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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Hora certa de tomar remédio pode aumentar eficácia, dizem cientistas

Atlas da variação genética abre caminho para cronoterapia, que busca administrar medicamentos de acordo com relógio biológico
 
Rio - Ao longo do dia, os organismos da grande maioria dos seres vivos da Terra apresentam oscilações em sua atividade como resposta a um “relógio” biológico interno. Conhecido como ciclo circadiano, ele permite que suas fisiologias se adaptem às transições entre dias e noites, regulando processos que nos seres humanos incluem o sono, a atividade locomotora, a pressão sanguínea, a temperatura corporal e a produção de hormônios, entre outros.
 
Mas os diferentes órgãos e tecidos de nossos corpos não batem em uníssono com o tique-taque desse relógio. Assim, dependendo de como atuam ou onde são metabolizados os remédios, existem horas ideais para sua administração. É a chamada cronoterapia, uma nascente abordagem da medicina que busca sincronizar a ação de medicamentos aos ritmos do corpo a fim de aumentar sua eficácia e melhorar seus resultados, ao mesmo tempo em que reduz as doses e os riscos de interações entre drogas.
 
Essa estratégia acaba de ganhar um importante reforço com a publicação do primeiro e mais completo atlas das oscilações de atividade corporal — em camundongos, mas potencialmente replicáveis em nós.

Pesquisa foi um esforço de cinco anos
Fruto de um esforço de cinco anos de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, o estudo publicado na edição desta semana do periódico científico americano “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS) não só identificou quais genes desses animais têm sua atividade influenciada pelo ciclo circadiano como determinou as partes do corpo e os horários em que eles ficam mais ou menos ativos.
 
A fim de efetivamente medir a potencial aplicação em humanos, os cientistas relacionaram os dados com a atuação dos cem remédios mais vendidos no mercado dos Estados Unidos e os 250 listados como essenciais pela Organização Mundial de Saúde (OMS), demonstrando quais poderiam se beneficiar com a abordagem da cronoterapia.
 
— Muitas dessas drogas têm vida média relativamente curta no corpo — destaca John Hogenesch, professor da universidade e um dos líderes da pesquisa, que sugere que o cruzamento dos dados desse atlas com informações já conhecidas sobre a ação dos medicamentos avaliados permitiria identificar quais deles mais se beneficiariam de uma administração sincronizada com os diferentes ritmos corporais. — Eles seriam essencialmente os medicamentos que têm como alvo os produtos do comportamento rítmico desses genes, isto é, as proteínas que eles produzem.
 
Segundo os pesquisadores, nada menos que 56 dos cem remédios mais vendidos nos Estados Unidos — e 119 dos 250 considerados essenciais pela OMS — agem sobre produtos ou processos regulados por esses chamados “genes rítmicos”. Além disso, 23 dos 56 medicamentos no topo da lista do ranking americano que têm seus alvos controlados por esses genes têm meia-vida inferior a seis horas, isto é, mantêm níveis terapêuticos de concentração no sangue abaixo desse intervalo de tema, o que os torna mais sujeitos às variações da atividade deles sob influência do relógio biológico.

Estatinas são um exemplo
No estudo, os cientistas citam como exemplos disso as estatinas, drogas usadas para a redução das taxas de colesterol, e as baixas dosagens de aspirina utilizadas para a prevenção de infartos. Em ambos os casos, eles sugerem que as doses desses medicamentos sejam administradas à noite, já que a pesquisa indica que é nesse horário que os genes relacionados à sua ação estão mais ativos nas células da chamada “gordura marrom”, tipo de tecido adiposo que é o primeiro a ser “queimado” pelo corpo para obtenção de energia, e do próprio coração.
 
— Não se sabia que muitos dos alvos dessas drogas são regulados pelo relógio biológico, assim como muitas enzimas metabólicas e transportadoras — conta Hogenesch. — E, como isso nunca foi levado em conta, poucos desses remédios tiveram suas eficácia, metabolização e toxicidade avaliadas de acordo com a hora do dia.
 
Para montar o atlas, os pesquisadores primeiro usaram um banco de dados que reúne 19.788 genes dos camundongos que, sabe-se, codificam a produção de proteínas. Eles então acompanharam sua expressão, isto é, a efetiva produção das proteínas, em 12 órgãos e tecidos dos animais, descobrindo que 43% apresentam algum nível de comportamento rítmico. Com isso, os cientistas também puderam identificar que partes do corpo têm sua atividade mais ou menos influenciada por este comportamento. De acordo com o levantamento, o figado é onde se concentra o maior número desses genes rítmicos — 3.186 —, enquanto a região cerebral do hipotálamo é onde eles estão menos expressos, com 642.
 
— O genoma está sob um controle muito maior do relógio biológico do que se imaginava antes — diz Michael Hughes, outro dos líderes da pesquisa na Universidade da Pensilvânia e hoje professor da Universidade do Missouri em St. Louis. — Como poucos órgãos já tinham sido estudados sob esta perspectiva anteriormente, tínhamos apenas uma imagem parcial disso, mas agora temos o levantamento mais completo até o momento.
 
