurossensoriais”, explica a especialista em córnea e doenças oculares externas do H.Olhos, Dra. Luciana Olivalves.

O olho seco pode ocorrer por deficiência de lágrima, por evaporação da lágrima ou por uma associação dos dois fatores. “Existe uma alteração inicial no filme lacrimal, quantitativa e/ou qualitativa, que, associada aos fatores ambientais, variações hormonais e condições sistêmicas, desencadeia o quadro de olho seco. Estudos epidemiológicos indicam que mulheres e idosos possuem maior risco para o problema. Doenças sistêmicas como artrite reumatoide, diabetes e alterações da tireoide elevam o risco para desenvolver olho seco. Os usuários de lente de contato e de medicações sistêmicas como anti-histamínicos, anti-hipertensivos, antidepressivos e reposição hormonal apresentam sintomas de olho seco com maior frequência. A prevalência da doença varia consideravelmente, dependendo da população avaliada e fatores associados. A incidência é similar em todo o mundo, com taxas variando entre 7% e 33%”, comenta a Dra. Luciana.

Segundo ela, as lágrimas artificiais ajudam a melhorar o filme lacrimal, tanto na quantidade como na qualidade da lágrima, dependendo da sua composição. “Se for olho seco de grau leve, o ideal é usar as lágrimas artificiais quatro vezes ao dia, associadas à pomada ou gel lubrificante à noite, antes de deitar. Se for moderado, as lágrimas artificiais devem ser sem preservativos, para que possam ser usadas várias vezes ao dia. Muitas vezes há necessidade de utilizá-las em conjunto com anti-inflamatório tópico.

Conjuntivite: casos aumentam no inverno
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e rica em vasos sanguíneos que reveste o globo ocular. Existem vários tipos de conjuntivite: as infecciosas (viral, bacteriana, fúngica, parasitária), as alérgicas, as químicas e as tóxicas.

“As conjuntivites virais são de extrema importância devido ao fato de serem contagiosas e por cursarem muitas vezes de forma arrastada e com complicações importantes, decorrentes do processo viral. Em geral, ataca os dois olhos (de forma assimétrica) e pode durar de sete a 15 dias. Já as conjuntivites alérgicas não são contagiosas, mas cursam de forma crônica com exacerbações em determinadas épocas do ano, principalmente no outono e no inverno. As conjuntivites virais são contagiosas, ocorrem em surtos e não têm uma faixa etária definida”, revela a Dra. Luciana.

De acordo com o Dr. Cury Júnior, o problema é acentuado no inverno, já que a transmissão se dá pelo contato. “É nessa época do ano que as pessoas ficam agrupadas em ambientes fechados”.

De janeiro até o dia 19 de maio de 2018, a capital paulista registrou aumento de 769% no número de surtos de conjuntivite. Segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), foram notificados 200 surtos de conjuntivite, com 804 casos. No mesmo período de 2017, foram 26 surtos com 102 casos.

Catarata é reversível e deve ser tratada com cirurgia
A catarata é a maior causa de cegueira reversível no mundo. Segundo o Ministério da Saúde (MS), o número de cirurgias de catarata no Brasil chega a mais de 700 mil por ano.

“O cristalino é uma lente natural que temos dentro do olho; quando essa lente fica opaca, chamamos de catarata. Pode ser congênita, traumática ou da forma mais comum, que aparece com a idade, após os 50 anos de idade, com o envelhecimento natural do cristalino. Todos terão catarata e a idade varia de acordo com a genética de cada um. A doença é a causa mais comum de cegueira reversível, independentemente do grau de evolução. Quando tratada cirurgicamente, a visão retorna ao normal se não houver outras doenças no olho”, diz o Dr. Kniggendorf.

Nova lei exige copo azul para bebidas sem açúcar em SP

Resultado de imagem para blue glassAprovado pela Alesp, PL que obriga bares e restaurantes a usar peças coloridas para refrigerantes sem açúcar depende de aprovação do governador do estado

O Projeto de Lei (PL) 1185/2017 obriga todos os estabelecimentos comerciais que tenham máquinas de refrigerante a disponibilizar copos descartáveis, preferencialmente da cor azul, para servir as bebidas sem açúcar.

O PL já foi aprovado pelo Legislativo e depende da sanção do governador Márcio França. Apresentada pelo deputado estadual Chico Sardelli (PV), a matéria recebeu apoio da maioria da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), sendo aprovada no dia 6.

