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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Pesquisa mostra como o trajeto até o trabalho pode prejudicar a saúde

Foto: Reprodução da Internet
Estudo canadense aponta que fatores como tempo, distância e meio de transporte interferem no bem-estar mental
 
A duração, a distância e os meios utilizados em percursos rotineiros podem prejudicar o nosso lado psicológico e até levar ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout — distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso. Essa relação foi encontrada por meio de uma pesquisa realizada pela Universidade de Montreal, no Canadá.
 
Annie Barreck, pesquisadora da universidade, conta que o estresse causado por dificuldades no trajeto varia de acordo com a pessoa, as condições em que o percurso acontece e o local onde o indivíduo trabalha.
 
O estudo comparou regiões rurais e urbanas de Quebec, considerando alguns padrões, como o meio de transporte utilizado pelas pessoas — carro, metrô, ônibus, bicicleta etc. — e sua ligação com as três dimensões da doença: exaustão emocional, cinismo e eficácia profissional. Quase duas mil pessoas com idades entre 17 e 69 anos participaram na avalição.
 
Além da relação significativa encontrada entre percursos diários e sintomas da Síndrome de Burnout, os pesquisadores confirmaram uma evidência já conhecida: quanto maior a cidade, mais estressante é o percurso entre casa e trabalho. Entretanto, observou-se que os passageiros são mais propensos ao estresse no trânsito em comparação aos motoristas.
 
Ainda de acordo com a pesquisa, as pessoas que passam muito tempo dentro de um transporte público podem apresentar menos produtividade no trabalho, e essa conclusão influencia até mesmo o dia a dia de quem mora em áreas rurais.
 
— Em se tratando de horários e conexões de ônibus e trens, as regiões rurais são menos atendidas aqui no Canadá, o que aumenta o risco de atrasos imprevisíveis e incontrolados, causando o estresse que irá influenciar o trabalho depois — explica Annie.
 
Em relação ao uso de bicicleta como meio de transporte, a pesquisadora afirma que o hábito também pode implicar na mudança de humor, principalmente em áreas afastadas da cidade. Isso acontece devido à falta de acessibilidade e de segurança, por exemplo.
 
A pesquisa mostra que o risco de desenvolver a síndrome de burnout pode aumentar, principalmente, quando uma viagem dura mais de 20 minutos. Em Quebec, por exemplo, a médica de duração dos trajetos foi de cerca de meia hora.
 
Annie acredita que tanto os funcionários quanto as próprias empresas devem trabalhar para que o percurso até o trabalho torne-se mais flexível.
 
— Os empregadores também serão beneficiados se a disposição dos trabalhadores melhorar — acrescenta ela.
 
Zero Hora

Mais de 50% da indústria farmacêutica não tem conhecimento pleno sobre rastreabilidade

A pesquisa ainda revela que 43% ainda não iniciaram a implementação da norma

Pesquisa realizada revela que 55% dos respondentes da indústria farmacêutica afirmaram não ter pleno conhecimento sobre regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) RDC nº 54, e 8% disseram não ter nenhum conhecimento sobre o assunto.
 
Estabelecida pela Anvisa em 2013 e que passa a valer integralmente no próximo ano, a regulamentação traz regras sobre a implantação do sistema nacional de controle de todos os medicamentos sujeitos a registro, inclusive amostras grátis.

A RDC 54 prevê o rastreamento dos medicamentos por meio eletrônico, de forma a permitir a consulta ao histórico, aplicação e localização de toda unidade de medicamento produzido, dispensado ou vendido no território nacional, por meio de sistemas de informação que possibilitem o controle do produto desde a fabricação até a sua entrada no estabelecimento que realiza a dispensação.
 
A pesquisa traz ainda outros dados alarmantes: 43% dos respondentes ainda não iniciaram a implementação da norma e 20% ainda não têm nenhum planejamento.
 
"Apesar da implementação da regulamentação ser apenas no final do ano que vem, já em dezembro deste ano todos os fabricantes deverão disponibilizar à Anvisa os dados completos de rastreamento de três lotes pilotos. A abrangência da RDC 54 vai além das fronteiras da indústria, envolvendo toda a cadeia de valor do setor inclusive operadores logísticos, distribuidores, hospitais e postos de saúde e a rede de varejo farmacêutico. Por isso, é crucial que os participantes adotem medidas concretas para a implementação dos requerimentos da regulamentação, atentando para os prazos para tanto, que já são bastante curtos", afirma o sócio da KPMG no Brasil e líder do setor farmacêutico, Leonardo Augusto Giusti.
 
