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sexta-feira, 1 de março de 2013

Intermédica inicia obras de reforma do Hospital 23 de Maio

Novo Hospital 23 de Maio
A Intermédica Sistema de Saúde anuncia a ampliação da sua rede própria de hospitais, com o inicio da reforma do Hospital 23 de Maio, em São Paulo.

A operadora comunicou no último mês de janeiro o inicio das obras da instituição, com as operações previstas para 2014.

Com mais de 170 leitos e localizado na zona sul da cidade, o Hospital 23 de Maio, o nono da rede própria do Grupo NotreDame Intermedica, integra o plano de investimentos iniciado nesses últimos dois anos, com a inauguração de duas outras unidades, o Hospital Sacrecoeur, e o Hospital Renascença, na cidade de Campinas, com mais de 100 leitos cada um disponíveis para internação.
 
Os novos hospitais da rede também atenderão os pacientes de planos de autogestão, de seguradoras e particulares. Adicionalmente, aumentarão ainda mais a oferta de leitos hoje disponibilizados a todas demais operadoras de planos de saúde do mercado.
 
Fonte Saudeweb

Presidente do Hospital Iguaçu é preso após denúncia de lixo hospitalar

O presidente do Hospital Iguaçu (na Baixada Fluminense), Eduardo Maciel Parassulo, foi preso na terça-feira (26) depois que policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e fiscais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) descobriram grande quantidade de lixo hospitalar irregularmente no local.
 
De acordo com o delegado José Fagundes de Rezende, o executivo foi autuado por crime ambiental após ser encontrado material infectante na instituição e, também, em outro imóvel pertencente ao hospital.
 
Entre os materiais irregulares encontrados estavam seringas, agulhas, embalagens, soros, algodão usado, entre outros materiais.
 
Passarulo passa a responder em liberdade após pagar fiança afixada em R$ 14 mil.
 
Fonte Saudeweb

UTIs podem ser obrigadas a ter câmeras de segurança

A suspeita recente de que uma equipe de médicos e enfermeiros vinha provocando a morte de pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba levou dois deputados a apresentar projetos de lei com o objetivo de proteger os doentes. Os PLs 5022/13 e 5024/13 obrigam hospitais públicos e privados a instalar câmeras de segurança nas UTIs.
 
Quatro médicos e uma enfermeira já foram presos em razão das suspeitas no Paraná, causadas por denúncias de pacientes e familiares. Até o último dia 22, a polícia já havia ouvido 60 depoimentos relacionados ao caso. Uma hipótese levantada durante a investigação é que as mortes tenham sido provocadas pelo uso de anestésicos e pela diminuição do oxigênio dos respiradores.
 
Apesar das denúncias, não há nenhuma prova material dos crimes e todos os acusados negam qualquer irregularidade.
 
Câmeras
Os dois projetos que tramitam na Câmara pretendem garantir imagens de todas as áreas utilizadas pelos pacientes nos hospitais. O material poderia ajudar os familiares e a justiça em caso de dúvidas quanto à atuação dos profissionais de saúde.
 
“Considerando o processo que investiga eutanásia no Hospital Evangélico de Curitiba, assim como tantos relatos de pacientes do SUS verifica-se a prática de desrespeito e agressividade de alguns enfermeiros, médicos e auxiliares de saúde com pacientes de UTIs. Nesse sentido, se faz necessária a instalação de aparelhos de circuito interno para coibir esse tipo de prática e aumentar a segurança de quem necessita de UTI nos hospitais públicos e privados do País”, argumentou o deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC), autor do PL 5022/13.
 
Fonte Saudeweb

Pacientes aguardam até 8h atendimento no Hospital do Servidor em São Paulo

Governo do Estado diz que vai ampliar o Pronto Socorro e nega falta de médicos

Sentado em uma cadeira de rodas, o aposentado Lúcio Paulo de Almeida equilibra um balde entre os joelhos com a recomendação médica para vomitar dentro dele caso a pressão alta volte a lhe embrulhar o estômago. Aos 75 anos, "seu Lúcio", como é chamado, aguarda no corredor do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo (Iamspe), no bairro do Ibirapuera, zona sul. Na última segunda-feira (25), ele se juntou a outros 500 pacientes que receberam atendimento no Pronto Socorro.

Com dificuldade para se comunicar, seu Lúcio delegou o desabafo aos filhos Raquel (36) e Enos de Almeida (39), que, sem lugar para sentar, lhe faziam companhia de pé. “Lá dentro o cuidado é bom, o problema é ser atendido”, lamentou Raquel. Eles comentavam, surpresos, as condições do prédio: “A gente é atendido aqui desde os 6, 7 anos, e nada mudou. Acho que o Pronto Socorro nunca viu uma reforma”, lembra Enos. “Falta estrutura e comunicação: a gente sempre fica na dúvida se vai ser recebido.”

O aposentado Benedito Vicente Alves, de 90 anos, também não sabia como seria o atendimento. Diabético, ele só foi recebido no consultório para tratar as feridas pelo corpo duas horas depois de chegar ao PS, embora a pulseira laranja que ele carregava no pulso recomendasse atendimento em 15 minutos.
 
“Falta médico”
Presidente da Comissão Consultiva Mista (CCM) do Iamspe, Sylvio Micelli diz que o PS passou por uma pequena reforma nos anos 1980, e que por isso uma "nova ampliação é necessária". "É preciso aumentar o espaço do Pronto Socorro e, principalmente, o número de médicos e consultórios de emergência."
 
