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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Bruxismo atinge as crianças e profissionais desconhecem a gravidade

O clichê sempre compara o sono das crianças ao “dos anjos”, mas um distúrbio temporomandibular joga esse ditado no lixo.

O bruxismo, hábito de ranger e/ou apertar os dentes durante o sono, além de provocar um barulho muitas vezes assustador, causa diversos problemas, como dores de cabeça e faciais e desgaste dos dentes. Não bastasse todo esse incômodo para os pequenos, a falta de profissionais capacitados ainda é um obstáculo para os pais. Pesquisas realizadas na clínica infantil da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da Universidade de São Paulo, detectaram que o problema é o terceiro motivo de procura por dentistas, atrás apenas da dor resultante das lesões de cáries e dos traumatismos dentais.

Aos 4 anos, enquanto dormia, Henrique Bernardes começou a produzir sons de rangido dos dentes assustando a mãe, Marina Gonçalves. De dia, o menino, que hoje está com 6 anos, reclamava de dores de cabeça e, após algum tempo, apresentou os dentes da frente quebradiços. Por já ter conversado a respeito do assunto com a sogra e pelo fato de a irmã já ter passado pelo mesmo problema, Marina soube quem procurar, embora não tivesse obtido respostas. “A dentista dele disse que era para eu esperar um tempo. Se não passasse, ele iria usar uma placa, mas ela nunca me disse o que causava o problema”, recorda.

O menino está trocando a dentição e vez ou outra ainda range os dentes, mas a mãe, mesmo preocupada, decidiu esperar mais um pouco para procurar outra opinião. Segundo a professora Kranya Victoria Díaz-Serrano, a falta de conhecimento de alguns profissionais sobre bruxismo e DTMs (desordens temporomandibulares) em crianças se dá, em parte, porque as faculdades abordam o assunto quase que exclusivamente mirando a população adulta. Na USP, o tema bruxismo e DTMs em crianças e adolescentes faz parte da grade curricular da graduação, na disciplina de odontopediatria. “Antigamente, acreditava-se que o bruxismo ocorria apenas em adultos. A partir da década de 1980, vêm sendo desenvolvidas pesquisas que têm como foco a população infantil ”, recorda.

Ela, que lidera as pesquisas do assunto na faculdade, conta que a procura dos pais por consultas é prova de que as pessoas estão mais informadas. A clínica infantil da USP recebe pelo menos três casos por semana. A especialista explica que o distúrbio é provocado por vários fatores e que, para a pessoa ser considerada como portadora do problema, o diagnóstico deve ser etiológico e não apenas sintomático. “Existem questões morfológicas, patofisiológicas e psicológicas que podem causar o distúrbio, as quais influenciam sua forma de manifestação”, diz.

Causa ou efeito
De acordo com o dentista João Palmieri, o bruxismo é uma das chamadas parasonias — ocorre normalmente nas fases 2 e REM do sono e , segundo estudos mais recentes, parece estar ligado a alguma forma de modulação orgânica, como uma resposta do indivíduo aos efeitos deletérios do estresse físico ou psíquico. “Isso significa que o bruxismo, em si, não é uma doença. Os efeitos sobre os dentes, como desgastes, fratura, hipermobilidade e os microdespertares durante o sono, é que são os problemas”, explica.

Ele conta que, quando o assunto é criança, a hiperatividade mastigatória noturna tem uma alta prevalência — cerca de 55% das crianças durante a dentição mista (de leite e permanente). Segundo Palmiere, é comum os pais notarem o suposto problema se agravar dos 5 aos 9 anos, quando ocorre a troca dos dentes decíduos (de leite) para os permanentes.

A professora Kranya Victoria Díaz-Serrano explicita que a teoria odontológica da década de 1960, que defendia que os elementos “periféricos” como interferências oclusais ou a maloclusão seriam as bases do bruxismo do sono, é, atualmente, no mínimo, controversa e inconclusiva. Estudos polissonográficos evidenciam que os fatores periféricos não são instrumentais na gênese dessa parafunção e que o contato interdental é o último episódio na sequência de eventos no bruxismo do sono. “Parece que o bruxismo desempenha um papel crucial não só na esfoliação dos dentes decíduos, mas também na estimulação da expansão óssea”, avalia.

Com Davi do Rego Barros, 6 anos, filho de Alexandra do Rego Barros, o problema ainda não foi resolvido. O garoto range os dentes durante a noite. A mãe conta que já o levou no pediatra por diversas vezes, ouvindo sempre que o distúrbio era causado por vermes. “Eu dava o vermífugo para ele, mas, mesmo assim, ele não melhorou”, lamenta. Filipe Silqueira Reis, do Instituto Brasiliense de Odontologia (IBO), conta que o distúrbio pode ser causado por questões emocionais, psicológicas, sistêmicas, deficiências nutricionais, estresse, problemas respiratórios, interferências dentais e até genética.

Acompanhamento
Para detectar o problema, Reis aconselha a vigília. “É possível observar durante a noite, quando a criança está dormindo, o barulho do ranger dos dentes. Nos casos mais avançados, percebe-se os desgastes nos dentes, além de relatos de dores de cabeça”, observa. Para João Palmiere, crianças que apresentam facetas de desgaste típicas do bruxismo raramente têm problemas de falta de espaço para os dentes permanentes. Para ele, alguns indivíduos bruxistas ou bruxômanos possuem uma arquitetura oclusal (forma como os dentes se organizam) que favorece o contato simultâneo dos dentes posteriores e anteriores. “Na criança, um arranjo semelhante ocorre durante a dentição mista. Quando fazemos as reconstruções dos dentes em adultos e propiciamos que o toque nos dentes anteriores desencostem os dentes posteriores, conseguimos reduzir os efeitos do bruxismo sem, no entanto, reduzir a atividade em si”, descreve.

Ele conta que, na clínica dele, foi desenvolvido uma técnica de reconstrução minimamente invasiva, usando somente resinas compostas, no qual tem obtido resultados animadores (plástica oclusal). “O tratamento para o bruxismo em crianças é a redução do estresse, algo cada vez mais difícil nos dias atuais”, acredita. Ele alerta que o uso de placas de mordida é altamente contraindicado para crianças, pois funcionariam como aparelhos que evitariam o crescimento e a expansão da maxila.

Fonte Zero Hora

Uso prolongado dos aparelhos de ar-condicionado causa vários problemas

Grande parte do Brasil sofre com o clima quente e seco das últimas semanas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as altas temperaturas e a baixa umidade devem continuar até, pelo menos, a próxima semana.

Quem mora no Distrito Federal, um dos locais mais atingidos, e tem condições para isto, costuma buscar refúgio contra o calor inclemente em ambientes com ar-condicionado. O calor pode ser minimizado, mas há consequências: uma das principais, mas menos conhecida, é a ocorrência de problemas nos olhos. Entre as maiores queixas de quem tem acesso a esse conforto estão irritações na visão, ardência, vermelhidão, vista embaçada, coceira e sensação de areia nos olhos.

