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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Farmacêuticos ganham maiores poderes de ação e atuação

Mudanças na legislação permitem prescrição medicamentosa e administração de vacinas

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) reuniu na última terça-feira (15/09), na sede de sua Secciona em Sorocaba, representantes da categoria da cidade e da região, no XV Encontro Paulista de Farmacêuticos. Este encontro está acontecendo em 27 cidades-sedes de seccionais do CRF-SP, com o objetivo de discutir as mudanças no que estão sendo introduzidas no funcionamento de farmácias e drogarias de todo o País.

Esses encontros prosseguirão até novembro, debatendo com os profissionais da área a nova farmácia brasileira, que começou a ser desenhada com a nova legislação. A lei 13.021/14 determina que farmácias são estabelecimentos de saúde e estabelece ainda que podem ser prestados serviços como a administração de vacinas e soros, de acordo com o perfil epidemiológico da região, trabalhando conectada ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Pela prescrição farmacêutica, o farmacêutico está habilitado a receitar medicamentos isentos de prescrição médica, em alguns casos como gripes e resfriados, desafogando esse tipo de atendimento em pronto-socorros.
 
Os profissionais podem ainda fazer o acompanhamento da terapia medicamentosa, contribuindo para a adesão ao tratamento, analisando possíveis reações adversas, o que, segundo o Conselho Regional da categoria, melhora a eficiência da terapia prescrita, especialmente para pacientes de doenças crônicas. "Nenhum outro profissional entende mais de medicamento do que o farmacêutico. Temos muito a contribuir com a saúde da população e as mudanças na legislação tem justamente esse objetivo", afirmou o presidente do CRF-SP, Pedro Eduardo Menegasso.

Fonte: Diário de Sorocaba

Obesidade infantil: a solução começa em casa

*Por Alice Amaral Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 600 milhões de pessoas, ou 13% da população adulta do mundo são obesas. Em 34 anos, a taxa mais que dobrou, representando um impacto de R$ 5,6 trilhões na economia global. Recentemente, o Ministério da Saúde também apresentou uma pesquisa, apontando que mais da metade de população brasileira está acima do peso
 
Certamente, os dados são alarmantes e chamam atenção, principalmente quando analisamos que seis em cada dez crianças brasileiras com menos de dois anos já tiveram uma experiência alimentar inadequada, comendo biscoitos, bolachas ou bolos e 32% já beberam refrigerante ou suco industrializado, alimentos que só deveriam ser consumidos após essa idade, e sob orientação médica.
 
Neste sentido, um dos principais fatores que agravam a situação vem de uma equivocada iniciativa dos próprios pais, que na busca de suprirem a distância dos filhos durante a jornada de trabalho, encontram em fast food, junk food, salgadinhos, refrigerantes, bolachas recheadas ou guloseimas, uma forma de preencher o vazio afetivo.
 
Com isso, refeições hipercalóricas e carentes nutricionalmente, falta de uma rotina predeterminada, hábitos errôneos ao se alimentar (comer em frente à TV) ganham espaço no ambiente familiar e se tornam cada vez mais frequentes no dia a dia. O consumo de alimentos industrializados deve ser evitado não só pelas crianças, mas por todos.
 
Ao invés de oferecer às crianças esses tipos de alimentos, dê opções saudáveis como frutas, sucos naturais preparados na hora, bolachas de arroz, bolos sem glúten e sem açúcar. É possível ter sabor e saúde, basta querer.
 
O cuidado com os hábitos alimentares dos filhos é fundamental para a promoção da saúde. Os pais devem entender que são os responsáveis pela alimentação das crianças até que elas tenham autonomia suficiente para decidirem o que é bom ou não, para elas. Em paralelo, eles precisam comer corretamente para que seus filhos aprendam e repitam os gestos. O tipo de alimento que é inserido até os dois anos vai determinar como as crianças vão se alimentar ao longo de toda a sua vida.
 
