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sábado, 18 de abril de 2015

Leia isso antes de julgar uma pessoa com depressão

Depressão é uma coisa estranha. Isso todo mundo entende certo
 
Mas existem alguns outros detalhes sobre a doença, conhecida como “o mal do século”, que são difíceis de explicar. Não custa tentar, no entanto. Veja alguns fatos que você provavelmente não entende sobre a condição
 
5. Pessoas deprimidas estão constantemente tristes e sozinhas
Aquele estereótipo de pessoa com depressão não corresponde à realidade. Se você não sabe de qual estereótipo eu estou falando, faça uma busca no Google Imagens por “depressão”.
 
Claro que ALGUMAS pessoas ficam assim, mas isso não é uma realidade para todos os casos.
 
Apesar de vermos vários exemplos na cultura pop, a depressão não é um desfile constante de destruição e desespero. Essa é uma das razões pelas quais as pessoas têm tanta dificuldade em perceber que seu amigo está deprimido. As pessoas ficam se questionando: como ela poderia estar deprimida se semana passada mesmo tocou o terror!?
 
As pessoas, muitas vezes, se sentem no seu melhor quando estão socializando, porque os problemas da vida ficam escondidos lá no fundo. Mas quando você está sozinho, enrolado em uma bola de medo e pânico como um gatinho, a depressão ataca pra valer. Seus amigos não estão lá para ver você sim. Na verdade, ninguém está. É só você com você mesmo, e você não quer falar com ninguém sobre isso, porque seu cérebro está dizendo ninguém está nem aí para você.
 
Variações
Mesmo quando uma pessoa com depressão está fazendo tratamento, haverá momentos em que ela vai se sentir bem consigo mesma, mas extremamente triste com os amigos. Seu humor quase parece ser aleatório, como se seu cérebro estivesse jogando roleta com suas emoções.
 
Tem dias que a pessoa acorda querendo conquistar o mundo e fazer 300 mil coisas, mas também tem dias que ela só quer ficar deitada, sem falar com ninguém. Também existem aqueles dias que a pessoa deprimida não quer fazer nada além de comer e/ou se masturbar.
 
O ponto é que, quando você está deprimido, você está em uma batalha constante com o seu cérebro para assumir o controle de sua vida. Claro que a pessoa pode ganhar, mas precisa primeiro saber que essa luta está acontecendo.
 
E essa batalha pode durar a vida inteira.
 
4. Depressão significa apenas ser triste
Quando você ouve que alguém está deprimido, você entende que essa pessoa está triste. Mas essa não é a única emoção ligada a doença.
 
Algumas pessoas acabam com uma espécie de gatilho de raiva – tipo o do Hulk – e vão aos extremos. Isso pode acabar afetando muito mais quem convive com o depressivo do que ele mesmo.
 
Por exemplo: uma maneira de se sentir melhor com si mesmo é fazer com que outras pessoas se sintam mal. Então um bom ataque seria contar ao filho do seu vizinho que suas pinturas parecem que foram feitas por um chimpanzé tetraplégico.
 
Claro, a pessoa ainda está deprimida ao fazer isso, mas pelo menos não se sente como um imbecil que não pode nem pintar umas vaquinha simples.
 
Isto é especialmente problemático, porque os amigos e familiares vão estar menos entusiasmados em estender a mão para alguém que poderia morder e arrancar ela fora.
 
Sintomas contraditórios são parte do que torna a depressão difícil de ser detectada.
 
A pessoa pode ter dificuldade em adormecer ou pode dormir demais, e de qualquer forma pode não perceber que essas coisas fazem parte de um problema maior.
 
É normal uma pessoa deprimida querer dormir o dia inteiro, perder muito peso ou engordar demais.
 
Alguns podem também ter dificuldade em lembrar as coisas, ou de se concentrar. Machucar a si mesmo também não é incomum. Mas, como eu disse, todas essas coisas variam de pessoa para pessoa.
 
E, claro, todos estes “pequenos” problemas se somam para criar novos problemas – por exemplo, é difícil ficar motivado para cuidar de todas as suas tarefas rotineiras do dia-a-dia.
 
Quando você está triste, cansado e faltam nutrientes, as dificuldades só vão se multiplicando. Para ajudar, ainda há o desejo sexual reduzido.
 
Os efeitos colaterais sexuais afetam muitas pessoas deprimidas. Se você está em um relacionamento e não pode soltar fogos e dar piruetas, o parceiro pode ficar insatisfeito ou preocupado demais. E então aparece uma outra preocupação recorrente: estar fazendo o parceiro infeliz. E daí a pessoa fica infeliz também. E tudo se torna uma grande bola de neve.
 
Cada caso é um caso
Ter a libido derretendo como um picolé ao sol não é um efeito colateral garantido. Um estudo descobriu que algumas mulheres deprimidas têm mais vontade de sexo, porque estão usando a diversão de orgasmos para lutar contra outros sintomas de depressão.
 