Organismo tem duas "horas do rush"
No estudo, os pesquisadores também mostraram que o organismo dos camundongos, e provavelmente o dos humanos também, tem duas “horas do rush” em que muitos dos genes rítmicos atingem o pico de sua atividade de transcrição, ou seja, a leitura do seu DNA e tradução deste para cadeias de RNA, que por sua vez dizem às células que proteínas devem produzir. Não muito surpreendentemente, estes horários de pico acontecem pouco antes do alvorecer e do crepúsculo, justamente os momentos de transição da noite para o dia e vice-versa.
 
Segundo Hogenesch, embora estudos sobre os horários ideais para a administração de remédios remontem a 40 anos, com sucessos relativos em áreas como a quimioterapia, as estatinas de ação rápida e a aspirina na prevenção de enfartes, a maior parte deles foi feita na base da “tentativa e erro”.
 
— Agora, porém, sabemos que alvos das drogas estão sob o controle do relógio biológico e quais são seus ciclos no corpo — diz. — Isso fornece uma boa oportunidade para prospectarmos cada vez mais a cronoterapia.
 
De acordo com Hogenesch, o próximo passo de sua equipe será aplicar o conhecimento adquirido em modelos animais específicos para avaliar se a administração de medicamentos sincronizada com o ritmo de atividade do organismo de fato melhoram sua eficácia. A partir disso, ele espera que futuros e rigorosos estudos clínicos acabem por determinar a hora certa para tomar cada um dos remédios que poderiam se beneficiar disso tanto na lista dos mais vendidos nos EUA quanto na dos considerados como essenciais pela OMS.

O Globo

Protótipo de teste em papel pode detectar cepas do ebola

Exame ainda não está pronto para utilização nas áreas de epidemia
 
Carolina do Norte, EUA - Um papel mata-borrão programado pelo DNA poderá em breve dar aos médicos um teste simples que irá revelar uma infecção em 30 minutos por apenas alguns centavos.
 
Os pesquisadores provaram que a técnica funciona ao desenvolver um protótipo de teste de ebola em apenas 12 horas, e usando apenas US$ 20 em materiais.
 
Os diagnósticos inteligentes usam diversos ingredientes biológicos, incluindo o material genético. De acordo com os pesquisadores, esses ingredientes podem ser liofilizados e preservados em papel comum. O líder da equipe, Jim Collins, que trabalha nas universidades de Boston e Harvard, disse que o pó biológico pode ser reativado com a simples adição de água, como ocorre em uma sopa em pó.
 
- Ficamos surpresos com a forma como estes materiais trabalharam depois de serem liofilizados - disse ele à “BBC”. - Uma vez que são reidratados, esses circuitos biológicos funcionam nesses discos de papel pequenos como se estivessem dentro de uma célula viva.
 
Jim Collins é um líder pioneiro no campo da biologia sintética, cujo estudo de 2000 mostrando circuitos genéticos poderiam ser criados da mesma forma como os circuitos eletrônicos podem ser programados.
 
- Esta abordagem baseada em papel é incrivelmente atraente. Parece que você poderia usá-lo em sua garagem! Ela vai dar aos cientistas um playground da biologia sintética por um custo muito baixo - afirmou o professor Lingchong You, um especialista em reprogramação celular na Universidade de Duke.
 
A tecnologia do teste é baseada em genes artificiais. Os pesquisadores construíram cópias dos componentes moleculares de uma célula que são controlados por redes genéticas. Tais genes foram especialmente elaborados em laboratório para funcionar com as estruturas celulares. As proteínas do vírus interagem com uma espécie de chave genética do teste e, se houver uma combinação, ela é ativada.
 
O kit do teste genético possui uma saída simples de cor, transformando o papel de amarelo para roxo, com a mudança visível dentro de meia hora. Ao alterar o gatilho de entrada, as variantes do teste podem ser usadas para revelar os genes de resistência a antibióticos em infecções bacterianas ou biomarcadores de outras doenças.
 
O exame de ebola não está pronto para utilização nas áreas de epidemia no momento, Collins salientou, mas seria simples de conceber um que seja.
 
Collins assinalou, ainda, que os circuitos liofilizados são estáveis ​​à temperatura ambiente. Em grandes partes do mundo onde a eletricidade não é confiável, ou não há geladeiras, isso seria uma vantagem particular.
 
- Estamos muito animados com isso - acrescentou.

O Globo

Escovar os dentes com o dedo previne cáries, diz estudo

Estudo sueco revela que massagear os dentes com o dedo uma vez por dia pode ajudar a combater a cárie, mas alguns especialistas discordam
 
Um estudo feito pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, revelou que a escovação dos dentes pode ser quatro vezes mais eficiente contra as cáries se for feita com os dedos e com uma pasta com alta concentração de flúor. 
 