TI Inside / Guia da Pharmacia

Com controle de diabéticos, Campinas passa a ser cidade inteligente

Com uma população de mais de 950 mil habitantes, o município de Campinas (SP) entrou para o circuito de cidades inteligentes brasileiras ao elaborar o Programa Integrado de Cidades Inteligentes
 
Dentre os projetos desenvolvidos com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população, uma das novidades será a disponibilização do aplicativo “GlicOnline” para os moradores que possuem diabetes tipo 1 e 2.
 
O aplicativo já existe no mercado há algum tempo, mas ainda está em fase de implantação e testes com os profissionais da área de saúde da cidade para que possam indicar à população. “O objetivo é que todos os pacientes de diabetes, que façam tratamento no Hospital Mário Gatti, utilizem esse recurso para que médicos e nutricionistas acompanhem constantemente”, explicou a diretora de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Campinas, Mariana Savedra, em nota ao mercado.
 
Desenvolvido por uma startup da própria cidade, o aplicativo possui uma área dedicada ao cadastro de medicamentos utilizados, o valor da medição de glicemia e horários das refeições. Com todos estes dados, o aplicativo calcula o índice de carboidratos ingeridos e aponta a dose adequada de insulina que deverá ser ministrada. Todos os dados ficam registrados para que o médico ou nutricionista que acompanha o usuário possa consultar o andamento e fazer eventuais interferências se necessárias. Assim que finalizada a fase de testes, o aplicativo poderá ser baixado gratuitamente em smartphones com sistema Android.
 
Buscas Medicamentos Campinas
Além do GlicOnline, a prefeitura de Campinas possui outro aplicativo voltado à área da saúde. O “Buscas Medicamentos Campinas”, que permite consultar a disponibilidade de medicamentos nos centros de saúde da cidade.
 
Projetos Inteligentes
Outros investimentos do programa estão sendo realizados para a otimização de sistemas no município, que se intitula como território inteligente, uma vez que possui extensão territorial urbana e rural. “Não trabalhamos só com o conceito de cidade inteligente porque 50% da área territorial é rural”, explicou Mariana.
 
O município conta com o auxílio de grupos especiais de trabalho que monitoram e discutem tecnologias para implantar melhorias nos serviços públicos e internos da cidade. “No Paço Municipal, por exemplo, estamos com um projeto de eficiência energética, com a instalação de paineis fotovoltáicos para a geração de energia. Na área rural, possuímos cerca de 1.200 propriedades, sendo que 400 já passaram pelo processo de georeferenciamento e cadastramento para que serviços hospitalares e de policiamento possam chegar rapidamente ao campo. Ainda faltam cadastrar 800 propriedades para a conclusão do trabalho”, contou.
 
*Os projetos implantados e as futuras ações de integração de sistemas em Campinas serão apresentados durante a primeira edição do Connected Smart Cities
 
Saúde Web

EUA lança maior teste clínico de medicina de precisão

O Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI, na sigla em inglês) lançou, nesta segunda-feira (1º), um amplo teste clínico para tratar a doença em função das mutações específicas do tumor e não segundo o tipo de câncer, uma iniciativa sem precedentes na chamada medicina de precisão
 
Esta abordagem consiste em identificar as anomalias moleculares dos cânceres para determinar os tratamentos mais eficazes para cada paciente.

Desta forma, uma pessoa com câncer de pulmão pode ser tratada com um medicamento usado para tratar outra forma de câncer, como o de mama, com o qual seu tumor compartilhe uma mutação similar contra a qual este tratamento é eficaz.

O projeto integra a iniciativa do presidente Barack Obama, anunciada em janeiro, em seu discurso sobre o estado da União, de aproveitar os avanços nos últimos dez anos e o potencial da medicina de precisão.

Esta abordagem permitirá conceber e realizar testes clínicos que levarão muito menos tempo e serão mais específicos para tratar os mais de 200 tumores diferentes existentes.

"Trata-se do teste clínico mais amplo e rigoroso da história em oncologia de precisão", afirmou o doutor James Doroshow, diretor-adjunto do NCI, durante coletiva de imprensa celebrada à margem da conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), celebrada em Chicago desde a sexta-feira.

Este teste clínico, denominado NCI-MATCH, se baseia nos esforços para compreender como as anomalias genéticas do tumor respondem às terapias de precisão e não mais o próprio câncer em função do órgão afetado, explicou.

Segundo Doug Lowy, diretor interino do NCI, "este teste clínico tem o potencial de transformar os tratamentos do câncer".

