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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Gel contraceptivo masculino será testado em abril

O novo método será utilizado por 400 casais durante um ano

O Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (Nichd) dos Estados Unidos desenvolveu um gel contraceptivo masculino, que bloqueia temporariamente a produção de esperma no corpo humano. O novo método começará a ser testado em abril, com 400 casais.

Os testes durarão aproximadamente quatro anos e serão realizados com parceiros dos Estados Unidos, Itália, Grã-Bretanha, Chile, Suécia e Quênia. Batizado de NestoroneGel, o produto contém dois hormônios sintéticos: testosterona e progestagênio.

O progestagênio impede os testículos de produzir testosterona o suficiente para o nível normal de esperma. E a testosterona substitutiva é necessária para contrastar o equilíbrio hormonal, mas sem produzir espermatozoides.

O gel deve ser aplicado nos braços e nas costas dos homens diariamente. “Não é um grande esforço. Só é necessário lembrar de usá-lo todos os dias” , explicou Diana Blithe, diretora do programa de desenvolvimento de contraceptivos do Nichd. O método é capaz suprimir o nível de esperma por aproximadamente 72 horas.

A princípio, os homens deverão usá-lo por pelo menos quatro meses e as parceiras deverão usar algum contraceptivo também. Enquanto isso, pesquisadores monitorarão os níveis de espermatozoide dos homens, que devem cair a menos de um milhão por mililitro para prevenir de maneira eficaz a gravidez.

Uma vez que o número seja suficientemente baixo, o casal utilizará somente o gel contraceptivo por um ano. O método já havia demonstrado eficácia em 2012, porém eram dois produtos diferentes a serem aplicados na pele. Atualmente, as únicas opções contraceptivas masculinas são o uso de preservativo e vasectomia.

Terra

Três em cada cinco pessoas que experimentam cigarros se tornam fumantes diárias

Pesquisa é amostra do poder viciante do tabaco e reforça necessidade de prevenir consumo por jovens

Pelo menos três em cada cinco pessoas que experimentam cigarros pela primeira vez se tornam fumantes diários, ainda que temporariamente. O achado é de estudo que angariou dados de diferentes levantamentos sobre o assunto com a participação de mais de 215 mil pessoas que está sendo publicado nesta quarta-feira no periódico “Nicotine & Tobacco Research”.

Segundo os cientistas, o resultado é uma amostra do poder viciante do tabaco e reforça necessidade de prevenir consumo por jovens, especialmente os adolescentes.

– Esta é a primeira vez que documentamos a notável capacidade viciante que os cigarros têm depois de uma única experiência em uma amostragem tão grande – destacou Peter Hajek, professor da Universidade Queen Mary, em Londres, e líder do estudo.

– No desenvolvimento de comportamentos adictos, sair da experimentação para a prática diária é um marco importante, já que isso implica que a atividade recreacional está se tornando uma necessidade compulsiva. E vimos que a taxa de conversão de “fumar pela primeira vez” para um “fumante diário” é surpreendentemente alta, o que ajuda a confirmar a importância de prevenir a experimentação dos cigarros em primeiro lugar.

Para o estudo, os cientistas fizeram buscas no Global Health Data Exchange, um grande repositório de levantamentos, censos, estatísticas e outros dados relacionados à saúde em nível mundial, por pesquisas relevantes que incluíram perguntas sobre a experimentação de cigarros e o tabagismo. Com isso, eles obtiveram dados de oito levantamentos feitos no Reino Unido, EUA, Austrália e Nova Zelândia cuja metodologia foi classificada como condizente com as melhores práticas na área.

Os pesquisadores então analisaram os dados para calcular a taxa de conversão de experimentar alguma vez cigarros e se tornar um fumante diário. Ao todos, eles estimaram que 60,3% dos participantes experimentaram cigarros, dos quais 68,9% progrediram para se tornarem consumidores diários do produto.

Mas como as metodologias usadas em cada levantamento são diferentes, estas estimativas têm uma grande margem de erro, com a taxa de conversão ficando entre um mínimo de 60,9% e um máximo de 76,9%. Dados estes números altos, os pesquisadores sugerem ainda que ao menos parte da redução da prevalência do tabagismo nos últimos 20 anos pode ser creditada à menor experimentação de cigarros pelos jovens.

– Preocupações foram expressadas com relação aos cigarros eletrônicos de que eles seriam tão viciantes quanto os cigarros convencionais, mas este não parece ser o caso – acrescentou Hajek. – É notável como poucos não fumantes que experimentam cigarros eletrônicos se tornam consumidores diários, enquanto uma grande proporção dos não fumantes que experimentam cigarros convencionais se tornam fumantes diários. A presença de nicotina claramente não conta toda a história.

O estudo, no entanto, tem limitações. A começar, o fato de cada levantamento ter apresentado resultados tão diferentes faz da taxa de conversão calculada apenas uma aproximação. Também há dúvidas quanto à capacidade das pessoas lembrarem e relatarem acuradamente seu histórico de tabagismo. Por fim, Hajek também destaca ter prestado consultoria e recebido financiamento para suas pesquisas de empresas fabricantes de medicações para a cessação do tabagismo.

O Globo