3. Antidepressivos não funcionam
Por favor, pare de acreditar em uma bobagem dessas.
 
Todos já ouviram falar que os antidepressivos são placebo. Água que até passarinho pode beber. Essa informação geralmente é acompanhada por uma estatística assustadora que diz que mais pessoas nos Estados Unidos estão tomando mais antidepressivos do que a água, ou um comentário sobre como nos bons velhos tempos as pessoas não precisavam ficar empurrando pílulas goela abaixo.
 
Você pode ver esse show de ignorância até na cultura pop. Garden State, por exemplo, é um filme sobre um homem cuja vida melhora depois que ele para de tomar seus medicamentos prescritos, e todos nós sabemos que Hollywood nunca mentiria para nós. Certo?
 
Em primeiro lugar, as taxas de depressão estão subindo porque estamos ficando melhor em diagnosticá-la. É a mesma razão pela qual muito mais pessoas foram identificadas como deficientes mentais após as pessoas pararem de achar que um burro chutou na cabeça deles quando criança.
 
É verdade que, em alguns casos, os antidepressivos não são eficazes. Isso porque o cérebro humano é extremamente complicado, e nós não sabemos muito mais sobre ele do que sabemos sobre o resto do universo.
 
Você está tentando consertar um computador biológico, e é ÓBVIO que o mesmo tratamento não vai funcionar para todos os pacientes.
 
Mas da mesma forma que para algumas pessoas antidepressivos não ajudam em absolutamente nada, é irresponsável afirmar o contrário e generalizar seus efeitos. É a mesma coisa que dizer que porque o rastreamento do câncer não tem uma taxa efetiva de 100%, não há nenhum motivo para checar as pessoas por câncer.
 
Polêmica
A ciência por trás dos antidepressivos é complicada, fortemente debatida e mal compreendida. Mas a verdadeira questão é que as pessoas não entendem qual é a verdadeira finalidade dos antidepressivos em um tratamento.
 
Eles não são drogas mágicas manipuladas para que o paciente se sinta bem da noite pro dia. Ele não vai simplesmente limpar todos os problemas a tempo de você ganhar um grande jogo; eles são uma parte de um tratamento multifacetado.
 
Essa parte é longa e tediosa. E digo mais: pode levar meses de experimentação para determinar que tipo de droga ou drogas e quais dosagens são apropriadas para cada pessoa. Porque, mais uma vez, os cérebros são difíceis. O ideal é que os pacientes não desistam muito rápido de tomar seus remédios, afinal, semanas podem ser necessárias para que eles realmente façam a diferença.
 
O ponto do antidepressivos não é resolver todos os seus problemas; mas sim evitar que você se sinta sobrecarregado para que você possa resolvê-los sozinho.
 
2. Pessoas deprimidas só precisam sair dessa
Muita gente acha que esse problema se resolve em um piscar de olhos.
 
Geralmente são as mesmas pessoas que argumentam que os antidepressivos não funcionam e também adoram dizer que a doença mental é uma nova “modinha”, como quadradinho de oito, de alguma forma menos triste.
 
Algumas pessoas ainda têm coragem de dizer que é legal estar deprimido, porque você pode agir como uma pessoa infeliz o tempo todo. É tipo um aval para ser um idiota insuportável.
 
Isso de “querer” ficar deprimido é o que alguns chamam de “autocapacitação” e não significa absolutamente nada. O problema maior é que isso leva a um raciocínio estranho. As pessoas pensam, “se alguém QUER ficar deprimido e dá a entender que de fato FICA deprimido, quem está deprimido é SÓ QUERER sarar! Por que eu não pensei nisso antes?”.
 
Só que não
Algumas publicações que se dizem especializadas argumentam que as pessoas deprimidas devem combater seus problemas com uma atitude estoica e boa oração à moda antiga, em vez de desperdiçar valiosos reais em coisas estúpidas como “tratamento”.
 
Antes de acreditar nessas publicações, tenha cuidado. A mensagem principal desse tipo de informação é a de que “a depressão é uma mentira”, por isso, se você tem isso, a culpa só pode ser sua. Claro que isso é exatamente o que uma pessoa com uma doença mental tem necessidade de ouvir: que o problema que está baixando a sua qualidade de vida é um imaginário autoprovocado. Não, né?
 
As doenças mentais são fortemente estigmatizadas, e não é preciso muito para colocar alguém que já está se sentindo irracionalmente constrangido ainda mais para baixo. Então, não seja aquele cara que acha que a pessoa pode “sair dessa sozinha”. Embora uma atitude positiva possa ajudar (certamente não vai piorar nada), é preciso ter paciência e seguir um tratamento verdadeiro (como medicamentos e terapia) para superar uma doença tão complexa como a depressão.
 
1. Só Mulheres e pessoas velhas ficam deprimidas
Os homens enfrentam um estigma quando se trata de admitir problemas de saúde mental.
 