Cerca de três mil pacientes serão selecionados a partir de julho para o teste em 2.400 localidades dos Estados Unidos para identificar 1.000 que respondam aos critérios procurados.

Serão testados uns 20 tratamentos específicos, que serão fornecidos gratuitamente por laboratórios farmacêuticos que participarem do estudo.

Os pesquisadores usarão um simples teste de DNA, que permitirá identificar 143 mutações genéticas nos tumores de pacientes com câncer e que podem ser tratados de forma específica com medicamentos já comercializados ou experimentais.

O teste determinará se os tratamentos são promissores em função da taxa de resposta dos doentes e do período durante o qual o tumor parar de avançar.
 
AFP / Terra

IBGE revela como anda a saúde do Brasil

Dos mais de 200 milhões de residentes no Brasil, de acordo com dados do Censo 2013, 71,2% -- ou seja, 142,8 milhões – consultaram médico nos últimos 12 meses anteriores à data de referência da PNS 2013 (Pesquisa Nacional de Saúde), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (2)
 
A pesquisa comprovou, ainda, que 14,1 milhões (7% dos residentes em domicílios particulares) deixaram de trabalhar, ir à escola ou realizar uma atividade habitual porque estavam resfriados, com enxaqueca ou não se sentiam bem. O primeiro volume da PNS, divulgado em dezembro do ano passado, continha capítulos como a percepção do estado de saúde, as doenças crônicas não transmissíveis e o estilo de vida. Nesta edição, a Pesquisa Nacional de Saúde 2013 registra o acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências. Veja a seguir alguns pontos da pesquisa.
 
Acesso à saúde
Das 30,7 milhões de pessoas que procuraram algum atendimento de saúde nas duas semanas anteriores à data da PNS, 97% afirmaram ter conseguido atendimento e 95,3% foram atendidas na primeira vez em que procuraram o serviço. Das pessoas que não conseguiram atendimento de saúde na primeira vez, 38,8% alegaram que não havia médico disponível e 32,7% não conseguiram vaga ou pegar senha.
 
Plano de saúde
Em 2013, 27,9% da população possuíam algum plano de saúde (médico ou odontológico). As regiões Sudeste (36,9%), Sul (32,8%) e Centro-Oeste (30,4%) apresentaram as maiores proporções; as regiões Norte (13,3%) e Nordeste (15,5%), as menores. A região Sudeste registrou percentual quase três vezes maior que o verificado na região Norte. Na área urbana (31,7%), o percentual de pessoas cobertas por plano de saúde era cerca de cinco vezes superior ao observado na área rural (6,2%)
 
Saúde da família
Do total, 53,4% dos domicílios estavam cadastrados em Unidades de Saúde da Família. Dentre os que se registraram há um ano ou mais, 17,7% nunca receberam visita de agente comunitário de saúde ou de um membro de equipe de saúde da família.
 
Internação em hospitais
Das 200,6 milhões de pessoas residentes no Brasil, 6% (12,1 milhões) ficaram internadas em hospitais por 24 horas ou mais nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista. A regiões que apresentaram proporções superiores à média nacional foram Sul (7,5%) e Centro-Oeste (7,4%). Tratamento clínico e cirurgia foram os dois tipos de atendimento mais frequentes nos casos de internação, sendo 42,4% e 24,2% em estabelecimentos de saúde pública. Em instituições privadas, os pesos se invertem: 29,8% procuraram tratamento clínico e 41,7%, cirurgias.
 
Discriminação no serviço de saúde
A PNS mostra que 10,6% da população brasileira adulta (15,5 milhões de pessoas) já se sentiram discriminadas na rede de saúde -- pública ou privada. A maioria disse ter sido tratada de forma diferenciada por motivos de natureza econômica: 53,9% em função da falta de dinheiro e 52,5% em razão da classe social.
 
Consulta ao dentista
A proporção de pessoas que consultaram dentista nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista foi de 44,4% (89,1 milhões). Quanto maior o nível de instrução, mais elevada a proporção de consulta ao dentista, variando de 36,6% (sem instrução ou com fundamental incompleto) a 67,4% (superior completo).
 
Problemas de saúde
A proporção de pessoas que deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde foi maior entre as mulheres (8%) que entre os homens (5,9%). A pesquisa também investigou os motivos de saúde que impediram as pessoas de realizar suas atividades habituais: 17,8% citaram resfriado ou gripe e 10,5% relataram dor nas costas, problema no pescoço ou na nuca. Em relação à idade, observou-se que, quanto mais elevada, maior também a proporção do indicador, atingindo 11,5% entre as pessoas de 60 anos ou mais.
 