Endocrinologista há 40 anos no Hospital do Servidor, o presidente da Associação Médica do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Amiamspe), Otelo Chino Júnior, diz que a falta de doutores não é problema apenas do PS.
 
“Precisamos de, pelo menos, 100 médicos de diversas especialidades, principalmente geriatras”, diz ele, que atribui a “alta rotatividade de médicos” aos baixos salários. A remuneração média no hospital é de R$ 3.800, bem abaixo dos R$ 9.813 reivindicados pela categoria.
 
De acordo com o hospital, 60% dos pacientes têm mais de 60 anos. É por isso que Chino Júnior pede não apenas mais geriatras, mas a criação de outros 30 leitos para esses pacientes. “Na Unidade de Terapia Intensiva [UTI] também faltam 30 camas.”
 
À reportagem, a assessoria do hospital respondeu que “o corpo clínico é formado por aproximadamente 1.400 médicos que atendem 43 especialidades”, mas não soube informar o número de médicos que dão plantão no PS.
 
"Falta verba"
Para reestruturar o Pronto Socorro, contratar médicos e aumentar os convênios, Micelli e Chino Júnior defendem um novo sistema de arrecadação. Em dezembro do ano passado, o presidente da CCM se encontrou com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes para fazer um pedido: ele espera que o governo do Estado repasse ao hospital o equivalente a R$ 500 milhões por ano. Hoje, esse valor é de R$ 100 milhões. “O que a gente quer é que o governo contribua com o mesmo valor arrecadado anualmente com a contribuição de 2% descontados do salário dos servidores.”
 
Embora não exista nenhuma lei que obrigue esse repasse, Micelli e Chino Júnior fazem uma comparação com o sistema de arrecadação dos planos de saúde privados. “Normalmente, a empresa paga ao convênio médico até mais do que o funcionário”, lembra Micelli.
 
O advogado trabalhista Andrei Fernandes de Oliveira explica ao iG que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não obriga a concessão de plano de saúde por parte das empresas, mas que essa já é uma prática consolidada no Brasil. “Nos anos 1990, a maioria das empresas não cobrava participação do empregado, mas como houve um aumento desproporcional da utilização, as companhias estipularam uma participação simbólica do empregado, que costuma arcar com até 20% do plano, enquanto as empresas desembolsam os outros 80%.”
 
“Com a melhora no Hospital do Servidor, o Sistema Único de Saúde (SUS) receberá menos servidores, que darão lugar aos pacientes que não têm convênio”, avalia o presidente da Amiamspe.
 
Questionado pela reportagem sobre a possibilidade de aumentar os repasses, o governo do Estado afirma que “investe sistematicamente no Iamspe”. Além do desembolso anual de R$ 100 milhões, ele “está destinando R$ 150 milhões à reforma do hospital” ainda em 2013. “Uma das primeiras obras a serem concluídas é o Pronto Socorro [...] Todas as obras de reforma e ampliação do complexo hospitalar começam este ano”, informa a assessoria do governo.
 
É o que espera a aposentada Carmen Viana, de 59 anos. Depois de ficar um mês internada no Hospital do Servidor em razão de uma trombose na perna esquerda, ela recebeu alta no último dia 20, mas precisou correr para o Pronto Socorro cinco dias depois porque o remédio receitado lhe causou alergia pelo corpo todo. A filha, Priscila Viana, conta que a mãe aguardava atendimento havia oito horas.
“Ela chegou às 10h, recebeu soro e injeção às 13h30, mas, por falta de médico, aguarda para ser atendida de novo”, conta ao iG no fim da tarde de segunda-feira.

Convênios
A direção do Hospital do Servidor cancelou, no ano passado, convênio com algumas Santas Casas de Misericórdia, deixando sem atendimento servidores do interior e litoral de São Paulo.

Segundo a unidade de Santa Cruz do Rio Pardo, o contrato rompido em 2012 só foi retomado “parcialmente” no começo deste mês. Já a Santa Casa de Lorena volta a atender servidores estaduais a partir de segunda-feira (4), enquanto a de Santos ainda não teve o convênio renovado. “O Iamspe tem todo interesse – e dispõe de recursos próprios – para credenciar um hospital na cidade”, informou a assessoria de imprensa.

Fonte iG

Vacinas contra a gripe A devem estar disponíveis na rede particular de Porto Alegre na próxima semana

Uma boa notícia para quem deseja se proteger antecipadamente neste inverno: as clínicas particulares de Porto Alegre devem receber as vacinas contra a gripe já na próxima semana. A previsão é que a imunização comece a ser realizada nestes locais ainda no início de março.

A vacina, que foi modificada em relação à do ano passado, oferece proteção contra três vírus - Influenza A do grupo H1N1, Influenza A do grupo H3N2 e Influenza do tipo B - todos causantes das gripes sazonais. A dose ainda não tem um preço fixo, mas a estimativa é que o valor da seja semelhante ao do ano passado - em torno de 80 reais.

Qualquer pessoa a partir dos seis meses pode tomar a vacina nas clínicas particulares. A Chefe da divisão de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde, Marilina Bercini, alerta para a importância da imunização precoce:

— Observamos que as pessoas procuram se vacinar quando começam as notícias tristes. Queremos o contrário este ano. Nosso objetivo é que a população seja imunizada o quanto antes para evitar uma grande circulação do vírus.

Mas o enfrentamento da gripe não se dá só pela vacinação, alerta Bercini. As medidas preventiva também são fundamentais para evitar a propagação dos vírus. É importante evitar ambientes fechados, lavar frequentemente as mãos, usar lenços descartáveis, evitar contato com pessoas que apresentem sinais de gripe e manter uma alimentação saudável. Esses cuidados, associados a uma boa orientação médica, ajudam a reduzir a chance de contágio.