De acordo com o oftalmologista Jonathan Lake, a incidência de reclamações entre quem fica em ambientes fechados e com o ar ligado parece ser maior no fim do inverno — justamente, esta época —, pois a baixa umidade do ar piora os problemas oftalmológicos. “Com certeza, nesse calor de setembro as pessoas recorrem muito ao ar-condicionado, principalmente nos escritórios. O ar, porém, resseca ainda mais o ambiente e as mucosas em geral, e os olhos sofrem com isso”, explica. O oftalmologista Celso Boianovsky concorda: “Quando vamos analisar o ambiente de trabalho da pessoa, que imaginamos ser bem controlado, vemos que as queixas de irritação, vermelhidão e ardência na vista são potencializadas. Afinal, além de o ar-condicionado roubar a umidade do local, na maioria das empresas a manutenção dos aparelhos é deficitária”.

A farmacêutica Ana Paula Petruceli, 34 anos, tem que lidar com a conjuntivite e as crises de rinite alérgica, muito comuns entre quem passa horas em ambientes climatizados. Ela trabalha seis horas por dia em um lugar com ar-condicionado constantemente ligado. “E quanto mais quente está o clima, mais gelado a gente coloca o aparelho”, admite. Como o aparelho retira as partículas de água presentes no ar, no decorrer da tarde a farmacêutica sente os olhos pregando e ardendo. “Eles também lacrimejam e ficam irritados. Aí, dá vontade de coçar, mas evito isso, porque sei que só piora a situação”, destaca.

Andréa foi diagnosticada com uma alergia ocular: cerca de 10 horas por dia em ambiente com ar-condicionado (Paulo de Araújo/CB/D.A Press)
Andréa foi diagnosticada com uma alergia ocular: cerca de
10 horas por dia em ambiente com ar-condicionado
Ela assume que, antes de se graduar em farmácia, costumava se automedicar, usando colírios comuns e soro fisiológico nos olhos, mas nenhuma das medidas resolveu seu problema. “Por isso, fui a um oftalmologista. Ele recomendou um colírio antialérgico e um para lubrificar os olhos, chamado de lágrima artificial.” A farmacêutica garante que os dois remédios, embora não tenham acabado definitivamente com a irritação na vista, melhoraram bastante a situação.

Síndrome
A autônoma Leônia Vieira, 39 anos, passa pelo menos oito horas por dia em um ambiente com equipamento de refrigeração. Após alguns anos nessa rotina, percebeu que seus olhos coçavam e ardiam intensamente, “mais do que o normal”. “Então, no ano passado, fui a um oftalmologista, porque estava sentindo muita dor, sensação de que os olhos ficavam espetando. Eu achei que tinha algum problema sério na córnea”, conta. Leônia descobriu que estava com a síndrome do olho seco, problema que, segundo Boianovsky, talvez não tivesse se manifestado se ela não morasse em uma cidade tão seca e não usasse o ar-condicionado tão frequentemente.

A síndrome é uma doença caracterizada pela diminuição da produção de lágrimas ou por deficiências em alguns de seus componentes, como enzimas e proteínas. Esse problema deixa os olhos mais sensíveis a vírus, bactérias, fungos e outros micro-organismos. O problema pode ser sazonal ou se tornar crônico.

Há cerca de um mês, Andréa Rocha, 26 anos, servidora pública, achou que estava com conjuntivite. “Meus amigos do trabalho estavam com medo, pois também acreditavam que eu tinha conjuntivite. Meus olhos ficavam muito vermelhos e sensíveis durante o dia, sintomas que se intensificavam à noite”, lembra, destacando saber que aparelhos de ar-condicionado ajudam a disseminar a doença. Quando foi ao médico, porém, o diagnóstico foi alergia ocular.

Ela passa cerca de 10 horas por dia em lugares com ar-condicionado, o que parece ter sido determinante para seu problema. “Ainda fico com os cantos dos olhos vermelhos, apesar do tratamento com colírios lubrificantes e antialérgicos. Como os aparelhos geralmente não recebem muita manutenção, há acúmulo de ácaros, e isso prejudica a saúde. Não tem muito como fugir”, resigna-se Andréa.

O alergista Willan Guerreiro destaca que é comum os indivíduos que ficam muito tempo em lugares com refrigeração terem irritações nas vistas e conjuntivite alérgica, associada a problemas nas vias respiratórias, como rinite alérgica e asma. Um equipamento de ar-condicionado com manutenção deficitária é veículo para a transmissão de poeira, ácaros, vírus e bactérias, agentes que causam principalmente coceira nos olhos e ardência. Ele explica, ainda, que vários fatores, como a presença de carpetes em escritórios, intensificam o problema.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) usa a expressão “síndrome do edifício doente” para descrever as situações em que os ocupantes de prédios apresentam problemas de saúde ligados à climatização artificial. Entre as medidas necessárias para evitar a síndrome estão fazer a vistoria do aparelho, tanto em prédios quanto nos carros, a cada seis meses, e trocar os filtros, quando necessário.

Colírios
O oftalmologista Celso Boianovsky adverte que pingar soro fisiológico nos olhos para aliviar os sintomas de alergias oculares é condenável. “O soro nada mais é do que uma água semiesterelizada e com sal, que em nada se parece com a lágrima”, detalha. Usar colírios comuns, encontrados facilmente nas farmácias, tampouco é um procedimento adequado.

Boianovsky alerta que esses colírios são vasoconstritores, com substâncias que diminuem as artérias e os vasos oculares. “Com eles, o paciente apenas reduz a vermelhidão, mas não trata a causa do problema. Além disso, o organismo da pessoa pode ficar dependente desse colírio.” O oftalmologista Jonathan Lake determina que cada paciente é diferente, o que requer um tratamento personalizado. “Por isso, não adianta pegar emprestado o medicamento usado por um parente ou amigo: o que funciona para um tipo de paciente não funciona para o outro.”


Limpeza obrigatória
O deputado federal Washington Reis (PMDB-RJ) propôs um projeto de lei, em análise pela Câmara dos Deputados, que torna obrigatória a realização anual de limpeza geral nos aparelhos de ar-condicionado e nos dutos dos sistemas de ar refrigerado central em todos os prédios públicos e comerciais. O PL 969/11 determina que a responsabilidade pela fiscalização dessa norma será da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa

Fonte Correio Braziliense

Especialistas divulgam relatório pedindo atenção à fibrilação atrial


A doença é uma espécie de arritmia cardíaca que responde por cerca de 20 dos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos no mundo.

Cidade do México — Um grupo multidisciplinar com especialistas, dentre outros lugares, do México, da Suécia e do Brasil produziu um relatório com o intuito de alertar os governantes e a população para a necessidade do diagnóstico precoce da fibrilação atrial (FA), como forma de prevenção dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs) causados por ela. A doença cardíaca, que impede o completo bombeamento do sangue, é responsável por 20% dos AVCs isquêmicos. A análise indica que o problema não está só no diagnóstico, que, geralmente, é realizado quando o paciente já sofreu um derrame — como é popularmente chamado o AVC —, mas também no tratamento da doença. Os medicamentos utilizados até hoje causam efeitos colaterais diversos e isso acaba provocando a utilização errada dos remédios. Para a equipe, há a necessidade de divulgar informações sobre a enfermidade para prevenir uma epidemia.