Mas não se preocupe, eles podem estar apenas tristes porque muitas mulheres agora estão ganhando mais dinheiro do que eles. E isso é apenas um carma por todos aqueles anos que mantiveram as mulheres para baixo, em um papel menor e submisso. Então, não fiquemos com dó.
 
É preciso ser um tipo especial de estúpido para argumentar que um estigma não existe por perpetuá-lo, mas vamos lá.
 
É verdade que as mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a serem diagnosticadas com depressão, mas isso não é porque os comediantes estavam certos o tempo todo sobre seus cérebros que trabalham de forma diferente.
 
A teoria mais comum é que os fatores sociais desencorajam os homens de procurar ajuda. A maioria acredita e aceita que os homens não devem sofrer de problemas emocionais como uma garota estúpida e insegura – se eles estão se sentindo para baixo, eles devem caminhar para o deserto e atirar em alguma coisa. Ou gritar com alguém. Ou fazer um churrasco e beber uma cerveja.
 
Homens que falam sobre seus sentimentos são basicamente bichanos gigantes.
 
Assim, enquanto a maioria das mulheres estão recebendo tratamento e apoio, os homens são propensos a lidar com os seus problemas através de abuso de substâncias, crises de violência (lembra como isso é um dos sintomas?), e prática de suicídio.
 
É bem possível que as mulheres ainda sejam mais suscetíveis à depressão – a própria natureza do problema faz com que seja difícil obter estatísticas precisas, bem como o mundo ainda não produziu um estudo preciso sobre o tamanho médio do pênis. É um assunto muito pessoal e difícil de ser atingido, até para a ciência.
 
Mas pensar que a metade da população é imune à depressão com base em sua genitália é um pouco diferente de pensar que a metade da população é imune ao câncer de próstata.
 
Adolescentes também escondem depressão
Adolescentes enfrentam seus próprios problemas quando se trata de saúde mental, porque quando as pessoas ouvem um adolescente dizer que está deprimido, eles assumem que é porque a professora de matemática deu uma prova muito difícil ou passou muitos trabalhos.
 
Mas, enquanto alguns que sofrem de depressão na adolescência se resolvem com uma dose diária de 2 ou 3 maus poemas e cinco porções de Linkin Park, os outros casos são tão graves como o que os adultos enfrentam. Só que os adolescentes são hesitantes em procurar tratamento, porque falsamente supõem que haverão muitos obstáculos.
 
Talvez eles também estejam preocupados que não serão levados a sério ou que a internet irá chamá-los de “emos”, ou talvez eles não queiram dizer a seus pais sobre isso.
 
Ou talvez seus cérebros irão simplesmente convencê-los de que não vale a pena o esforço. Lembre-se, muitos deles estão passando por isso pela primeira vez em suas vidas. Para eles, este sentimento é apenas mais uma parte da vida, como lidar com o desejo insaciável por sexo.
 
Fato é que existem sim dias em que você vai se sentir o maior lixo já produzido pela humanidade. E isso não quer dizer que você está com depressão. Mas, se essa sensação persistir a ponto de ser a única coisa que você pensa sobre si mesmo a TODO MOMENTO, talvez seja hora de respirar fundo e procurar ajuda especializada.
 
cracked / Hypescience

Quinze médicos são denunciados por dia em São Paulo

Marcos Alves/Agência O Globo: Tatiana Erohin segura
brinquedo que era do filho João Pedro, que morreu em
2010, de meningite 
Principais queixas são de clínicos gerais, cirurgiões plásticos e ginecologistas, segundo Conselho Regional de Medicina
 
São Paulo - Há cinco anos, Tatiana Erohin, 32, espera o resultado de uma denúncia feita contra um dos médicos que atendeu o seu filho João Pedro, então com 5 anos, em maio de 2010.O menino morreu de meningite. Segundo a mãe, houve negligência médica. Tatiana faz parte de um universo de pacientes e parentes que decidem registrar queixa em São Paulo. Por dia, 15 médicos são denunciados no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). A maioria dos denunciados são clínicos gerais, cirurgiões plásticos e ginecologistas.
 
Por ano, em média, conta o presidente do Cremesp Bráulio Luna Filho, o órgão acumula 3.500 denúncias. Deste volume, 20% resultam em algum processo. E destes, 60% são condenados e recebem algum tipo de punição, que variam de uma advertência até a cassação.
 
- Todas as denúncias são investigadas. Nos últimos oito anos, das sindicâncias, de 15% a 20% viraram processo. Apesar do esforço do conselho, em orientar os profissionais, o número não diminui. Conversamos com os médicos, reiteramos a boa conduta da prática da Medicina - comenta Luna Filho. As queixas, explica o presidente, muitas vezes têm origem em um atendimento inadequado ou são estimuladas por alguém da família.
 
