Foto: ESBCP Imagem mostra o hidroxiapatite em pó |
Investigadores da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, em Portugal, descobriram que as espinhas de bacalhau podem ser utilizadas na produção de implantes ósseos e próteses dentárias.
A pesquisa demonstra que é possível extrair compostos à base de hidroxiapatite (fosfato de cálcio que é o principal componente dos ossos humanos e de animais) deste subproduto, conferindo-lhe aplicação efetiva na área da saúde.
A conversão das espinhas em hidroxiapatite é possível através de um processo simples de calcinação a temperaturas elevadas (entre 600 e 1250ºC). Este método permite a eliminação da matéria orgânica presente nas espinhas, resultando em um material que se distingue pelos elevados níveis de pureza e cristalinidade.
A investigação revela ainda que, tratando as espinhas em soluções apropriadas antes da calcinação, é possível preparar materiais com composições diferentes e dirigidos a aplicações específicas.
Testes realizados com estes materiais revelaram um nível de biocompatibilidade concorrencial com outros produtos comerciais à base de hidroxiapatite.
Além da aplicação na saúde, hidroxiapatite pode também ser utilizado no tratamento de águas residuais, incluindo a remoção de metais pesados, como o chumbo, ou a degradação de poluentes orgânicos, como corantes.
Tendo em conta que atualmente a maioria da hidroxiapatite utilizada nestes domínios é sintética, o processo desenvolvido a partir de uma fonte totalmente natural destaca-se por permitir o aproveitamento de um subproduto alimentar.
Segundo os pesquisadores, esta alternativa garante em particular o reaproveitamento de fósforo, elemento cuja utilização crescente coloca em dúvida sua disponibilidade no futuro.
Fonte isaude.net