A pesquisa foi feita com 16 voluntários que se dividiram em dois grupos, os que mantiveram o hábito tradicional utilizando a escova de dente e uma pasta com uma quantidade de flúor menor e os que utilizaram a pasta com mais flúor e a técnica de massagear os dentes com os dedos. O resultado mostrou que, depois de um tempo, o segundo grupo estava quatro vezes mais protegido contra as cáries do que o primeiro. 
 
Apesar de observar que a técnica de massagear os dentes com os dedos foi mais efetiva, a responsável pela pesquisa, Anna Nordström, não incentiva a total substituição da escova pelos dedos. “Esfregar os dentes com a frente dos dedos e com a pasta é uma boa maneira após o almoço. Mas isso não deve substituir a escovação normal pela manhã e à noite; é um extra”, diz a pesquisadora. 
 
Para Marinella Holzhausen Caldeira, professora de Periodontia da Faculdade de Odontologia da USP, a escovação com os dedos não é recomendada em nenhuma hora do dia. “Escovar os dentes com o dedo não permite a remoção adequada da placa bacteriana em toda a superfície dos dentes, principalmente nas partes mais difíceis de alcançar até com a própria escova”, diz a especialista.  
 
Em uma emergência pode
A troca da escova de dente pelo dedo não deve ser feita, porém, na falta dela, o dedo pode se tornar uma alternativa emergencial. “O dedo nunca deve ser a primeira opção, mas pode se tornar uma via possível na falta da escova, pois ainda é melhor massagear os dentes com uma pasta adequada e com flúor do que simplesmente não escovar os dentes”, diz Rafael Bargan, endodontista.  
 
Segundo o especialista, se realmente não for possível utilizar a escova de dente, além dessa massagem dental com a pasta e os dedos, outras ferramentas auxiliadoras da higiene bucal devem ser usadas para reforçar a limpeza. “Nesses casos, o fio dental, raspadores de língua e alguns enxaguantes, que já devem fazer parte do ritual diário, ganham ainda mais importância na limpeza da boca”, diz.
 
Terra

Carne vermelha auxilia no crescimento muscular e previne anemia

Reprodução/isaude - De acordo com especialista, carne
deve ser consumida bem passada
Alimento também atua diretamente na formação e hemoglobina
 
Apesar de sempre ser ligada a coisas ruins como o colesterol e o ganho de peso, o consumo da carne vermelha é fundamental para a captação e nutrientes e proteínas que auxiliam no crescimento dos músculos e na prevenção da anemia. De acordo com a nutricionista Mariele Marcato, o alimento também atua diretamente na formação e hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio pelo corpo.
 
Segundo a nutricionista, a carne vermelha é um alimento considerado completo, já que contém diversas substâncias essenciais para o nosso organismo.
 
― As carnes vermelhas contêm os nove aminoácidos essenciais, já o ferro, presente nos alimentos de origem animal, é melhor absorvido pelo organismo e ela ainda é a principal fonte de vitamina B12.
Apesar dos benefícios, a nutricionista faz um alerta para os cuidados que devemos ter na preparação do mantimento. De acordo com Mariele, o melhor padrão a seguir é consumi-lo bem passado, porém sem torrar.
 
― Existem estudos que apontam que o consumo da crosta queimada pode aumentar o risco de um câncer, já que cozinhar estes alimentos a grandes temperaturas faz com que os seus aminoácidos e a creatina reajam e formem aminas heterocíclicas, que seriam as responsáveis pelo aumento do número de câncer.
 
Vermelha X Branca
A nutricionista também alerta que existem alguns benefícios no consumo da carne branca, como a menor quantidade de lipídeos, gorduras saturadas e colesterol. Porém, o valor biológico da proteína da carne branca é inferior à da vermelha.
 
― Para quem quer manter o nível de proteína e diminuir o colesterol, o aconselhável é dar preferência ao patinho, maminha, músculo, lagarto, filé mignon, coxão duro e coxão mole. Esses cortes possuem uma quantidade de gordura parecida com a do frango.

R7

Hipertireoidismo na gravidez aumenta risco de pré-eclampsia e aborto espontâneo

Hipertireoidismo na gravidez aumenta risco de pré-eclâmpsia e aborto espontâneo
 
A tireotoxicose ocorre quando os tecidos do organismo são expostos a quantidades excessivas de hormônios tireóideos, isto é, ao T3 e ao T4. Assim, o termo tireotoxicose abrange todas as condições que elevam as concentrações sanguíneas de tais hormônios, desde as doenças da glândula até a ingestão excessiva de T3 e/ou T4. Já o termo hipertireoidismo se refere ao aumento dos hormônios decorrente de uma doença da própria tireoide.
 
Em primeiro lugar, vale ressaltar, que as mulheres com hipertireoidismo podem ter maior dificuldade para engravidar. Na gravidez, a frequência de hipertireoidismo é de aproximadamente 0,05 a 2,9%, cuja causa mais comum é a doença de Graves. Neste caso, o organismo produz anticorpos que estimulam a fabricação de hormônios pela glândula. O diagnóstico do hipertireoidismo é realizado pelo exame de sangue que mostra os níveis de T3 e T4 aumentados, assim como o de TSH (hormônio estimulador da tireoide) baixo.
 
