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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Brasil começa a distribuir remédios para prevenir HIV entre populações-chave

O Ministério da Saúde começou no início de dezembro (1º) a distribuir as profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) para prevenir o HIV entre populações-chave em 35 localidades do país

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Em dezembro passado, um novo relatório sobre prevenção do HIV elaborado por Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) recomendou ampliar o acesso a todas as opções de prevenção disponíveis, entre elas, a PrEP, para diminuir os novos casos de HIV, que têm se mantido em 120 mil por ano desde 2010 na América Latina e no Caribe.

O governo federal estimou que no primeiro ano a PrEP será oferecida a 9 mil homens que fazem sexo com homens, trabalhadoras sexuais e pessoas trans por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para o lançamento do programa, o ministério está trabalhando com redes de homens que fazem sexo com homens e pessoas trans no desenvolvimento de vídeos e mensagens para alcançar essas populações e para que conheçam os benefícios da profilaxia prévia à exposição, incluindo as pessoas que vivem em regiões mais pobres.

Assim como muitos outros países da América Latina e do Caribe, a epidemia de HIV no Brasil está concentrada na população de homens que fazem sexo com homens e mulheres trans. O país foi reconhecido durante muito tempo por sua resposta inovadora à epidemia de HIV.

“A PrEP ajudará a manter o Brasil e nossa região em linha com as respostas mundiais mais avançadas para o HIV, e confiamos que terá impacto positivo na redução das novas infecções”, disse Adele Benzaken, diretora adjunta do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV/Aids e hepatites virais do Ministério da Saúde.

O programa brasileiro busca oferecer a PrEP para 54 mil pessoas nos próximos cinco anos. Apesar de o medicamento da companhia que o criou só ser oferecido no primeiro ano, é possível que medicamentos genéricos estejam disponíveis em breve.

Ensaios clínicos mostram eficácia da PrEP
Existe uma forte evidência de que a PrEP funciona. Vários ensaios clínicos entre diversas populações, incluindo homens que fazem sexo com homens e homens e mulheres heterossexuais, demonstraram que a profilaxia pré-exposição é muito efetiva para reduzir o risco substancial de contrair a infecção.

Em dezembro passado, um novo relatório sobre prevenção do HIV elaborado por Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) recomendou ampliar o acesso a todas as opções de prevenção disponíveis, entre elas, a PrEP, para diminuir os novos casos de HIV, que têm se mantido em 120 mil por ano desde 2010 na América Latina e no Caribe.

A implementação de uma nova intervenção biomédica, considerada polêmica por alguns, quase sempre requer a vontade política dos governos. A PrEP é uma dessas intervenções, incluindo a preocupação com os custos associados ao incluí-la no sistema de saúde pública. Estes custos não estão relacionados ao medicamento em si, mas também ao monitoramento adicional e ao pessoal necessário para fornecer a PrEP de maneira segura e efetiva.

O Ministério da Saúde está dando um passo decisivo e construtivo. A discussão nacional sobre a oferta em escala da PrEP começou em 2013, quando o ministério financiou cinco projetos de demonstração da pré-exposição, separadamente, para compreender melhor os desafios operacionais na prestação de serviços.

De acordo com a analista de políticas sociais do Ministério da Saúde, Tatianna de Alencar, estes projetos foram fundamentais para ajudar a criar a compreensão e gerar a demanda entre as pessoas e as populações que podem se beneficiar da PrEP.

“Como se observou em muitos outros entornos, incluindo países como Austrália, França, Tailândia e Reino Unido, as organizações da sociedade civil foram um catalisador para avançar na agenda da implementação da PrEP”, disse Tatianna.

Os projetos brasileiros que ofereceram PrEP até agora são PrEP Brasil – FIOCRUZ (Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus e Porto Alegre); Projeto Combina – com a Universidade de São Paulo (cidades de São Paulo, Curitiba, Ribeirão Preto, Fortaleza e Porto Alegre) – PEP e PrEP em curso.

Outras iniciativas incluem Projeto PREPARADAS – FIOCRUZ: focado em mulheres trans (Rio de Janeiro); Projeto Horizonte – Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte) – 3TC/FTC Fase I; Projeto Federal de Mulheres Trans da Universidade da Bahia – (Salvador): centrado na acessibilidade da PrEP.

Fonte: ONU

Por que mulheres morrem mais do que homens após ataques cardíacos

Menos mulheres morreriam depois de sofrerem ataques cardíacos se recebessem o mesmo tratamento dado aos homens, revelou um estudo feito por pesquisadores britânicos e suecos

Cientistas analisaram os casos de 180.368 pacientes suecos nos dez anos que sucederam um infarto. Eles descobriram que as mulheres tinham três vezes mais chances de morrer de um ataque cardíaco no ano seguinte após sofrer um.