Dengue
Vale considerar que a PNS tem por base dados de 2013, antes de a epidemia de dengue levar o Ministério da Saúde a uma campanha nacional. Em 2013, 12,9% da população (25,8 milhões) disseram ter tido dengue alguma vez na vida. As proporções foram maiores que a média nacional nas regiões Norte (20,5%), Nordeste (18,5%) e Centro-Oeste (17,5%). Dos diagnosticados com dengue, a maioria era de mulheres (14,3%), acima da média nacional.
 
Medicamentos obtidos em rede pública
Pelo menos 6,4 milhões de pessoas (33,2%) fizeram uso de um dos medicamentos receitados no serviço público. Embora não houvesse grande diferença entre as regiões, essa divisão ficou mais clara em relação a cor e grau de instrução: quanto menor o nível de instrução (sem instrução ou fundamental incompleto), mais pessoas de cor parda (41,4%) obtiveram medicamentos. Do total de 19,3 milhões que tiveram medicamento receitado no último atendimento de saúde, 21,9% (4,2 milhões) conseguiram o remédio no Programa Farmácia Popular.
 
Acidentes e violência
A proporção de pessoas que se envolveram em acidente de trânsito com lesões corporais nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa foi de 3,1%, sendo a maioria homens (4,5%) e jovens. Dos que se envolveram em acidente de trânsito, 47,% deixaram de trabalhar, estudar e realizar outras atividades, enquanto 15,2% tiveram sequelas ou incapacidades. Em relação à violência, 3,1% das pessoas de 18 anos ou mais sofreram violência ou agressão de alguém conhecido. Nos 12 meses anteriores à realização da entrevista, 3,1% da população feminina com mais de 18 anos (2,5 milhões de mulheres) sofreram agressão física, verbal ou emocional cometida por pessoas que conheciam a vítima.
 
Saneamento
No Brasil, 60,9% dos domicílios (39,7 milhões) possuem banheiro ou sanitário e esgotamento sanitário por rede geral de esgoto ou pluvial. As regiões revelaram situações diferentes em relação a este indicador: enquanto no Sudeste a proporção foi de 86,3% dos domicílios, na região Norte foi de 15,5%
 
Coleta de lixo direta
No Brasil, 89,3% dos domicílios foram atendidos por serviço de coleta de lixo direta, o equivalente a 58,2 milhões de unidades domiciliares. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentaram resultados superiores à média nacional, sendo a Sudeste a que registrou a maior proporção (95,7%). As regiões Norte e Nordeste apresentaram resultado inferior à média nacional: 78,8% e 79,1%, respectivamente.
 
Animais domésticos
A PNS 2013 estimou que 44,3% dos domicílios do país possuíam pelo menos um cachorro (28,9 milhões de casas). Em relação à presença de gatos, 17,7% dos domicílios do país possuíam pelo menos um, o equivalente a 11,5 milhões. Dentre os domicílios com algum cachorro ou gato, 75,4% (24,9 milhões) deles tiveram todos os animais vacinados contra raiva nos últimos 12 meses.
 
UOL

Combinação de drogas em teste reduz tumores agressivos em 60%

Uma combinação de duas drogas conseguiu diminuir tumores em cerca de 60% de pacientes com melanoma em estágio avançado, de acordo com uma nova pesquisa coordenada por médicos britânicos
 
 
Um teste internacional com 945 pacientes descobriu que o tratamento com ipilimumab e nivolumab fez com o câncer parasse de avançar por quase um ano em 58% dos casos.
 
Médicos britânicos apresentaram os dados na conferência anual da American Society of Clinical Oncology, em Chicago.
 
A instituição Cancer Research UK disse que as drogas eram um "golpe poderoso" contra uma das formas de câncer mais agressivas.
 
De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil (25% dos casos), o melanoma - que é mais grave, devido à possibilidade de metástase - representa 4% dos tumores malignos de pele.
 
Sistema imunológico
As duas drogas estão ligadas ao campo da medicina que tenta aproveitar o próprio sistema imunológico para combater o câncer - um campo que está se desenvolvendo rapidamente.
 
O sistema imunológico é uma defesa importante contra infecções. Mas existem diversos mecanismos que agem como freios para impedir o sistema de atacar nossos próprios tecidos.
 
Como o câncer é uma versão modificada de um tecido saudável, ele se beneficia desses "freios" e não é alvejado pelo sistema imunológico.
 
Mas o ipilimumab e nivolumab desativam esses mecanismos.
 
