Projeto está cruzando dados de clima com registros de dores de voluntários. Entender relação pode levar a novas estratégias terapêuticas
Mulher caminha sob chuva em Manhattan, em Nova York; estudo confirmou relação entre clima chuvoso e aumneto de dores (Foto: Reuters/Eduardo Munoz)
Há quem diga que pode prever se vai chover quando começa a sentir dores nas articulações. Para tentar entender qual é exatamente a relação entre o clima e as dores crônicas, um grupo de cientistas do Reino Unido tem coletado informações de milhares de voluntários que mantêm um registro diário de suas dores por meio de um aplicativo.
O aplicativo, por sua vez, cruza esses dados com as informações das condições climáticas da região onde está o participante. Resultados preliminares a partir de informações de mais de 9 mil voluntários britânicos registradas ao longo de 18 meses sugerem que o clima chuvoso e a ausência de sol propiciam mais horas de dor severa.
Esses resultados preliminares, apresentados por pesquisadores da Universidade de Manchester na semana passada, levaram em conta participantes das cidades de Leeds, Norwich e Londres.
Nas três cidades, enquanto o número de dias ensolarados aumentou de fevereiro a abril, a quantidade de tempo de dor severa relatada pelos participantes diminuiu. O tempo de dor aumentou novamente em junho, quando o clima tornou-se mais úmido e com menos horas de sol.
"Uma vez que a ligação for provada, as pessoas vão ter mais confiança em planejar suas atividades de acordo com o clima. Além disso, entender como o clima influencia a dor vai permitir que pesquisadores da área médica explorem novas intervenções e tratamentos contra a dor", disse Will Dixon, professor da Universidade de Manchester e líder do projeto de pesquisa, chamado "Cloudy with a chance of pain", ou "Nublado com uma chanche de dor", que é financiado pela organização "Arthritis Research UK".