A obesidade é uma doença crônica e os cuidados devem se estender por toda a vida. Crianças obesas possuem maior propensão a desenvolver o problema na fase adulta. Mas, independente do peso corporal, uma alimentação saudável e nutricionalmente equilibrada deve se aderida, a partir do nascimento e por toda a vida. Contradizendo o que nossos avós diziam, uma criança gordinha não é uma criança saudável.
 
A má alimentação, associada a uma vida sedentária, é percussora de muitos problemas de saúde, como hipertensão arterial, diabetes e obesidade, responsáveis pela morte de 32 milhões de pessoas por ano, de acordo com a OMS.
 
Não é preciso esperar que uma criança fique obesa para procurar ajuda. Pais, façam a sua parte!
 
* Alice Amaral é médica especialista em Nutrologia e Medicina do Exercício e Esporte pela Associação Médica Brasileira, Associação Brasileira de Nutrologia e Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Possui ainda pós-graduação em Nutriendocrinologia Funcional e Gerenciamento do Envelhecimento Saudável pela Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo (FACIS), além de Medicina Ortomolecular pelo Centro de Medicina Integrada Artur Lemos.

Hospital São Lucas abre vagas para curso teórico-prático em medicina intensiva

O Hospital São Lucas (HSL), em Copacabana, abriu inscrições para o curso teórico-prático em medicina intensiva, que acontecerá em sua Unidade de Terapia Intensiva
 
O curso é destinado aos alunos que estão no nono ano de medicina e desejam colocar em prática o que aprenderam, tendo acesso a conteúdos teóricos e práticos sobre o assunto.
 
Serão 12 horas semanais de aulas práticas e 3 horas de aulas teóricas. No dia 2 de outubro, às 17h, as turmas para as aulas práticas serão divididas. O curso terá duração de seis meses e as aulas práticas começarão no dia 5 de outubro, enquanto as teóricas terão início no dia 9 do mesmo mês.
 
Informações sobre o valor do investimento e inscrição – que deverá ser feita até o dia 1º de outubro – pelo telefone (21) 2545-4021 com a sra. Tamires. O Hospital São Lucas fica localizado na Rua Frederico Pamplona, 32 – Copacabana.
 
Priscila Pais
Assessoria de Imprensa

Pílulas inteligentes devem faturar US$ 3,83 bilhões até 2020

Um estudo da consultoria Markets & Markets estima que o mercado de pílulas inteligentes, também conhecidas como ingestible sensors, deve atingir US$ 3,83 bilhões até 2020 e, nos quatro anos subsequentes, o crescimento deve ser de 235%, chegando a US$ 8,98 bilhões em 2024
 
O setor fechou 2014 com faturamento de US$ 1,56 bilhões e alguns países, como os Estados Unidos, já se mostram favoráveis ao reembolso para essa aplicação.

Entre suas principais funções, os ingestible sensors podem substituir a endoscopia, navegando e produzindo imagens do corpo do paciente ao serem ingeridos em formato de cápsulas; monitorar os hábitos do paciente e como seu corpo se comporta em determinadas circunstâncias e entregar os medicamentos diretamente em seu alvo, reduzindo os riscos de danos ou eventos adversos em outros órgãos que não são foco do tratamento.
 
Ainda mais revolucionário, um dispositivo ultrassônico promete viajar pela corrente sanguínea e identificar de infecções a ataques cardíacos.
 
As oportunidades são impulsionadas pela preferência dos pacientes por procedimentos minimamente invasivos, pareceres positivos das agências reguladoras e o aumento da prevalência dos casos de câncer de cólon.
 
Por outro lado, os altos custos ainda impedem a adoção das smart pills em grande escala, assim como o receio dos pacientes em ingerir um microchip encapsulado e algumas deficiências da própria tecnologia empregada, que precisa ser aprimorada.
 
