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terça-feira, 24 de maio de 2011

Remédios antigos - Regulador Xavier nº 2 (para excesso)



Propaganda original de 1933

ABC da Alimentação Saudável

Uma alimentação, quando adequada e variada, previne deficiências nutricionais, e protege contra doenças infecciosas, porque é rica em nutrientes que podem melhorar as defesas do organismo. Nutrientes são compostos químicos encontrados nos alimentos que têm funções específicas, funcionam associadamente, e se dividem em:


Macronutrientes: carboidratos, proteínas e lipídeos;
Micronutrientes: vitaminas e sais minerais.


Carboidratos
De uma forma geral, todos os grupos de alimentos exceto as carnes, os óleos, as gorduras e o sal, possuem carboidratos. Estes podem ser:
Simples: como os açúcares e o mel: Os açúcares simples não são necessários ao organismo humano, pois apesar de ser fonte de energia, esta pode ser adquirida por meio dos carboidratos complexos. Sendo assim, é importante diminuir as quantidades de açúcares simples adicionados aos alimentos.
Complexos: presentes principalmente nos cereais (arroz, pão, milho), tubérculos (batata, beterraba) e raízes (mandioca, inhame), os quais representam a mais importante fonte de energia e, por esta razão, recomenda-se o consumo de seis porções diárias desse tipo de alimento, o que representa em torno de 60% do total de calorias ingeridas.


Fibras
Uma alimentação saudável deve incluir os carboidratos complexos e fibras alimentares em maior quantidade do que os carboidratos simples. Na sua forma integral, a maioria dos alimentos vegetais como grãos, tubérculos e raízes, as frutas, verduras e legumes contêm fibras, as quais são benéficas para a função intestinal, reduzem o risco de doenças cardíacas, entre outros diversos benefícios.

A quantidade de fibras na alimentação é uma medida de uma alimentação saudável. As frutas, legumes e vegetais são ricos em vitaminas, minerais e fibras, necessitando-se consumir, diariamente, três porções de frutas e três porções de legumes e verduras. É importante variar o consumo desse tipo de alimento, tendo em vista que o consumo regular e variado, juntamente com alimentos ricos em carboidratos menos refinados (pães e arroz integrais), oferecem quantidade significante de vitaminas e minerais, aumentando a resistência a infecções. Além das vitaminas e minerais, as verduras e os legumes também contêm componentes bioativos, alguns dos quais especialmente importantes para a saúde humana, podendo reduzir o risco de doenças, inclusive as doenças cardíacas e o câncer.


Proteínas
Origem vegetal: leguminosas como feijão, soja, grão-de-bico, lentilha, são alimentos fundamentais para saúde, por serem um dos alimentos vegetais mais ricos em proteínas. Entretanto, estas proteínas são consideradas incompletas, ao contrário das proteínas de origem animal, necessitando então, de combinações de alimentos que completem entre si os aminoácidos, tornando-se combinações de alto valor protéico como, por exemplo, a combinação de duas partes de arroz para uma parte de feijão.


Origem animal: carnes, leite e derivados, aves, peixes e ovos são proteínas completas, ou seja, contêm todos os aminoácidos de que os seres humanos necessitam para o crescimento e manutenção do corpo. São também, entre outros nutrientes, importantes fontes de proteína de alto valor biológico sendo, assim, necessário o consumo diário de três porções de leites e derivados e de uma porção de carnes, peixes ou ovos. As carnes selecionadas para o consumo devem ser aquelas com menor quantidade de gordura (magras, sempre retirando as peles e gorduras visíveis), sendo consumidas moderadamente, devido ao alto teor de gorduras saturadas e colesterol.


Ferro e Cálcio
As carnes em geral, principalmente os miúdos e vísceras, possuem alta biodisponibilidade de ferro, ou seja, a quantidade de ferro ingerida que será efetivamente utilizada pelo organismo é significativamente grande. O leite e seus derivados, além de fonte de proteínas e vitaminas, são as principais fontes de cálcio da alimentação. Este nutriente é fundamental para a formação e manutenção óssea ao longo da vida, prevenindo futuras complicações como a osteoporose.


Gorduras
Lipídeos: As gorduras são de diferentes tipos, e podem ou não ser prejudiciais à saúde, dependendo do tipo de alimento. A gordura saturada está presente em alimentos de origem animal, e seu consumo deve ser moderado. As gorduras trans que são obtidas pelo processo de industrialização dos alimentos, a partir da hidrogenação de óleos vegetais, são prejudiciais à saúde. O consumo excessivo deste tipo de alimento pode acarretar doenças cardiovasculares, excesso de peso, obesidade, entre outras. As gorduras insaturadas, presentes nos óleos vegetais, não causam problemas de saúde, exceto se forem consumidas exageradamente. São fontes de ácidos graxos essenciais, ou seja, podem ser produzidos pelo organismo, sendo assim necessárias para a manutenção da saúde.


Colesterol: O colesterol é uma gordura que está presente apenas em alimentos de origem animal, e é componente estrutural de algumas partes do organismo humano, sendo ele capaz de sintetizar o suficiente para cobrir as necessidades metabólicas, não sendo indicado o consumo desse composto. O alto consumo deste pode acarretar doenças cardiovasculares.

Sal
O sal de cozinha - cloreto de sódio - utilizado como tempero e conservação de alimentos, contém sódio em sua composição, bem como outro tempero atualmente muito utilizado, o glutamato de sódio - este mineral quando consumido em excesso é prejudicial à saúde. Sendo assim, recomenda-se a redução no consumo de alimentos com alta concentração de sal, como temperos prontos, caldos concentrados, molhos prontos, salgadinhos, entre outros.


Água
A água é um nutriente indispensável ao funcionamento do organismo; a ingestão de, no mínimo, dois litros diariamente é altamente recomendada. Ela desempenha papel fundamental na regulação de muitas funções vitais do organismo, incluindo regulação da temperatura, transporte de nutrientes e eliminação de substâncias tóxicas. Recomenda-se a ingestão de 6 a 8 copos de água por dia.