Todos os anos, 15 milhões de pessoas são acometidas por AVCs — das quais, cerca de 5,7 milhões morrem. Os especialistas avaliam que, à medida que a população envelhece, o número de mortes aumenta significativamente — a estimativa é de que, até 2024, se nada for feito, esse indicador triplique. “Trata-se de uma epidemia que já está acontecendo. O AVC é uma séria ameaça à saúde pública na América Latina”, ressalta Carlos Cantú, professor do Programa de Derrames da Universidade Nacional Autônoma do México e membro fundador da Associação Mexicana de Derrames.

Entre os países da América Latina, o Brasil e o México possuem as maiores populações e os mais altos índices de mortes por AVC, com 129,2 mil e 33 mil, respectivamente. Com fibrilação atrial, o Brasil tem aproximadamente 1,5 milhão pessoas, número que pode ser maior se considerado aqueles não diagnosticados. A cada cinco casos de AVC isquêmicos, um é causado pela fibrilação atrial. Por ser uma doença com sintomas vagos, é recorrente que o paciente só saiba que é portador quando sofre um derrame. É justamente por isso que o grupo denominado Action for Stroke Prevention (Ação para a Prevenção do AVC) pede que os governantes conscientizem a população sobre a enfermidade.

No entanto, diz Cantú, quando diagnosticado, basta que o paciente use o medicamento corretamente para prevenir o AVC. “Há muito tempo se utilizam os anticoagulantes de forma errada. É necessário explicar o jeito certo de usá-los, para só assim evitar o derrame”, atenta. Segundo Cantú, o motivo para a dificuldade no uso do remédio são efeitos colaterais dos medicamentos à base da vitamina K (VKAS), que podem causar hemorragias, além de obrigarem os pacientes a mudarem muito o estilo de vida. “Os pacientes devem tomar cuidado para não se ferirem e mudar os hábitos alimentares, pois a comida interfere no efeito do medicamento”, explica.

Apenas um terço dos portadores da doença recebem tratamento adequado para prevenir os coágulos de sangue. Um novo tratamento para a doença está sendo realizado com a substância warfarina, que, além de não ter efeitos colaterais, não interfere na qualidade de vida dos pacientes. Nesse caso, os portadores da doença não precisam fazer o controle sanguíneo para detectar hemorragias e ainda podem ingerir a droga com alimentos. “Com essa substância, eles vivem normalmente”, conclui.

Informação
O grupo de especialistas destaca que há a necessidade de melhorar a instrução entre os pacientes e os profissionais da área de saúde a respeito dos riscos e benefícios dos VKAS; e também incentivar as pesquisas sobre novos tratamentos. “Temos que evidenciar os estudos e as ações que diminuam a mortalidade com a doença”, acredita Trudie Lobban, fundadora da Aliança de Arritmia e diretora executiva da Associação de Fibrilação Atrial.

As recomendações do grupo, contidas no relatório, tratam de assuntos como divulgação de informações da doença, métodos para o diagnóstico prematuro e adequado da fibrilação atrial e avaliação dos riscos do AVC. Outra preocupação é como fornecer administração adequada e igualitária de tratamento aos pacientes em todos os países da América Latina e avançar em pesquisas relacionadas com as causas, a prevenção e o controle da FA. “Os legisladores e contribuintes precisam entender melhor a fibrilação atrial e o AVC relacionado com a doença para tomarem decisões informadas”, opina Trudie Lobban.

Para ela, as pessoas têm 25% de riscos de desenvolver a doença. “Fica claro que há uma necessidade médica não cumprida para a prevenção do AVC em pessoas com FA”, observa. Mellanie True, portadora da doença e também fundadora do site StopAfib.org, voltado para portadores da doença, conta que faltam informação e apoio de todas as partes. “Eles (pacientes) sofrem uma mudança emocional com o estresse que pode ser causado pelos sintomas da FA e pelo medo do AVC”, relata.

Maiores danos
Pacientes com fibrilação atrial que sofrem AVC têm um prognóstico muito pior do que aqueles que não têm a doença. São danos abrangentes e duradouros, deixando 5 milhões de pessoas permanentemente deficientes todos os anos. Pelo fato de o AVC surgir repentinamente, nem os pacientes nem os familiares estão preparados para lidar com o ônus físico, psicológico e financeiro da doença.

No Brasil, por exemplo, os gastos nacionais com atendimento médico na primeira hospitalização de um paciente com AVC chega a aproximadamente R$ 60 milhões, segundo estudo divulgado em 2009 na revista Neuroepidemiology. Esse valor pode ser mais alto se a pessoa for portadora da fibrilação atrial. “É fundamental que retiremos as barreiras ao atendimento ao paciente e apoiemos a melhoria da comunicação e da instrução aos pacientes e médicos. Se agirmos agora, de maneira estratégica e deliberada, a prevenção é possível”, acredita Mellanie True.

O chefe do serviço de arritmia e eletrofisiologia do Hospital da Trinidade San Isidro, em Buenos Aires, diz que é possível prevenir AVC relacionado com a FA por meio da detecção precoce — e até mesmo controlar a doença. “As recomendações do nosso relatório oferecem medidas estratégicas que podem ser tomadas para evitar uma epidemia potencialmente devastadora”, mensura. Ele considera que as primeiras medidas deveriam ser aumentar o entendimento da doença entre governos, profissionais da área de saúde e o público; e incentivar o desenvolvimento e o uso de novas abordagens para o controle da FA.

Fonte Correio Braziliense

Substância da Phyllomedusa nordestina elimina o protozoário da Leishmaniose

A leishmaniose deixou de ser uma doença de ocorrência apenas em áreas consideradas remotas. Nos últimos 30 anos, a mazela avançou sobre os centros urbanos e hoje se encontra fora de controle no Brasil e no mundo.

Para se ter uma ideia de sua gravidade e do seu avanço no país, a enfermidade é um dos maiores problemas de saúde pública do estado do Pará e já chegou ao Sul — região antes considerada de difícil adaptação dos insetos transmissores, por conta das baixas temperaturas.

Além da transmissão descontrolada, outro problema, talvez ainda mais grave, aflige a sociedade: a falta de um tratamento adequado e eficaz contra a doença. A saída, porém, pode estar na própria natureza, mais especificamente, nas costas de anfíbios. Uma pesquisa brasileira indica que uma substância encontrada na secreção desses animais tem ação potente contra o protozoário que provoca o mal.

A descoberta foi feita por José Roberto Leite, coordenador da equipe do Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia da Universidade Federal do Piauí (Biotec/UFPI), após testar a substância em células infectadas pela leishmania. “Entre dezenas de outras substâncias testadas, encontramos uma que pode dar origem a um fármaco muito mais eficaz que os existentes hoje”, afirma o pesquisador. A molécula se destacou contra a leishmaniose tegumentar, tipo da doença que se manifesta na pele.

A substância à qual Leite se refere é a dermaseptina 01, e foi extraída da secreção produzida pela Phyllomedusa nordestina, perereca de cerca de 5cm de comprimento muito comum no Delta do Parnaíba, no Piauí. Segundo o pesquisador, o líquido extraído do dorso do animal tem alto poder antimicrobiano, sendo capaz de protegê-lo de bactérias e fungos. O ambiente úmido e cheio de matéria orgânica em que os anfíbios estão imersos na quase totalidade de sua vida é ideal para a proliferação de bactérias comensais, que vivem na parte externa do corpo dos animais. Assim, o desenvolvimento de um sistema imunológico eficaz foi essencial para o sucesso evolutivo de espécies da ordem dos anuros — sapos, rãs e pererecas.