As pesquisas, porém, têm se dedicado a superar essas barreiras e propor soluções até mais ousadas, que eliminem a necessidade de cirurgias, como robôs que, quando ingeridos, prometem destruir células cancerosas ou desbloquear artérias. Com mais tecnologia, análise e informação, menos intervenção e mais saúde parece ser o lema da medicina do futuro.
 
Saúde Business

Planos de saúde: empresas apresentam mais problemas que cooperativas

Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
Unimed Paulistana: 740 mil beneficiário terão de ser transferidos
para outras operadoras
Percentual de operadoras sob acompanhamento da ANS é o dobro da média do mercado, mas representam fatia menor de beneficiários; representantes negam riscos a consumidor
 
Apesar do episódio Unimed Paulistana, obrigada no início do mês a se desfazer de sua carteira de 740 mil beneficiários por causa de dificuldades financeiras, são as empresas de planos de saúde – e não as cooperativas – que mais apresentam atualmente problemas nas contas e colocam em risco a prestação de serviço aos seus clientes.
 
O dado faz parte de um levantamento do iG em informações das 56 operadoras que estão sob direção fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Nessa situação – reversível na maioria dos casos –, as contas são acompanhadas por um representante da agência pois, segundo a legislação, há anormalidades que ameaçam a continuidade ou a qualidade do atendimento.
 
Essas 56 operadoras representam 5% das 1.194 que possuem beneficiários atualmente. Entre as empresas, o índice sob para 10%. Das 299 operadoras de medicina de grupo, como é chamado o segmento, 31 estão sob direção fiscal, segundo levantamento do iG nos dados de junho da ANS. Juntas, elas têm 784 mil clientes, uma fatia de 4% dos quase 21 milhões que o segmento possui atualmente.
 
Os problemas se encontram principalmente nas operadoras de médio porte, que têm entre 20 mil e 100 mil beneficiários. Nesse recorte, 15% dos representantes da medicina de grupo estão sob direção fiscal, mais que o dobro da média geral, de 6%. 
 
Diretor-executivo da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Antônio Carlos Abbatepaolo argumenta que as operadoras menores têm mais dificuldades em atender as exigências econômico-financeiras da ANS, e estão mais suscetíveis a desequilíbrios.
 
"Uma carteira de 10 mil beneficiários, se tiver um sinistro [necessidade de pagar o tratamento de um cliente] de R$ 700 mil, tem um impacto nas contas que é absurdo", diz. "As grandes têm uma receita maior, um capital de giro maior."
 
Abbatepaolo não acredita que a medicina de grupo esteja mais sujeita a desequilíbrios financeiros que outros segmentos, e a ANS alega que o número e o perfil das operadoras sob direção fiscal varia "dinamicamente".
 
O diretor-executivo da Abramge lembra, entretanto, que muitas operadoras de medicina de grupo possuem rede própria, como hospitais. Esses imóveis, além do custo de administração, deixaram há alguns anos de poder ser usados para compor a margem de solvência das operadoras, um dos indicadores cujo descumprimento leva à direção fiscal.
 
"Risco de desassistência nunca existiu"
É o caso da Sobam, segundo Tasso Luiz Pereira da Silva, advogado da operadora, que é a única representante de medicina de grupo de grande porte atualmente sob direção fiscal.
 
"A Sobam nunca teve uma duplicata atrasada, não tem nenhum desequilíbrio econômico-financeiro. O que faltava para a Sobam era se adaptar a essa nova norma que não permitia mais a composição da margem de solvência com bens imóveis", diz Silva. "E pelo porte da operadora, isso exigia um aporte de capital grande."
 
Segundo Silva, o aporte – no valor de R$ 9 milhões – não foi levado em conta pela ANS na reunião na qual se decidiu pela imposição da direção fiscal na Sobam, por ter sido feito dias antes. O advogado nega que haja ameaça aos atendimento aos consumidores.
 
"Esse risco de desassistência jamais ocorreu. A nota da Sobam em atendimento assistencial é máxima. Ela nunca teve problema de negativa de cobertura."
 
