A impressão em três dimensões está em pleno desenvolvimento no campo da cirurgia e já permite reconstruir uma traqueia ou até mesmo partes do crânio. No entanto, a criação de um órgão vivo inteiro como o coração ainda não é possível.
Recentemente, um menino francês de seis anos recebeu a prótese de uma das mãos feita com a tecnologia tridimensional, sem intervenção cirúrgica. O modelo básico é fixado com uma tira de velcro e usado como uma luva. O artefato permite pegar uma bola mas não amarrar os cadarços dos sapatos, por exemplo.
Recentemente, um menino francês de seis anos recebeu a prótese de uma das mãos feita com a tecnologia tridimensional, sem intervenção cirúrgica. O modelo básico é fixado com uma tira de velcro e usado como uma luva. O artefato permite pegar uma bola mas não amarrar os cadarços dos sapatos, por exemplo.
Em 2014, também na França, um homem já havia fabricado uma prótese tridimensional simples para seu pai, que perdeu a mão na altura do pulso. Entretanto, pesquisadores dizem que essas mãos ainda estão longe das sofisticadas próteses de braços biônicos, que incluem a tecnologia 3D e têm capacidade motriz e uso sensorial.
Os Estados Unidos investiram cerca de 150 milhhões de dólares para implantar próteses em todos os soldados mutilados no Afeganistão e no Iraque. Mas elas ainda estão na etapa de experimentação e pesquisa, segundo Charles Msika, da Sociedade Francesa de Cirurgia Ortopédica e Traumatológica (SOFCOT).
Os cirurgiões já implantaram dispositivos stents fabricados através de impressão 3D para mater uma artéria aberta, assim como partes do crânio em titânio, material biocompatível. Mesmo assim, ainda não é possível implantar de maneira corrente articulações completas impressas em 3D.
— Primeiro seria preciso comparar a qualidade e a solidez das próteses tridimensionais com as já existentes e esterilizar. Isso poderia diminuir a vantagem do menor custo de produção que se presume na tecnologia 3D — explica Msika.
Apesar disso, há elementos da prótese de quadril que vêm dessa nova indústria.
A impressão em 3D também já ajudou a salvar três bebês que sofriam com problemas nas vias respiratórias, com um risco permanente de morrer asfixiados, problema explicado detalhadamente na edição de abril da revista Science Transnational Medicine.
A impressão em 3D também já ajudou a salvar três bebês que sofriam com problemas nas vias respiratórias, com um risco permanente de morrer asfixiados, problema explicado detalhadamente na edição de abril da revista Science Transnational Medicine.
— Pela primeira vez conseguimos utilizar a impressão em 3D para conceber e fabricar sob medida uma prótese costurada ao redor da traqueia com problemas e isso permitiu restaurar a respiração normal dos pacientes — explicou o médico Glenn Green, professor de pediatria do hospital infantil da Universidade de Michigan.
São possíveis até mesmo orelhas artificiais, como as feitas por uma equipe médica da Universidade Cornell, em Nova York, Estados Unidos, que trabalhou com um gel muito denso e células vivas para gerar a cartilagem.
A bioimpressão de tecidos ou partes de tecido celulares como pele e córnea é o que mais está no alcance da medicina. As maquetes 3D podem permitir também uma preparação melhor para uma cirurgia delicada, reproduzindo o local da operação e propiciando o treinamento de estudantes.
AFP / Zero Hora