Segundo o conselho, um processo pode durar até cinco anos para ser encerrado. O aumento das denúncias, acredita Luna Filho, pode estar relacionado à elevada abertura de faculdades de medicina no país.
 
Prova aplicada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), obrigatória há três anos para quem deseja obter o registro no Cremesp e atuar como médico, apontou que, dos 2.891 recém-formados no estado, 55% não atingiram o critério mínimo de conhecimento para atender pacientes. Entre os oriundos de faculdades particulares, 65% foram reprovados. No começo do ano, quando o resultado foi divulgado, preocupados com este cenário, os representantes do Cremesp anunciaram que estudariam medidas para exigir melhor preparo dos profissionais.
 
O Cremesp não informou quantos médicos tiveram o registro profissional cassado e quantos deixaram de atuar. Dados obtidos pelo O GLOBO apontam que dos nove médicos que tiveram o registro cassado entre 2010 e 2013 em São Paulo, dois perderam o registro por causa de denúncias de abuso sexual. Um deles é Roger Abdelmassih. Preso no ano passado, estava foragido da Justiça havia três anos e condenado por 52 estupros contra 39 mulheres.
 
'Meu filho não teve chance'
Na noite desta segunda-feira, quase cinco anos depois da morte do filho mais velho, João Pedro Erohin Palácio, Tatiana compareceu à segunda audiência na sede do Cremesp, na região da Consoloção, na capital paulista. Ficou lado a lado de um dos médicos que, segundo ela, é o responsável pela morte do filho. Ela pouco pode falar na audiência. Era a vez do médico falar. E foi apenas isso. Nada de resultado.
 
No dia 3 de maio de 2010, o menino deu entrada em um hospital da Zona Sul, com febre e vômito. Recebeu dipirona e medicamento para vômito como tratamento. Morreu menos de dois dias depois de internação de meningite meningocócica. - Demoraram 16 horas para diagnóstico de meningite. Meu filho não teve chance, morreu de negligência médica - acusa Tatiana.
 
Ela conta que durante a audiência o médico entrou em contradição várias vezes, em relação aos horários de atendimento e condutas. Tatiana apresentou queixa contra os quatro médicos que atenderam João Pedro. Mas apenas uma denúncia virou processo. Ela acusa o órgão de corporativismo.
 
- Eles tentam fazer a gente desistir e convencer de que está fazendo algo errado. Eu perdi um filho, que era bem cuidado e amado. Eu seria capaz de contar o caso do meu filho 80 vezes, se fosse preciso, do mesmo modo, descrevendo tudo o que aconteceu. Mas o médico entrou em contradição várias vezes. Quero Justiça e vou até o fim. Ele vai ser responsável pela morte de mais quantas crianças? - questiona, indignada. Tatiana é mãe de outros dois meninos.
 
Procurado pelo O GLOBO, o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) não se manifestou.
 
O Globo

Raiva transmitida por cachorro mata quase 60 mil pessoas por ano

Reprodução AFP
Reino Unido eliminou a raiva de sua população de cães
Pesquisadores afirmam que mais deve ser feito para vacinar os animais, principalmente em países pobres
 
Rio - Um relatório da Aliança Global para o Controle da Raiva apontou que cerca de 59 mil pessoas morrem todos os anos da doença transmitida por cães, com as regiões mais pobres do mundo sendo mais afetadas. Segundo os autores, mais deve ser feito para vacinar os animais, particularmente em países pobres.
 
Nessas áreas, exalta o documento, vacinas para vítimas de mordidas também devem ser mais acessíveis e mais amplamente disponíveis. A infecção, que é viral e quase 100% evitável, pode afetar todos os mamíferos, mas os cães domésticos causam mais de 99% de todas as mortes humanas por raiva, como informou o relatório.
 
“A amplitude dos dados utilizados neste estudo, a partir de relatórios de vigilância, dados de estudo epidemiológico e de números de vendas globais da vacina, é muito maior do que já foi analisado, permitindo que este resultado mais detalhado”, afirmou Katie Hampson, que conduziu o estudo da Universidade de Glasgow.
 
A maioria dos países desenvolvidos, incluindo o Reino Unido, eliminou a enfermidade de sua população de cães. Mas, em muitos países em desenvolvimento, a raiva ainda está presente em cães domésticos e muitas vezes é mal controlada.
 
O relatório estima que cerca de 160 pessoas morrem todos os dias da doença, com a grande maioria dos casos ocorrendo na Ásia, que responde por 60% das mortes, e na África (36%). Por si só, a Índia é responsável por 35% das mortes por raiva humana, mais do que qualquer outro país.
 
O documento apontou, ainda, que a proporção de cães vacinados em quase todos os países da África e da Ásia é muito inferior ao necessário para controlar a doença. Assim, a melhor maneira custo-efetiva de prevenir a raiva canina é vacinando cães. E isso tem que ser complementado com uma melhoria do acesso às vacinas humanas antirrábicas também.
 