Um dos responsáveis pelo texto do PL, o advogado Fábio Siqueira explica que o uso de copos coloridos deve reduzir o número de vezes em que os atendentes dos estabelecimentos servem a bebida errada para clientes diabéticos.

“Com essa informação a mais, esse tipo de situação deve acontecer menos vezes”. Siqueira é presidente do Instituto Deborita, que desenvolve ações de saúde pública e prevenção para os diabéticos.

Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 2016, cerca de 2,5 milhões de pessoas enfrentam a doença no Estado de São Paulo. Os bares e restaurantes paulistas que não se adequarem às novas regras estarão sujeitos à multas, afirma Siqueira. “Essas punições serão definidas depois que o governador do estado sancionar a lei”, diz ele.

Críticas
Por outro lado, o PL foi bastante criticado por representantes dos estabelecimentos comerciais paulistas. Para a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) e a Associação Brasileira de Franchising (ABF), “trata-se de propositura totalmente inoportuna”.

Em nota enviada para o DCI, as associações indicam que os atendentes de restaurantes e bares podem errar mesmo depois que a lei entrar em vigor. “Eles poderiam encher o copo azulado com refrigerante não dietético”. Por esse motivo, dizem os comerciantes, as novas regras não protegem os consumidores.

A ANR e a ABF consideram a lei “mais uma indevida ingerência do Estado na vida das empresas”. De acordo com as entidades, as regras vão prejudicar o caixa das companhias.

“A grande maioria dos estabelecimentos faz uso de copos patrocinados mediante contratos entre eles e as empresas de refrigerantes”. Também foi criticada a inclusão de um custo adicional, considerado especialmente prejudicial para pequenos comerciantes e negócios independentes.

“[Essa lei] onerará mais os proprietários de negócios e provocará um aumento de custos.”

Fonte: DCI

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Conheça mitos e verdades sobre a menopausa

manopausaA menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, somente reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência

Ao falar dos sintomas da menopausa, algumas pessoas podem encará-la como como um problema de saúde. Mas a verdade é que menopausa não é doença e também não precisa ser encarada com sofrimento.

A palavra menopausa define a última menstruação da mulher, mas o que vem antes dela é o famoso climatério. É importante assegurar que, apesar de algumas vezes apresentar dificuldades, o climatério é um período importante e inevitável na vida, devendo ser encarado como um processo natural, e não como doença.

Para tirar dúvidas comuns de mulheres a desse assunto, o Blog da Saúde respondeu alguns desses questionamentos.

A mulher sente mais calor – Verdade
Os calores ou “ondas de calor” constituem o sintoma mais comum nas mulheres, podendo ocorrer em qualquer fase da menopausa/ climatério. Manifestam-se como sensação passageira súbita e intensa de calor na pele, principalmente do tronco, pescoço e face que pode apresentar aumento da circulação de sangue, acompanhada na maioria das vezes de suor.

Alteração de humor – Verdade Alterações de humor, insônia, cansaço, melancolia.

O único tratamento possível é a reposição hormonal – Mito
A reposição hormonal só é necessária quando a queda na produção de estrogênio possa causar alguma doença mais grave. Esta avaliação deve ser feita por profissional de saúde, e n]ao é indicada a auto medicação. Existem públicos que não tem indicação de fazer a reposição de hormônios, como por exemplo: quem tem obesidade, pressão alta, diabetes ou predisposição para câncer de mama. Existem outros tratamentos que amenizam os sintomas, como os fitoterápicos. Esses tratamentos naturais envolvem também alimentação e atividade física, eles ajudam a aliviar os sintomas da menopausa. O uso indevido e desnecessário de hormônios para reposição hormonal pode causar danos para a saúde.

Depois da menopausa não é possível engravidar – Verdade Levando em consideração que o climatério é diferente de menopausa.

No climatério é possível sim engravidar uma vez que o corpo está em fase de adaptação que compreende a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo.

Na menopausa não é possível uma vez que há insuficiência ovariana.

Não é possível engravidar, levando em consideração que a menopausa já esteja instalada, passado 1 ano de amenorreia (ausência da menstruação).

*O climatério, que é a fase inicial da menopausa, surge na vida da mulher, muitas pensam que não podem mais engravidar pois as menstruações tendem a ficar mais espaçadas. No entanto, durante o processo, a concepção ainda é possível. É indicado aguardar 2 anos após a última menstruação para ter certeza de que a mulher não é mais fértil. Independente da fase em que a mulher está, é importante utilizar preservativo durante as relações sexuais para prevenir as infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis e hepatites virais.

