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sábado, 21 de maio de 2011

Remédios antigos - Xarope São João



Larga-me… Deixa-me gritar!…
“O Xarope São João é o melhor para tosse, bronquites e constipações.
As pessoas que tossem… As pessoas que se Resfriam e Constipam facilmente – As que temem o frio e a humidade – As que por uma ligeira mudança de tempo ficam logo com a Voz rouca e a Garganta inflamada – As que sofrem de uma velha Bronquite – Os Asthmaticos e, finalmente, as creanças que são acommettidas de Coqueluche poderão ter a certeza de que seu único remédio é o Xarope São João. É a única garantia da sua saúde.
O Xarope São João é o remédio scientífico apresentado sob a forma de um saboroso licor. É o único que não ataca o estomago, nem os rins. Age como Tônico Calmante e faz expectorar sem tossir. Evita graves Affecções do Peito e da Garganta. Facilita a respiração, tornando-a mais ampla, limpa e fortalece os bronchios, evitando as inflamações e impedindo os Pulmões da invasão de Perigosos Micróbios.
Ao publico recomendamos o Xarope São João para curar Tosses, Bronquites, Asthma, Gripe, Coqueluche, Catarros, Defluxos, Constipações e todas as Doenças do Peito.
MUITA ATENÇÃO: Somente os bons remedios são imitados; por isso pedimos com empenho ao Publico que não acceite imitações grosseiras e exija sempre o verdadeiro Xarope São João. PEDIDOS …”
Essa propaganda vem de 1900 (!) e, como vocês puderam notar, não importa-se com longos textos. A grafia está mantida no original. Resolvi cortar o escrito, pois estava impossível de exergar.

http://ideiafix.wordpress.com/2009/07/

Intestino em chamas

Quando o intestino vive refém de inflamações, o fogaréu pode se alastrar e comprometer outras redondezas do organismo — dos olhos às articulações. É hora de se defender de um grupo de doenças cada vez mais frequente e com predileção pelos jovens


Se um único andar de um edifício pega fogo e os bombeiros não são chamados, há o risco de o prédio inteiro ser consumido pelo incêndio. Guardadas as proporções, a história não é tão diferente dentro do corpo humano, sobretudo quando o intestino é o foco das labaredas. Uma dupla de males ateia uma inflamação crônica nesse órgão, o que destrambelha seu funcionamento e propicia retaliações a distância. Estamos falando das doenças inflamatórias intestinais — nome que reúne a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa —, males em ascensão entre adultos jovens e que são alvo de um novo livro destinado aos médicos do país.

O lançamento da obra, organizada pela gastroenterologista brasileira Dídia Cury e pelo seu colega irlandês Alan Moss, ambos pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, é uma oportunidade de voltar os olhos para problemas sérios ainda pouco conhecidos pela população. “As doenças inflamatórias do intestino têm aumentado nos últimos dez anos e acredita-se que isso não seja apenas fruto do maior número de diagnósticos”, afirma Dídia, que também atua na Clínica Scope, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Já foram identificados diversos genes ligados a elas, mas é provável que o estilo de vida favoreça sua erupção e as crises. “Apesar de ainda não conhecermos os mecanismos exatos, o estresse, o tabagismo e a dieta desbalanceada podem influenciar os sintomas e a gravidade do quadro”, aponta Moss.

As estimativas mostram que essas enfermidades são muito mais comuns no Ocidente — e, ao que tudo indica, os hábitos deste lado do globo pesam a favor de novos casos. Além disso, corre a hipótese de que a adoção de medidas de higiene e de extermínio de micro-organismos — desinfetantes, vacinas e por aí vai — repercuta negativamente no corpo de pessoas com propensão a tais doenças. Sem vírus e bactérias para enfrentar, o sistema imune delas passa a descontar na flora intestinal. E aí nasce o incêndio. “Estamos diante de problemas complexos, com diversas manifestações, e que precisam ser acompanhados porque comprometem a qualidade de vida”, alerta Dídia.

Como já adiantamos, um intestino em chamas representa ameaça a outros cantos do corpo. “Tanto a doença de Crohn quanto a retocolite podem ocasionar manifestações fora desse órgão”, afirma a cirurgiã do aparelho digestivo Angelita Habr-Gama, professora da Universidade de São Paulo e médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista. E, por incrível que pareça, às vezes um sinal na periferia aparece antes mesmo do rebuliço dentro da barriga. “Há pessoas com dores nas articulações motivadas pelo problema que só apresentam mais tarde os sintomas no intestino”, conta Dídia Cury. Essa situação nos permite imaginar a dificuldade em fazer o diagnóstico precoce.

