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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Falso médico é preso após morte de mulher levada em ambulância no ABC

Ela teve complicações após cirurgia e precisou ser levada a outro hospital. Paciente foi assistida na ambulância por homem que não tem CRM

Ambulância que levava o falso médico junto com a paciente que veio a morrer (Foto: Glauco Araújo/G1)
Ambulância que levava o falso médico junto com a paciente que veio a morrer (Foto: Glauco Araújo/G1)

Um homem foi preso em flagrante na madrugada deste domingo (20) em Santo André, no ABC paulista, sob a acusação de atuar como falso médico. Ele trabalha em uma empresa de remoção de pacientes e participou do transporte por ambulância de uma mulher que tinha acabado de dar à luz gêmeos em uma maternidade em São Bernardo do Campo para outra unidade, em Santo André. A mulher morreu em seguida. A polícia investiga se a morte da paciente teria relação com alguma atuação dele no atendimento na ambulância. Os recém-nascidos passam bem.

Segundo a polícia, o Graziane Soares Pereira, de 33 anos, se apresentava com o nome de Rafael e usava carimbos com o CRM com esse nome em seus prontuários. Ele teria se formado médico na Bolívia mas não tem o diploma revalidado no Brasil. Seu nome não consta no registro do Conselho Regional de Medicina. Ainda de acordo com a polícia, ele trabalha na empresa Seguro Remoções.

Segundo colegas de Pereira ouvidos pelo G1, ele tem a formação em medicina e estava fazendo as provas do Revalida, para validar seu diploma no Brasil.

A mulher, Vanessa Batista Fortunato, de 29 anos, deu à luz na Maternidade Santa Helena, em São Bernardo de Campo. Ela teria tido complicações após o parto, quando precisou ser submetida a uma cirurgia de retirada do útero. Uma ambulância da empresa terceirizada foi chamada para fazer a remoção para o Hospital Santa Helena em Santo André.

Depois de sair da ambulância, a paciente passou mal e morreu. Uma médica do hospital desconfiou do homem e chamou a polícia. Pereira foi preso em flagrante.

O caso será desmembrado. O 1º DP de Santo André vai investigar o exercício ilegal da profissão. Já o 3º DP vai investigar a morte suspeita da paciente. Segundo a perícia, ela morreu em decorrência de hemorragia interna.

Segundo o delegado titular do 1º DP, José Rosa Incerpi, as fichas médicas da paciente serão requisitadas judicialmente durante o inquérito que vai apurar a morte. "Vamos desmembrar o caso em dois inquéritos. Um inquérito vai ser sobre o exercício ilegal da profissão e falsa identidade, que por isso ele está preso em flagrante, e o caso será relatado por nós."

O G1 ligou para o telefone que aparece na ambulância que removeu a paciente e a ligação caiu em uma residência. O advogado e o motorista da empresa de ambulâncias foram chamado à delegacia.

Em nota, a assessoria do Santa Helena Saúde informou:

"Em relação ao caso da Sra. Vanessa Batista, o Santa Helena Saúde informa que a paciente foi internada na Maternidade Santa Helena, em São Bernardo do Campo, no dia 15/11, com um quadro de hipertensão gestacional. Na instituição, a paciente recebeu toda a assistência adequada ao seu quadro clínico e à saúde dos seus bebês. No dia 17/11, foi realizado o parto de um menino e uma menina em perfeitas condições de saúde. Entretanto, no dia 19/11, a Sra. Vanessa apresentou complicações decorrentes de hemorragia e foi submetida à histerectomia, conforme adequação às circunstâncias médicas da paciente.

Após nova avaliação clínica, verificou-se a necessidade de transferência da Sra. Vanessa para o Hospital Santa Helena, em Santo André, por possuir estrutura de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com os recursos necessários ao seu caso. A paciente foi, então, levada à instituição, na qual chegou por volta das 21h20 com quadro clínico instável, vindo a falecer após cerca de 1h, por parada cardiorrespiratória.