Ela reduz a libido – Verdade Alguns sintomas como secura vaginal, que pode levar a dor à penetração e sensação de ardor. Para alívio dos sintomas, é indicado uso de lubrificante intimo à base de água.

A menopausa só chega depois dos 50 anos – Mito Em algumas mulheres, essa fase pode chegar até mesmo aos 30 anos, na conhecida menopausa precoce. Porém, a partir dos 45 anos, ela é considerada normal.

A mulher fica mais suscetível a algumas doenças - Verdade A queda nos hormônios pode gerar um risco aumentado de osteoporose e doenças cardiovasculares, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto e hipertensão. Para evitar esses problemas, é importantíssimo manter a saúde em dia, manter hábitos saudáveis e manter acompanhamento de saúde.

Problemas como insônia, depressão e ansiedade são comuns nessa fase – Verdade

A sobrecarga física e mental que afeta negativamente o processo saúde-doença. Nesse caso, a sobrecarga pode expressar-se como cansaço, fadiga, depressão, ansiedade e diminuição do desejo sexual.

Para amenizar os sintomas, é preciso se alimentar bem e praticar exercícios físicos - Verdade

Bons hábitos de saúde colaboram para manter o bom humor e a disposição, o que ajuda a encarar as mudanças da menopausa. Eles também reduzem as chances de surgimento da osteoporose e das doenças cardíacas.

A menopausa altera a aparência de pele, unha e cabelos - Verdade

A redução do estrogênio desestimula a produção de colágeno, a substância responsável pela elasticidade da pele. Por isso, os vasos sanguíneos ficam mais visíveis, surgem rugas mais aparentes e a pele em geral fica com aspecto mais fino. Esse mesmo motivo faz com que haja queda de cabelo e as unhas se tornem mais finas.

Cuidados na prescrição, dispensação e administração da Anfotericina B injetável

Resultado de imagem para alerta anvisaA Gerência de Farmacovigilância alerta aos profissionais de saúde sobre os cuidados na prescrição, dispensação e administração da Anfotericina B injetável

Identificação do produto ou caso: Anfotericina B injetável Problema:

A Gerência de Farmacovigilância identificou risco de óbito relacionado ao possível uso incorreto da anfotericina B em sua forma injetável. A Anfotericina B é um antibiótico antifúngico e seu uso intravenoso está indicado para o tratamento de pacientes com infecções fúngicas. Ela está disponível sob 03 diferentes formulações injetáveis: complexo lipídico de anfotericina B (Abelcept®), anfotericina B lipossomal (Ambisome®) e não-lipídica (Anforicin B®, Funtex B® e Unianf®). Estes medicamentos apresentam doses e métodos de administração diferentes e, portanto, não são intercambiáveis. A superdose inadvertida de Anfotericina B pode resultar em parada cardíaca ou cardiopulmonar potencialmente fatal. Deve-se ter cuidado especial com a forma não-lipídica da Anfotericina B pois em nenhuma circunstância a dose total diária poderá exceder a 1,5 mg/kg/dia

Ação:

Histórico:

Recomendações:

  • Alertamos aos profissionais de saúde: A prescrição contendo Anfotericina B deve conter o nome comercial do medicamento ou do princípio ativo completo;
  • Verifique o nome e a dose do medicamento antes da sua dispensação e administração, especialmente se a dose exceder 1,5 mg/kg;
  • Não substitua o medicamento prescrito contendo um determinado insumo farmacêutico ativo de anfotericina B por outro;
  • Observe a concentração recomendada e o tempo mínimo de infusão para cada medicamento.

MEDICAMENTO
INSUMO FARMACÊUTICO ATIVO
DOSE DIÁRIA RECOMENDADA
mg/Kg/dia
TEMPO DE INFUSÃO
ABELCEPT
Complexo lipídico de Anfotericina B
1,0 a 5,0
2,5 mg/kg/h
AMBISOME
Anfotericina B Lipossomal
3,0
1 hora
ANFORICIN B
FUNTEX B
UNIANF

Anfotericina B em desoxicolato de sódio
0,3 a 1,5
2 a 6 horas

Anexos:

Referências:

Informações Complementares: Informações adicionais sobre posologia, instrução de uso, reações adversas podem ser consultadas nas bulas dos medicamentos (disponível em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/index.asp).

Os erros de medicação e reações adversas devem ser notificados à Anvisa utilizando o sistema NOTIVISA (disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/notivisa).

ANVISA