Atividade Física
É muito importante a prática de exercícios físicos regularmente, aliada a uma alimentação saudável, o que previne o sobrepeso e a obesidade, além de trazer benefícios para saúde mental e emocional. As pessoas fisicamente ativas são profissionalmente mais produtivas, e desenvolvem maior resistência a doenças.
Para ter uma vida saudável, associe sempre uma alimentação equilibrada, com o consumo de água e a prática de atividades físicas regularmente. Assegurando, assim, o aumento da imunidade, o peso ideal e a prevenção de doenças.

Remédios de Tempos Antigos nº2: Cataratas


Na idade média, as cirurgias aos olhos, nomeadamente às cataratas, eram extremamente dolorosas e raramente salvavam o olho do paciente.
As cataratas eram removidas através da inserção de um objecto afiado, tal como uma faca ou uma agulha larga, na córnea e forçando a lente do olho para fora da sua cápsula e até ao fundo deste.

Entretanto, na Europa começou-se a seguir um pouco mais a medicina islâmica e com isto, as circurgias às cataratas desenvolveram-se. Usava-se uma seringa metálica para extrair as cataratas por sucção, inserindo-a na parte branca do olho.

Médicos defendem maconha terapêutica

O lançamento mundial de um medicamento produzido à base de maconha pela farmacêutica britânica GW Pharma, e que será comercializado na América do Norte e na Europa pelo laboratório Novartis, reacendeu as discussões entre os especialistas brasileiros sobre o uso medicinal da droga no País. Por aqui, o princípio ativo do remédio (Sativex), usado para aliviar a dor de pacientes com esclerose múltipla, não é permitido.


O Brasil é signatário de tratados diversos que consideram a substância ilícita, o que dificulta inclusive o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre as propriedades terapêuticas da planta e suas reações no cérebro.

Pesquisadores ouvidos pelo JT comparam a importância do estudo da cannabis sativa (nome científico da maconha) com a relevância do ópio para o desenvolvimento da morfina – medicamento essencial para o tratamento da dor aguda. E reforçam o argumento de que a possibilidade de uso medicinal não é sinônimo de liberação ou legalização da droga.

"O medicamento tem estudo clínico, existem proporções corretas das substâncias usadas, imprescindíveis ao seu funcionamento", defende Hercílio Pereira de Oliveira Júnior, médico psiquiatra do Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com Oliveira Júnior, ao contrário do remédio, a droga ilícita não tem padrões de equilíbrio entre os substratos terapêuticos e pode causar danos à saúde de quem a consome. "Pode ampliar a ansiedade, causar um estado depressivo e psicótico, com alucinações, e problemas pulmonares provocados pelo ato de fumar."

Perspectivas

Estudos comprovam que a cannabis reduz os efeitos colaterais da quimioterapia, como náusea e vômito, estimula o apetite em pacientes com aids, pode ser usada para tratar o glaucoma e aliviar a dor crônica. "As perspectivas científicas mostram que vale a pena aprofundar os estudos sobre a planta", avalia Oliveira Júnior.

O Sativex, por exemplo, não é vendido como cigarro – e sim na forma de um spray. Sua composição reúne apenas dois substratos da maconha: o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol.

"Não causa mais ou menos dependência do que calmantes e antidepressivos. A dependência não é argumento considerável para proibir até mesmo a pesquisa", diz Dartiu Xavier da Silveira, professor livre-docente em Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.

Defensor da criação de uma agência reguladora para o setor, Oliveira critica a legislação restritiva brasileira e afirma que o preconceito trava a pesquisa de medicamentos que poderiam ser desenvolvidos até para tratar a dependência química.

"A questão não é proibir, mas controlar. Não se proíbe a morfina porque algumas pessoas fazem mau uso", avalia. O psiquiatra lembra que não é necessário o plantio em terras brasileiras da maconha para os estudos. "Para pesquisa, podemos importar."

Diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp, o psicofarmacologista Elisaldo Carlini também acredita que o Brasil está atrasado em relação às pesquisas sobre o potencial terapêutico da maconha por puro preconceito.

"No século passado, foi considerada droga diabólica e só nos últimos 30 anos é que se retomaram os estudos terapêuticos", conta Carlini. De acordo com ele, pesquisas mostraram que o cérebro humano possui ramais de neurotransmissores e receptores sensíveis ao estímulo da cannabis. O sistema foi chamado de endocanabinoide, que, se cientificamente estudado e estimulado, pode levar ao alívio ou à cura de várias doenças.

Legislação

Até o momento, a legislação brasileira proíbe o consumo de qualquer medicamento à base de maconha. Mas uma decisão judicial pode autorizar seu uso em casos específicos.

A comercialização do Sativex ainda não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procurada pelo Jornal da Tarde, a agência não se manifestou sobre o assunto.

Viagra ajuda a combater sintomas da esclerose múltipla

Estudo espanhol apresentou recuperação quase completa em 50% dos casos observados

SÃO PAULO - Pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) divulgaram um estudo que mostra os efeitos positivos da administração de Viagra em animais com esclerose múltipla. Os resultados desta pesquisa foram publicados na revista Acta Neuropathologica.

De acordo com o estudo de dois grupos, liderados pela Dr. Agustina García e pelo Dr. Juan Hidalgo, ambos da UAB, foram observadas recuperações quase completa em 50% dos casos após tratamento de apenas oito dias. Como o medicamento já é comercializado e bem tolerado, os pesquisadores acreditam que testes com seres humanos serão autorizados em breve.

A esclerose múltipla não tem cura, mas alguns medicamentos já se mostraram eficientes no combate de alguns sintomas e para prevenir a progressão do problema, que é o tipo de doença inflamatória crônica mais comum do sistema nervoso central e uma das principais causas de invalidez em adultos. Ela é causada pela presença de focos múltiplos de desmielinização (que resulta na perda da bainha da mielina em torno dos axônios e afeta a capacidade dos neurônios de se comunicarem) e pela neurodegeneração em diferentes áreas do sistema nervoso central.