Sabendo disso, os cientistas focaram os estudos na identificação das substâncias presentes na secreção e na forma como elas atuam sobre micro-organismos patogênicos. “A ideia é conhecer essas substâncias antimicrobianas, sua estrutura molecular, e tentar mimetizar seus efeitos antibióticos contra bactérias patogênicas ao homem”, descreve Leite. Esse esforço de prospecção se iniciou em 2002, com anfíbios do Cerrado, quando o especialista integrava uma equipe de pesquisadores na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Pouco tóxica
Os anfíbios possuem em sua região dorsal uma série de glândulas granulares, especializadas na produção de veneno. Leite explica que essas estruturas produzem diversas classes de moléculas de interesse, principalmente peptídeos — biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos. No caso da Phyllomedusa nordestina, há mais de 20 substâncias no peptídeo que foram isoladas e estudadas uma a uma (veja quadro).

A identificação da ação da dermaseptina 01 foi feita depois de ser testada nas células infectadas pela leishmaniose. Em 24 horas, a substância conseguiu acabar com o protozoário da doença. “Essas moléculas têm se mostrado muito potentes contra a leishmaniose tegumentar, além de apresentar menos efeitos colaterais contra células humanas, ou seja, baixa toxicidade”, afirma o coordenador da Biotec.

A toxicidade é um dos gargalos no tratamento contra a leishmaniose no mundo. Os dois únicos remédios existentes contra a doença trazem efeitos colaterais extremamente prejudiciais ao homem. Para se ter uma ideia do nível tóxico de tais medicamentos, o índice de mortalidade de pacientes que fizeram uso do tratamento é entre 5% a 20%. “Por isso, a dermaseptina 01 tem nos dado a expectativa de que, a partir dela, possam surgir uma classe de medicamentos eficazes contra a doença”, acredita Leite.
Nanoestruturas

Para que essa substância se torne mais eficaz contra a doença, os pesquisadores criaram nanofilmes com espessuras semelhantes a uma membrana natural que, aplicada sobre a pele, libera aos poucos a dermaseptina 01. “Para atacar a célula, a dermaseptina 01 tem de atravessar a parede celular. Assim como nos nanofilmes artificiais, já podemos analisar como se dá o processo na membrana celular da leishmania”, explica Valtencir Zucolotto, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e coordenador da rede Nanobiomed, que estuda plataformas nanotecnológicas aplicadas à medicina.

No Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia, no Piauí, os cientistas desenvolveram um tipo de nanofilme feito da goma de cajueiro, na qual a substância pode ser inserida para chegar à célula e combater o protozoário. “Pretendemos utilizar esse material de caráter regional como uma membrana antiparasitária em feridas de pacientes com leishmaniose cutânea, aproveitando, além das propriedades do peptídeo, os efeitos da goma de cajueiro purificada que possui atividade antimicrobiana e antioxidante, já comprovadas por outros trabalhos de nosso grupo”, completa Leite.

O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e doutor em saúde pública pela Universidade de Harvard, Carlos Henrique Costa, mostra-se animado com os resultados da pesquisa e acredita que o estudo dos peptídeos possa originar novos medicamentos, sobretudo contra outras doenças tropicais. “Os anfíbios conseguiram sobreviver às grandes catástrofes, muito por conta dos peptídeos que eles produzem — inimigos naturais dos micro-organismos patogênicos.”

Costa ressalta a importância de pesquisas sobre a leishmaniose por causa da transmissão descontrolada, já que o inseto transmissor da doença se ada pta bem às condições urbanas. “Ele pode se transforma no novo Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue) muito mais rapidamente do que imaginamos”, alerta. “Toda pesquisa em busca de produtos farmacológicos traz esperança, pois não temos como combater a doença, que está se expandindo”, enfatiza o presidente da SBMT.

Tipos
A leishmaniose pode ser do tipo tegumentar e visceral. No primeiro caso, provoca lesões na pele e, em casos mais graves, ataca as mucosas do rosto, como nariz e lábios (leishmaniose mucosa). A manifestação visceral afeta os órgãos internos, causando febre, emagrecimento, anemia, aumento do fígado e do baço e imunodeficiência (diminuição da capacidade de defesa do organismo contra outros micróbios).
Fonte Correio Braziliense

Mais de 75% das pessoas com Alzheimer desconhecem a doença

Estimativa é que existam 36 milhões de portadores da doença no mundo e que o número chegue a 66 milhões em 2030

Mais de 75% das pessoas que vivem com a doença de Alzheimer no mundo não foram diagnosticadas. É o que aponta relatório da organização Alzheimer´s Disease International, que reúne entidades em vários países. De acordo com o documento, mesmo nos países ricos o percentual de diagnóstico da doença é baixo, variando de 20% a 50%. Nas nações pobres e emergentes, é ainda menor. Menos de 10% dos casos de demência foram identificados.

A estimativa é que existam 36 milhões de portadores da doença no mundo. Esse número deve chegar a 66 milhões em 2030 e 115 milhões em 2050.

A organização alerta que o desconhecimento da doença retarda o início do tratamento, que melhora a qualidade de vida dos pacientes e das famílias. A entidade chama a atenção para a informação equivocada de que a demência é uma enfermidade ligada ao envelhecimento, o que dificulta o debate sobre a doença na sociedade.

No relatório, a recomendação é que cada país tenha uma política nacional para o diagnóstico e tratamento precoce da doença. Os cuidados podem significar economia de US$ 10 mil com um paciente de Alzheimer.

O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa sem cura. O sintoma mais comum da doença é a perda de memória, que pode ser confundida com problemas da idade ou estresse. Com o avanço da doença, outros sintomas surgem como irritação, agressividade, mudança de humor, confusão mental e falha na linguagem.

Fonte Zero Hora

Arroz preto ajuda a combater câncer e doenças cardíacas

Cereal traz benefícios à saúde por conter baixos níveis de açúcar e ter mais fibras e antioxidantesO arroz preto é um grande aliado para combater doenças cardíacas e o câncer. Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Estadual da Louisiana mostra que o cereal, consumido principalmente em países asiáticos, traz grandes benefícios à saúde em geral.

Em análises feitas em amostras do farelo do arroz preto foram encontrados níveis elevados de antocianina, o antioxidante responsável pela cor do grão. Apenas uma colher desse farelo contém mais antocianina do que em uma colher de mirtilo ou qualquer outra fruta de pigmento escuro.

O arroz ainda traz mais benefícios por conter baixos níveis de açúcar, além de ter mais fibras e antioxidantes.

O autor do estudo, Zhimin Xu, afirma que a antocianina protege as artérias e impede danos no DNA. Xu acredita que valeria a pena investir no produto como corante natural ou, ainda, como ingrediente para cereais, bolos e outros alimentos.