Eles acrescentaram que os países que tinham investido mais na vacinação de cães foram os únicos onde as mortes humanas pela doença tinham sido praticamente eliminadas. A doença pode custar ao mundo US $ 8,6 bilhões por meio de mortes prematuras, perda de renda para as vítimas de mordidas e gastos com vacinas humanas.
 
O Globo

Fumantes acreditam que alguns cigarros não fazem mal à saúde, diz estudo

Tabagismo: cigarro prejudica capacidade de corpo lutar contra infecção por HPV
Veja.com/Thinkstock: Resultados preocupantes: um terço dos
fumantes considera que o consumo de até 10 cigarros por dia
não aumenta a probabilidade de ter câncer de pulmão
Pesquisa divulgada nesta sexta-feira mostra que fumantes ainda vivem em “negação” sobre os verdadeiros riscos do fumo. Consumo de cigarro eletrônico triplicou em um ano entre os jovens dos Estados Unidos
 
Os fumantes ainda subestimam os males do cigarro para a saúde, mesmo após décadas de pesquisas e campanhas sobre o impacto negativo do fumo. A revelação é de uma pesquisa realizada na França, que descobriu que um terço dos fumantes considera que o consumo de até 10 cigarros por dia não aumenta a probabilidade de ter câncer de pulmão e apenas metade acredita que seu risco de desenvolver a doença está acima da média da população. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, durante a Conferência Europeia de Câncer de Pulmão (ELCC, na sigla em inglês), na Suíça.
 
De acordo com os especialistas, esses resultados refletem uma situação comum internacionalmente.
 
"Fumantes frequentemente tendem a subestimar os riscos do cigarro e isso faz pensar que a 'negação' ainda é predominante. Isso mostra a prevalência da falta de conhecimento, o que é espantoso e lamentável após anos de luta e campanhas de conscientização contra o tabaco", afirma Carolyn Dresler, membro da Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC, na sigla em inglês).
 
Falta de conhecimento
A equipe de pesquisadores analisou dados de uma pesquisa realizada com 1 602 franceses, entre 40 e 75 anos. Destes, 1 463 não tinham histórico de câncer, embora 481 fossem ex-fumantes e 330 fumantes, com uma média de 14,2 cigarros por dia. Os resultados também mostraram que menos de 40% das pessoas estavam cientes de que o risco de desenvolver a doença nunca desaparece - mesmo após parar de fumar - e apenas metade dos entrevistados afirmou não há fumo seguro. "Essas descobertas são impressionantes e alarmantes, pois sugerem que muitas pessoas consideram 'seguro' fumar poucos cigarros por dia", disse médico Laurent Greillier, principal autor do estudo.
 
Para ele, os fumantes sabem que fumar é um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, principalmente o de pulmão. "O problema é que eles consideram que estes riscos não estão relacionados a elas, mas somente a outras pessoas", diz.
 
Cigarro eletrônico entre jovens
O efeito dessa "negação" pode ser ainda mais danosa entre os jovens. Um relatório publicado quinta-feira nos Estados Unidos também mostra outro dado preocupante: em um ano, o uso de cigarro eletrônico triplicou entre estudantes do ensino fundamental e médio no país. O uso de narguilé também dobrou em estudantes dessa faixa etária e formas tradicionais de fumo como cigarros e charutos diminuíram.
 
O levantamento realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) concluiu que o uso de cigarro eletrônico por alunos do ensino médio aumentou de 4,5% em 2013 para 13,4% em 2014, ou seja, passou de 660.000 estudantes para 2 milhões. Já entre os alunos do ensino fundamental (1º ao 9º ano), o uso aumentou de 1,1% para 3,9% no mesmo período.
 
A proposta do cigarro eletrônico é oferecer nicotina sem expor o indivíduo aos prejuízos da queima do fumo (e das substâncias cancerígenas derivadas do tabaco). Enquanto alguns estudos sugerem que o dispositivo pode ajudar o fumante a largar o vício, outros não apontaram benefício algum e mostraram que o cigarro eletrônico pode ser tão maléfico quanto o comum.
 
Nos Estados Unidos o produto ainda não está aprovado pela Food and Drug Administration, órgão regulador americano, mas o comércio não é proibido. No Brasil a comercialização de cigarros eletrônicos é proibida, pois ele ainda não foi aprovado dela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo as autoridades ainda não existem estudos que comprovem seus efeitos em longo prazo, por isso a demora na aprovação pelas agências.
 
As autoridades ressaltam que independente da forma como é consumida, a nicotina é perigosa para crianças e jovens de qualquer idade. A exposição do cérebro à substância pode causar danos permanentes no desenvolvimento cerebral e levar ao vício.
 
