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quinta-feira, 29 de março de 2018

Vai viajar? Saiba como dar continuidade ao seu tratamento antirretroviral

iStock/Pogonici
IStock/Pogonici
Nota Informativa do DIAHV apresenta requisitos para dispensação de antirretrovirais a quem for permanecer no exterior por um período acima de 90 dias

Publicada na última terça-feira (20/03), a Nota Informativa Nº 55/2018, do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) apresenta os requisitos mínimos para a dispensação de medicamentos antirretrovirais à pessoa vivendo com HIV (PVHIV) que se ausentar do Brasil por período entre 90 e 180 dias.

A dispensação antecipada para o período de ausência é realizada em caso de viagem internacional de intercâmbio, estudo ou a trabalho. A retirada pode ocorrer na Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM) até 30 dias antes da viagem.

Os documentos obrigatórios exigidos são comprovação da viagem (passagem ida e volta e contrato de trabalho ou comprovante de matrícula ou intercâmbio); relatório médico (esquema terapêutico, condições clínicas, imunológicas e virológicas, justificativa para dispensação superior a 90 dias e o motivo da dispensação para o período solicitado); e receita médica (formulário de solicitação de medicamentos preenchido e assinado).

Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais Conheça também a página do DIAHV no Facebook: https://www.facebook.com/ISTAidsHV

O que é vasectomia

VASECtomia-susVocê sabe o que é vasectomia? Se você é homem, já pensou em fazer? Tem medo de fazer essa cirurgia? Vamos explicar como funciona esse procedimento e esclarecer mitos e verdades

Cada família decide se deseja ter filhos e quantos. Esse é um assunto que diz respeito à privacidade das pessoas. Se o casal decidir não ter mais filhos, o homem pode colaborar com esse processo optando por uma vasectomia.

Trata-se de uma cirurgia simples que interrompe a passagem dos espermatozoides do saco escrotal para o líquido ejaculado. Após anestesia local, é feita um pequeno corte no saco para localizar os canais por onde passa o sêmen com os espermatozoides. Esses canais são cortados e depois amarrados. Por fim, o médico fecha o pequeno corte.

O procedimento costuma ser rápido, pouco invasivo e pode ser realizado até em ambulatório, sem necessidade de centro cirúrgico. Em menos de 30 minutos, o homem está liberado e pode ir para casa tranquilamente.

Pós-cirúrgico
É importante manter um método anticoncepcional durante os 60 dias após o procedimento porque alguns espermatozoides permanecem vivos no canal que chega ao pênis. E depois da cirurgia deve-se realizar um espermograma para constatar a ausência dos espermatozoides.

Recomenda-se a aplicação de bolsas com gelo no local e repouso no dia da cirurgia. Também é interessante fazer uso de suspensório escrotal para evitar dores e complicações.

A vasectomia não afeta o desempenho sexual. Os nervos e vasos sanguíneos envolvidos na ereção não são atingidos na cirurgia.

O procedimento apenas interrompe a passagem dos espermatozoides dos testículos para o pênis. O líquido seminal produzido pela próstata continua sendo ejaculado, mas sem o sêmen.

Mudando de ideia
A vasectomia é um procedimento reversível, mas a taxa de sucesso da cirurgia de reconexão entre os canais varia de homem para homem. Por isso, a opção pela cirurgia precisa ser muito clara para o paciente e para a companheira.

No SUS
O Ministério da Saúde promove, em parceria com as secretarias de Saúde dos Estados, ações para facilitar o acesso do homem ao procedimento e a possibilidade de fazer a cirurgia em ambulatório médico, sem necessidade de internação. O procedimento faz parte da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.

Caso tenha tomado a decisão de fazer a vasectomia, saiba que o SUS só permite que essa cirurgia seja realizada em homens com mais de 25 anos ou que tenham, no mínimo, dois filhos.

O primeiro passo é procurar uma unidade básica de saúde para fazer um levantamento geral da saúde do homem que deseja fazer a vasectomia. Após essa avaliação, o médico encaminha o paciente para um especialista que dará todas as orientações e fará a cirurgia.

A vasectomia vem sendo cada vez mais realizada no Brasil pelo SUS. E os homens têm se engajado na discussão do planejamento familiar inclusive para evitar que suas companheiras sejam submetidas à laqueadura das trompas, um procedimento cirúrgico bastante dolorido, que exige internação e oferece risco à saúde feminina.

