A amigdalite, doença inflamatória que pode ser causada por vírus e bactéria, atinge a região da amígdala e garganta, ocasionando placas de pus
Ela aparece com frequência na infância e juventude, sendo o inchaço, dor e vermelhidão dos gânglios do pescoço, febre e mau hálito os sintomas mais comuns.
O tratamento deve ser indicado por profissional de saúde, após avaliar o paciente. Em casos de inflamação causada por vírus, que atinge amígdalas e faringe, a indicação medicamentosa é de antiinflamatórios não hormonais. Na amigdalite bacteriana é necessário o uso de antibióticos, que devem ser utilizados durante período indicado pelo médico, além de medicações de suporte, como dipirona e paracetamol, para controle de dor e febre.
Quando o paciente que não segue corretamente as indicações médicas, se automedica ou suspende o tratamento antes do tempo determinado, no caso de amidalite bacteriana, corre risco de ter quadro agravado para febre reumática. Esta é uma doença inflamatória autoimune, e nefrite, nome dado à inflamação nos rins, porque a bactéria não foi totalmente eliminada e pode se alojar em outras partes do corpo.
“Quando o paciente não realiza o tratamento da amigdalite de forma correta e apresenta quadro de recidiva, doenças autoimunes podem eventualmente ter sua frequência aumentada. A febre reumática é uma das mais comuns, embora atualmente com melhor acesso ao sistema de saúde e a antibióticos, a frequência de febre reumática caiu drasticamente. Outra afecção que pode se tornar mais comum nos casos de amigdalites de repetição é o abscesso periamigdaliano, uma formação de bolsa de pus atrás ou do lado da amigdala. Estes casos necessitam de intervenção para drenagem do pus, internação para controle da infecção e da dor e exames mais específicos”, explica o otorrinolaringologista do Hospital de Clínicas da Unicamp, Arthur Castilho.
A amígdala tem como função ser a primeira barreira do corpo contra micróbios agressores. No entanto, quando as amigdalites aparecem com muita frequência e não respondem ao tratamento clínico, o paciente recebe indicação médica para a retirada da glândula, que fica na região palatal, nos dois lados da garganta. “A cirurgia da remoção das amigdalas pode ser realizada em duas situações: obstrução das vias aéreas e infecções de repetição. No primeiro caso, crianças quem têm as amigdalas muito grandes podem ser submetidas à cirurgia de retirada, pois têm uma obstrução tão importante que pode levar a apneia, ou perda de peso por dificuldade de deglutição. Nos adultos, amigdalas grandes também podem causar obstrução e apneia do sono. Os casos de infeção podem ter indicação quando há muitas infecções, normalmente mais de sete por ano. O uso de antibióticos tratará o episódio infeccioso agudo, mas não evitará novos episódios”, ressalta o médico Arthur Castilho.
De 2010 a 2014, o Sistema Único de Saúde realizou mais de 200 mil cirurgias de retirada de amigdala. O procedimento é feito na maioria das vezes acompanhado da retirada da adenoide, carne do nariz com textura esponjosa que tem função parecida com as amígdalas. Do total de amigdalectomia e adenoidectomia, 97% foram realizadas em jovens de 0 a 19 anos.
O consultor de eventos, Diego Cardoso, de 29 anos, realizou há três anos a cirurgia de amigdalectomia e adenoidectomia. “Eu fiz a cirurgia de retirada de amígdala e adenoide, porque além de amigdalites, eu também tinha problema de apneia. Eu tinha amidalites praticamente três vezes ao ano. Eu tomava antibiótico, melhorava por um tempo e depois voltava com toda a força. Depois da cirurgia, eu nunca mais tive problemas de garganta”, conta.
Para evitar crises de amidalite, o paciente deve evitar contato com cigarro, ambientes com ventiladores e ar-condicionado, que ressecam as mucosas e diminuem a resistência das glândulas. Além de seguir corretamente o tempo de tratamento da doença, o paciente não deve se automedicar, o que evita o surgimento de bactérias mais resistentes.
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