A presença de níveis elevados dos hormônios tireóideos durante a gestação pode resultar em vários problemas tanto para a mãe quanto para o feto. Os quadros 1 e 2 relacionam algumas complicações que podem aparecer, especialmente quando o hipertireoidismo é grave.

Quadro 1 - Complicações maternas da tireotoxicose na gestação:
- Abortamento
 
- Hipertensão arterial da gravidez (pré-eclampsia e eclampsia)
 
- Insuficiência cardíaca congestiva
 
- Edema agudo de pulmão
 
- Arritmias cardíacas
 
- Crise tireotóxica
 
- Descolamento prematuro de placenta
 
Quadro 2 - Complicações fetais da tireotoxicose na gestação:
- Nascimento prematuro
 
- Bócio
 
- Hipotireoidismo
 
- Hipertireoidismo
 
- Baixo peso ao nascer

A elevação dos níveis maternos de T4 livre no sangue parece ser o fator mais importante para o aumento das complicações maternas e fetais durante a gestação e no período neonatal.

Desse modo, é muito importante que o hipertireoidismo na gravidez seja identificado e tratado rapidamente, já que quanto pior o controle dos níveis de T3 e T4, maior é o risco para as complicações descritas.

Para que o diagnóstico mais precoce seja possível, o médico deve estar atento para as possíveis manifestações clínicas do hipertireoidismo (Quadro 3). Dependendo da gravidade, o hipertireoidismo pode ser adequadamente tratado com as menores doses possíveis de medicamentos antitireóideos para que sejam mantidos os níveis de T4 livre dentro dos valores normais e, assim, reduzidos os riscos para a mãe e para o feto (Quadro 1 e 2). Se o tratamento clínico for ineficaz, ou nos casos em que houver efeitos adversos ou, ainda, hipersensibilidade ao medicamento, o tratamento cirúrgico, no segundo trimestre da gestação pode ser considerado.

Quadro 3 - Algumas manifestações clínicas comuns da tireotoxicose e hipertireoidismo:

Sintomas:Sinais:
Aceleração dos batimentos cardíacos acima de 100 por minuto (denominada taquicardia) Bócio
Alterações menstruais Eritema palmar
Aumento do apetite Exoftalmia (olhos saltados)
Aumento do número de evacuações Ginecomastia (aumento da glândula mamária no homem)
Crescimento rápido das unhasPele quente e úmida
Unhas mais frágeis e susceptíveis a quebra Retração palpebral
Ansiedade e irritabilidade Taquicardia (aumento da frequência cardíaca)
NervosismoTremor
Emagrecimento
Insônia
Fadiga
Fraqueza muscular
Intolerância ao calor
Edema dos membros inferiores
Perda de peso
Queda de cabelo
Queixas oculares: os olhos ficam parecendo maiores e mais saltados
Reflexos exacerbados
Sudorese excessiva

Obviamente, o mais adequado seria que a gravidez pudesse ser adiada até que o hipertireoidismo estivesse resolvido. Contudo, por vários motivos, a realização do diagnóstico pode ocorrer tardiamente, apenas quando a mulher já está grávida. Neste caso, o médico obstetra tem um papel fundamental, já que na maioria das vezes, ele é o primeiro a identificar esse problema. O acompanhamento será, então, realizado pelo endocrinologista durante toda a gestação e, inclusive, após o parto, de acordo com a causa do hipertireoidismo.
Assim, quando há suspeita de hipertireoidismo na gestação, a avaliação da função da glândula é indispensável, uma vez que o aumento intenso de T3 e T4 no sangue pode resultar em graves consequências materno-fetais.

Referências
- Pinheiro AP, Costa RAA, Abbade JF, Magalhães CG, Mazeto GFS, Hipertireoidismo na gravidez: repercussões materno-fetais, Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30(9): 452-8.
                            
- Maciel LMZ, Magalhães PKR. Tireoide e Gravidez, Arq Bras Endocrinol Metab 2008; 52-7
 
Minha Vida

Unha encravada: causas e tratamentos

A unha do pé encravada, também chamada de onicocriptose, ocorre quando a borda da unha cresce e entra na pele do dedo. Pode haver dor, vermelhidão e inchaço ao redor da unha
 
Uma unha encravada pode resultar de inúmeros fatores, mas sapatos inadequados e unhas não cortadas corretamente são as causas mais comuns. A pele na borda da unha do pé pode ficar avermelhada e infectada. O dedão é geralmente afetado, mas a unha de qualquer outro dedo do pé pode encravar
 
Causas
A unha encravada pode ocorrer quando é colocada pressão extra sobre o dedo do pé. Mais comumente, essa pressão é causada por sapatos muito apertados ou largos. Se você caminha com frequência ou participa de corridas, até mesmo um sapato um pouco mais apertado pode causar esse problema. Algumas deformidades do pé ou dos dedos também podem colocar pressão extra no dedo.                                            
 
Unhas que não são cortadas corretamente também podem causar o problema. Quando as unhas dos pés são cortadas muito curtas ou as bordas são arredondadas em vez de cortadas retas, a unha pode virar e crescer para dentro da pele.
 