Imunização para grupo de risco começará em Abril
Para reduzir o número de mortes registradas pela doença em 2012, que chegou a quase 70 casos, a Secretaria da Saúde também decidiu antecipar a Campanha de vacinação gratuita no Rio Grande do Sul. Este ano, ela iniciará no dia 15 de abril - duas semanas mais cedo que o período de 2012, quando as doses começaram a ser aplicadas no início de maio.

Além de um maior investimento em campanhas educativas e que estimulem a imunização, a Secretaria da Saúde promoverá este ano um grande seminário para discutir a questão da gripe com profissionais de saúde.

Outra alteração em relação aos anos anteriores é a inclusão de portadores de determinadas doenças crônicas ao grupo de risco. Em janeiro, o Ministério da Saúde elaborou uma lista de grupos de doenças cujos portadores devem ser vacinados em 2013. A expectativa é que, com essas medidas, um maior número de pessoas seja vacinado.

Fonte Zero Hora

Insônia pode afetar o sistema imunológico

Quando não pode dormir, corpo liga uma espécie de
 "sinal de alerta" no sistema de defesa
Um estudo do Instituto do Sono de São Paulo (SP) constatou que quem dorme pouco pode ter o sistema imunológico prejudicado. O resultado é de uma pesquisa feita durante uma semana com 30 pacientes com idades entre 18 a 20 anos.
 
A investigação verificou que os prejuízos dependem do grau de privação do sono. Para tanto, os pesquisadores montaram três grupos e os submeteram a tipos diferentes de privação do sono: de controle, privação seletiva e privação total do sono. O monitoramento foi feito por exame de polissonografia.
 
De acordo com os resultados, o grupo que dormiu normalmente não apresentou alterações na imunidade. Os pacientes que tiveram privação seletiva, ou seja, eram acordados quando estavam próximos da fase mais profunda do sono, a REM, houve redução da imunoglobulina (IgA), que atua na proteção do organismo contra a invasão por patógenos. A redução permaneceu após três noites de recuperação do sono.
 
Já o grupo que teve privação total ficou 48 horas ininterruptas sem dormir. Os resultados mostraram que, neste grupo, o número de leucócitos e linfócitos TCD4 aumentaram consideravelmente nos pacientes. Para os responsáveis pela pesquisa, o aumento dos glóbulos brancos e linfócitos, que servem para combater infecções e adaptar a defesa para cada doença, respectivamente, é um sinal de alerta enviado pelo sistema de defesa para o corpo com privação de sono.
 
Os cientistas constaram que o corpo ligou uma espécie de "sinal de alerta" no sistema de defesa quando estava sem poder dormir, como se reagindo a algum tipo de agressão. E pior: após um período de 24 horas de recuperação, o número de linfócitos ainda não havia voltado ao normal.
 
Para ter uma boa noite de sono
A insônia é um problema que afeta 40% dos brasileiros, segundo dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Deste total, apenas 5% procuram o especialista. Cerca de 30% dos pacientes com transtorno de insônia apresentam o que os médicos chamam de "má higiene" do sono, ou seja, medidas que atrapalham a qualidade de vida e causam problemas de saúde.
 
Dicas para evitar a insônia:
 
— Mantenha um horário para ir dormir e para se levantar
 
— Faça do quarto um ambiente limpo, organizado, silencioso, escuro e propício para relaxar e dormir
 
— Tome um banho quente duas horas antes de deitar
 
— Mantenha os pés aquecidos antes e durante o sono
 
— Faça um lanche leve com leite e/ou derivados e carboidratos antes de dormir
 
— Faça exercícios físicos, de preferência no período da manhã
 
— Procure exposição à luz solar logo após levantar e no final da tarde
 
— Evite excesso de líquidos no período da noite
 
— Evite refeições pesadas à noite e próximas do horário de dormir
 
— Evite cafeínas (café, chá, refrigerante de cola, chocolate...) à noite
 
— Evite bebidas alcoólicas até quatro horas antes de ir dormir
 
— Evitar fumar pelo menos seis horas antes de dormir
 
— Evite cochilos longos (maiores que 40 minutos) durante o dia
 
— Não se alimente, não leia, não trabalhe e não assista TV na cama

Fonte Zero Hora

Um mês depois, Santa Maria pode ter deixado 20 mil com doença mental, diz psiquiatra

Agora é o momento de ajudar de fato a população atingida pelo incêndio em Santa Maria (RS), segundo o psiquiatra paulistano José Toufic Thomé, 66.
 
De acordo com ele, sem acompanhamento, até 20 mil habitantes da cidade podem ter doenças psiquiatricas em consequência da tragédia --que hoje faz um mês.
 
Vice-presidente do grupo de intervenção em desastres e crises da Associação Mundial de Psiquiatria, Thomé preside a unidade Brasil da Rede Ibero-Americana de Ecobioética.
 
A rede criou um modelo de intervenção de longo prazo para os familiares das vítimas do incêndio na boate República Cromañon, em Buenos Aires, que matou 194 pessoas em 2004. Também deu assistência à população atingida pelas enchentes de 2008 no Vale do Itajaí, Santa Catarina.
 
Em entrevista à Folha, o psiquiatra diz que a população precisa de três anos de assistência médica e psicológica.
 