Testes realizados com 945 pessoas mostrou que a combinação dos dois medicamentos levou a uma regressão do tumor em ao menos um terço em 58% dos pacientes - com o tumor permanecendo estável ou diminuindo por, em média, 11 meses e meio.
 
Tomar apenas o ipilimumab levou a uma regressão do tumor em 19% dos pacientes durante 2 meses e meio, de acordo com os dados publicados na revista científica New England Journal of Medicine.
 
'Grande futuro'
"Ao receitar as duas drogas juntas você está de fato desativando dois mecanismos que impedem o sistema imunológico de agir em vez de só um. Então esse sistema consegue reconhecer tumores que não estava reconhecendo antes e reagir a isso destruindo-os", disse James Larkin, um consultor no Royal Marsden Hospital e um dos mais proeminentes pesquisadores em câncer do Reino Unido.
 
"Para imunoterapias, nós nunca havíamos visto regressões de tumor acima de 50%, então esse resultado é muito significativo."
 
"Essa é a modalidade de tratamento que acho que terá um grande futuro no tratamento do câncer."
 
A primeira análise dos dados recebeu grande atenção na conferência em Chicago, mas a informação mais importante - expectativa de vida dos pacientes que passaram pelo tratamento - ainda é desconhecida.
 
"Esperamos que essas respostas preliminares durem por mais tempo, mas no momento não é possível dizer", disse Larkin.
 
Efeitos colaterais como cansaço, irritação na pele ou diarreia também geraram dúvidas. Mais da metade dos pacientes que passaram pelo teste tiveram efeitos colaterais na terapia com os dois medicamentos, ante cerca de um quarto entre os que tomaram apenas o ipilimumab.
 
Também não se sabe por que algumas pessoas responderam excepcionalmente bem ao tratamento enquanto outras não mostraram reação.
 
'Efeitos colaterais sérios'
"Essa pesquisa indica que podemos dar um golpe violento contra o melanoma avançado ao combinar esses dois tratamento de imunoterapia", diz Alan Worsley, do Cancer Research UK.
 
"Juntas, essas drogas podem desativar os freios do sistema imunológico e prejudicar a capacidade do câncer de se esconder dele. Mas combinar os tratamentos também aumenta a probabilidade de efeitos colaterais sérios", completou.
 
O ipilimumab é dado de forma intravenosa a cada três meses e chegou ao Brasil em 2013. O nivolumab é dado a cada duas semanas até parar de fazer efeito.
 
As duas drogas foram desenvolvidas pela Bristol-Myers Squibb.
 
Muitas farmacêuticas estão desenvolvendo medicamentos semelhantes para ter os mesmo efeitos no sistema imunológico. Outro líder na área é o Pembrolizumab, da Merck.
 
Mas a grande esperança é que essas imunoterapias se mostrem efetivas para outros tipos de câncer.
 
'Me sinto ótima'
A inglesa Cait Chalwin, de 43 anos, começou o experimento após ser diagnosticada com câncer em 2013.
 
A princípio, os médicos disseram que o tumor que ela tinha no rosto era benigno, mas depois ela descobriu que era cancerígeno e havia se espalhado para seus pulmões. Os médicos disseram que ela teria entre 18 e 24 meses de vida.
 
Ela foi tratada no The Royal Marsden e o câncer está estável; mas ela largou o teste devido aos efeitos colaterais.
 
"Estou me sentindo ótima agora. Levou muito tempo até eu voltar ao normal, me sentir como antes do diagnóstico, mas eu acredito que, se o tratamento não tivesse funcionado, eu não estaria aqui agora."
 
BBC Brasil / UOL

Agência reguladora dos EUA é pressionada a aprovar o 'Viagra feminino'

Pílula de flibanserina, que já foi rejeitada duas vezes pela FDA: campanha pede liberação para "Viagra" feminino
Pílula de flibanserina, que já foi rejeitada duas vezes pela FDA:
campanha pede liberação para "Viagra" feminino
O desejo sexual é um direito humano? E as mulheres têm direito a um pequeno comprimido cor-de-rosa para ajudá-las a senti-lo?
 
Essas perguntas estão sendo levantadas em uma campanha que está pressionando a Food and Drug Administration (FDA, agência reguladora de fármacos e alimentos dos Estados Unidos) a aprovar uma pílula que visa devolver a libido perdida nas mulheres. A campanha, apoiada pelo laboratório que desenvolveu a droga e alguns grupos de direitos da mulher, acusa a FDA de preconceito, por ter aprovado o Viagra e 25 outras drogas para ajudarem os homens a terem relações sexuais, mas nenhuma para as mulheres.
 