Visão ruim ou incapacidade física para alcançar o dedo do pé com facilidade, assim como unhas grossas, podem facilitar o corte inadequado das unhas. Desprender ou separar os cantos das unhas também pode ocasionar uma unha encravada.
 
Algumas pessoas nascem com unhas curvadas e que tendem a crescer para baixo. Outras têm unhas muito grandes em relação aos dedos. Friccionar o dedo ou outras lesões também pode levar à unha encravada.
 
Tratamento
Se você tiver diabetes, dano ao nervo da perna ou pé, má circulação sanguínea no pé ou infecção ao redor da unha, consulte o médico imediatamente. Não tente tratar o problema em casa.         
 
Caso a unha encravada não curar ou voltar a ocorrer, seu médico poderá remover parte da unha.    
 
Se o dedo estiver infeccionado, seu médico ainda poderá lhe prescrever antibióticos.
 
Convivendo/Prognóstico
 
Para tratar uma unha encravada em casa, adote as seguintes medidas:
 
- Deixe o pé em água morna três ou quatro vezes por dia, se possível
 
- Massageie cuidadosamente a pele inflamada
 
- Coloque um pedacinho de algodão ou fio dental sob a unha. Molhe o algodão com água ou antisséptico

Você pode cortar a unha, se necessário. Mas ao cortar as unhas do pé:                                            
 
- Deixe o pé em água morna para amolecer a unha
 
- Use um cortador de unha limpo e afiado
 
- Corte as unhas retas. Não arredonde os cantos das unhas ou corte-as muito curtas. Não tente cortar a parte encravada da unha sozinho. Isso só vai piorar o problema
 
- Considere o uso de sandálias até que o problema seja sanado. Medicamentos sem receita colocados na unha encravada podem ajudar no alívio da dor, mas não tratam do problema.
 
Complicações possíveis
Em casos sérios de unha encravada, a infecção pode se espalhar pelo dedo e chegar até o osso.
 
Procure resolver esse problema o mais rápido possível e evite complicações indesejadas.
 
Prevenção
Use sapatos confortáveis, eles devem oferecer bastante espaço ao redor dos dedos. Sapatos usados para caminhar rapidamente ou correr devem ter bastante espaço também, mas não devem ficar largos.                                            
 
O mais importante: corte sempre as unhas do pé para evitar possíveis novas unhas encravadas.
 
Buscando ajuda médica
 
Consulte um médico se você:                                            
 
- Não conseguir cortar a unha encravada
 
- Tiver dor severa, vermelhidão, inchaço ou febre
 
- Se você tiver diabetes, dano ao nervo da perna ou pé, má circulação sanguínea no pé ou infecção ao redor da unha.
 
Na consulta médica
 
Entre as especialidades que podem diagnosticar uma unha encravada estão:                                            
 
- Cirurgia geral
 
- Ortopedia
 
- Dermatologia

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
 
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
 
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
 
- Você sente dores na região da unha?
 
- Você usa calçados muito apertados?
 
- Você já teve unha encravada antes?
 
- Com que frequência você corte as unhas dos pés?
 
- Quais outros sintomas você tem?
 
Fontes e referências
- Revisado por Dra. Tatiana Gabbi, dermatologista e médica assistente do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (CRM-SP 104.415) Ministério da Saúde                
 
- Sociedade Brasileira de Dermatologia

Minha Vida

Substância encontrada no cacau pode conter deterioração cognitiva

O cacau é rico em flavonóides
Para estudar o impacto dos flavonóis do cacau, cientistas da Universidade de Columbia (EUA) submeteram a testes 37 voluntários com idades entre os 50 e os 69 anos
 
Paris - Um regime rico em flavonóis, subgrupo dos flavonoides, substâncias naturais encontradas no cacau e em outros frutos, pode controlar a deterioração cognitiva relacionada com a idade - afirmam cientistas. O processo de envelhecimento costuma ser acompanhado por uma dificuldade maior de aprender, ou de lembrar de alguns nomes, ou lugares. A deterioração gradativa da memória começa na idade adulta, mas não é percebida antes dos 50, ou 60 anos.

Para estudar o impacto dos flavonóis do cacau, cientistas da Universidade de Columbia (EUA) submeteram a testes 37 voluntários com idades entre os 50 e os 69 anos. Esses voluntários foram distribuídos em dois grupos que, durante três meses, ingeriram diariamente bebidas com altas doses de flavonóis - uma delas, contendo 900 mg, e a outra, com uma dose baixa da substância, de 10 mg.

As bebidas foram preparadas por um fabricante americano de chocolates, que desenvolveu uma técnica para extrair os flavonóis do cacau e que financiou parcialmente a pesquisa. Ao final do teste, os cérebros dos voluntários foram observados com técnicas de imagem cerebral, que permitiram mostrar o aumento sensível do volume sanguíneo de uma região conhecida como giro dentado do hipocampo nos voluntários do primeiro grupo.

