Alterações na flora intestinal de roedores levam a mudanças neurais capazes de transformar comportamento
Pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, conseguiram demonstrar a influência das bactérias intestinais na química cerebral e, consequentemente, no comportamento. Já era conhecido o fato de que todos nós hospedamos no intestino bilhões de microrganismos – e convivemos em harmonia com a maioria deles, já que vários nos protegem de infecções e fornecem nutrientes para as células. Mas fazem bem mais que isso.
No estudo publicado no periódico científico Gastroenterology, pesquisadores avaliaram o efeito da destruição da flora bacteriana intestinal de ratos adultos por meio da administração de antibióticos e observaram significativas mudanças no comportamento de animais adultos: os roedores ficaram mais ansiosos e menos cuidadosos. A transformação foi acompanhada por aumento do fator neurotrófico derivado do cérebro, associado à depressão e à ansiedade. Com a interrupção dos antibióticos obtinha-se o restabelecimento da flora intestinal e da química cerebral – e os ratos voltavam a apresentar comportamento normal.
Em outro momento da investigação, os cientistas inocularam bactérias provenientes do organismo de um animal de temperamento enérgico no intestino de outro roedor de comportamento pouco ousado. Curiosamente, constataram que o rato “tranquilo” passava a se comportar de maneira mais ativa.
Fonte Portal Mente Cérebro