Os pesquisadores estudaram os efeitos do sildenafil, que é vendido como Viagra, em animais que apresentavam um tipo de esclerose múltipla conhecida como encefalomielite autoimune experimental (EAE). Eles observaram como o remédio reduziu a infiltração de células inflamatórias na massa branca da medula espinal e por consequência nos danos no axônio da célula nervosa, facilitando a reparação da mielina.


O Sidenafil faz parte de um grupo de medicamentos conhecidos como vasodilatadores e usados nos tratamentos de disfunção erétil e hipertensão arterial pulmonar. Estudos anteriores sobre doenças no sistema nervoso central de animais já mostraram que, além da vasodilatação, este tipo de medicamento pode apresentar ações neuroprotetoras.

Variação genética ajuda a diminuir risco de desenvolver malária

Estudo revelou que gene envolvido em morte celular programada pode reduzir risco em quase 30%

SÃO PAULO - Um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical Bernhard Nocht, de Hamburgo, e da Universidade Kumasi, de Gana, identificaram uma variação genética que diminui em quase 30% as chances de uma criança desenvolver malária severa. O estudo foi publicado na revista científica PLoS Genetics.

Joseph Okanga/Reuters

A doença é um problema de saúde pública principalmente na África Subsaariana, onde aproximadamente 1 milhão de pessoas morrem todos os anos como resultado da infecção do parasita Plasmodium falciparum.

O estudo envolveu mais de 6 mil crianças e identificou o gene que reduz o risco. Ele é conhecido como FAS e é responsável por uma molécula envolvida na morte celular programada de alguns leucócitos, que fazem parte do sistema imunológico.

Os mais jovens, com idades inferiores a cinco anos, que apresentam a variação no gene FAS, têm um aumento expressivo da molécula CD95, que aparentemente promove um número maior de células suicidas do sistema imunológico, o que provoca uma reação mais intensa e faz estas crianças mais resistentes à malária.

"Acreditamos que nosso estudo ajudará a revelar o mecanismo causador dos tipos fatais de malária", disse a co-autora do estudo, Kathrin Schuldt.

Schuldt disse que o próximo objetivo é entender o mecanismo do efeito protetor da variação genética para que se possa começar a estudar o desenvolvimento de medicamentos que protegerão as crianças da malária.

Especialistas alertam para os riscos de fazer tratamentos e exames em casa

A oferta de procedimentos médicos e exames feitos em casa, por conta própria, está crescendo no Brasil. Esse nicho de mercado é composto por um público cada vez mais interessado em tecnologia e medicina acessíveis para leigos.

Uma parte dos produtos surgiu para atender pacientes que trocam os hospitais por atendimento domiciliar, mas não é só isso.

"Não existem pesquisas oficiais, mas calculamos que o mercado de produtos para cuidados de saúde em casa está crescendo cerca de 20% ao ano no Brasil", diz Patrícia Cardoso, diretora de Home Healthcare Solution (divisão de produtos de saúde em casa) para a América Latina da Philips.

Entre os produtos oferecidos pela empresa, diz Cardoso, há equipamentos para quem está interessado em cuidar da saúde com mais "autonomia". É o caso do desfibrilador caseiro, portátil e leve.

"Normalmente, a desfibrilação é feita no hospital. Mas o avanço da tecnologia criou aparelhos portáteis que podem ser usados por leigos, desde que recebam um treinamento mínimo", afirma o cardiologista José Carlos Pachón, do Serviço de Arritmias do HCor (Hospital do Coração), de São Paulo.


COM AS PRÓPRIAS MÃOS

A procura individual por esse tipo de equipamento ainda é restrita, até porque a complexidade das doenças cardíacas assusta os interessados em fazer "medicina com as próprias mãos".

Já as tecnologias na área da dermatologia não parecem intimidar os consumidores, que buscam na internet ou em viagens ao exterior os novos aparelhos de laser para uso caseiro.

Embora não existam equipamentos domésticos a laser registrados no Brasil, há pelo menos um site de um representante brasileiro dos produtos importados.

São oferecidos escovas para combater a queda de cabelos e aparelhos para depilação, com frete gratuito para todo o país.

DEMANDA

Na internet ou lá fora, também são procurados os equipamentos para rejuvenescimento da pele com laser. "Há demanda aqui para isso. Precisamos ver o que as agências reguladoras vão determinar sob a pressão da indústria e do público", diz o dermatologista Davi de Lacerda, da USP.

Os fabricantes estão apresentando esses aparelhos para a classe médica com cautela, segundo Lacerda.

"Como os dermatologistas e as clínicas são hoje os grandes consumidores dessa indústria, os fabricantes afirmam que os aparelhos domésticos não impedem o paciente de procurar o médico para tratamentos mais agressivos, já que o laser caseiro é muito menos potente do que o profissional." A baixa potência facilita a aprovação dos produtos.

"Os órgãos reguladores priorizam sempre a segurança, mesmo que isso signifique um produto menos eficaz", diz Roberto Mattos, coordenador do departamento de laser da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). A energia baixa diminui os riscos na hora de usar o equipamento, mas eles existem.

"O laser pode atingir os olhos e, se for aplicado várias vezes no mesmo local, pode queimar a pele", diz Mattos.
Isso não tem assustado o público consumidor.

"Cada vez mais, as pessoas querem manipular seus corpos. E não basta deixar o médico fazer isso, elas querem ser atuantes no tratamento", diz o dermatologista Davi de Lacerda.

Testes caseiros buscam público feminino

Outra modalidade do "faça você mesmo" são os testes específicos para o público feminino.

"Nosso mercado é a mulher que gosta de assumir o controle de sua vida", diz a bioquímica Carolina Ynterian, diretora da Analitic, que produz a linha de testes Confirme.

Diagnósticos de fertilidade e menopausa são feitos com amostras de urina.

"O de fertilidade pode ser útil para casais que estão tentando engravidar", diz o ginecologista Newton Busso, da Santa Casa de São Paulo.


Mas ele questiona a utilidade do teste de menopausa. "O exame pode ser preciso, mas acho um equívoco fazer um teste, em casa ou no laboratório, de algo que você pode diagnosticar com exame clínico."