Fonte Zero Hora

Cidade paulista vai propor vacinação nacional contra HPV

É o 2º ano consecutivo que o munícipio de Itu realiza campanha contra o papilomavírus humano

A Secretaria de Saúde de Itu, na região de Sorocaba, São Paulo, realiza pelo segundo ano consecutivo, a partir de sábado, 17, uma campanha de vacinação pública contra o papilomavírus humano (HPV), considerado a principal causa de câncer no colo do útero. A expectativa é de vacinar gratuitamente 1,2 mil meninas nascidas no ano 2000.

A campanha foi criada por lei municipal em 2010 e está sendo copiada por outras cidades paulistas e dos Estados da Bahia e Rio Grande do Sul. O prefeito ituano, Herculano Passos Júnior, vai propor ao Ministério da Saúde a criação de um programa nacional.

Segundo ele, a vacinação evitaria gastos elevados com o tratamento desse tipo de câncer e pouparia vidas. A vacina aplicada na campanha de Itu protege as meninas contra os HPVs oncogênicos dos tipos 16, 18, 31 e 45, responsáveis por mais de 80% dos casos de câncer do colo do útero.

Programa de vacinação
A aplicação é feita em meninas que, presumivelmente, ainda não iniciaram sua vida sexual e, portanto, não tiveram contato com o vírus, transmissível sexualmente. A vacinação não é obrigatória, mas a prefeitura incentiva a prática através de campanha nas escolas e no sistema de saúde.

De acordo com o secretário de Saúde de Itu, Marco Aurélio Bastos, o programa de vacinação contra o HPV do município foi apresentado no Congresso Brasileiro de Infectologia realizado em agosto, em Brasília, e será objeto de painel no Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, em 2 de outubro.

"Há a possibilidade de se tornar um programa nacional", disse. A vacina, segundo ele, é importada e de valor elevado, mas a prefeitura consegue grande redução no custo por adquirir em lotes. "A vacina tem se mostrado uma ferramenta eficaz para controlar a incidência do câncer do colo do útero e seu custo é infinitamente menor do que o tratamento."

Fonte estadão

Estudo mostra que o bom sono evita problemas de hipertensão

Segundo pesquisadores do InCor, a condição mais frequentemente associada aos hipertensos é a apneia, um distúrbio que suspende a respiração enquanto a pessoa dorme

Ao estudar as causas da hipertensão resistente, que não cede com o uso de medicamentos, um grupo de pesquisadores constatou que a condição mais frequentemente associada ao problema é a apneia do sono - distúrbio caracterizado pela suspensão da respiração enquanto o paciente dorme.

O estudo foi realizado por cientistas do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com pesquisadores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e já foi aceito para publicação na revista Hypertension.

Em outro estudo ainda inédito, o grupo do InCor também demonstrou que o uso do equipamento conhecido como CPAP - sigla em inglês para "pressão positiva contínua nas vias aéreas" -, tratamento padrão para a apneia do sono, pode ser eficiente como terapia auxiliar, no caso dos pacientes com hipertensão resistente.

Um estudo anterior, publicado em março na Hypertension, havia demonstrado que o CPAP é eficiente também como prevenção, no caso de pacientes pré-hipertensos.

Os dois trabalhos sobre hipertensão resistente foram realizados no âmbito de um projeto que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa - Regular e foi coordenado por Geraldo Lorenzi Filho, professor do InCor.

"Os pacientes com hipertensão resistente, por definição, são aqueles que não conseguem controlar a pressão arterial mesmo tomando três fármacos anti-hipertensivos em dose máxima, sendo um deles diurético.Trata-se de um problema muito grave, por isso decidimos realizar um estudo sobre as causas desse tipo severo de hipertensão", disse à Agência FAPESP.

Em parceria com cientistas do Instituto Dante Pazzanese, os pesquisadores do InCor monitoraram mais de uma centena de pacientes de hipertensão resistente, a fim de investigar a causa do problema. A conclusão foi que a apneia era a condição mais frequentemente associada a ele.

"Identificamos uma frequência de 64% de casos de apneia do sono nessa população de hipertensos resistentes. A apneia foi, de longe, a principal causa do problema", disse Lorenzi.

Em um segundo trabalho com os hipertensos resistentes, os pesquisadores do InCor separaram de forma randomizada, durante seis meses, um grupo tratado com o CPAP e medicamentos e outro apenas com os medicamentos. O trabalho fez parte de um doutorado e acaba de ser submetido à Hypertension.

"O tratamento com o CPAP conseguiu provocar uma queda significativa na pressão arterial dos pacientes. Trata-se de uma alternativa de tratamento adjuvante, que não dispensa o uso de fármacos. Mas o resultado foi animador", disse.

Hipertensão mascarada
De acordo com Luciano Drager - também professor do InCor e um dos responsáveis pela série de estudos sobre apneia e hipertensão -, além dos trabalhos relacionados aos pacientes refratários ao tratamento, o grupo realizou um estudo com foco no caso inverso: os pacientes com pré-hipertensão ou hipertensão mascarada.

"Já sabíamos que a apneia do sono é um fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão e que o tratamento com CPAP promove uma redução da pressão arterial. Começamos então a levantar a seguinte questão: se usarmos o CPAP em pacientes que estão sob risco de desenvolver a hipertensão, será que conseguiríamos impedir o surgimento do problema?", disse.

Para descobrir a resposta, os cientistas estudaram pacientes com dois tipos de problema: a pré-hipertensão e a hipertensão mascarada. "Essas duas condições são fatores que aumentam o risco de o paciente desenvolver no futuro uma hipertensão sustentada", afirmou.

A pré-hipertensão, segundo Drager, é caracterizada por indivíduos cuja pressão arterial é normal, mas com valores próximos aos limites da hipertensão. Já nos casos de hipertensão mascarada, os pacientes não apresentam o problema quando a pressão é medida de forma pontual, mas acusam hipertensão quando são submetidos por 24 horas a um aparelho mais sofisticado de monitoramento da pressão arterial.

"Estudamos 36 pacientes com apneia do sono bastante forte. Fizemos uma randomização e metade deles foi tratada com o CPAP e metade permaneceu sem tratamento por três meses. Observamos que no final do período o grupo que recebeu o tratamento com CPAP teve uma redução considerável da frequência de hipertensão", contou.

No início do estudo, 94% dos pacientes com apneia apresentaram pré-hipertensão. Depois do tratamento com o CPAP apenas 55% continuavam com o problema. Quanto à hipertensão mascarada, 39% apresentaram o problema no início do estudo. Após o tratamento com CPAP, a frequência foi reduzida para 5%.

O grupo que não recebeu o CPAP não apresentou mudanças significativas. "Entre os tratados com CPAP, a redução da pré-hipertensão e da hipertensão mascarada foi muito significativa, considerando que foram apenas três meses de tratamento", disse Drager.

O paciente com apneia dorme mal, ronca, tem prejuízos na memória e sonolência diurna, por isso precisa do tratamento. Mas a principal mensagem do estudo, de acordo com o cientista, é que, além da melhora de qualidade de vida ocasionada pela redução dos sintomas da apneia, o tratamento com CPAP pode, em tese, prevenir a ocorrência de hipertensão.

"Investir no tratamento da apneia com o uso do CPAP pode ser uma alternativa para reduzir a hipertensão da população, com um impacto econômico positivo muito relevante nos recursos públicos", destacou.