Mitos e Verdades

Verdade
  • Cirurgia simples
  • Espermatozoides continuam sendo produzidos
  • É possível engravidar logo após a cirurgia
  • Ajuda no planejamento familiar
  • Há contraindicações
Mito
  • Homem fica impotente
  • Homem perde libido/desejo
  • Homem sente dores durante o sexo
  • O pênis diminui de tamanho
  • A cirurgia é arriscada
  • É como castração Interfere na ejaculação
  • Afeta a masculinidade
Luiz Philipe Leite para o Blog da Saúde

Gastos do Brasil com diabetes podem dobrar na próxima década, diz estudo britânico

Números e Estatística do Diabetes no Brasil e no MundoPaís deve enfrentar um dos maiores fardos do mundo com a doença, que avança globalmente; para pesquisadora, impostos e mudanças políticas são cruciais para mudar isso

O avanço da diabetes no Brasil pode fazer com que os custos diretos e indiretos da doença dobrem até 2030, aponta pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela universidade britânica King’s College, em parceria com a Universidade de Gottingen (Alemanha). O estudo, que levantou dados de 180 países, levou em conta tanto despesas com o tratamento médico da diabetes quanto os impactos na atividade econômica – como a perda de produtividade de trabalhadores e as mortes prematuras decorrentes da doença e de males associados, como problemas cardíacos.

Segundo o levantamento, os gastos do Brasil com a diabetes foram de US$ 57,7 bilhões (R$ 190 bilhões, em valores atuais) em 2015. Até 2030, essas despesas podem subir para US$ 97 bilhões, segundo estimativas mais conservadoras, ou US$ 123 bilhões (R$ 406 bilhões), no pior dos cenários avaliados pelo estudo europeu. É um dos custos mais altos do mundo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), diz à BBC Brasil Justine Davies, coautora do estudo e professora do Centro de Saúde Global do King’s College.

“A doença tem sido vista como a próxima epidemia global, tem aumentado na maioria dos países e ninguém tem conseguido enfrentá-la”, acrescenta. Isso é grave porque a diabetes é uma importante causadora de cegueira, falência renal, problemas cardíacos, derrames e amputações, aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que fazer?
Davies diz que não estudou especificamente o caso brasileiro, mas aponta que o avanço da diabetes provavelmente está ligado ao sobrepeso da população – segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde, 20 em cada 100 brasileiros sofrem de obesidade. E isso está intimamente ligado ao consumo excessivo de comida pouco saudável, como fast-food e alimentos ultraprocessados – bolachas, refrigerantes, salgadinhos e similares –, a despeito da crescente conscientização acerca do que é uma alimentação saudável.

“É difícil mudar isso”, admite Davies. “As pessoas têm mais conhecimento atualmente. Mas se você coloca um pacote de batatinhas na minha frente, provavelmente vou comê-las. Existe uma tensão entre o que sabemos que nos faz bem ou mal e o que o ambiente nos oferece. E o ambiente tem favorecido as comidas rápidas e os deslocamentos em carros (que estimulam o sedentarismo).”

Outro problema é a associação entre o aumento no padrão de vida da população e o maior consumo de itens processados, em detrimento de comidas in natura. “À medida que as pessoas ganham mais dinheiro, elas querem comer mais, como um sinal de prosperidade”. Para resolver isso em uma escala nacional e global, Davies acha necessário haver um “compromisso político”.

“É preciso haver impostos mais severos sobre comidas não saudáveis e restrições à sua publicidade, sobretudo as que forem voltadas às crianças, que são mais suscetíveis”, defende. A pesquisadora cita exemplos bem-sucedidos do México, que elevou a taxação sobre bebidas açucaradas (medida que reduziu o consumo de refrigerantes e similares em 5,5% e 9,7% em 2015 e 2016, primeiros anos em que vigorou), e de Londres. A capital britânica tem estimulado a população a caminhar e andar de bicicleta com a difusão de rotas ciclísticas e a taxação de carros que circulam em áreas centrais da cidade.

Impacto global e na América Latina
A ameaça da diabetes ao Brasil é excepcionalmente grave, mas não é única no mundo: segundo Davies, nenhum dos países estudados tem conseguido resultados particularmente positivos no combate à doença. “Nos EUA, provavelmente o país mais obeso do mundo, as taxas (de diabetes) estão se estabilizando – um dos poucos países onde isso aconteceu”, diz a pesquisadora. No entanto, o país enfrenta a perspectiva de gastar até US$ 680 bilhões em decorrência da doença em 2030.