SEXO DO BEBÊ

Para engrossar o caldo, uma empresa lançou, no Brasil, um kit caseiro para descobrir o sexo do bebê. No site do produto, a descrição do teste diz que ele não tem fins diagnósticos e é isento de registro no Ministério da Saúde.

"Não conheço técnica para descobrir o sexo do bebê com amostra da urina da mãe", diz Busso. As grávidas também podem ter seu próprio ultrassom, para escutar os batimentos cardíacos do bebê. "Com um brinquedinho desses nas mãos, a grávida pode passar o dia inteiro ouvindo o bebê. Mas, do ponto de vista médico, não significa nada."

Obesidade é socialmente contagiosa, diz estudo

A obesidade é socialmente contagiosa, diz um estudo da Universidade do Estado do Arizona (EUA).

Segundo os autores da pesquisa, antropólogos, o fato de que a obesidade se espalha entre amigos e parentes já era conhecido. Eles queriam observar como isso acontecia.


Eles entrevistaram 101 mulheres e 812 de seus amigos mais próximos e parentes.

Comparando o índice de massa corporal dessas mulheres aos de seus parentes e amigos, os pesquisadores confirmaram que o risco de obesidade aumenta se a rede de contatos da pessoa tem mais obesos.

A equipe examinou três possibilidades para a disseminação da obesidade por meio de conexões sociais.

Todas têm a ver com ideias compartilhadas sobre o que é peso adequado para essas pessoas.

"Você pode saber o que seus amigos acham que é um peso aceitável e mudar seus hábitos para alcançar essa meta. Ou você pode não concordar com o que seus amigos pensam mas se sentir pressionado a atingir esse ideal. Ou, ainda, você pode formar uma noção de peso adequado observado os corpos de seus amigos e parentes, o que acaba mudando seus hábitos de alimentação e exercícios.", afirma Daniel J. Hruschka, antropólogo e líder do estudo.

O fator de influência mais forte foi a observação, segundo os pesquisadores. Mesmo assim, sua ação é limitada. Outros fatores como comer e se exercitar junto com os amigos podem ser mais importantes do que os mecanismos analisados.


O estudo analisou também o estigma da obesidade. As voluntárias foram questionadas sobre se preferiam ser obesas ou ter problemas como alcoolismo ou herpes. Em muitos casos, as mulheres preferiam sofrer desses problemas a serem gordas. Cerca de 25% delas preferiam ter depressão grave à obesidade, e 14,5% preferiam ser cegas do que gordas.

"Esse estudo é importante porque mostra que apesar de o agrupamento de pessoas obesas ser uma realidade, não são as ideias similares sobre peso ideal que causam isso", afirmou Alexandra Brewis, uma das autoras do trabalho. "Precisamos nos concentrar no que as pessoas fazem juntas e não no que elas pensam."

Especialista elogia eficiência da Operação Lei Seca no Rio, que completa dois anos

Rio de Janeiro – A Operação Lei Seca no estado do Rio, que está completando dois anos, é o mais bem-sucedido exemplo de fiscalização que visa a coibir o consumo de bebidas alcoólicas por motoristas. A afirmação é do representante da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego no Rio Fernando Moreira.


De acordo com Moreira, a operação está apresentando resultados expressivos e deveria ser adotada em todo o país. O médico disse que a fiscalização frequente, intensiva, com barreiras policiais diárias, exerce um efeito positivo na conduta dos motoristas. “Hoje, no Rio de Janeiro, as pessoas já têm uma dúvida razoável se vão ser submetidas à fiscalização, ao teste do bafômetro. Então, as pessoas já evitam misturar bebida e direção. Isso trouxe muito mais segurança ao nosso trânsito”.

A Operação Lei Seca, campanha permanente e educativa de fiscalização, ocorre em toda a capital do estado e em municípios da região metropolitana, como Niterói, São Gonçalo e Maricá, e da Baixada Fluminense.

Desde o início do programa, em março de 2009, 483 mil motoristas foram abordados, 83 mil foram multados e 35,4 mil tiveram a carteira de habilitação apreendida. Os agentes fizeram 453,6 mil testes com o bafômetro. Desse total, 4,3 motoristas sofreram sanções administrativas e 1,5 mil foram denunciados criminalmente.

O especialista em medicina no trânsito disse ainda que é necessário que a população entenda que o consumo de bebidas alcoólicas, independentemente da quantidade, compromete funções importantes do organismo e impedem a condução do veículo com segurança. “O álcool, mesmo em pequenas doses, já faz com que as pessoas tenham três funções importantes comprometidas: avaliação de risco, juízo crítico e raciocínio lógico. Em doses maiores, você vai ter problemas de visão, equilíbrio, lentidão de reflexos, indo até a sedação e ao coma, em doses elevadas”, explicou Moreira.

Propagandas antigas - Instituto Butantan


“Instituto Butantan. Produtos indicados na gripe espanhola. Soro hemostático, extrato suprarenal, extrato tonisular, soro normal de cavalo e soro camforado”.

2 de novembro de 1918.

Países terão acesso mais rápido a medicamentos e vacinas para combater pandemias de influenza

Brasília – Um acordo assinado por países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê o acesso mais rápido a produtos para proteger populações contra uma pandemia de infuenza – como a registrada em 2009, provocada pelo vírus Influenza H1N1. O documento aprovou o compartilhamento de vírus e de insumos como medicamentos, kits para diagnóstico e vacinas.

De acordo com um comunicado do Ministério da Saúde, a partir de agora, em situações de pandemia de influenza, todas as amostras de secreção respiratória coletadas de pacientes com sintomas de gripe serão rastreadas por uma rede internacional de laboratórios de referência. A estratégia visa a dar mais velocidade ao processo de isolamento viral e à produção de vacinas.

Conforme o acordo, a indústria fica obrigada a acelerar o processo de transferência de tecnologia de produção de vacinas para países com capacidade de fabricação, além de ter que doar 10% da produção para um fundo estratégico da OMS – usado para abastecer países mais pobres.