Folha - Por que sr. diz que o verdadeiro trabalho de assistência às vítimas do incêndio de Santa Maria ainda não começou?
José Toufic Tomé - Todos os voluntários foram para lá num momento de comoção, para ações pontuais, não coordenadas umas às outras. Um mês depois, a comoção passa, as notícias são outras e todos os danificados pela tragédia, que precisam de ajuda, ficam abandonados.
 
Há alguma estimativa de quantas pessoas foram atingidas pela tragédia?
Estatísticas da Unesco e da Associação Mundial de Psiquiatria mostram que cada danificado físico projeta o dano para 400 pessoas ligadas direta ou indiretamente a eles. Se temos 239 mortos em Santa Maria, são quase 100 mil pessoas.
 
Todas elas precisam de algum tipo de intervenção?
Um aspecto é: a cidade inteira precisa. Santa Maria tem 300 mil habitantes e funciona em torno de uma universidade --onde está a maioria dos atingidos. Mas há um outro aspecto. Estudos também mostram que, de todos os atingidos, 20% pode desenvolver algum tipo de patologia. Então são pelo menos 20 mil pessoas com sério risco de ter doenças.
 
Quais doenças?
Em alguns casos, a pessoa vai direto para a depressão e não sai. Mas muitas têm o que chamo de depressões mascaradas: síndrome do pânico, fobias, compulsões, adições, doenças psicossomáticas como gastrites, enxaquecas.
 
Isso é o chamado estresse pós-traumático?
Estresse pós-traumático é um diagnóstico muito genérico, foi fabricado por necessidade jurídica, para justificar indenizações. Mas a condição aparece com uma série de doenças simultâneas, que têm de ser tratadas. No caso de desastres e crises, é preciso um modelo especial de tratamento.
 
Como é esse modelo?
Envolve assistência em diferentes áreas: médica, psicológica, jurídica, educacional, por um período longo, idealmente três anos. E a capacitação dos profissionais envolvidos. Quando há um desastre, os cuidadores têm que lidar com outra concepção de trauma. Classicamente, o trauma é psíquico, está no campo da fantasia. Não é o caso. O trauma é real, se a pessoa fica com medo de ambientes fechados cheios de gente não é paranoia, não dá para patologizar.
 
Quando vira doença?
Quando a pessoa não enterra o morto --não elabora o luto, em linguagem psicanalítica. O luto demora no mínimo um ano para ser elaborado, porque a pessoa tem que passar por todas as datas significativas (início das aulas, aniversários, comemorações familiares) para fazer esse ciclo e se despedir. A intervenção que propomos é uma forma de ajudar essas pessoas a enterrarem seus mortos e a viverem suas vidas.
 
Como isso foi feito com as famílias atingidas pelo incêndio na boate Cromañon, em Buenos Aires?
Primeiro, fizemos um banco de dados de cada envolvido, com dados médicos, profissionais, familiares, situação jurídica. A questão das indenizações no caso da Argentina causa problemas até hoje.
 
As pessoas não foram indenizadas?
Não é só isso. Elas tem que receber apoio jurídico, mas não podem assumir o papel de vítimas, virar os representantes da catástrofe. Pode ser de interesse jurídico manter a tragédia viva, mas a pessoa vitimizada vira refém da situação, passa a viver só em função do desastre.
 
O modelo de intervenção usado no caso argentino pode ser usado aqui?
O que funcionou muito e deveria ser feito no Brasil é a criação do banco de dados. O que não funcionou foi uma ação mais integrada com o governo. Não dá para trabalhar sem ele. Aqui, a proposta é fazer um acordo de trabalho para durar três anos, em que o poder público se responsabilize por sustentar as ações necessárias. Também aprendemos, na atuação em vários desastres e crises, que é preciso conscientizar as equipes das diversas áreas de que ninguém é dono da tragédia. O psicólogo não vai tirar o trabalho do médico, ou vice-versa, mas todos precisam conversar e criar uma malha interligada de apoio.
 
Fonte Folhaonline

Médicos criam técnica para operar nervos microscópicos usando robô

Após sofrer um corte aparentemente banal enquanto abria uma lata para cozinhar, a advogada paulistana Regiane Tedesco descobriu que havia perdido toda a sensibilidade em um dedo da mão ao ter um importante nervo cortado.

Ela procurou a ajuda de médicos brasileiros e acabou se tornando uma das primeiras pessoas do mundo a ser submetida a uma microcirurgia de nervo realizada por meio de um robô.

A pesquisa médica que possibilitou sua cirurgia foi realizada por um grupo de cirurgiões brasileiros, franceses e americanos. Eles formam a Sociedade Ramses (sigla em inglês da Sociedade de Microcirurgia e Endoscopia Assistidas por Robôs), criada há dois anos para estudar o assunto.

A técnica é nova e pode abrir as portas para a realização de cirurgias robóticas complexas em praticamente todos os nervos do corpo, até mesmo no cérebro. Outra possível utilização é para o reimplante de membros amputados.
 
O acidente de Tedesco ocorreu no segundo semestre de 2012. Ela cozinhava em casa para o marido, quando pegou uma lata defeituosa de alcachofras.
 
"Eu tentei abrir a lata, mas estava difícil e eu cortei meu dedo na lâmina. Imediatamente parei de sentir o dedo. Estava sangrando muito, eu enrolei minha mão em uma toalha e corri para o hospital", disse.
 
No primeiro atendimento, ela teve o corte suturado, mas a sensibilidade não voltava e o dedo ficava cada vez pior.
 