O giro dentado desempenha um papel na memória, mas os resultados diminuem com a idade. Os voluntários do primeiro grupo apresentaram melhores aptidões de memorização do que os do segundo, em um exercício de reconhecimento de formas com 20 minutos de duração.

"Depois de três meses, um participante, que tinha a memória de um sexagenário no começo do estudo, apresentou desempenho típico de alguém com 30, ou 40 anos", afirmou Scott Small, principal autor do estudo, publicado na edição deste domingo da revista "Nature Neuroscience".
 
O pesquisador destacou, porém, que os resultados preliminares terão de ser confirmados por novos estudos, com um número maior de pessoas. Ele também advertiu que não foi possível concluir a necessidade de se ingerir mais chocolate, pois a "quantidade de flavonóis encontrada no chocolate é minúscula em comparação com a consumida" pelos voluntários do estudo.

Os flavonóis também podem ser encontrados no chá, nas uvas e em muitos outros frutos e legumes e poderiam, segundo outros estudos, ser benéficos também para o coração. Uma outra pesquisa, feita por cientistas australianos, com o apoio de outro fabricante de chocolate, já teria demonstrado, em 2012, que os flavonóis do cacau poderiam aumentar a capacidade do cérebro.
 
Correio Braziliense

Maior parte do canabidiol à venda tem traços de THC

O canabidiol é descrito como um dos 80 princípios ativos da maconha sem efeitos psicotrópicos. Mas a maior parte das versões existentes no mercado contém traços de THC, o composto responsável pelos efeitos psicoativos
 
“Existem especulações de que algum traço de THC reduza convulsões, mas acima de uma determinada quantidade, a substância pode induzir crises convulsivas”, diz o psiquiatra José Alexandre Crippa, da USP de Ribeirão Preto.
 
“Cada pessoa vai reagir de alguma maneira, o THC é muito complicado como terapia”, diz.
Segundo Crippa, um dos fatores que complicam a liberação do CBD, que ainda está na lista de substâncias proibidas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é estabelecer qual deveria ser o limite de THC permitido.
 
Mas, enquanto isso, o CBD já está sendo usado por doentes com epilepsia que não responde a tratamentos, como a síndrome CDKL5. Crippa exemplifica que a dose de CBD para a doença é de 300 mg por dia. Se o teor de THC no canabidiol for de 1%, isso já representa um cigarro de maconha por dia. “Mas, claro, para algumas pessoas, os benefícios superam os prejuízos.”
 
Não há consenso para os traços de THC existentes no CBD. Resolução recente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que autorizou a prescrição da substância para epilepsia grave, considerou que 0,6% seria uma concentração adequada de THC.
 
“A medida não é restritiva. Próximo de 1%, o THC já manifesta efeitos psicoativos, mas é o médico que vai ponderar os benefícios”, afirma Mauro Aranha, coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria da Cremesp.
 
Para Crippa, o ideal é que o CBD seja o mais puro possível. Empresas no Reino Unido e na Alemanha já conseguem produzir o canabidiol sem THC.
 
Folha de São Paulo

Entenda por que a primavera é uma estação perigosa para as crianças

Sarampo, caxumba, rubéola, catapora (varicela), rinite, asma e conjuntivite são alguns dos problemas a que as crianças tendem a ficar mais vulneráveis com a chegada da primavera
 
motivo é que essa estação do ano é caracterizada pela predominância da baixa umidade do ar, mudanças bruscas de temperatura, dispersão de pólen, proliferação de insetos e maior exposição das pessoas ao ar livre.
 
“Contrair catapora e sarampo é preocupante devido às complicações que podem ocorrer, tais como pneumonias, infecções de pele e mucosas, meningites e encefalites”, declara Débora Passos, pediatra da Maternidade Pro Matre Paulista, em São Paulo.
 
Algumas dessas doenças podem ser prevenidas por meio da vacinação –como sarampo, caxumba, rubéola e catapora. Porém, para a maioria dos vírus respiratórios comuns nessa temporada, não há vacinas. “Por isso, temos sempre de tomar medidas como lavar frequentemente as mãos e usar gel alcoólico, evitar permanecer em ambientes com pessoas afetadas pelo vírus e em aglomerações –principalmente locais fechados –, e jamais compartilhar o uso de utensílios como chupetas, copos e mamadeiras”, afirma Victor Nudelman, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

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Catapora: saiba como proteger seu filho

 
Cristina Abud de Almeida, alergologista e imunologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, ainda ressalta que é fundamental manter os ambientes sempre bem arejados –inclusive o quarto da criançada– e não deixar de buscar assistência médica logo que surgirem as primeiras manifestações de febre, indisposição e manchas na pele, entre outros sinais.
 
Embora muita gente ainda pense que seja bom contrair boa parte dessas doenças –como sarampo e catapora– na infância, fortalecendo assim o sistema imunológico e evitando adoecer na idade adulta, as doenças da primavera são perigosas para as crianças e não se deve forçar o contágio.
 