OMS discute futuro de amostras de vírus da varíola

A OMS (Organização Mundial da Saúde) discute acaloradamente nesta segunda-feira o futuro das amostras de vírus de varíola, que Rússia e Estados Unidos querem preservar, enquanto outros defendem sua destruição.

Escultura em vidro do vírus da varíola: doença letal

A questão a respeito da destruição dos últimos estoques oficiais do vírus mortal, mantidos em laboratórios americanos e russos, tem sido recorrente na OMS desde 1986.

Washington e Moscou querem que as amostras de vírus sejam mantidas por razões científicas, alegando que são necessárias para continuar as pesquisas sobre vacinas de forma a prevenir qualquer ressurgência da doença infecciosa, erradicada em 1979.

O temor, particularmente, é de que países possam ter mantido secretamente o vírus, a fim de utilizá-lo como arma biológica.

Em um projeto de resolução apresentado esta segunda-feira aos 193 estados-membros da OMS, Rússia e Estados Unidos mais uma vez procuraram conservar as amostras, e queriam começar a discutir uma data possível para sua destruição só em cinco anos.

"Sentimos que não temos garantias suficientes sobre a eficiência e a preparação das vacinas", explicou o enviado russo.

"A destruição será irreversível", acrescentou, destacando que é necessário "ser duas vezes mais prudente sobre um tema que diz respeito à segurança de toda a humanidade".

"Depois da pesquisa, podemos determinar a data", emendou.

União Europeia, Canadá, Israel, Mônaco, Colômbia e China estão entre os países que apoiaram a medida.

No entanto, cerca de 20 países, entre os quais nações norte-africanas, Irã, Tailândia, Zimbábue e Malásia são fortemente contrários à resolução, afirmando que a destruição imediata do vírus deveria ser determinada.

"Não há mais justificativa científica para manter estes vírus", afirmou um diplomata malaio.

"Já se passaram 30 anos desde que nós decidimos manter os estoques", ressaltou um enviado iraniano. "Já é tempo de fixar uma data determinada" para erradicá-los.

Em meio à discórdia, a OMS decidiu criar um grupo de trabalho para esboçar um projeto de compromisso ainda esta segunda-feira.

Brasileiros e sul-africanos estudam como exercícios agem no cérebro

Cientistas sul-africanos e brasileiros anunciaram, nesta segunda-feira, ter descoberto uma forma de medir a atividade cerebral de ciclistas em velocidade de corrida, abrindo uma nova frente no estudo de como o cérebro funciona durante a prática de atividades físicas.


O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, e da Unicamp, usou um escâner de ressonância magnética especialmente projetado pelos brasileiros para manter as cabeças dos atletas no lugar enquanto eles foram mantidos na posição horizontal, movimentando pedais acoplados a um monitor de desempenho.

A equipe de pesquisa ainda está coletando dados para o estudo, mas prometeu divulgar novas informações sobre quais áreas do cérebro controlam o exercício e a relação entre o desempenho esportivo e o cérebro.


"Por causa da dificuldade do projeto, técnica, equipamento e metodologia, pouca informação está disponível nesta área de pesquisa da ciência esportiva", disse Elske Schabort, estudante de pós-doutorado do centro de ciência esportiva da universidade.

"A oportunidade de estar entre os primeiros a iniciar pesquisas tão novas possibilitará que façamos grandes progressos em nosso trabalho de tentar entender e descrever o papel do cérebro e do sistema nervoso central durante a prática de exercícios e a regulação da performance", acrescentou.

Um grupo de sete ciclistas de competição deitou dentro do escâner e fez teste de desempenho.

Os primeiros resultados do estudo devem ser divulgados no próximo mês, disse Eduardo Fontes, aluno de doutorado da Uiversidade de Campinas.

Terapia genética para cardiopatas faz risco de morte cair pela metade

Um estudo do Departamento de Medicina e Cirurgia da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriu que a terapia genética pode restaurar a capacidade de bombeamento do coração em cardiopatas.

O tratamento é feito a partir da reposição dos níveis de enzima necessários para que o coração funcione com eficiência, usando o gene Serca2a.

Todos os 39 participantes da pesquisa foram escolhidos de maneira aleatória. Após um ano e seis meses de testes, os cardiopatas que receberam o gene tiveram rebaixados pela metade os riscos de hospitalização, de ataque cardíaco, de transplante cardíaco e de morte.

Caso os resultados se confirmem em experimentos futuros, o tratamento pode ser uma alternativa para o transplante de coração.

São Paulo triplica exames de coração realizados à distância

Chegou a 170 mil o número de exames de coração à distância realizados pela rede estadual paulista de saúde em 2010. O número é o quase o triplo do que foi realizado em 2009 (60 mil).


Em um ano São Paulo ampliou sua capacidade de operação em quase 50%. O número de hospitais, ambulatórios e postos de saúde integrados à Central de Laudos do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, na capital, chegou a 75 neste início do ano.

Idealizado pelo setor de Bioengenharia do Dante, o serviço de Tele-eletrocardiograma utiliza sinal de celular para encaminhar o exame à Central de Laudos e enviar o laudo à unidade solicitante em um período médio de uma hora. Antes dessa tecnologia, demorava-se até duas semanas para que o resultado ficasse pronto.

SP promove exames e orientação gratuita sobre distúrbios da tireoide

Com o objetivo de chamar a atenção da população para as doenças da tireoide, a Merck Serono, uma divisão da Merck, realiza, com o apoio da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), uma campanha de esclarecimento gratuito à população sobre os principais sinais e sintomas da doença. A ação será realizada na próxima quarta-feira, 25 de maio, das 10h às 16h, na Estação da Sé, em São Paulo, como parte das iniciativas previstas para a Semana Internacional da Tireoide, celebrada de 23 a 29 de maio, com eventos em 65 países


“Em geral, as doenças da tireoide são diagnosticadas tardiamente, depois de comprometer a qualidade de vida das pessoas”, observa o presidente da SBEM, Dr. Airton Golbert.