O problema era que o nervo lesionado não havia sido reconectado. Ela foi então encaminhada para um grupo de especialistas e concordou em ser submetida a uma nova técnica de microcirurgia para religar o nervo.
 
A diferença de um procedimento tradicional é que seria realizada por meio de um robô.
 
Robôs na medicina
A ideia de usar robôs médicos em cirurgias surgiu pela primeira vez na década de 1990. Os primeiros protótipos surgiram no exterior com o objetivo de operar, de forma remota, astronautas em missões no espaço ou militares no campo de batalha.
 
Entretanto, imperfeições na transmissão de dados entre a estação onde estava o médico e a sala de cirurgia com o robô --por vezes distantes centenas de quilômetros-- tornaram a ideia inviável.
 
Porém, os pesquisadores perceberam que, se médico e robô estivessem no mesmo ambiente, não haveria problemas de transmissão de dados, segundo o cirurgião Gustavo Mantovani, co-fundador da Ramses e médico no hospital Oswaldo Cruz, de São Paulo.
 
Embora fosse perdida a vantagem do tratamento remoto, os robôs se revelam capazes de aumentar a destreza e a precisão do cirurgião em até cinco vezes.
 
"Controlando os braços robóticos você tem uma filtragem do tremor fisiológico do ser humano. Isso aumenta também a qualidade da sua sutura, do seu procedimento", disse Mantovani.
 
O médico afirmou ainda que o robô possui um sistema computadorizado para permitir que suas pinças façam movimentos milimétricos --que o cirurgião consegue visualizar por meio de uma câmera que funciona como um microscópio tridimensional.
 
Todo o sistema é controlado pelo médico, que fica sentado em um console equipado com visor e controles. Diferente do que acontece em uma cirurgia tradicional, quando o cirurgião tem que operar em uma posição desconfortável, o equipamento facilita procedimentos longos.
 
"A cirurgia começa a avançar e a partir de duas a três horas você começa a ficar muito cansado. O robô evita isso porque você está em uma posição muito mais ergonômica de se trabalhar e muito menos cansativa", afirmou o cirurgião ortopedista Leonardo Mendonça, que também participa da pesquisa.
 
Pesquisa
Esses robôs já são usados rotineiramente desde os anos 2000 em alguns tipos de cirurgia, especialmente as urológicas.
 
Médicos de diversas especialidades se esforçam agora para criar novas técnicas para integrar os robôs aos mais diversos tipos de procedimentos.
 
A inovação criada pelo grupo de ortopedistas associados a Mantovani é adaptar o uso do robô a cirurgias de nervo.
 
Algumas operações usando a nova técnica já foram realizadas na França e no Brasil desde o ano passado. Tedesco foi a primeira paciente brasileira a passar por uma microcirurgia robótica de mão.
 
A cirurgia robótica ainda é uma procedimento limitado e caro no Brasil. Mas a pesquisa desses cirurgiões deve contribuir para popularizá-la e possibilitar, no futuro, cirurgias complexas no sistema nervoso central, especialmente no cérebro.
 
"O robô é uma forma de ampliar as habilidades do cirurgião. Eu vejo no futuro eles sendo usados em cirurgias minimamente invasivas com alta qualidade. Poderemos fazer procedimentos que nem imaginamos serem possíveis hoje", disse Mantovani.

Fonte Folhaonline

Dados nacionais sobre implantes de válvulas cardíacas darão origem a estudos

O Hospital Israelita Albert Einstein vai coordenar um banco de dados nacional das válvulas cardíacas implantadas por meio de cateter para realizar estudos e seguimento dos pacientes.
 
Esse tipo de implante é feito sem a necessidade de cirurgia de peito aberto, sendo menos invasivo do que o procedimento-padrão. Um espécie de tubo é inserida por uma veia do paciente e leva a válvula até o coração, onde ela é posicionada e aberta.
 
O banco de dados já contém 418 casos da implantação de válvula por cateter de todo o país, vindos de 18 hospitais, sendo que 84 são do próprio Einstein.
 
De acordo com Luiz Vicente Rizzo, diretor de pesquisa do hospital, o objetivo dessa parceria entre o Einstein e a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, que mantém o cadastro das válvulas, é realizar estudos científicos que permitam reavaliar as indicações do procedimento.
 
Hoje, a implantação da válvula via cateter só é indicada nos casos em que não é possível realizar a cirurgia aberta, como em idosos que não resistiriam à operação. Dependendo dos resultados a longo prazo, seria possível ampliar essa indicação.
 
Rizzo compara a questão ao uso dos stents ("molas" que mantêm as coronárias abertas) após um infarto. "Antigamente, todo mundo fazia ponte de safena. Quando os stents começaram, houve a necessidade de entender quanto tempo duravam, quais vantagens eles ofereceriam além do fato de não precisar abrir o paciente, se tinham a mesma eficácia."
 
É o que vai ser feito agora com as válvulas. Segundo Rizzo, espera-se obter uma resposta sobre a comparação entre a cirurgia aberta e a implantação por cateter para as válvulas em até cinco anos.
 
"Esperamos que essa seja uma história de sucesso como os stents", afirma ele.

Fonte Folhaonline

Governo processa Cogumelo do Sol por publicidade enganosa

Por suspeita de publicidade enganosa por parte da empresa Cogumelo do Sol Agaricus do Brasil, o Ministério da Justiça instaurou, nesta quarta-feira (27), um processo administrativo para investigar o caso.
 
A denúncia partiu do Ministério Público de Minas Gerais, que entendeu não haver informações claras o suficiente na propaganda, o que poderia levar o consumidor ao erro de ver o produto como um medicamento, dotado de benefícios terapêuticos, e não da forma correta, na categoria de alimento.
 