O impacto dos hospitais próprios sobre as contas das operadoras também é apresentado pela Unimed de Manaus – uma das cooperativas de grande porte sob direção fiscal – como uma das razões para o regime especial.
 
"Nós vamos separar os hospitais da cooperadora e eles terão uma contabilização própria", afirma Fernando Mattos, presidente do conselho administrativo da Unimed de Manaus. "No que diz respeito ao atendimento, não há nenhum tipo de problema, nenhum tipo de risco."
 
Entre cooperativas, gigantes sofrem
Além da unidade de Manaus, outras três cooperativas de grande porte estão atualmente sob direção fiscal. Com isso, embora o segmento tenha proporcionalmente um número menor de operadoras sobre regime especial, essas operadoras representam uma fatia maior dos beneficiários: 13%, contra 4% da medicina de grupo.
 
O maior dos casos é a Unimed Rio. Com mais de 1 milhão de clientes, a cooperativa é a 9ª maior operadora de plano de saúde do País, e foi colocada sob regime de direção fiscal em março, por insuficiência de garantias, e após ter prejuízo no resultado de 2014.
 
A cooperativa atribui parte das dificuldades econômico-financeiras ao aumento dos custos médicos que exigiram "correções internas a partir de 2014".
 
"Todos esses cuidados, também sob fiscalização direta da ANS e do Conselho Fiscal eleito no início de 2015, resultarão, ao final, no fortalecimento da Unimed-Rio, em benefício de todos, especialmente seus cooperados, clientes, colaboradores e parceiros comerciais", diz a cooperativa, em nota.
 
Também em nota, a Unimed do Brasil afirma que as operadoras do sistema estão trabalhando para se adequar às normas da ANS, e nega a existência de um risco sistêmico no conjunto de cooperativas.
 
iG

Hospital de Câncer de Barretos fica 6 meses sem verba

Reprodução
Instituição cuida diariamente de 5 mil pacientes do SUS
 
O governo do Estado de São Paulo atrasou por seis meses o repasse para o Hospital de Câncer de Barretos, no interior paulista, maior unidade para tratamento da doença no País. Entre janeiro e junho, o complexo hospitalar de Barretos e sua filial em Jales deixaram de receber cerca de R$ 24 milhões. Sem a verba o hospital teve de fazer um empréstimo bancário de R$ 30 milhões para continuar a funcionar. O governo diz já ter feito o pagamento de todos os atrasados.
 
Responsável pelo atendimento de cerca de 5 mil pacientes por dia todos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a instituição filantrópica do interior paulista tem como principal fonte de financiamento a verba enviada pelo Ministério da Saúde, no valor de R$ 13,5 milhões.

A unidade de Jales, no entanto, ainda não é custeada por verba da União porque aguarda processo de credenciamento no órgão federal. A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo repassa um valor extra ao hospital para auxiliar nas despesas. Essa verba, de R$ 4 milhões por mês, deixou de ser paga em janeiro.
 
"O que tínhamos sido informados é que teria um corte de 10% no repasse mensal do Estado, por causa da queda na arrecadação, mas até aí, tudo bem, já estávamos esperando. O problema foi que o dinheiro deixou de vir integralmente. E, com a fila de pacientes que temos, não dava para reduzir o atendimento", relata Henrique Prata, diretor-geral do hospital. Ele afirma que só nos alojamentos oferecidos pelo hospital para pacientes que aguardam tratamento há 2 mil pessoas esperando cirurgias oncológicas.

"No hospital de Jales, por exemplo, poderíamos atender mais gente, porque temos quatro centros cirúrgicos e só dois estão funcionando. Mas não tenho como atender mais gente se o repasse não é suficiente nem para os que já atendemos hoje", afirma. O diretor diz que os repasses estaduais foram retomados no fim de junho, com a promessa de que, a cada mês, seriam pagas duas parcelas para compensar o atraso do primeiro semestre. "Em junho e julho foram pagas duas parcelas, mas em agosto e setembro só recebemos uma", diz.