Em São Paulo, o evento será coordenado pelo Dr. Márcio Krakauer e pelo Dr. João Sergio de Almeida Neto. Durante a ação serão realizados exames gratuitos de palpação da glândula tireoide, por um especialista endocrinologista, além da distribuição de materiais educativos, que ajudam reconhecer os principais sintomas de distúrbios da tireoide, e ainda, folhetos informativos sobre Hipotireoidismo, Hipertireoidismo e Nódulos Tireoideanos.

De acordo com dados da SBEM, a tireoidite crônica, inflamação da glândula tireoide, afeta cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil, sendo a causa mais freqüente de hipotireoidismo. O bócio, um inchaço anormal no pescoço devido a um aumento da glândula tireoide, pode ser causado pela carência de iodo no organismo, tendência genética, medicamentos e outras causas.

As doenças da tireoide acometem com maior freqüência as mulheres. Enquanto o hipotireoidismo atinge 3% da população adulta masculina, nas mulheres com mais de 45 anos, sua prevalência salta para 15%.

Além de São Paulo, as ações de esclarecimento sobre as doenças da tireoide serão realizadas no Rio, Recife, Ribeirão Preto, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Entenda a ampliação da portabilidade da carência dos planos de saúde

A nova norma permite que os 9 milhões de consumidores com planos contratados antes de janeiro de 1999, não regulamentados pela ANS, migrem de planos mantendo o direito ao rol de coberturas mínimas exigido pela Agência. Os planos já regulamentados já possuíam direito ao benefício, a diferença é que agora a operadora deve apresentar a nova proposta, já com o ajuste, do valor devido à ampliação das coberturas. O que ocorria anteriormente é que o valor pago pelo usuário era alto.

Vale ressaltar, que a RN 252 mantém a equivalência dos planos, ou seja, o usuário não pode migrar de um plano inferior para o superior, sendo uma forma de evitar a seleção adversa para as operadoras de saúde. Outro ponto importante da resolução, é a eliminação da abrangência geográfica, operadoras com cobertura regional poderão englobar usuários de um plano com abrangência nacional. Além disso, os consumidores com planos coletivos por adesão, ou seja, aqueles contratados por pessoa jurídica de caráter profissional, classista ou setorial, como: como conselhos profissionais e entidades de classe terão direito a portabilidade.

Apesar de a resolução oferecer aos beneficiários oportunidades de escolha, o consumidor verá que, na prática, as opções de portabilidade estão muito restritas a um pequeno leque de opções e haverá pouca diferença de produtos e serviços. Isso porque, a saúde suplementar está vivendo um momento em que as grandes operadoras estão dando preferência apenas para comercialização dos planos empresariais, que inclusive não estão sob a resolução.

A resolução passa a valer a partir do dia 03 de agosto deste ano e é resultado de uma Consulta Pública, promovida pela ANS entre os meses de outubro e novembro de 2010, com o objetivo de incentivar as pessoas a fazerem críticas e sugestões sobre o tema. Por isso, algo que sempre busco provocar com a publicação dos meus artigos é o interesse da população por essas consultas públicas que acabam por resultar em melhorias, pois é uma forma do beneficiário expor sua opinião sobre os produtos.

A nova lei de portabilidade abrange apenas os contratos individuais, familiares e coletivos por adesão, que são aqueles que já são fortemente regulados pela ANS e, portanto, com inúmeras restrições de ações que tentem regular o equilíbrio entre os gastos e a receita da operadora. Assim, para as operadoras, a norma pode ser uma grande oportunidade de se “livrar” do segurado de alta sinistralidade (que gasta muito e paga pouco). A dúvida é se as operadoras irão iniciar um processo para fomentar a insatisfação do cliente e, portanto, provocar a sua evasão para outra operadora, através da demora no atendimento, dificuldade para a resolução de problemas, aumento burocracias para liberação de exames e procedimentos, entre outros.

Mudança de cultura: qualidade e segurança a toda prova

Para especialista, a saúde deveria se espelhar na cultura organizacional da aviação comercial, usinas nucleares e indústriaquímica

Um dos fatores mais impactantes para determinar o grau de desenvolvimento de uma sociedade é o nível do sistema de saúde oferecido aos seus cidadãos, tornando essencial garantir-lhes o direito constitucional a um serviço de qualidade. Para atingir este objetivo, a busca é constante e antiga. Relatos de ações que visam às boas condições da assistência prestada vêm desde o século 18 na Europa, quando os médicos começaram a criticar a situação insalubre dos hospitais da época. A missão continua até os dias de hoje e podemos dizer que melhoras significativas foram atingidas durante todo este percurso.
Atualmente existem metodologias, que não só introduzem os conceitos de qualidade, como também mensuram o nível dos serviços de saúde através do uso de indicadores, do estabelecimento de padrões mínimos e de comparações com hospitais de referência. Algumas das mais conhecidas são a TQM - Total Quality Managemment, oriunda da indústria, e as Acreditações Internacionais, pela Joint Commission (americana) e pela Organização Nacional de Acreditação - ONA (canadense). Estas metodologias são capazes de promover a emergência de uma cultura de qualidade dentro dos hospitais, mas são apenas o primeiro passo da jornada em busca da excelência.

Para garantir padrões de qualidade e de segurança, principalmente em hospitais que operam com alta complexidade, é importante fazer-se valer muito mais do que metodologias e processos. É importante uma mudança de cultura organizacional, tornando-a focada em seu cliente principal: o paciente.

O sistema de saúde é inseguro por natureza. Equipamentos e capacidade técnica são importantes, mas não são suficientes para garantir segurança. È necessário haver uma mudança de cultura, com total foco na melhora da comunicação e do trabalho em equipe, juntamente com uma reorganização estrutural.