"O principal neste caso é a falta de informação correta, o que é fundamental para o consumidor poder exercer o seu poder de escolha", afirma Tamara Amoroso, coordenadora do departamento de proteção e defesa do consumidor do ministério.
 
A empresa tem dez dias para apresentar suas argumentações. A multa prevista nesta situação, desde que confirmada a denúncia, pode chegar a R$ 6,2 milhões.
 
A reportagem não conseguiu fazer contato com a empresa pelo 0800 disponível no site e não teve resposta no contato feito por e-mail.
 
Fonte Folhaonline

Governo derruba liminar contra o veto a aditivos no cigarro

O governo conseguiu reverter a decisão liminar que esvaziava decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de retirar os cigarros com sabor do mercado.
 
Em dezembro de 2012, o SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco) conseguiu na Justiça uma liminar que suspendia o efeito da resolução da Anvisa de 2012 que pretende banir os aditivos de sabor no cigarro a partir de setembro deste ano.
 
O argumento utilizado pela indústria é que não cabe à agência instituir este tipo de veto --o que deveria ser feito por meio de uma lei, entende o setor.
 
A Anvisa perdeu o prazo para se manifestar, e a liminar foi concedida ainda em dezembro. Em janeiro, a agência e a AGU (Advocacia-Geral da União) apresentaram um recurso à Justiça e acabaram derrubando a liminar nesta terça-feira (26).
 
A Anvisa argumenta que mascarar o sabor do cigarro é uma estratégia da indústria do tabaco para ganhar espaço entre o público jovem.
 
Fonte Folhaonline

Estudo acha riscos genéticos comuns a transtornos psiquiátricos

Pela primeira vez, um estudo mostrou que cinco transtornos psiquiátricos --autismo, depressão, TDAH (transtorno de deficit de atenção e hiperatividade), transtorno bipolar e esquizofrenia--compartilham fatores de risco genéticos.
 
A conclusão é dos pesquisadores do Consórcio de Genética e Psiquiatria, dos Estados Unidos.
 
O trabalho, publicado hoje no periódico médico "Lancet", revisou o genoma de mais de 33 mil pacientes com diagnóstico de doenças psiquiátricas e de 27 mil voluntários de um grupo-controle, sem os transtornos, em busca de variações do DNA que poderiam causar a suscetibilidade às cinco doenças.
 
O resultado é a identificação de regiões com similaridades para os transtornos em dois cromossomos e em dois genes ligados aos canais que regulam o fluxo de cálcio nas células do cérebro.
 
O estudo aponta que uma via biológica específica relacionada aos canais de cálcio ("poros" celulares) contribui para a patogênese de diversos problemas psiquiátricos e reafirma o potencial dessa via como um alvo para novas classes de remédios.
 
Segundo os autores, as conclusões do estudo oferecem evidências para que as bases biológicas sejam usadas no diagnóstico e para a classificação dos transtornos. Por ora, o diagnóstico se baseia na análise clínica.
 
Caixa preta
Segundo Emmanuel Dias Neto, pesquisador associado do Laboratório de Neurociências do Instituto de Psiquiatria da USP e cientista adjunto do Hospital A.C. Camargo, o estudo tem grande impacto pela quantidade de pacientes envolvidos e é interessante porque analisa o que essas doenças têm em comum.
 
"O estudo mostra que elas têm 'caminhos moleculares' parecidos", afirma.
 
Ele lembra, porém, que ainda não há aplicação prática do achado para quem tem uma dessas doenças.
 
"Estamos começando a conhecer a caixa-preta que é o genoma. No futuro, cada transtorno será visto como uma alteração de determinadas moléculas, o que deve personalizar o tratamento."

Fonte Folhaonline

Unidades móveis de teste rápido de aids estarão disponíveis nas 27 capitais até 2014

Rio de Janeiro – O Ministério da Saúde vai disponibilizar, até o fim de 2014, unidades móveis de testagem rápida e gratuita de HIV/aids a todas as 27 capitais do Brasil. O público-alvo do trailer são gays, homens que fazem sexo com homens e travestis, mas o teste pode ser feito por qualquer pessoa interessada.
 
Na quarta-feira (27), o ministério inaugurou um trailer no Rio de Janeiro. As cidades de Brasília, do Recife e de São Paulo já contam com o equipamento de testagem voluntária, que é parte do Projeto Quero Fazer, iniciado em 2011 pela organização não governamental (ONG) Espaço de Prevenção e Atenção Humanizada (Epah), com o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

O diretor adjunto do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, que participou da inauguração do novo trailer, explicou que o trabalho está sendo desenvolvido em parceria com prefeituras e governos estaduais. "Estamos adquirindo 12 trailers para as capitais-sedes dos jogos, já na Copa das Confederações. E até o fim de 2014 pretendemos montar essa estrutura para atender especialmente ao público de gays, travestis, profissionais do sexo, mas também ao público em geral.”

No Rio, o trailer será o segundo ponto de aconselhamento e testagem. O primeiro funciona na sede do Grupo Arco-íris, desde 2011. No ano passado, nas quatro cidades em que o projeto atua (Brasília, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro), foram realizadas 8.389 ações de aconselhamento e testagem, sendo 309 com resultados positivos. Desde o início das atividades, foram realizados 15.237 testes nas quatro capitais.