Prata afirma que o custo que tem com todas as unidades do complexo é de R$ 27 milhões mensais. Mesmo quando recebe integralmente os valores do ministério e da secretaria, que somam R$ 17,5 milhões, a conta não fecha. "O que salva é que temos força para pedir doação para a sociedade. Todo mundo ajuda. Se não fosse isso, o hospital estaria fechado", diz.

O Hospital de Câncer de Barretos é conhecido por conseguir doações de artistas, principalmente os sertanejos. Os pavilhões do hospital levam os nomes das celebridades colaboradoras.

A secretaria apresentou à reportagem recibos de depósitos bancários atestando já ter pago dois meses retroativos ao hospital de Barretos e três ao de Jales. O governo do Estado diz que não há atraso no pagamento dos retroativos. Após receber a resposta da secretaria, no início da noite de ontem, a reportagem não conseguiu contato com um porta-voz do hospital.
 
Demora
Paciente da unidade de Jales, o pintor automotivo João Nunes dos Santos, de 59 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata em janeiro, mas só conseguiu ter a cirurgia de retirada do tumor agendada para novembro. "O atendimento é muito bom, mas fico me perguntando a razão da demora. A gente quer fazer o tratamento logo. Já perdi meu pai, minha mãe e meu irmão para o câncer. Quero acreditar que comigo vai ser diferente", diz.

O paciente afirma que, sabendo das dificuldades financeiras do hospital, tem recolhido mantimentos para fazer um leilão e doar o dinheiro ao hospital. "O certo seria o governo repassar mais dinheiro. Mas, como conheço muita gente na minha cidade, resolvi tentar ajudar também e pedir doações para os conhecidos. Já consegui mais de 400 quilos de mantimentos", afirma ele, que é morador de Paranaíba, em Mato Grosso do Sul.
 
Estadão Conteúdo

Cientistas desenvolvem substância que alivia o desconforto na lombar

Em algumas pessoas, os sentidos se confundem e a dor, essencial para a proteção do corpo, se torna patologia
 
Como o tratamento costuma ser longo e difícil, cientistas conduzem uma busca incansável por uma droga ou uma intervenção que resolva a dor crônica ou neuropática definitivamente.

Uma das iniciativas promissoras nesse sentido foi publicada na edição desta semana da revista Science Translational Medicine por pesquisadores da Universidade da Califórnia e dos Institutos Nacionais de Saúde, ambos nos Estados Unidos. Juntas, as instituições desenvolveram um tratamento que ataca a dor em sua origem, impedindo que ela chegue ao cérebro. E o melhor: sem efeitos colaterais.

Muitos tratamentos bloqueiam a dor em sua origem ou durante o percurso até o cérebro. Para isso, são usados medicamentos que neutralizam diretamente neurônios de dor e terminais nervosos. Um dos alvos é o TRPV1, receptor de calor e de capsaicina — substância picante da pimenta — expresso por neurônios responsáveis pela sensação incômoda. Ele tem uma vantagem em relação a outros alvos: pode ser bloqueado individualmente, sem prejuízo para as demais estruturas sensoriais.

Para fazer essa supressão com sucesso, entretanto, é necessário utilizar uma substância parente da capsaicina, a resiniferatoxina (RTX) — mais potente do que sua correlata picante. Ela foi testada como analgésico em porcos, que receberam injeções precisas do medicamento nos gânglios da raiz dorsal (GRD), localizados na região lombar. “Essa região é uma estrutura importante na dor crônica porque modula o impulso que chega à medula. O gânglio processa a sensação”, explica Thiago Freitas, neurocirurgião especialista em dor crônica do Hospital Santa Lúcia.

O neurocirurgião, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Neuromodulação, explica que o GRD funciona adequadamente na maioria das pessoas, respondendo a estímulos de dor apenas como resposta a uma agressão. Nos pacientes com dor crônica, porém, há uma desregulagem. Seus neurotransmissores e receptores não funcionam como deveriam. “A pessoa começa a ter a sensação de queimação ou choque na perna, por exemplo, sem que exista algo por trás disso”, completa Freitas.