As organizações de saúde deveriam tentar imitar a cultura das HROs - High Reliability Organizations, ou seja, Organizações de Alta Confiabilidade. Elas, apesar de operarem em ambientes extremamente arriscados e perigosos, têm uma taxa mínima de erros.
Nesta lista estão a aviação comercial, as usinas nucleares e a indústria química. Estas organizações têm uma cultura conhecida como "Cultura Informada", que segundo James Reason(1998) compreende quatro subculturas: a cultura justa (no blame culture), a cultura de reportar os erros (reporting culture), a cultura do aprendizado (learning culture) e a cultura flexível (flexible culture).
O erro é sempre utilizado para a correção de falhas, que são estudadas minuciosamente para que nunca mais aconteçam. Ao invés de se empreender a busca pelos culpados, existe a busca por soluções. Aos poucos os funcionários se sentem mais à vontade, não apenas para reportar as falhas, mas também para reportar situações onde elas podem ocorrer. Toda a organização aprende com seus erros. A cultura de flexibilidade oferece não só autonomia para tomar decisões ao funcionário da ponta, mas também o capacita para saber lidar com o inesperado. O funcionário conhece não apenas o plano A, mas também o B e o C.

Esta cultura de segurança é primordial na saúde, principalmente nos hospitais cirúrgicos onde os erros frequentemente levam às injúrias físicas, psíquicas ou mesmo à morte. Para que ocorra esta mudança cultural é importante que as lideranças transformem o ambiente hospitalar de crise e reclamação, num ambiente de aprendizado e melhorias, estimulando a comunicação, o trabalho em equipe, a aceitação de lideranças e oferecendo autonomia e compartilhamento de responsabilidades aos funcionários da ponta, tornando os hospitais mais orientados aos processos de que às funções. A população, cada vez mais informada e demandante, vai ser provavelmente a maior força para esta mudança.

As campeãs de câncer de mama

Estudo mostra que as mulheres do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo são as que mais adoecem da enfermidade

Gaúchas, paulistas e fluminenses são as campeãs de câncer de mama, revela mapeamento feito pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os dados comparativos mostram Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo como líderes – nesta ordem – das projeções para 2010 de novos casos de uma das doenças mais ameaçadoras do universo feminino.

O coordenador de Prevenção e Vigilância do Câncer do Inca, Cláudio Noronha, cita os prejuízos da urbanização como uma das explicações para a liderança. “As ocorrências de câncer de mama são mais elevadas em regiões desenvolvidas”, afirma. “As taxas altas refletem não só o sedentarismo, o tabagismo, o estresse e a alimentação irregular (típicos das grandes metrópoles), mas também o envelhecimento populacional. A incidência de câncer aumenta justamente com o avançar da idade”, completa.

Para 2010, o Inca projeta uma taxa de 49 novos casos de câncer de mama em cada 100 mil habitantes em todo Brasil. No Rio de Janeiro, o índice é de 88,30 casos também para 100 mil mulheres, ou seja, 39,3 pontos acima da média nacional. No Rio Grande do Sul, o cálculo mostra 81,57 novos casos e, em São Paulo, 68,04. Os números das capitais destes Estados mostram uma incidência ainda mais expressiva: as taxas são de 114, 23; 127,71 e 89,91 respectivamente. Para se ter uma ideia, no Acre o índice é de 11,03 e no Amapá, lanterninha do País, 10,8.

Atenção aos baixos índices

As estimativas de novos registros de câncer são baseadas em prontuários médicos e em estatísticas de mortalidade de câncer fornecidas ao Ministério da Saúde por todos os hospitais do Brasil. Se as fichas médicas ajudam a evidenciar os efeitos negativos da rotina assoberbada da “mulher moderna” no câncer de mama, a ausência de dados sobre a doença também pode ser indício de que as coisas não estão bem. Segundo os especialistas, a baixa incidência de câncer de mama pode indicar que os casos existentes não estão sendo identificados pelas autoridades de saúde locais. “Muito pior do que ter câncer, é morrer de câncer”, afirma a mastologista Máira Caleffi, presidente do Instituto de Mama do Rio Grande do Sul e da Federação Nacional do Câncer de Mama (Femama).

Jovens, adultas e idosas

Para conter o avanço dos casos entre as fluminenses e cariocas, a coordenadora de vigilância do câncer do governo do Rio de Janeiro, Risoleide Marques de Figueiredo, acredita as mulheres precisam ser monitoradas antes do problema aparecer, receita que vale para qualquer Estado.

“Nossa proposta é acompanhar as pacientes não só depois da confirmação do diagnóstico de câncer. Nosso foco é também monitorar as mulheres com histórico da doença na família”, afirmou a especialista, em referência e influência genética do aparecimento do câncer.

Desde o final de 2009, a estratégia de acompanhar as pacientes do Rio começou a mudar e Risoleide já comemora o índice de 80% de pedidos de mamografias com o foco em rastrear e não em confirmar o tumor maligno nas mamas. “Outra aspecto que precisa mudar é que falamos muito da faixa-etária entre 45 e 60 anos, mas não podemos esquecer das maiores de 70. Elas sempre são esquecidas nas pesquisas e nos programas e são as principais vítimas da doença”.

Máira Caleffi acredita que para prevenir o câncer de mama, o autocuidado com a saúde deveria ser trabalhado em todas as idades. “Tanto as adolescentes precisam ter noção de que a alimentação inadequada, com muito fast food, pode resultar lá na frente em mais câncer de mama, quanto as mais velhas não podem abandonar a preocupação com a saúde”, avalia. A baixa estima com o corpo, afirma a médica, pode levar à falta de cuidado.

Em São Paulo, para que as mulheres nunca se esqueçam da necessidade do exame anual, a Fundação Oncocentro (Fosp) orienta que as mamografias sejam realizadas sempre perto da data do aniversário (recomendação para quem já apagou 50 velinhas).


Obesas têm mais risco de ter câncer de mama agressivo

Resultados de estudo reafirmam que manter um peso adequado é crucial com a idade


Já é sabido que a obesidade aumenta o risco de câncer relacionado ao estrogênio em mulheres na pós-menopausa.

Agora novas pesquisas sugerem que existe uma ligação entre a obesidade pós-menopausa e um tipo especialmente agressivo de câncer de mama que não depende do estrogênio para se desenvolver.