O artigo The Effects of Continuous Positive Airway Pressure on Prehypertension and Masked Hypertension in Men With Severe Obstructive Sleep Apnea (doi:10.1161/HYPERTENSIONAHA.110.165969), de Luciano Drager, Geraldo Lorenzi Filho e outros, pode ser lido por assinantes da  Hypertension em http://hyper.ahajournals.org/.

Fonte Estadão

Consuma mais zinco e deixe sua saúde protegida

Mineral é essencial para fortalecer o sistema imunológico

Ter uma alimentação rica em minerais é essencial para manter a saúde em dia. Mas, entre tantos nutrientes, um deles assume papel de destaque: o zinco. "Esse mineral é essencial para que nosso corpo continue funcionando de maneira eficiente. Ele nos protege de um número grande de doenças e ajuda a combater outras que já se instalaram em nosso organismo", diz a nutricionista Natalia Lauterbach, da rede Mundo Verde, em São Paulo.

A falta de zinco na alimentação é um problema sério, que segundo a Organização Mundial da Saúde, está ligada a muitos casos de mortes, já que esse mineral tem função importante em nosso sistema imunológico. O problema é mais comum em países menos desenvolvidos, mas a carência de zinco atinge também países mais ricos. De acordo com a OMS, a população brasileira tem um consumo moderado de zinco, mas não o ideal, ficando abaixo de países como Uruguai, Chile e Venezuela. "O consumo mínimo indicado de zinco é de sete miligramas por dia para as mulheres e nove para os homens, mas pode variar conforme a idade. Para os idosos, por exemplo, o número sobe para oito entre as mulheres e 11 para os homens. No Brasil, temos um número um pouco inferior a esse", diz a nutricionista.

Papel no organismo
O principal papel do zinco no organismo acontece no sistema imunológico. "O zinco é importante tanto para a síntese de células imunológicas como em sua ação de defesa contra vírus, bactérias e fungos", diz Natália Lauterbach.

De acordo com a OMS, pessoas que não consomem quantidades suficientes de zinco têm maiores chances de sofrer com ação de agentes infecciosos, e por isso, passam mais tempo doentes se comparadas com aquelas que têm uma ingestão de zinco adequada.

O zinco também protege o organismo por ter ação antioxidante, diminuindo a quantidade de radicais livres em nosso corpo. Esse tipo de molécula, afeta negativamente as funções das células, aumentando as chances de desenvolver tipos diferentes de câncer.

Além disso, aproximadamente 100 enzimas diferentes precisam do zinco para conseguir catalisar reações químicas que mantém as funções celulares eficientes. Por isso, o zinco, além de ter papel importante em nossa imunização, ainda ajuda praticamente todo o corpo a funcionar melhor.

Nutrição infantil

O zinco é ainda mais importante para as crianças. A ingestão adequada desse mineral é essencial para que os pequenos cresçam de forma saudável. De acordo com a OMS, algumas das maiores causas de morte infantil são diarreia- que ainda causa 18% das mortes entre crianças no mundo- e pneumonia, dois problemas que tem relação direta com a falta de zinco.

"O sistema imunológico das crianças é mais frágil que o dos adultos, por isso uma alimentação rica em zinco é essencial", diz a nutricionista. Para se ter uma ideia da importância do zinco na alimentação de uma criança, uma das ações mais realizadas pela Organização Mundial da Saúde para diminuir os casos de mortalidade infantil em países pobres é incluir suplementos de zinco na dieta. Desde que essa medida foi adotada no final da década de 1980, os casos de morte por diarreia no mundo em crianças com menos de cinco anos caíram de 4,5 milhões para 1,8 milhões em 2006.

 De acordo com uma pesquisa realizada pela Unicef em 2009, suplementos de zinco para gestantes pode prevenir várias complicações durante o parto e ainda ajudar o bebê a ganhar peso após o nascimento, reduzindo o risco de infecção. Por isso, é indicado que as grávidas consumam, diariamente 12 mg de zinco.  

Sintomas da falta de zinco

Como o zinco atua em diversas funções de nosso corpo, a falta dele tem consequências, como fragilidade do sistema imunológico, ferimentos que não cicatrizam, dificuldade de sentir gosto salgado de alimentos, problemas na pele (psoríase), aumento dos níveis de glicose no sangue, pele seca e amarelada e mau funcionamento do fígado.

"Entre todos esses problemas, o que mais preocupa é o efeito que a falta de zinco provoca sobre o sistema imunológico. Isso faz com que o organismo fique muito mais exposto a todas as doenças infecciosas", explica a nutricionista.

Fontes de zinco

Uma alimentação balanceada fornece as quantidades diárias de zinco para que nosso corpo fique protegido. Os alimentos
campeões desse nutriente são as ostras, mas outras fontes mais comuns podem fazer parte de nosso cardápio diário.

"Uma dieta com oleaginosas, como nozes e castanhas, todos os tipos de carne, arroz e pão integrais já faz o nosso sistema imunológico funcionar melhor", diz a nutricionista. Além desses alimentos, a semente de abóbora, aveia, feijão e leite integral também são boas fontes desse mineral.

Mas, em alguns casos, apenas a alimentação não consegue fornecer ao corpo a quantidade que falta de zinco. "Alimentos são sempre a melhor opção, mas em alguns casos, com o aconselhamento de um médico, é necessário investir nos suplementos para atingir as doses diárias desse mineral", diz Natalia Lauterbach.

Além disso, de acordo com a nutricionista, pessoas que sofrem com acrodermatite enteropática (falta de absorção de zinco pelo intestino), diabetes, transtornos alimentares, doenças intestinais e doenças renais podem precisar de suplementos de zinco para compensar a falta de absorção causada por esses problemas.  

Combinações poderosas

De acordo com o U.S. Department of Agriculture, várias porções de alimentos devem ser combinadas para que a cota diária do mineral seja atendida. Para ilustrar esta recomendação, podemos dizer que uma porção de carne bovina (4 mg de zinco), duas de arroz integral (2 mg), e duas de leite (2 mg) por dia fornecem no total 8 mg de zinco, o que representa o consumo indicado para adolescentes e adultos.

Consumir durante o dia uma porção de pão integral (1,6 mg), farelo de aveia (2,9 mg) duas porções de arroz integral(2,0 mg), feijão (1,15mg) uma de carne de frango (1,5mg) já é o suficiente para um adulto atingir as quantidades recomendadas desse mineral. 

Excesso também faz mal

Mesmo que esse mineral seja essencial para o nosso organismo, consumi-lo em excesso (mais de 50 miligramas por dia durante semanas), pode fazer mal à saúde. Isso acontece por causa da relação do mineral com as moléculas de cobre no organismo. "Quando os níveis de zinco estão muito altos em nossa corrente sanguínea, a quantidade de cobre diminui, deixando a pessoa com deficiência desse outro mineral", explica a nutricionista.

Os principais sintomas de excesso de zinco e falta de cobre no organismo são diarreia, sonolência, letargia, enjoo e vômitos frequentes. "Por isso, antes de tomar suplementos, é preciso saber se eles são realmente necessários e qual a dose indicada", diz a especialista. 