Aplicação focada
Os pesquisadores das instituições norte-americanas se guiaram com tomografia computadorizada (TC) para aplicar a RTX exatamente no GRD. “Nós usamos rotineiramente a TC para guiar injeções de anestesias epidurais, por exemplo. Era, portanto, lógico que estendêssemos esse uso para nosso trabalho experimental com RTX. Assim, imitaríamos processos já utilizados em humanos e poderíamos administrar mais seletivamente a RTX em uma área de dor potencial”, conta William Dillon, pesquisador sênior do estudo.

Após quatro semanas de observação, a equipe liderada por Dillon notou que os porcos que receberam o anestésico potente tiveram a expressão de TRPV1 reduzida, sentindo menos dor. A condição foi comprovada pela exposição a estímulos de calor com laser infravermelho (veja infografia). Além disso, não foram constatados efeitos colaterais, como prejuízos nas funções motoras.

Dillon acredita que ensaios clínicos com humanos começarão em breve. “Assim, poderemos mostrar que o uso desses agentes é seguro. Mas, de forma otimista, esperamos que isso forneça um alívio mais permanente ou mais duradouro para pacientes de dor crônica, como pessoas com câncer ou outras condições que não são cirurgicamente tratáveis”, diz o cientista.
 
Correio Braziliense

Saiba como o botox pode reduzir a dor das mulheres durante o sexo

Aplicação do produto é indicada em casos de vaginismo
 
Conhecido popularmente pelos resultados estéticos, a aplicação da toxina botulínica vai muito além de uma pele sem rugas. Seu emprego terapêutico, pasme, trata desde a enxaqueca até problemas sexuais.
 
Desde 1997, pesquisadores estudam a aplicação da toxina botulínica no tratamento do vaginismo, condição que provoca contração involuntária e inconsciente dos músculos vaginais, impossibilitando a penetração do pênis. Em decorrência do problema, a mulher sente muita dor durante a relação sexual.

Em um estudo conduzido em 2011 da Associação de Profissionais de Cirurgia Plástica dos Estados Unidos tratou 30 pacientes de vaginismo, com percentual de cura de 97%.
 
— A utilização é fantástica em casos de vaginismo. Os resultados são ótimos — garante o ex-presidente da Sociedade Internacional de Cirurgia Cosmética Ginecológica João Brito Jaenisch.
 
A aplicação da toxina é feita em consultório e dura cerca de 10 minutos. O produto é injetado na parede vaginal posterior com uma agulha muito fina e, a partir do terceiro dia após o tratamento, já é possível notar o relaxamento da região.
 
— Quando tu colocas a toxina no local, ela impede que o impulso dado pelo nervo chegue até o músculo — explica Jaenisch.
 
É como se houvesse um corte na transmissão daquilo que o cérebro envia de informação para a musculatura.
 
Apesar dos benefícios da toxina botulínica na redução da dor, é importante ressaltar que ela não deve ser usada como tratamento único.
 
— O vaginismo é uma doença de fundo psicológico. O uso da toxina botulínica é um tratamento de exceção, quando os demais tratamentos já foram tentados, sem sucesso — alerta a ginecologista Florence Marques, pós-graduada em Sexologia Clínica.
 
A toxina pode ser aplicada por cirurgiões ginecológicos e dermatologistas com indicação de um sexólogo. O efeito de relaxamento pode durar de quatro a oito meses, dependendo da dose aplicada.
 
O que é a toxina botulínica?
É uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, causadora do botulismo. Entretanto, em doses baixas e na forma industrializada e purificada não causa a doença. Ela provoca a paralisação temporária da musculatura onde é aplicada. A mais conhecida é o Botox, produzida pela Allergan.
 
No entanto, há outros fabricantes do produto.
 
Zero Hora