UOL

Saiba como evitar o diabetes gestacional

Alimentação equilibrada é fundamental para ficar longe da doença
 
Durante a gravidez, a ação de insulina é reduzida pelos hormônios produzidos pela placenta e, consequentemente, ocorre o aumento do nível de glicose no sangue, podendo causar o diabetes gestacional. A doença não apresenta muitos sintomas e, por isso, recomenda-se que todas as gestantes acompanhem seus os níveis de glicose (a verificação deve ser feita em jejum a partir da 24ª semana de gravidez, início do 6º mês) e façam o teste oral de tolerância à glicose.
 
Os principais fatores de risco para o diabetes gestacional são idade materna mais avançada, excesso de peso durante a gestação, hipertensão arterial e histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau.
 
Mesmo nos casos de maior risco, é possível manter o controle do diabetes apenas com uma orientação nutricional adequada, por meio de uma alimentação balanceada e que contenha, no mínimo, cinco porções de frutas e verduras ao dia, de acordo com a médica nutróloga Jaqueline Costa Coelho.
 
Segundo a especialista, carboidratos de alta qualidade, integrais e boas fontes proteicas ajudam na saciedade e na menor liberação de glicose no organismo. Para ajudar na prevenção, as fibras são essenciais, bem como alguns micronutrientes como vitaminas C, E, selênio, flavonoides encontrados nas frutas, verduras, grãos e castanhas.

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Nível hormonal pré-gravidez prevê risco de desenvolver diabetes gestacional

 
— Eles também ajudam quando a gestante já desenvolveu o diabetes, podendo mantê-lo controlado, diminuindo as chances de complicações ao longo da gravidez e reduzindo o risco de a mulher se manter diabética após o parto — completa a nutróloga.
 
É importante lembrar que o excesso de açúcar e outros componentes que alteram a glicemia podem causar diversos problemas para o bebê.
 
— A glicose na corrente sanguínea acaba lesando a parede dos vasos, as células de órgãos nobres como coração, rins, olhos e, no caso da gestante, a placenta também, entrando na corrente sanguínea do bebê e já predispondo essa criança a ser um futuro obeso ou diabético. Isso causa as complicações conhecidas de trabalho de parto prematuro, infarto silencioso (sem causar dor no peito), perda da função dos rins e cegueira — alerta.
 
Por isso, toda a gestante, independente saber se tem ou não diabetes gestacional, deve fazer o acompanhamento do seu peso mensalmente, praticar atividades físicas regularmente e manter uma alimentação equilibrada e rica em proteínas, vitaminas e minerais em prol de uma gestação tranquila e saudável.
 
Zero Hora

Alimentos que não acrescentam calorias ao organismo e ainda ajudam a emagrecer


Abobrinha: ela está em todos os cardápios das dietas porque
 é desintoxicante
Conhecidos por terem 'calorias negativas', o corpo gasta mais energia para digeri-los do que as calorias que eles contêm
 
Até parece conto do vigário: mas é possível, sim, perder calorias comendo. Basta optar pelos alimentos com calorias negativas, ou seja, aqueles que, ao serem consumidos, o organismo gasta mais energia para digeri-los do que aquelas que foram ingeridas.
 
“Pode-se dizer que são alimentos que não acrescentam calorias ao organismo, auxiliando assim no emagrecimento” explica a nutricionista Laís Coelho, da Natue.
 
Na lista dos que no resultado final não acrescentam calorias a mais no corpo entram as frutas e verduras, além das carnes magras. “Além disso, existem também alguns alimentos com ação termogênica, ou seja, são capazes de acelerar o metabolismo, aumentando o gasto energético e ajudando a emagrecer", acrescenta.
 
Além do efeito emagrecedor, incluir esses alimentos na dieta é importante até para quem não precisa se preocupar em manter a forma. “São benéficos à saúde, e devem ser incluídos na alimentação diária com os outros grupos alimentares”, recomenda a nutricionista.
 
Mas abusar deles não faz bem. “Assim como a falta, o excesso também pode ser ruim", explica Laís. Ela recomenda que a pessoa siga uma alimentação equilibrada, ou seja, composta pelos mais variados tipos de alimentos, incluindo cereais, leguminosas, carnes, frutas, verduras e legumes, Além disso, a pratica de atividade física é essencial para quem busca uma vida mais saudável.
 