AlimentoPesoQuantidade de zinco (mg)
Ostras86 g 38
Nozes100g4,0
Castanhas100g4,0
Carne bovina130g4,0
Carne de frango180g1,5
Arroz integral40g1,0
Farelo de aveia94g2,9
Leite integral240g1,0
Feijão50g1,15
Semente de abóbora20g1,3
Pão integral80g1,6

IdadeHomensMulheres
1 a 3 anos3,0 mg3,0 mg
4 a 8 anos5,0 mg5,0 mg
9 a 13 anos8,0 mg7,0 mg
14 a 50 anos 8,0 mg7,0 mg
> 50 anos11,0 mg8,0 mg

Fonte Minha Vida

Uso de sabonetes antibacterianos pode causar alergia

Produtos como pastas de dentes e plásticos também são prejudiciais

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, crianças superexpostas a sabonetes antibacterianos contendo a substância triclosan podem sofrer com alergias. Em adultos, a maior exposição a níveis elevados de bisfenol A, substância presente em embalagens plásticas, afeta negativamente o sistema imunológico.

O triclosan é um composto químico muito usado em produtos como sabonetes antibacterianos, pastas de dentes, canetas, sacos de fraldas e dispositivos médicos. Já o bisfenol A (BPA) é encontrado em muitos plásticos, e usado, por exemplo, como um revestimento protetor dos recipientes de comida enlatada.

Para chegar a tais conclusões, os pesquisadores compararam os índices de BPA e triclosan presentes na urina com os níveis de anticorpos e com diagnósticos de alergias em uma amostra representativa da população de adultos e crianças acima de seis anos de idade.

Os cientistas também descobriram que pessoas com idade até 18 anos com altos níveis de triclosan eram mais suscetíveis de apresentar alergias e febre do feno.

Os resultados apóiam a tese de que viver em ambientes muito limpos e higiênicos pode afetar a nossa exposição a micro-organismos que são benéficos para o desenvolvimento do sistema imunológico. O triclosan pode mudar os microrganismos aos quais estamos expostos de tal forma que o desenvolvimento do sistema imune na infância é afetado. Recentemente, o uso de Bisfenol-A em mamadeiras foi proibido na Europa. 

Você é vítima da alergia?
Atualmente 5% das pessoas sejam alérgicas a um ou mais alimentos ou substâncias, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A alergia nada mais é do que a intolerância do organismo para certos agentes físicos, químicos ou biológicos, aos quais ele reage de forma exagerada.

O que acontece é que as células do sistema imunológico às vezes confundem uma substância alimentar com invasores perigosos. Nesses casos, o organismo pode desencadear reações alérgicas que vão de simples coceiras até problemas respiratórios graves. Um dado que surpreende é que os maiores causadores da alergia não são alimentos exóticos, mas aqueles que fazem parte da nossa dieta diária, como ovo, leite, trigo, entre outros.

Quanto mais proteína tiver o alimento, maiores são as chances de desencadear uma alergia, isto é, na hora da digestão as moléculas de proteína são as mais difíceis de serem "quebradas" e, às vezes, entram inteiras na corrente sanguínea - e o mesmo vale para substâncias industrializadas.

Resultado: as células do sistema imunológico confundem essas moléculas com corpos estranhos, como vírus e bactérias, e acabam atacando. É esse confronto desencadeia as reações alérgicas.  

Fonte Minha Vida

Conheça dez sinais de alerta para a baixa imunidade

Descubra os sintomas mais comuns que indicam um sistema de defesa deficiente

Unhas fracas, queda de cabelo, cansaço, problemas de pele... Se você apresenta um ou mais desses problemas, deve imaginar que está com a imunidade baixa, certo? Na verdade, não é tão simples assim. Sinais como esses podem ser muito vagos, já que podem significar uma infinidade de complicações, doenças e até fatores genéticos, que pouco têm a ver com uma imunodeficiência.

A médica imunologista Elisabete Blanc, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, conta que a baixa imunidade pode ser de causa primária, ou seja, quando a pessoa já nasce predisposta pela genética. "Por outro lado, pessoas que são saudáveis, em um dado momento da vida, podem se expor a situações que levem à dificuldade do organismo em manter um equilíbrio imunológico", completa.

Exemplos dessas situações vão desde maus hábitos a tipos específicos de tratamentos: uso de medicamentos que suprimem a imunidade, exposição à radiação, quimioterapia, má alimentação, uso de drogas, consumo de álcool, excesso de exercício físico, estresse prolongado, doenças que levam a uma grande perda de proteínas - substâncias que são "a matéria prima dos anticorpos", como explica Elisabete -, doenças crônicas, deficiências de vitaminas, falta de repouso adequado, entre muitos outros fatores.

De olho nas doenças mais persistentes
Como saber, então, se você realmente está com o sistema de defesa comprometido? De acordo com o clínico geral Fernando Manna, do Laboratorio NASA, não existe um exame único capaz de detectar se a pessoa está com a imunidade prejudicada. "O ideal é procurar um médico ao perceber sintomas recorrentes ou persistentes. O exame clínico realizado pelo médico assistente, aliado à queixa e evolução de sintomas, são orientadores na solicitação de exames", completa.

É mais fácil, portanto, perceber que o sistema imunológico está pedindo ajuda quando há repetições de várias complicações no organismo, que demoram a ir embora. "A diminuição da resistência orgânica cria condições para o desenvolvimento frequente de doenças", conta Fernando. Se a pessoa apresentar um mesmo problema - ou mais de um - diversas vezes, deve procurar um profissional.

A lista dos sinais alarmantes
Ainda assim, não é tão simples a detecção, uma vez que repetir demais uma complicação não é certeza de uma queda na imunidade. Um indivíduo pode ter as unhas fracas durante meses, por exemplo, mas isso pode ser apenas consequência de má higiene ou falta de alguns nutrientes na alimentação.

Por isso, vale ficar mais atento aos sintomas decorrentes de doenças que são mais comuns quando as defesas do organismo estão frágeis. Confira exemplos dados pelo clínico geral Fernando Manna e a imunologista Elisabete Blanc:
Boca: herpes, amigdalite e estomatite

Pele: infecções recorrentes, abscessos, doenças gerais causadas por fungos, vírus e bactérias

Ouvido: otites

Região genital: herpes

Sistema respiratório: gripes e resfriados

A percepção da imunodeficiência fica ainda mais clara com a lista da Fundação Jeffery Modell e a Cruz Vermelha Americana, elaborada para guiar médicos e profissionais no diagnóstico de pacientes. Elisabete explica que, ao apresentar um ou mais desses itens abaixo, a pessoa já deve ser investigada.

1. Duas ou mais pneumonias no último ano
Os sintomas da infecção no pulmão costumam ser: febre muito alta, calafrios, tosse com expectoração, falta de ar, dor no peito, vômitos, prostração, perda de apetite e dores no corpo.

2. Oito ou mais otites no último ano
A inflamação é provocada pelo acúmulo de líquido no ouvido. Há vários tipos de otite, que podem apresentar os seguintes sintomas: dor intensa, diminuição da audição, secreção, coceira, febre, falta de apetite, entre outros.

3. Estomatites de repetição ou monilíase por mais de dois meses
A estomatite pode ser percebida por lesões na boca e gengivas. Já a Monilíase é uma infecção causada por fungos e apresenta pontos brancos e escamosos em qualquer área da região bucal: língua, bochechas, gengivas ou lábios.