Na China, a projeção é de que os gastos relacionados à diabetes praticamente tripliquem na próxima década, passando de US$ 222 bilhões a US$ 631 bilhões. No mundo inteiro, a perspectiva é de que gaste-se US$ 2,5 trilhões direta e indiretamente com a diabetes, o dobro dos custos atuais. E a América Latina deve ficar com o maior fardo, se analisada a proporção em relação ao tamanho de seu PIB.

Um dos fatores por trás disso, segundo Davies, é a estrutura populacional latino-americana: cresceu a prevalência de diabetes em uma população ainda relativamente jovem, em idade produtiva. “A diabetes afeta a capacidade de trabalho das pessoas. O impacto econômico da pessoa que tem um ataque cardíaco (como consequência da diabetes) cedo é muito grande.”

No Brasil, estimativas apontam que entre 7% e 10% da população pode ser diabética – boa parte dela sem nem sequer ter sido diagnosticada. Segundo o estudo de Davies, essa porcentagem pode chegar a 14% em 2030, no pior dos cenários. Dados da OMS apontam que a prevalência global de diabetes entre adultos acima de 18 anos dobrou entre 1980 e 2014 no mundo – alcançando 422 milhões de pessoas. O maior crescimento tem sido registrado em países de renda baixa e média. Em 2015, os dados mais recentes disponíveis, 1,6 milhões de mortes foram diretamente causadas pela diabetes no globo.

BBC Brasil

Medicamentos vencidos e em desuso podem ser poluentes perigosos

Medicamentos vencidos e em desuso podem ser poluentes perigosos

Os medicamentos são os mais importantes instrumentos para proteger e recuperar a saúde. Por outro lado, seu uso indiscriminado, especialmente sem orientação adequada do farmacêutico, médico e profissionais de saúde habilitados pode trazer risco tanto à saúde, quanto ao meio ambiente.

A ciência já sabe que medicamentos que consumimos (uma parte será excretada depois) e descartados no lixo comum, pias, ralos e vasos sanitários em nossas casas e empresas ou mesmo diretamente em rios, lagos e mares podem ser tornar poluentes ambientais perigosos (são resíduos químicos perigosos). E podem poluir o ar, solo, seres vivos, mas especialmente a água. Medicamentos vencidos e em desuso devem ser descartados adequadamente, levados a postos de coleta em nossas cidades, farmácias, unidades de saúde.

No Brasil já temos desde 2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei 12.305/2010) que estabelece a criação de sistemas para destinação ambiental final adequada de resíduos. Temos leis em diversos estados e municípios tornando obrigatória a coleta dos medicamentos vencidos e em desuso da população, além do que, no ano passado foi publicado Decreto Federal n. 9.177/2017, que tornou obrigatória a adesão dos setores econômicos a planos de logística reversa, ou seja, o retorno dos resíduos das diversas atividades econômicas a seus produtores, fabricantes, importadores para que seja dada a destinação ambiental adequada.

Todos os consumidores de medicamentos podem colaborar, levando seus medicamentos vencidos e em desuso aos postos de coleta nas cidades brasileiras. Caso não tenha em sua localidade, avise as autoridades ambientais e de saúde.

O Conselho Federal de Farmácia está atuando ativamente, junto a outros atores do setor farmacêutico e ao poder público para que se torne realidade a implementação de sistemas de logística reversa de medicamentos de alcance nacional. Se todos fizermos a nossa parte, contribuiremos para preservar a água nossa de cada dia, que está se tornando cada vez mais escassa. Lembremos do Dia Mundial da Água, que é o 22 de março como dia de alerta a todos! E que cada vez menos medicamentos comprometam nossos mananciais!

Autor: Farmacêutico MSc. Javier Salvador Gamarra Junior (Farmacêutico Homeopata; Mestre em Gestão Ambiental; Coordenador do Grupo de Trabalho de Medicamentos do Paraná – GTM-PR; Coordenador do Curso de Farmácia – Uniandrade; Pesquisador da área ambiental – fármacos e medicamentos; Membro do Grupo de Trabalho sobre Homeopatia do Conselho Federal de Farmácia – GTH-CFF)

Fonte: CFF