Além dos testes, a equipe que trabalha no trailer dá informações e apoio às populações mais vulneráveis à doença. O coordenador do projeto, Beto de Jesus, explicou que a iniciativa tem dado capilaridade ao Sistema Único de Saúde (SUS), pois chega a pessoas que, geralmente, têm medo de sofrer preconceito e evitam a rede pública para fazer o exame. “Trabalhamos com horários alternativos, à noite, aos domingos, quando as unidades de saúde estão fechadas. E também vamos onde essa população está. Muitas vezes, o estigma e a discriminação impedem que essas pessoas sejam atendidas na rede pública.”

Os bairros da Lapa e Madureira, locais identificados como os de maior frequência desse público na cidade do Rio, contarão com o trailer duas vezes por semana, sempre no período da noite, por cinco horas.

A equipe da unidade móvel é composta por dez pessoas: uma coordenadora, dois aconselhadores, quatro educadores, dois flebotomistas (que fazem o teste) e o motorista. Embora o resultado saia em cerca de 15 minutos, todo o processo de conversa e aconselhamento dura aproximadamente uma hora.

No caso de um resultado positivo, a pessoa é encaminhada para uma unidade de saúde pública. Para Beto, o fato de os aconselhadores e flebotomistas serem funcionários de uma unidade de saúde (federal, municipal ou estadual) contribui para uma reflexão dentro das próprias comunidades e para a diminuição do preconceito. “Esses funcionários costumam indicar a pessoa com teste reagente para a unidade onde trabalham e criam uma situação mais favorável para esses pacientes. Depois da experiência no trailer, esses funcionários voltam para o serviço com uma outra cabeça”, completou.

Dados do Ministério da Saúde do fim do ano passado apontam que cerca de 530 mil pessoas convivem com HIV/Aids no Brasil. Cerca de 255 mil não sabem que têm a doença.

Fonte Agência Brasil

Mais de 4 mil médicos começam a atuar em regiões vulneráveis

AdicionO programa tem como principal intenção
influenciar a formação do médico
Brasília - A partir de hoje (1º), 4.392 médicos passarão a atender em 1.407 municípios do Programa de Valorização do Profissional Médico.
 
Eles receberão bolsas de R$ 8 mil mensais, pagas pelo Ministério da Saúde, para atuar em periferias de grandes cidades e em municípios do interior, onde há dificuldade para a contratação de médicos. Os bolsistas irão fazer especialização em saúde da família.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acentua que a preocupação é mudar o perfil da formação médica. “O programa tem como principal intenção influenciar a formação do médico. Nós queremos a experiência do profissional na atenção básica, cuidando das pessoas, entendendo o contexto de onde o paciente mora. Isto tem que ser valorizado na formação do profissional” explicou o ministro.

A atuação dos profissionais nas equipes de atenção básica será supervisionada por instituições de ensino superior. Os médicos vão cumprir 32 horas de atividades práticas e oito horas de atividades teóricas, por semana. Por não terem contrato de dedicação exclusiva, poderão trabalhar em outros locais.

Do total de municípios inscritos para receber profissionais, 49% estão no Nordeste (696), para onde vão 2.494 médicos. O Sudeste tem 25% dos municípios inscritos (357) e vai contar com 1.018 profissionais. O Sul receberá 370 profissionais em 169 cidades. No Norte, que teve o menor número de adesões de municípios, 241 médicos vão atuar em 84 cidades. O Centro-Oeste contará com 269 profissionais em 101 municípios. As periferias das regiões metropolitanas receberão a maior parte dos profissionais (1.724 médicos).
 
Fonte Agência Brasil

Células de câncer aproveitam 'caos' para se reproduzir

BBC
Células de câncer no intestino sofreram o 'estresse de
replicação de DNA'
Células cometem erros ao fazer cópias de seus códigos genéticos. Cientistas querem usar essa instabilidade para criar novos tratamentos contra a doença
 
Uma pesquisa britânica explicou a forma como as células de câncer se aproveitam do 'caos' de seu código genético para se espalhar pelo corpo.
 
Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, as células de câncer que formam um tumor são muito diferentes entre si e, assim, tornam-se mais resistentes aos medicamentos, facilitando sua proliferação.
 
A pesquisa, publicada na revista especializada Nature, constatou que as células de câncer que usavam sua matéria-prima ficavam "estressadas" e cometiam erros ao fazer cópias de seus códigos genéticos.
 
A maioria das células normais no corpo humano tem 46 cromossomos. No entanto, algumas células cancerosas podem ter mais de 100 cromossomos. Além disso, tal padrão é inconsistente: células cancerosas podem ter números diferentes de cromossomos entre si.
 
Para os cientistas, essa diversidade ajuda os tumores a não serem afetados pelos tratamentos e a 'colonizarem' novas partes do corpo.
 
Caos e ordem
Os cientistas da organização Cancer Research UK e do Instituto do Câncer do University College de Londres tentam descobrir como o câncer se transforma em algo tão diverso, com células tão diferentes entre si.
 
Anteriormente se acreditava que, quando uma célula cancerosa se separava para criar duas novas células, os cromossomos não eram divididos de forma igual entre as duas. No entanto, Charles Swanton, que liderou a pesquisa, realizou exames células de um câncer no intestino e concluiu que "há pouca prova" de que isso ocorre.
 
Cânceres são levados a fazer cópias deles mesmos. No entanto, se as células cancerosas não têm mais os tijolos de construção de seu DNA, elas desenvolvem o chamado "estresse de replicação de DNA". De acordo com a pesquisa, é a partir desse "estresse" que surgem os erros e os tumores diversos.
 