4. Abscessos de repetição ou ectima
O acúmulo de pus na pele em determinada área do corpo é conhecido como abscesso, também chamado de furúnculo. A ectima é uma infecção bacteriana que acontece, geralmente, por falta de higiene, com lesões que costumam acontecer com maior frequência nas pernas e nos pés.
5. Um episódio de infecção sistêmica grave: meningite, osteoartrite ou septicemia
Essas infecções comprometem o organismo como um todo e podem ser perigosas. A meningite é uma inflamação das meninges, membranas do encéfalo e da medula espinhal e pode ser causada por vírus ou bactérias.

A osteoartrite, por sua vez, é caracterizada por problemas que alteram as juntas dos joelhos, quadris, mãos e coluna vertebral, prejudicando o movimento.

Já a septicemia é uma infecção generalizada que se espalha por todo o organismo, por causa de bactérias que infectam o sangue.

6. Infecções intestinais de repetição ou diarreia crônica
O mau funcionamento do intestino pode ser causado por vários fatores, como alimentação ruim e problemas emocionais. No entanto, frequentes diarreias e problemas intestinais, relacionados a infecções, são mais preocupantes e podem ser indícios de imunodeficiência.

7. Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune
Tanto a doença do colágeno quanto a doença autoimune, como explica Elisabete, representam um grupo de doenças que faz o organismo produzir anticorpos contra ele mesmo, o que provoca uma queda na imunidade.

8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por micobactéria
Esse caso diz respeito, principalmente, a crianças que têm reação da vacina BCG, contra tuberculose. "A pele pode não cicatrizar após a vacina ou a criança pode sofrer com própria bactéria que dá a tuberculose", conta Elisabete.

9. Quadro clínico associado à imunodeficiência
De acordo com Elisabete, nesse tópico entram as mais variadas doenças e síndromes que podem ter relação com o sistema imunológico. "O médico poderá suspeitar de acordo com o histórico da pessoa e da predisposição genética", completa a imunologista.

10. História familiar de imunodeficiência
Pessoas que possuem casos na família de baixa imunidade também devem ficar mais atentas às respostas do organismo para doenças e, de preferência, fazer uma avaliação médica.

Fonte Minha Vida

Veja lista de alimentos que deixam a pele jovem


morango
O ideal é comer morangos no café da manhã

Castanha, morango e leite são importantes para a saúde da pele

Uma pele saudável é sinal de saúde. Ter o tecido elástico e com viço depende principalmente da qualidade de vida e da alimentação. Veja abaixo quais são os alimentos fundamentais que não podem faltar na dieta e que colaboram para deixar a pele com aspecto jovem e saudável.

Castanha-do-pará: rica em selênio, é um potente antioxidante e combate os radicais livres

Morango: rico em mirtilo, um antioxidante que protege contra os radicais livres. O ideal é consumi-lo no café da manhã

Água: mantém as células hidratadas e evita o aparecimento de rugas. O ideal é beber cerca de sete copos por dia

Leite: por causa do cálcio contido nele, contribui para o bom funcionamento das células da pele, pois combate a flacidez

Ovos: a lisina, um aminoácido contido nele, ajuda a produzir colágeno e evita a flacidez da pele Laranja e kiwi A vitamina C contida nessas frutas combate os radicais livres.

Fonte R7

Hospital italiano terá que sustentar criança que nasceu após esterilização

É a primeira vez que uma criança será mantida por um hospital por 23 anos

O hospital de San Daniele del Friuli, no norte da Itália, terá que pagar R$ 609 (cerca de 260 euros) mensais durante 23 anos a uma mulher que teve uma criança após se submeter a uma cirurgia de esterilização, além de ressarci-la em R$ 351 mil (cerca de 150 mil euros).

A sentença foi divulgada nesta terça-feira (13) pelo Tribunal de Tolmezzo, em Udine, que estabeleceu que o hospital terá que manter a criança até os 23 anos pagando o valor em questão, além da indenização para a mãe.

A italiana havia iniciado sua batalha legal há quatro anos, após descobrir que esperava seu sexto filho apesar de ter se submetido a uma cirurgia de laqueadura no hospital.

Embora tenha decidido ter a criança, denunciou o centro médico por ter fracassado na intervenção.

O advogado da mulher, Paolo Persello, explicou que o tribunal rejeitou a posição do hospital, que argumentava que a paciente assinou um documento que informava que a intervenção poderia ter um resultado negativo.

Os meios de comunicação italianos destacaram nesta terça-feira que este é o primeiro caso registrado no país de uma criança que será mantida por um hospital até os 23 anos.

Fonte R7

Bolsas" na pálpebra sinalizam risco de ataques cardíacos, diz estudo

Pequenas bolsas de tom amarelado nas pálpebras são formadas por depósitos de colesterol

Um estudo realizado na Dinamarca afirma que marcas amarelas nas pálpebras são um sinal de risco de ataque cardíaco e outras doenças, segundo pesquisadores.
A pesquisa, publicada no site especializado British Medical Journal mostra que pessoas que apresentam lesões cutâneas conhecida como xantelasmas estão 48% mais propensas a sofrer um infarto.

As pequenas bolsas de tom amarelado situadas nas pálpebras são formadas por depósitos de colesterol. As marcas indicam ainda a formação de gordura em outras partes do corpo.

Cardiologistas afirmam que a descoberta poderá auxiliar médicos a diagnosticar pacientes que possuem riscos de sofrer ataques cardíacos.

Na década de 70, uma equipe de pesquisadores do Hospital Herlev, na Dinamarca, passou a acompanhar um grupo de 12.745 pessoas. Desses, um total de 4,4% apresentava xantelasmas.

Alerta amarelo
Após 33 anos do início do estudo, 1.872 pessoas sofreram infartos, 3.699 desenvolveram doenças cardíacas e 8.507 morreram. O estudo mostrou que pessoas com as bolsas amarelas em torno dos olhos sofriam mais risco.

Entre os que possuíam o sinal característico da doença, 48% estavam mais propensos a sofrer um ataque cardíaco, 39% estavam mais inclinados a desenvolver doenças cardíacas e 14% tinham mais chances de morrer ao longo do estudo.

Os pesquisadores acreditam que pacientes com xantelasmas estão mais propensos a contar com depósitos de colesterol ao longo do corpo.

O acúmulo de gordura nas paredes das artérias, conhecida como arteriosclerose, induz a derrames e ataques cardíacos.

Tanto para homens como mulheres em diferentes grupos, o estudo mostrou que existe uma chance de 25% de portadores de xantelasma terem ataques cardíacos na próxima década.

Os pesquisadores dizem que os portadores da doença deveriam passar ''por mudanças em seus estilos de vida e por tratamentos a fim de reduzir o mau colesterol''.

Mas eles advertem que, atualmente, ''a maior parte das pessoas com xantelasmas procura dermatologistas, a fim de ter suas marcas removidas por razões estéticas''.

Por conta disso, eles afirmam que muitos pacientes não recebem tratamentos adequados para combater seu crescente risco de sofrer doenças cardiovasculares.

Fonte R7