Veja alimentos que causam esse efeito no organismo:
 
Abacaxi: ele queima gordura e ainda é anti-inflamatório
 
Abobrinha: ela está em todos os cardápios das dietas porque é desintoxicante
 
Agrião: é um inibidor da fome fora de hora e também melhora sintomas de intoxicação, como a ressaca
 
Aipo: ingrediente cativo na dieta detox, ele não engorda, serve de petisco e também alivia o estresse
 
Alface: é uma folha magra, presente em todas as dietas e contém lactuário, uma substância com efeito sedativo
 
Aspargo: além de diurético (aumenta a eliminação de líquidos pela urina), é rico em ácido fólico e fibras
 
Beterraba: além de ter um sabor adocicado, que ajuda a melhorar o humor, ela ajuda a limpar o organismo
 
Brócolis: versátil, vai com pratos quentes e frios. Pesquisas mostram que ele protege contra o câncer de pulmão e cólon
 
Cenoura: pobre em carboidrato, pode ser levada como lanche, ajuda no bronzeado e é magra
 
Couve-flor: além de não engordar, ela tem nutrientes que reforçam a imunidade do organismo
 
Cranberry: ajuda a tratar infecções e também limpa o organismo. Aqui é mais fácil de achar sob a forma de suco
 
Espinafre: rico em magnésio. Ajuda a desintoxicar o organismo
 
Laranja: como é uma fruta cítrica, ajuda a emagrecer e protege contra infarto e AVC
 
Maçã: ela é de fácil digestão, amplia a saciedade e protege a memória
 
Mexerica: amplia a sensação de saciedade e ajuda a acelerar o metabolismo
 
Pepino: além de ajudar no emagrecimento, ele também é considerado uma arma poderosa para deixar a barriga chapada
 
Pimenta: tempero que faz a diferença no sabor e na dieta. Acelera o metabolismo e ajuda a queimar calorias de outros alimentos
 
Repolho: ingrediente da dieta dos países magros, ele ajuda na digestão, melhora a cicatrização e ainda emagrece
 
Vagem: saborosa, nutritiva e também uma importante aliada no combate à barriga saliente
 
iG

Cientistas transformam células-tronco em "assassinas" de câncer

Science Photo Library - Experiência em ratos mostrou que
 é possível matar tumores sem afetar células normais
Pesquisadores de Harvard, nos EUA, descobriram jeito de transformá-las em máquinas para lutar contra tumor cerebral
 
Cientistas da Escola de Medicina de Harvard descobriram um jeito de transformar células-tronco em "máquinas" para lutar contra o câncer cerebral. Em uma experiência com ratos, as células-tronco foram geneticamente modificadas para produzir toxinas que podem matar tumores no cérebro sem matar as células normais. Pesquisadores dizem que o próximo passo será testar o processo em seres humanos.
 
"Depois de fazer toda a análise molecular e de imagem para controlar a inibição da síntese de proteínas dentro de tumores cerebrais, nós vimos as toxinas matarem as células cancerígenas", explicou Khalid Shah, principal autor da pesquisa e diretor do Laboratório de Neuroterapia no Hospital de Massachusetts e da Escola de Medicina de Harvard.
 
"Toxinas para matar o câncer têm sido utilizadas com grande sucesso em uma variedade de tumores sanguíneos, mas eles não funcionam bem em tumores sólidos, porque os tumores não são tão acessíveis e as toxinas têm uma vida curta."
 
Mas, geneticamente, a manipulação de células-tronco pode ter mudado tudo isso, segundo Khalid Shah. "Agora, temos células-tronco resistentes a toxinas que podem fazer e liberar essas drogas que matam o câncer", explicou.
 
Estudo
O estudo, publicado no jornal científico Células-tronco, foi resultado de um trabalho de cientistas do Hospital de Massachusetts e do Instituto de Células-Tronco de Harvard.
 
Eles passaram muitos anos estudando uma terapia com células-tronco que pudesse curar o câncer – a ideia seria que as células-tronco produzissem algo capaz de matar células cancerígenas, mas que não tivesse efeitos negativos sobre as células normais – ou seja, as células saudáveis não teriam risco algum de serem atingidas pela toxina.
 
Os cientistas, então, modificaram geneticamente as células-tronco para conseguir fazer isso.
 
Nos testes em animais, as células-tronco foram colocadas no gel e depois em um tumor cerebral depois de ele ter sido retirado. As células cancerígenas morreram na hora, como se elas não tivessem nenhum tipo de defesa contra a toxina.
 
Cautela
Para Nell Barrie, cientista do Instituto de Pesquisa de Câncer do Reino Unido, o estudo teve resultados excelentes, mas é preciso ter cautela porque ele traz uma "abordagem engenhosa".
 
"Precisamos urgentemente de melhores tratamentos para tumores cerebrais e isso pode ajudar em um tratamento direto exatamente onde ele é necessário."
 
"Mas até agora a técnica só foi testada em ratos e em células cancerígenas em laboratório. Muito trabalho ainda precisa ser feito antes de nós afirmarmos se esse tratamento é eficiente e pode ajudar os pacientes com tumores cerebrais", completou.
 
Nell reiterou que esse tipo de pesquisa poderia ajudar a aumentar as taxas de sobrevivência e trazer progresso muito importante para a cura do câncer cerebral.
 
Já Chris Mason, professor de medicina regenerativa na Universidade de Londres, disse que esse estudo é "bastante inteligente e indica que há uma nova onda de tratamentos contra o câncer surgindo".
 
"Isso mostra que podemos atacar tumores sólidos colocando mini farmácias dentro do paciente que liberam as toxinas diretamente no tumor."
 
"Essas células-tronco podem fazer tanta coisa. É assim que o futuro será."
 
BBC Brasil / iG