"É como construir uma ponte sem todos os tijolos e cimento o bastante para as fundações. Contudo, se você pode fornecer os blocos de DNA, você pode reduzir o estresse de replicação e limitar a diversidade nos tumores, o que pode ser terapêutico", afirmou Swanton.
 
O professor admitiu que "parece errada" a ideia de que pode ser terapêutico fornecer o combustível para o crescimento de um câncer. Mas o pesquisador afirmou que o estudo prova que o estresse de replicação era a raiz do problema e que novas ferramentas podem ser desenvolvidas para lidar com isso.
 
Os pesquisadores identificaram três genes perdidos com frequência em células de câncer de intestino diferentes, que foram muito importantes para o câncer que está passando pelo processo de estresse de replicação de DNA. Todos estavam localizados em uma região do cromossomo 18.
 
"Esta região do cromossomo 18 é perdida em muitos tipos de câncer, sugerindo que este processo não é visto somente no câncer de intestino", afirmou o professor Nic Jones, cientista-chefe da organização Cancer Research UK.
 
"Cientistas agora podem começar a procurar formas de evitar que isto ocorra ou usar esta instabilidade contra o câncer", acrescentou. Os próximos estudos vão investigar se esse mesmo estresse causa a diversidade em outros tipos de tumores.
 
Fonte iG

Misturar bebida diet ao drinque embriaga mais rápido

Ausência de açúcar e de calorias faz o álcool entrar mais rápido na corrente sanguínea
 
Contadores de calorias, cuidado: misturar bebidas dietéticas no drique intensifica os efeitos do álcool, de acordo com os resultados de testes com bafômetro feitos nos Estados Unidos.
 
Uma pesquisa ainda preliminar sobre o uso de diferentes misturas, como refrigerante, suco ou refrigerante diet, mostra que a versão diet pode aumentar o teor de álcool no ar expirado em comparação com drinques feitos com bebidas açucaradas e mais calóricas.
 
“É importante ter consciência desse fenômeno. As pessoas tendem a pensar que o mais importante é cortar calorias, mas quando você está ingerindo álcool, essas calorias ajudam a desacelerar a liberação do álcool para o fígado e o cérebro”, disse a autora do estudo, Cecile Marczinski, professora assistente do departamento de ciência psicológica na Northern Kentucky University, em Highland Heights (EUA).
 
A concentração de álcool no ar expirado – o que a polícia mede para determinar se alguém consumiu mais do que o limite legal de álcool – é afetada por diferentes fatores. Ter alimento no estômago pode reduzir a concentração de álcool na respiração em até 57% em relação ao consumo de álcool com o estômago vazio, de acordo com informações no estudo.
 
Como muitas pessoas estão preocupadas com o próprio peso, particularmente as mulheres, os pesquisadores decidiram ver como algumas bebidas misturadas ao álcool podem afetar os níveis dessa substância no hálito.
 
Para o estudo, publicado este mês na revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research, os pesquisadores recrutaram oito homens e oito mulheres com idade média de 23 anos para participar de três sessões do estudo. Em uma sessão eles beberam vodca misturada com um refrigerante normal, sabor limão. Em outra, beberam vodca misturada com a versão diet do mesmo refrigerante, que é artificialmente adoçado com aspartame. Na sessão final, como placebo, eles beberam refrigerante normal com uma pequena quantidade de álcool para criar apenas o cheiro de bebida. Em cada sessão, os voluntários do estudo bebiam de três a quatro drinques num curto período de tempo. O teor de álcool na respiração foi medido oito vezes nas três horas após o consumo dos drinques.
 
Os níveis de álcool no hálito atingiram seu pico 40 minutos após os voluntários terem bebido os drinques. Quando o álcool foi misturado com refrigerante normal, contendo açúcar, o nível de álcool no hálito ficou abaixo do limite legal – de 0,077 naquele país. Mas para os bebedores de refrigerante diet, o pico foi de 0,091, o que está acima do limite legal para dirigir um carro nos EUA. Os níveis de álcool no hálito permaneceram altos para quem bebeu os drinques com refri diet por um período de três horas.
 
Os pesquisadores também fizeram os voluntários do estudo realizar um teste no computador depois de beber. Os participantes que tomaram as bebidas dietéticas tiveram resultados levemente piores, apesar de não terem reportado qualquer diferença na forma como realizaram os testes ou em como se sentiram ao realiza-los, em comparação com os que haviam bebido drinques com refrigerante normal.
 
“Eles foram um pouco mais lentos para responder. Foi uma diferença pequena, mas estatisticamente significativa”, disse Marczinski.
 
Marczinski suspeita de que o álcool foi liberado do estômago mais rapidamente no grupo do refrigerante diet porque não havia açúcar (nem calorias) no estômago para retardar essa liberação. Os pesquisadores não notaram diferença entre homens e mulheres neste estudo. Mas, de acordo com Marczinski, “as mulheres são mais propensas a consumir bebidas alcoólicas com refrigerante diet”.
 
“A mensagem aqui é que as pessoas não devem beber com o estômago vazio, e devem pensar duas vezes na hora de tentar economizar calorias misturando bebidas dietéticas ao álcool”, disse Marczinski.
 
Samantha Heller, nutricionista clínica na Universidade de Nova York concorda que as descobertas do estudo devem encorajar cautela.
 
“Se você não comeu antes de começar a beber, o açúcar no sangue vai cair. Se misturar ao álcool bebidas diet, você terá um risco muito maior de se intoxicar com o álcool”, advertiu ela.
 
Fonte iG