Em um novo estudo baseado no Índice de Massa Corporal (IMC) – medida calculada a partir do peso e da altura de um indivíduo – as mulheres com IMCs mais altos tiveram um aumento de 35% no risco de desenvolver um tipo agressivo de câncer de mama conhecido como triplo-negativo, disse Amanda Phipps, pós-doutoranda do Fred Hutchinson Cancer Research Center, de Seattle, médica que liderou o estudo.

A equipe de pesquisa constatou que elas também apresentaram um aumento de 39% no risco de desenvolver outros tipos de câncer de mama.

O câncer de mama triplo-negativo é caracterizado por uma falta de estrogênio, progesterona e expressão da proteína HER2 – daí o seu nome. Especialistas afirmam que somente de 10 a 20% dos casos de câncer de mama são do tipo triplo-negativo, mas as perspectivas são ruins devido à agressividade da doença e à carência de tratamentos específicos.

“A novidade no estudo é a constatação sobre o tipo triplo-negativo. Mesmo que as descobertas demandem pesquisas complementares, elas já são razão suficiente para repetirmos a mensagem de que manter um peso saudável é crucial com a idade”, disse ela.

Para o estudo, publicado no dia 1 de março na revista médica Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, os pesquisadores avaliaram dados de 155.723 mulheres inscritas na Women’s Health Initiative – estudo em grande escala sobre mulheres na pós-menopausa iniciado em 1993. O câncer, as doenças cardíacas e a osteoporose foram analisados no estudo, com duração de 15 anos.

Os participantes tinham entre 50 e 79 anos e relataram seus hábitos de exercícios físicos, peso e altura – cada um teve então seu IMC calculado. Durante a fase de acompanhamento do estudo, que durou uma média de 7,9 anos, um total de 2.610 mulheres desenvolveu tumores nas mamas com receptor de estrógeno positivo, enquanto que 307 mulheres desenvolveram o câncer de mama triplo-negativo.

As mulheres foram divididas em quatro grupos, do mais baixo ao mais alto índice de massa corporal. Aquelas do grupo mais alto apresentavam IMC acima de 31 – sendo que 30 já caracteriza a obesidade.
A associação entre o câncer de mama triplo-negativo e a obesidade foi o que os cientistas chamam de significância estatística limítrofe. Para Phipps, porém, isso provavelmente aconteceu devido ao número relativamente baixo de casos estudados.

Os pesquisadores também descobriram uma pequena ligação entre o aumento de atividade física e a redução do risco dos dois tipos de câncer, sugerindo – mas, não comprovando – que o aumento de exercícios possivelmente modera os riscos destes tipos de câncer na mulher.

Ao avaliar os riscos relacionados à obesidade, Phipps e seus colegas levaram em conta fatores como idade, nível de instrução, renda, histórico familiar e etnia.

A já conhecida ligação entre a obesidade e os tipos de câncer de mama estrógeno-positivo foi atribuída à maior exposição ao estrógeno no tecido adiposo. Após a menopausa, grande parte do estrógeno da mulher é proveniente do tecido adiposo. “Quando mais gordura, maior a exposição ao estrógeno”, disse Phipps.

Ela explica, porém, que os tipos de câncer triplo-negativo não respondem aos hormônios. “O fato de observarmos uma associação tão semelhante entre estes dois subtipos e a obesidade nos diz que talvez não seja apenas o efeito hormonal da obesidade que leve ao risco”, disse Phipps.

As razões exatas ainda são desconhecidas, mas Phipps diz que a obesidade aumenta sinais de inflamações, níveis de insulina e fatores de crescimento semelhantes à insulina. “Tudo isso poderia contribuir para o crescimento de tumores nas mamas”, disse ela.

“O estudo confirma que a obesidade e o risco de câncer não são apenas mais um problema do estrógeno”, disse a Dra. Joanne Mortimer, diretora do programa de câncer da mulher do City of Hope Comprehensive Cancer Center, na Califórnia, que revisou o estudo, mas não participou do mesmo.

“Não se trata apenas do problema do estrógeno alimentar as células cancerígenas”, ela diz.

Na opinião da especialista, pode ser que as células adiposas criem um ambiente condutor parao crescimento de células de câncer de mama, que vai além do efeito do estrógeno.

“Eu acho que as pessoas presumem que a gordura é inerte. Pesquisadores, porém, vêm descobrindo que as células adiposas fazem mais do que ocupar espaço”, ela complementou.

* Por Kathleen Doheny

Gravidas obesas podem ter mais problemas para combater infecções

Diferenças nas taxas de células de defesa colocaria obesas em desvantagem em relação às gestantes de peso normal


Gestantes obesas podem ter mais dificuldades para lutar contra as infecções do que as de peso normal, é o que sugere uma nova pesquisa norte-americana.

Pesquisadores analisam amostras de sangue de 30 mulheres por volta do sexto mês de gravidez. A metade delas era obesa, com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 antes do início da gravidez, enquanto que a outra metade apresentava IMC normal – entre 20 e 25.

A equipe de pesquisa constatou que as obesas tinham menor número de células do sistema imunológico, dentre elas os linfócitos T e as células NK (do inglês “natural killers”). As gestantes obesas também apresentaram uma deficiência na produção destes tipos de células.

Tal diferença poderia ameaçar a saúde de bebês de mulheres obesas, disse Sarbattama Sen, pesquisador do Tufts Medical Center and Floating Hospital for Children, de Boston, em um boletim da Academia Americana de Pediatria.

“Mulheres obesas antes de engravidarem apresentam diferenças críticas nas funções imunológicas em comparação às mulheres de peso normal, o que acarreta consequências negativas tanto para a mãe quanto para o bebê”, disse Sen.

O pesquisador complementou que a questão demanda certa urgência devido ao grande número de obesas em idade reprodutiva.

“A obesidade materna traz consequências tanto para a mãe quanto para o bebê, algo que estamos apenas começando a compreender”, disse ele.

O estudo foi apresentado em Denver, durante o encontro anual das Sociedades Acadêmicas de Pediatria dos Estados Unidos. Os dados e conclusões ainda devem ser considerados preliminares até sua publicação em um periódico científico revisado por outros profissionais da área.