A transferência entre as unidades foi realizada por um dos prestadores credenciados à operadora de saúde para esse serviço. Entretanto, na chegada ao hospital, a médica responsável pela emergência do Hospital Santa Helena, ao receber a paciente, não recebeu a confirmação da identificação técnica do profissional que estava na ambulância como responsável médico. Depois de reiterados questionamentos, a unidade acionou a autoridade policial, que está investigando o caso. O Santa Helena Saúde ressalta que está dando todo o suporte necessário aos familiares da paciente e que está colaborando com as autoridades públicas para esclarecer a situação."

G1

Em parceria com o MS, OPAS/OMS lança recomendações para facilitar diagnóstico de Diabetes Gestacional

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde lançou nesta quarta-feira (16) a publicação “Rastreamento e Diagnóstico do Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil”

O documento é resultado de consenso entre profissionais especializados do Ministério da Saúde do Brasil, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Sociedade Brasileira de Diabetes e OPAS/OMS.

“É uma publicação muito importante, que contribui para alcançar as metas globais de redução da mortalidade materna e infantil”, afirmou o Representante Adjunto da OPAS/OMS, Luis Codina, durante a cerimônia de lançamento.

O documento apresenta critérios simples e práticos para diagnóstico da Diabetes Mellitus Gestacional, considerando as diferenças de acesso aos serviços de saúde existentes no país. Conforme dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), aproximadamente 415 milhões de adultos apresentam Diabetes Mellitus, hoje, em todo o mundo e 318 milhões de adultos possuem intolerância à glicose, com risco elevado de desenvolver a doença no futuro. A Diabetes Mellitus e suas complicações estão entre as principais causas de morte na maioria dos países.

De acordo com Rossana Pulcineli Vieira Francisco, que coordenou pela FEBRASGO o grupo técnico responsável pela publicação, uma criança gerada por uma mãe com diabetes não controlada apresentará risco elevado de ter diabetes e obesidade no futuro. Além disso, uma mulher que desenvolve essa doença na gravidez tem risco 40% maior de apresentar diabetes tipo 2 ao longo da vida. “Há mais de dez anos, estamos discutindo o tema da diabetes na gestação. Mas, se não fosse o poder catalisador da OPAS/OMS e a abertura do Ministério da Saúde, não conseguiríamos finalizar esse documento e propor um diagnóstico factível para o Brasil”.

Para o coordenador de Doenças Crônicas da SAS, Sandro Martins, a publicação ajuda a melhorar a assistência a pessoas com essa doença no Brasil. “Com esse documento, temos a possibilidade de trazer um marco normativo para orientar as equipes de saúde no sentido de identificar mais precocemente a diabetes na gestante”.

Durante o evento, a diretora do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba), Reine Marie Chaves Fonseca, apresentou os trabalhos realizados pela instituição no Brasil, em Moçambique e em Guiné-Bissau para implantar e fortalecer ações de manejo e diagnóstico de diabetes. “Temos muito a agradecer à OPAS/OMS e à World Diabetes Foundation pela incansável luta para que pudéssemos viabilizar esse projeto”, disse Reine. Segundo ela, também participaram das iniciativas o Ministério da Saúde brasileiro e a Secretaria de Saúde da Bahia.

O diretor executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Jurandir Frutuoso, também destacou o papel de apoio e articulador de diferentes instituições. “Estamos efetuando em alguns estados trabalhos de atenção primária junto com a atenção especializada, visando a maior eficiência do sistema. Queria agradecer a OPAS/OMS e todos os parceiros pela atenção e apoio nessas incursões que estamos fazendo em todos os estados”.

O coordenador de programas da World Diabetes Foundation, Bent Lautrup-Nielsen, apresentou alguns exemplos de projetos de prevenção e controle de diabetes financiados por sua instituição em países de baixa e média renda, incluindo o Brasil. “De 2002 a 2015, foram financiados investimentos de 130 milhões de dólares para mais de 400 projetos em mais de 100 países”, afirmou.