Veja

Exército ajudará a capital paulista no combate à dengue

O prefeito Fernando Haddad anunciou nesta quinta-feira (16) que receberá o apoio do Exército em ações de combate aos focos de dengue, que deve atingir seu pico nas próximas semanas. Serão 50 soldados à disposição da prefeitura. O trabalho conjunto deve ter início em até dez dias
 
“Queremos usar esses profissionais mais qualitativamente. Em alguns bairros, sobretudo, onde há muita violência, a pessoa se recusa a abrir as portas para a Vigilância Sanitária. Não se trata de um problema quantitativo, mas qualitativo. Se a equipe está acompanhada de um soldado, a pessoa se sentirá mais segura em abrir [a porta]”, disse Haddad.
 
Equipes da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) treinarão os soldados, que devem se somar aos 2,5 mil agentes de zoonoses que visitam diariamente as residências e orientam os moradores sobre como evitar a proliferação dos mosquitos.
 
Segundo o secretário adjunto de Saúde, Paulo Puccini, há recusa da visita em 20% das casas. “Isso se dá ou porque a pessoa não está em casa ou porque se recusa a abrir a porta”, disse. Ele acredita que a presença dos soldados com os agentes da prefeitura trará mais credibilidade.
 
Agência Brasil

Pacientes com hemofilia reclamam de falhas no fornecimento de remédio

Pacientes com hemofilia estão sem receber a quantidade adequada de medicamento para evitar os sangramentos característicos da doença
 
A denúncia foi feita ontem (17) pela Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) – data em que é lembrado o Dia Mundial da Hemofilia. Segundo a entidade, as reclamações vêm de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, Ceará e da Paraíba.
 
De acordo com a farmacêutica do Hemocentro do Espírito Santo Maria Orletti, enquanto a média mensal, em 2014, de recebimento do Fator 8, hemoderivado usado para ajudar o paciente na coagulação do sangue, era 750 mil unidades internacionais (UI), neste mês, foram recebidas apenas 260 mil UI.
 
O estudante mineiro Venicius de Barros, de 38 anos, mora em Barbacena e desde 2012 pegava mensalmente o medicamento suficiente para 30 dias, em Juiz de Fora, a 120 quilômetros de onde mora. “No mês passado, fui pegar as 12 doses necessárias, mas só recebi seis. Quando acabaram, retornei lá para pedir as outras seis e só me deram quatro.”
 
Este mês, Venicius diz que recebeu novamente apenas a metade do medicamento necessário para o mês. “Estou tomando metade da dose porque tenho medo de faltar, de ter um sangramento e precisar com urgência do fator”, ressaltou. Ele conta que a redução das doses já causou um sangramento no ombro no mês passado.
 
Segundo a vice-presidenta da FBH, Mariana Freire, o Ministério da Saúde mudou, em 2012, a forma de tratamento para as pessoas com hemofilia. Até então, os pacientes só recebiam a medicação quando tinham sangramentos. Depois da mudança, eles passaram a receber os fatores de coagulação para evitar essas situações. Além das doses necessárias a cada paciente, os hemocentros precisam contar com um estoque estratégico, usado para situações de sangramentos, mas, com a redução dos repasses, esses estoques estão comprometidos.
 
Para ela, está havendo racionamento dos hemoderivados desde novembro do ano passado, além do fracionamento das doses, o que dificulta a vida dos pacientes que, muitas vezes, precisam viajar para buscar o tratamento em um dos 193 hemocentros que distribuem a medicação.

De acordo com a hematologista Margareth Ozelo, membro da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, a prevenção é o tratamento mais adequado para quem tem hemofilia. Ela lembra que a profilaxia permite ao paciente ter qualidade de vida e evita as sequelas dos sangramentos.
 
“Os sangramentos nos hemofílicos ocorrem principalmente nos músculos, os chamados hematomas, e nas articulações, as juntas. Por causa disso, o paciente acaba por desenvolver deformidades, dificuldade para movimentação em braços e pernas, comprometimento articulares”, diz Margareth. Ela acrescenta que no Hemocentro da Universidade de Campinas, onde é professora, não faltou medicamento, porém, os pacientes estão tendo de voltar com mais frequência para completar a dose.
 
Em nota, o Ministério da Saúde informou que em nenhum momento houve desabastecimento de hemoderivados para os pacientes atendidos pela rede pública de saúde. “A liberação fracionada dos frascos, em março deste ano, teve como objetivo assegurar o fornecimento do medicamento a todos os pacientes atendidos. É importante destacar que os estoques de Fator 8 Plasmático (9 milhões de UI) para os estados e municípios estão regularizados desde a semana passada. No total, o Ministério da Saúde adquiriu 180 milhões de unidades em dezembro de 2014, número suficiente para abastecer o país por um ano.”
 
Agência Brasil

Suplemento fabricado pela Neonutri é suspenso por não ser biodisponível e seguro

A Anvisa determinou proibição da fabricação, distribuição e comercialização de todos os lotes do produto Suplemento de Creatina para atletas Insane fabricado pela Neonutri Suplementos Nutricionais Ltda.
 