"As mulheres aguardaram tempo demais", diz o esforço, conhecido como "Even the Score" (ou "Igualando o Placar"), em uma petição online que já conta com mais de 40 mil assinaturas. "Em 2015, a igualdade de gênero deve ser o padrão quando se trata de acesso a tratamentos para disfunção sexual."
 
A droga, a flibanserina, já foi rejeitada duas vezes pela FDA devido à sua eficácia muito modesta ser desproporcional aos efeitos colaterais, que incluem sonolência, tontura e náusea. A primeira rejeição, em 2010, ocorreu após a decisão de um comitê de conselheiros externos da agência, que por unanimidade foram contrários à aprovação.
 
Na quinta-feira (4), os conselheiros da FDA considerarão novamente se a flibanserina deve ser aprovada.
 
A Sprout Pharmaceuticals, que agora é proprietária da droga, apresentou novos dados, incluindo um estudo para demonstrar que o comprimido não impede uma pessoa de dirigir. Mesmo assim, a aprovação pode depender de se a FDA concordará em interpretar os dados antigos de uma nova forma e se a política em relação a essas drogas mudou.
 
A "Even the Score" é apoiada, entre outros, pelas Organizações do Conselho Nacional da Mulher, pela Imperativo de Saúde da Mulher Negra, Conselho Internacional de Mulheres Judias e alguns grupos médicos, como a Associação dos Profissionais de Saúde Reprodutiva. Ela persuadiu alguns membros do Congresso a escreverem à FDA e também criou uma paródia de um comercial do Viagra.
 
Uma porta-voz da FDA disse que a agência "rejeita veementemente qualquer preconceito". Ela disse que a agência apontou em 2012 a disfunção sexual feminina como sendo uma prioridade e realizou em outubro um workshop público de dois dias a respeito do desenvolvimento de drogas para a condição.
 
Mas o caminho para uma droga para disfunção sexual feminina tem sido difícil. A Pfizer desistiu de testar o Viagra para mulheres em 2004, o mesmo ano em que o comitê consultivo da FDA votou contra um adesivo cutâneo de testosterona para as mulheres, desenvolvido pela Procter & Gamble. Um gel de testosterona para mulheres que está sendo desenvolvido pela BioSante fracassou nos testes clínicos em 2011.

Alguns outros grupos de direitos da mulher, incluindo a Rede Nacional de Saúde da Mulher e o Nossos Corpos, Nós Mesmas, dizem que a Even the Score está zombando do processo de aprovação de medicamentos sob o disfarce dos direitos da mulher.

"Não acho que haja algo sexista ao negar aprovação para drogas que não apresentam uma relação risco/benefício adequada", disse Thea Cacchioni, uma professora assistente de estudos da mulher da Universidade de Victoria, na Colúmbia Britânica, Canadá, que está escrevendo um livro sobre o assunto intitulado "Big Pharma, Women and the Labor of Love".
 
Leonore Tiefer, uma psicóloga da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, disse que a Sprout e seus aliados estão tentando transformar falta de desejo em um problema médico tratável por drogas, quando "a maioria desses problemas é psicológica ou de relacionamento".
 
A falta de desejo espontâneo, ela disse, não é necessariamente um problema. A Associação Psiquiátrica Americana não mais lista transtorno de desejo sexual hipoativo (ou frigidez), a condição que a flibanserina busca tratar, em seu manual de transtornos de saúde mental. Falta de desejo agora foi combinada à falta de excitação em um diagnóstico mais amplo, baseado no fato de algumas mulheres não sentirem desejo até serem excitadas.
 
A "Even the Score" exagera um pouco. A maioria das 26 drogas para homens são fórmulas diferentes para a mesma substância, a testosterona. E nenhuma é aprovada para o tratamento de baixo desejo sexual, apesar disso poder ser um sintoma de deficiência de testosterona. O Viagra melhora o fluxo sanguíneo para o pênis, necessário para uma ereção. Para as mulheres, o estrogênio e uma droga chamada ospemifeno são aprovados para o tratamento de dor durante a relação sexual, que pode ocorrer após a menopausa.
 
Mesmo assim, até mesmo os membros do comitê consultivo da FDA que rejeitaram a flibanserina em 2010 reconheceram que a falta de desejo era uma condição genuína e que drogas deveriam ser desenvolvidas para ela.
 
Alguns especialistas em medicina sexual dizem que a condição causa perturbação emocional e interfere nos relacionamentos.
 