Diabetes cresce no mundo
De acordo com o primeiro Informe Mundial sobre Diabetes da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em abril deste ano, A doença está crescendo em todo o mundo e é agora mais comum nos países em desenvolvimento.O número de pessoas vivendo com diabetes quase quadruplicou em 24 anos. Estima-se que 422 milhões de adultos no mundo (8,5% da população) viviam com diabetes em 2014. Em 1980, havia 108 milhões (4,7%).

As principais complicações que podem estar relacionadas à diabetes são cegueira, insuficiência renal, amputação de membros inferiores e outras consequências em longo prazo que impactam significativamente na qualidade de vida.

Acesse o Informe Mundial sobre Diabetes da Organização Mundial da Saúde (em inglês): http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/204871/1/9789241565257_eng.pdf

Avanços
Com apoio da OPAS/OMS, o Brasil conseguiu, entre 2000 e 2011, um declínio médio de 2,5% ao ano na mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis, conforme estudo divulgado em 2015. A organização também assessorou o país na elaboração e implantação do Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis 2011-2022.

A OPAS/OMS em parceria com a World Diabetes Foundation e a Secretaria de Estado da Saúde da Bahia tem desenvolvido desde 2013 o Projeto de Capacitação e Educação em Diabetes. Como resultados, o número de diagnósticos de diabetes aumentou 5,7 vezes e a obtenção de hemoglobinas glicadas (exame para avaliar comportamento da glicemia) cresceu 6,6 vezes entre 2013 e 2015. Além disso, foram adotadas medidas para ampliar a prevenção de complicações decorrentes de diabetes, como amputações, principalmente em regiões carentes economicamente, onde o trabalho rural agrícola é um dos principais meios de subsistência e o acesso aos serviços de saúde ainda é restrito.

Com os resultados alcançados, a World Diabetes Foundation com a colaboração técnica e administrativa da OPAS/OMS decidiu financiar a expansão dessa estratégia para outros municípios da Bahia e para os Estados do Ceará e Maranhão.

Fonte: OPAS/OMS

Blog da Saúde

Ibogaína e produtos de cinco empresas são apreendidos

Os produtos à base de Ibogaína, do Leite de Andiroba, das Gotas de São João e suplementos alimentares apreendidos não passaram por quaisquer registros sanitários

A Anvisa suspendeu a fabricação de todos os produtos irregulares de cinco empresas nesta última sexta-feira (18/11). Os medicamentos e produtos comercializados pelas empresas alegavam propriedades médicas e terapêuticas que não foram comprovadas por laboratórios tampouco aprovadas pela agência sanitária.

Uma das empresas notificadas, o Centro de Referência em Tratamento Alternativo, alegava que o produto formulado com Ibogaína “estimula a mente a sonhar, mesmo com a pessoa acordada e consciente, sem mudança na percepção do meio ambiente e sem ilusões, aceleração de pensamentos e dificuldade de concentração”.

A Ibogaína, no entanto, não possui e nem possuiu registro, e não foi avaliada pela Anvisa quanto a segurança e eficácia, ou seja, a Ibogaína não poderia ser comercializada no Brasil.

Irregularidades sanitárias
Além dos produtos formulados com Ibogaína a Anvisa determinou, também, a inutilização e apreensão de três medicamentos e demais produtos de outras quatro empresas.

Os produtos comercializados pelas empresas em destaque na tabela abaixo não possuem registro na Agência, o que motivou a proibição da distribuição e do uso de todas as unidades. Confira quais são os produtos e as empresas fabricantes:

Produto
Empresa
Gotas de São João (Hyperacum perforatum)
J.A.S Campos Ltda
Leite de Andiroba (e todos outros produtos comercializados pela empresa)
CDL do Amazonas
Sanctus Offensus, Fito Estimulante Sexual, Própolis TM 100 mL (e demais produtos comercializados pela empresa
Instituto de Integração Terapêutica
Complemento Natu Life
Produto comercializado sem identificação do fabricante
   
As medidas foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta última sexta (18/11). Leia as publicações na íntegra.
ANVISA