O suplemento apresenta em sua composição zinco arginina quelato e magnésio arginina quelato, cuja segurança não está comprovada pela Anvisa.
 
A medida está na Resolução nº 1155, publicada nesta sexta-feira (17/4) no Diário Oficial da União (DOU).
 
 
ANVISA 

Empresa Midway tem produtos proibidos

A Anvisa proibiu a fabricação, distribuição e comercialização de todos os lotes dos produtos: Suplemento Vitamínico e Mineral Anabol Pack, Pó para o preparo de composto líquido Redway 3D e o Suplemento Vitamínico Mineral Akg Fury todos fabricados pela empresa Midway International Labs Ltda
 
Os produtos continham em sua composição substâncias cuja segurança não estão confirmadas pela Anvisa e não estavam especificadas na Farmacopeia Brasileira, outras Farmacopeias reconhecidas ou no Food Chemical Codex.
 
O Suplemento Vitamínico e Mineral Anabol Pack apresentou em sua composição bisglicinato de cromo, o Pó para o para o preparo de composto líquido Redway 3D apresentou zinco arginina quelato e o Suplemento Vitamínico Mineral Akg Fury apresentou zinco arginina quelato e manganês arginina quelato.
 
As medidas estão nas Resoluções nº 1156, nº 1157 e nº 1158, publicada nesta sexta-feira (17/4) no Diário Oficial da União (DOU).
 
 
ANVISA 

Medicamento genérico é suspenso por não passar no ensaio de aspecto

A Anvisa suspendeu a distribuição, comercialização e uso do lote H-060/13 do medicamento genérico Butilbrometo de Escopolamina + Dipirona Sódica, 20 mg/5 ml + 2,5g/5 ml, solução injetável, fabricado por Hipolabor Farmacêutica Ltda
 
De acordo com o Laudo de Análise Fiscal de Amostra Única emitido pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), o medicamento apresentou resultado insatisfatório no ensaio de aspecto. O teste laboratorial revelou presença de partícula visível e coloração escura na solução, em desacordo com o valor de referência.
 
A empresa promoverá o recolhimento do estoque existente no mercado.
 
A medida está na Resolução nº 1154, publicada nesta sexta-feira (17/4) no Diário Oficial da União (DOU).
 

"O silicone faz um mal terrível. Se não der problema agora, vai dar um dia"

A cantora trans portuguesa Patricia Ribeiro é uma das pacientes trans satisfeitas com a intervenção do cirurgião brasileiro Luiz Paulo Barbosa.
Reprodução: A cantora trans portuguesa Patricia Ribeiro é uma
das pacientes trans satisfeitas com a intervenção do cirurgião
 brasileiro Luiz P. Barbosa. "Meu rosto estava deformado", diz ela
Experiente em cirurgias de retirada de silicone, o dr. Luiz Paulo Barbosa socorre trans e travestis com intervenções de feminilização do rosto ou para consertar procedimentos anteriores
 
O portfólio do dr. Luiz Paulo Barbosa mostra muitas daquelas cenas irresistíveis de antes e depois: um nariz grande que virou arrebitado, um bumbum murcho que ficou redondo, uma cintura reta que ganhou curvas, peitos caídos que voltaram a ser jovens. A maioria de suas pacientes são mulheres que o procuram principalmente para fazer lipoaspiração, cirurgia que ele próprio introduziu no Brasil em 1982, ou colocar prótese de mama. 
 
Mas ele tem uma outra realidade em sua clínica paulistana: transgêneros que o consultam para fazer feminilização do rosto ou para consertar procedimentos anteriores, na maior parte das vezes problemas decorrentes do uso de silicone. "O silicone faz um mal terrível. Se não der problema em seis meses, dá em um ano, em 12, em 20. Um dia vai dar", diz ele, que condena completamente o uso de silicone injetável para procedimentos estéticos. "Mesmo que o resultado fique lindo no começo, uma hora vai ter alguma consequência", diz ele.
 
Essa parte do portfólio, que continuamos não podendo mostrar aqui por conta do acordo de confidencialidade médica, é assustadora. Tem pernas com manchas pretas de necrose, com manchas vermelhas provocadas por infecção, buracos, bumbuns deformados (imagina um bumbum em que a linha que divide os glúteos não é uma reta e sim um "S"?), rostos em que (o que um dia foi) a maçã veio parar no maxilar. "Tem silicone que foi colocado nas nádegas e desce até o pé, que fica parecendo um pé de elefante", conta Luiz Paulo.
 
"Nos anos 60, as mulheres chegaram a colocar parafina nos seios e nádegas. Antes de operar para tirar silicone, já operei para tirar parafina do corpo delas", conta Luiz Paulo. "Tirei de mulheres e apareceram por acaso as travestis, muitas delas estrangeiras. Tenho clientes suíças, francesas, italianas, americanas", diz ele, que operou a cantora trans portuguesa Patrícia Ribeiro, que chegou à sua clínica com rosto e bumbuns deformados por uso de silicone.
 