"Nossa paciente habitual é alguém que teme perder um relacionamento que já dura anos", disse o dr. Irwin Goldstein, diretor de medicina sexual do Alvarado Hospital, em San Diego, e consultor de muitas empresas farmacêuticas. "É uma tragédia atrás da outra."
 
Uma de suas pacientes, Jodi Cole, 33, de Porter, Oklahoma, disse que sua falta de desejo "costuma nublar meus pensamentos de tudo relacionado ao meu marido". Ela disse que "substituir o medo que tenho de intimidade por desejo mudaria minha vida".
 
Cerca de 10% das mulheres americanas sofrem de uma falta de desejo que causa angústia, segundo uma pesquisa realizada por um pesquisador acadêmico e financiada pela Boehringer Ingelheim, a desenvolvedora original da flibanserina. A droga, tomada diariamente, seria para mulheres na fase pré-menopausa cuja perda de desejo não se deve a uma doença ou efeito colateral de algum medicamento.
 
Goldstein disse ser preconceito caracterizar a disfunção sexual masculina como um problema simplesmente físico e a das mulheres como complexa, psicológica e intratável com drogas. Ele notou que antidepressivos que aumentam o nível de serotonina no cérebro podem ter o efeito colateral de reduzir a libido. A flibanserina faz o oposto –reduzindo temporariamente a serotonina enquanto eleva os níveis de dois outros neurotransmissores, a dopamina e a norepinefrina.
 
Susan Scanlan, presidente da "Even the Score", disse que os efeitos colaterais da flibanserina, como sonolência e tontura, não são sérios. Em comparação, ela disse, o Viagra e algumas outras drogas para homens podem causar cegueira, fratura peniana e outros efeitos colaterais sérios.
 
"A implicação é que se pode confiar que os homens podem tomar uma decisão racional de risco em comparação à recompensa e que as mulheres não podem", ela disse.
 
Scanlan disse que a "Even the Score" foi formada por Audrey Sheppard, que já comandou o escritório de saúde da mulher na FDA e que permanece como consultora da Sprout.
 
Sheppard disse que apresentou Cindy Whitehead, a cofundadora da Sprout e agora presidente-executiva da empresa, às ativistas de direitos da mulher em Washington em 2013, quando parecia que a droga seria aprovada. Após a segunda rejeição e uma reunião com a FDA terem irritado as ativistas, a campanha começou "mais ou menos como uma combustão espontânea".
 
Julgar quão eficaz é uma droga pode ser difícil. Em um teste clínico, as mulheres relataram que tiveram em média 4,4 "experiências sexuais satisfatórias" por mês, em comparação a 3,7 entre as mulheres que tomaram um placebo e 2,7 antes do início do estudo. Apesar da diferença entre a droga e o placebo de pouco menos de um evento por mês ser estatisticamente relevante, em 2010 ocorreu um debate sobre se era significativa.
 
Mas a droga não se mostrou significativamente melhor que o placebo no aumento do desejo, como registrado em um diário.
 
Mesmo assim, mais mulheres tomando a droga em vez do placebo disseram ter experimentado menos angústia e uma mudança significativa. E algumas mulheres disseram que a droga fez um grande efeito.
 
"Era eu quem estava iniciando o sexo, para surpresa do meu marido", disse Barbara Gattuso, de San Diego, no workshop da FDA em outubro. Gattuso, que disse que sofreu de falta de desejo por 25 anos, disse ter ficado "devastada" quando o teste clínico chegou ao fim.
 
The New York Times / UOL

Problemas de saúde deixaram "de molho" 14 milhões de pessoas, diz IBGE

Cerca de 14,1 milhões de brasileiros -- 7% da população -- deixaram de realizar atividades habituais, como trabalhar, estudar etc., por motivos de saúde
 
Entre as causas mais frequentes estão gripe e resfriado (17,8%) e dor nas costas ou problemas no pescoço e na nuca (10,5%). Os dados fazem parte do segundo volume da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (2).
 
O percentual de resfriado ou gripe foi maior para a faixa de 0 a 17 anos (39,8%) e diminuiu com o aumento da idade (6,9% das pessoas de 60 anos ou mais). Já motivos como dor nos braços ou nas mãos, dor de cabeça ou enxaqueca, entre outros, variaram de 4,1% a 5,5% do total da população.
 
