Se não tratado com urgência, quadro clínico marcado por excesso de vômitos pode levar à perda do bebê
Grávida do príncipe William, o segundo na linha de sucessão da Coroa Britânica, a duquesa Kate Middleton teve de ser internada com urgência para tratar uma hiperemese gravídica. A condição, que surge no início da gravidez, é severa e demanda tratamento com urgência. Caso contrário, pode levar à perda do bebê.
Caracterizada pelo excesso de vômitos e náuseas nos três primeiros meses da gestação, a condição clínica faz com que a mãe não consiga se alimentar, explica Dr. José Bento, ginecologista e obstetra dos hospitais Einstein e São Luiz, em São Paulo:
— É tão severo que a mãe não consegue se alimentar. Tudo o que ela come, acaba pondo para fora.
Se não tratada, a doença pode levar a uma anemia extrema e colocar em risco a própria gravidez. Isso porque o organismo, explica o obstetra, tende a preservar a vida da mãe. Portanto, quando "identifica" que o mau estado de saúde é decorrente da gravidez, a tendência (em um quadro extremo) é o abortamento do feto.
Desequilíbrio hidroeletrolítico
Segundo o especialista, uma vez confirmado o quadro clínico é preciso internar a gestante, para que possa repor o líquido perdido. A condição, além da desidratação, causa o chamado desequilíbrio hidroeletrolítico, caracterizado pela perda de sódio e potássio. Assim, explica o obstetra, os enjoos passam a ocorrer também em decorrência da perda desses nutrientes.
— É importante que a paciente não fique mais de dois dias sofrendo os sintomas. A primeira coisa a ser feita é repor sódio e potássio, sedar a paciente e fornecer líquido e nutrientes via terapia intravenosa.
Não se sabe ao certo a causa da hiperemese gravídica. Acredita-se que a condição seja uma resposta do organismo à produção de hormônios típicos da gravidez. Em caso de gêmeos, portanto, as chances são maiores.
Diferentemente do enjoo matinal comum no início da gravidez, a hiperemese gravídica é mais severa e rara, acometendo poucas gestantes. Segundo Dr. Bento, cerca de 60% das grávidas sofrem enjoos e náuseas. Dessas, 5% podem ter hiperemese gravídica. Depois do terceiro mês, a tendência é condição 'desaparecer' e a gestante não sentir mais enjoo ou vomitar.
Fonte R7