"Muitas vezes, quem injeta são leigos, uns nos outros. Tem enfermeira que é especialista em silicone, PMMA e hidrogel. Nada disso você deve colocar no corpo." Para injetar no rosto, a única coisa que ele indica é o ácido hiarulônico, que faz preenchimento de vincos, rugas e aumento dos lábios de forma temporária, e o corpo vai naturalmente absorvendo a substância, até que seja preciso aplicar outra vez.
 
Segundo ele, o silicone é proibido no Brasil, mas o uso do PMMA, que tem efeito semelhante, foi autorizado anos atrás. Para tirar parcialmente o material que se moveu, deformou, endureceu, causou inflamação ou alergia, são necessárias diversas cirurgias. "Tem que abrir e raspar seguidas vezes, a pessoa fica com diversas cicatrizes. A gente toma todo o cuidado do mundo, mas cada pessoa tem um processo de cicatrização diferente. Nunca dá para tirar 100%, principalmente do que está dentro do músculo."
 
Feminilização do rosto
Luiz Paulo ri da confusão, mas muita gente que sabe que ele tem clientes trans e travestis conclui que ele faça cirurgia de readequação sexual. Ele não faz, nunca fez e não saberia fazer sozinho uma cirurgia de mudança de sexo. "Só assisti uma cirurgia desse tipo uma vez, por curiosidade, na clínica de um colega na Bélgica", esclarece (mais sobre isso mais para frente). O que ele faz sim, e bastante, é a cirurgia de feminilização do rosto, que significa transformar um rosto masculino no mais próximo possível de um feminino. "É como um lifting (no literal do inglês, "levantamento", cirurgia para reverter o efeito da flacidez e "levantar" a musculatura) feito com características especiais para deixar mais feminino o rosto masculino.
 
O custo começa em R$ 30.000,00, com modificações nos olhos, nariz, bochechas. Vai aumentando se incluir a raspagem do pomo de adão, a diminuição da testa, implante de cabelo, implante de silicone sólido no queixo ou alguma outra necessidade específica. "O rosto masculino tem algumas particularidades. Os cantos dos olhos são em geral mais baixos, assim como a sobrancelha. Na feminilização, mexo na posição dos olhos e levanto as sobrancelhas", explica. "O crânio masculino tem uma formação óssea em cima dos olhos que forma uma espécie de degrau na testa, arredondar isso é muito mais feminino. Em alguns casos é preciso mexer na parte óssea para diminuir o maxilar ou o queixo", continua.
 
"A testa grande é muito mais comum nos homens, posso diminuir cirurgicamente e posteriormente complementar com implante de cabelo. O nariz masculino é menos delicado que o feminino, mexer no nariz quase sempre dá resultado. Em alguns casos retiro uma formação gordurosa que se encontra na região mole da bochecha para afinar o rosto." Para subir a maçã do rosto ele usa prótese de silicone sólido. Para quem tem o queixo muito pequeno, outra prótese do mesmo tipo é indicada.

Luiz Paulo diz que esta é uma cirurgia difícil e trabalhosa, que dura em torno de quatro horas. Ele a realiza na clínica própria, no Itaim Bibi, ou em qualquer hospital da escolha da paciente.
 
A cicatriz do poder 
A cirurgia que Luiz Paulo assistiu na Bélgica, na cidade universitária de Ghent, foi feita em um homem trans, para transformar sua genitália feminina em masculina, com prótese de pênis. "Vi meu colega transformar uma mulher em homem", lembra.
 
Segundo ele, a intervenção foi realizada em três etapas. "Na primeira, são retirados os peitos e o útero, e se fecha a vagina. Os grandes lábios vaginais permanecem, é a partir deles que se faz os sacos escrotais." Na segunda fase, ele viu o médico fazer um corte em formato de retângulo no antebraço do paciente e retirar um pedaço subcutâneo e a pele do local. Com essa parte retirada do braço é feito um cilindro, em que se ligam vasos, veias e artérias para irrigar e se recolocam nervos. "Fica igualzinho a uma glande", diz ele. Então se faz a recanalização da uretra, para a pessoa conseguir fazer xixi com o novo órgão. Essa fase da cirurgia dura cerca de 12 horas.
 
Segundo Luiz Paulo, no mundo dos transexuais estrangeiros essa cicatriz no braço em forma de retângiulo é símbolo do poder maior, sinal de que o homem trans tem um pênis e que gastou 150.000 euros na cirurgia (cerca de 480 mil reais). "O filho da Cher tem uma", conta.
 
A terceira fase, feita depois da cicatrização dos procedimentos anteriores, é a colocação da prótese. As opções são as mesmas utilizadas para um homem que tem problemas de ereção; a prótese pode ser inflável ou dobrável.
 
iG