Segundo a Fundação Britânica do Coração, infartos geralmente são erroneamente vistos como um problema masculino. Mas lembra que o número de mulheres que morrem vítimas de doenças cardíacas supera o daquelas que morrem de câncer de mama, por exemplo. Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e do Instituto Karolinska, da Suécia, analisaram dados de um registro sueco online de ataques cardíacos. Com base nessas informações, eles perceberam que as mulheres tinham menos chance de receber tratamento adequado após um infarto que os homens.

“Há uma concepção equivocada do público em geral e de profissionais de saúde sobre as características de um paciente cardíaco”, afirma o professor Chris Gale, da Universidade de Leeds, coautor da pesquisa. “Quando pensamos num paciente que sofreu ataque cardíaco, imaginamos um homem de meia-idade, acima do peso, com diabetes e fumante. Mas esse não é o sempre o caso. O infarto afeta uma fatia bem maior da população, inclusive mulheres.”

Diferença de gênero
O estudo revelou que as mulheres têm 34% menos chance de serem submetidas a procedimentos para desbloquear artérias, como ponte de safena. Elas também têm 24% menos possibilidade de receberem prescrição para medicamentos com estatina, que podem prevenir um segundo ataque cardíaco, e têm 16% menos chance de receberem prescrição para uso de aspirinas, que ajudam a prevenir coágulos sanguíneos. O protocolo médico indica esses tratamentos tanto para homens quanto para mulheres.

A pesquisa revelou que, quando as mulheres recebem os tratamentos recomendados, a diferença de mortalidade entre os dois sexos cai em quase todas as circunstâncias. Segundo Gale, mulheres têm menos chance de serem submetidas aos mesmos testes ao darem entrada nos hospitais, o que faz com que tenham risco 50% maior de receberem um diagnóstico errado. Na avaliação do pesquisador, esse primeiro erro contamina todos os procedimentos médicos subsequentes. “Se você erra na primeira oportunidade para tratamento, você tem mais chance de errar o próximo atendimento necessário. E isso vai se acumulando, levando a uma mortalidade maior.”

Outras doenças
A pesquisa revelou ainda que as mulheres correm mais risco de sofrerem de outras doenças, como diabetes e pressão alta, mas isso não explica por completo a diferença na proporção de mortes. Para os cientistas, a discrepância na mortalidade e no tratamento médico entre homens e mulheres pode ser ainda maior em outros países, onde há mais casos de problemas cardíacos e maior variação nos serviços de saúde.

“A Suécia é líder em serviço de saúde de qualidade, com uma das menores taxas de mortalidade por ataque cardíaco, e, mesmo assim, ainda vemos disparidades nos tratamentos entre homens e mulheres”, diz Gale. O professor Jeremy Pearson, do Instituto Britânico do Coração, afirma que os achados da pesquisa são “preocupantes”. “Nós precisamos urgentemente nos conscientizar desse problema, que pode ser facilmente corrigido. Ao assegurar que mais mulheres recebam tratamento adequado, estaremos ajudando a evitar que famílias passem pela dor de perder entes queridos por problemas cardíacos.”

Foto: Getty Images

BBC Brasil

Ibuprofeno pode levar à infertilidade masculina, sugere pesquisa

Homens utilizaram 600 mg diárias do medicamento por duas semanas (Foto: CDC/ Amanda Mills)
Homens utilizaram 600 mg diárias do medicamento por duas
semanas (Foto: CDC/ Amanda Mills)
Indivíduos estudados desenvolveram condição conhecida como hipogonadismo, que afeta produção de espermatozoides e hormônios

Pesquisa feita na Dinamarca mostra que o uso de um anti-inflamatório comum, o ibuprofeno, pode levar à disfunção hormonal e à infertilidade em homens adultos jovens.

Ainda, o uso sem supervisão médica pode afetar a função de testículos, incluindo a produção de testosterona, atestam pesquisadores. O uso também pode deflagrar disfunção erétil e fadiga.

O estudo, publicado no "PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences)", teve como primeiro autor o neurologista David Møbjerg Kristensena, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

A pesquisa estudou a função do analgésico em 31 homens saudáveis entre 18 e 35 anos que utilizaram 600 mg de ibuprofeno diariamente por duas semanas.

No estudo, foram excluídos indivíduos com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 30, com evidência de úlcera, sinais de disfunção de fígado ou disfunção renal para que não houvesse interferência no resultado.

Após análise, pesquisadores observaram que participantes desenvolveram uma condição conhecida como hipogonadismo -- em que testículos não produzem hormônios ou espermatozoides adequadamente. A disfunção normalmente surge em homens de meia idade.

A pesquisa soma-se ao corpo de evidências que alertam para os riscos do uso abusivo de analgésicos e anti-inflamatórios.

O ibuprofeno, por exemplo, já foi associado ao risco aumentado de problemas cardíacos.

G1