As maiores proporções de brasileiros cujas atividades foram prejudicadas por problemas de saúde se deram nas regiões Sul (8,4%) e Nordeste (7,8%). Já o Norte (5,8%) foi a região que teve a menor taxa. As mulheres (8%) predominaram em relação aos homens (5,9%). Em relação à idade, os pesquisadores observaram que, quanto mais elevada, maior também é a proporção do indicador, atingindo 11,5% entre pessoas de 60 anos ou mais.
 
O IBGE explicou ainda que as estatísticas da Pesquisa Nacional de Saúde não são comparáveis com outras publicações do instituto, pois a pesquisa tem um "desenho próprio" (fatores que não haviam sido abordados antes). Dessa forma, não seria possível estabelecer séries históricas cruzando as informações com o suplemento de saúde da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios).
 
Os entrevistadores do IBGE estiveram em pouco mais de 80 mil domicílios. O Brasil possui, segundo o IBGE, cerca de 65 milhões de residências.
 
O primeiro volume da PNS, divulgado em dezembro do ano passado, continha capítulos como a percepção do estado de saúde, as doenças crônicas não transmissíveis e o estilo de vida. Na ocasião, o UOL mostrou que quase metade dos brasileiros é sedentária, 15% fumam e 28% veem muita TV. A hipertensão e os problemas na coluna eram as principais doenças dos brasileiros.
 
Intervalo de confiança
Por ser uma pesquisa por amostra, as variáveis divulgadas pela PNS estão dentro de um intervalo numérico, que é o chamado "erro amostral". Não há uma margem de erro específica para toda a amostra.
 
Para cada caso, é calculado o intervalo de confiança. "Isso quer dizer que, em 95% das vezes que eu pegar uma amostra e calcular o indicador, ele estará dentro daquele intervalo. (...) Quanto menor o intervalo de confiança, melhor é", explicou Maria Lúcia Vieira, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
 
Diferentemente das pesquisas eleitorais, que têm apenas um indicador em destaque (a intenção de votos de determinado candidato), a PNS tem vários indicadores e o valor de cada um deles oscila dentro do seu intervalo específico.
 
UOL

Anvisa determina apreensão de cosméticos falsificados

A Anvisa determinou a apreensão e inutilização dos lotes 01200513, 01700512 do Beauty Hair Redutor Potencializado e Beauty Hair Marroquina Regenerador Força e Brilho Step
 
A empresa detentora do registro desses produtos, a Luso I Comércio e Indústria de Cosméticos Ltda, não produziu os lotes e identificou a falsificação das mercadorias.
 
A medida está na Resolução nº 1633/2015, publicada nesta terça-feira (02/06) no Diário Oficial da União (DOU).
 
ANVISA

Humor: É, mas a nossa conta não!

Polícia Federal faz operação contra máfia das próteses


Foto: Reprodução da Internet
Médicos e empresários induziriam pacientes a se submeterem a procedimentos cardiológicos desnecessários apenas para venderem próteses cardíacas e desviar recursos do SUS
 
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça (2), em quatro Estados, uma operação para prender médicos, empresários e representantes comerciais suspeitos de participação em um esquema que induzia pacientes a se submeterem a procedimentos cardiológicos desnecessários apenas para venderem próteses cardíacas e desviar recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
 
Segundo a PF, 72 mandados estão sendo cumpridos em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo e Santa Catarina. São oito mandados de prisão temporária, sete de condução coercitiva – quando o investigado é conduzido para prestar depoimento e liberado em seguida –, 36 de sequestro de bens e 21 de busca e apreensão.
 
A PF informou que há indícios de que os suspeitos falsificavam documentos para a realização de procedimentos cardiológicos sem nenhuma necessidade. As próteses não utilizadas nos procedimentos simulados eram desviadas e usadas em cirurgias feitas nas clínicas de propriedade dos membros do grupo.
 
Segundo os investigadores, os médicos recebiam das empresas propinas que variavam entre R$ 500 e R$ 1 mil, por prótese. O grupo chegava a receber R$ 110 mil por mês. Apenas uma das empresas investigadas pagou aproximadamente R$ 1,5 milhão, em menos três anos.
 
Além de receber dinheiro do SUS, os médicos costumavam cobrar dos pacientes pelos procedimentos cirúrgicos. A partir da denúncia de que um paciente morreu após ter pago R$ 40 mil para ser atendido pelos médicos integrantes da organização criminosa, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) investigam as mortes que podem ter ocorrido devido à ação do grupo.
 
Os investigados foram indiciados pelos crimes de estelionato contra entidade pública, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa. A operação, que conta com o apoio do MPF, foi chamada de Desiderato, sinônimo de aspiração, pretensão, em uma alusão às próteses.
 
Agência Brasil