As doenças inflamatórias não poupam os olhos, o fígado nem os rins. Até cálculo renal elas patrocinam! “Nessas condições, há muita perda de líquido por causa das diarreias e um aumento na absorção de oxalato, substância que, na urina, pode se transformar em cristal”, explica o nefrologista Nestor Schor, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. O estado nutricional também é abatido. “Dependendo da região do intestino afetada, temos um prejuízo na absorção de vitaminas e outros nutrientes”, observa o gastroenterologista Renato Duffles Martins, também da Unifesp. São razões de sobra para procurar um especialista se houver suspeita de um dos males.

“Para fecharmos o diagnóstico, recorremos a exames de imagem, de sangue e métodos como a colonoscopia”, informa Dídia. Detectado o martírio, a ciência dispõe de meios cada vez mais eficazes para controlá-lo (veja o quadro abaixo). “É difícil falar na cura dessas doenças, mas estamos aprendendo melhor o papel da flora intestinal e como suas alterações repercutem no processo inflamatório”, avalia Alan Moss. Aliado ao tratamento e ao acompanhamento médico, o estilo de vida pode intensificar o socorro ao intestino — daí a recomendação de seguir um cardápio equilibrado, praticar atividade física, aliviar o estresse e não fumar. “Se o problema está controlado, o indivíduo pode levar uma vida normal”, diz Angelita. Só é preciso ficar atento para que o incêndio permaneça apagado.

Missão HDL

Nunca o HDL, que representa a fração boa do colesterol, esteve tão em alta na cardiologia. Na corrida para conter os problemas cardiovasculares, a ciência anuncia remédios capazes de catapultar as taxas da partícula. Em meio à promessa, mapeamos as atitudes que prestam esse serviço ao coração


Há alguns anos, um verbo em particular não saía da boca do cardiologista. A palavra de ordem era abaixar: a pressão arterial, o ponteiro da balança, o colesterol... Quando o assunto envolve essa molécula que trafega pelo sangue, então, a meta sempre foi derrubar o LDL, versão reconhecida como perigosa aos vasos. Quase passava despercebida nessa história outra partícula, que, diferentemente da sua antagonista, merecia ser levada às alturas. Estamos falando do agente que recolhe o lixo gorduroso das artérias, o HDL (veja o quadro ao lado). Por fazer uma faxina no sistema circulatório, a substância é apontada como um guarda-costas do peito. De olho nessa vocação, a ciência quer agora aumentar o tamanho da equipe. Até porque só podar o LDL parece não dar sossego absoluto ao coração.

“Os estudos com populações de alto risco e doença cardiovascular instalada têm mostrado que, mesmo diminuindo o colesterol ruim, essas pessoas continuam sob ameaça”, conta o cardiologista Marcelo Assad, do Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro. “Entre 30 e 40% delas sofrem um infarto ou um derrame apesar de estarem tomando um remédio para controlar o LDL”, completa o cardiologista José Rocha Faria Neto, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Se é fato que retirar o LDL do pedaço resulta em menos placas obstruindo os vasos, os médicos estão esperançosos de que, ao alavancar o HDL, veias e artérias fiquem ainda mais livres de entupimentos.

Esse raciocínio inspirou a indústria farmacêutica, e já estão em testes medicamentos capazes de elevar as taxas do bom colesterol. A promessa mais tangível é um comprimido do laboratório Merck, o anacetrapibe, que acaba de passar por um estudo de segurança publicado na respeitada revista médica The New England Journal of Medicine. “Se os resultados permanecerem positivos, a droga pode revolucionar o tratamento dos males cardiovasculares”, acredita o líder do trabalho, o cardiologista Christopher Cannon, do Brigham and Women’s Hospital, em Boston, Estados Unidos.

A nova droga pró-HDL foi avaliada durante seis meses em 1 623 pessoas com histórico de doença cardiovascular ou sob alto risco de infarto. Os resultados impressionaram: além de reduzir em quase 40% o LDL, o anacetrapibe aumentou em cerca de 140% a fração do bem. Qual a sua façanha? “Ele inibe uma enzima que transfere o colesterol da HDL para as lipoproteínas VLDL e LDL”, explica Cannon. “É como se evitasse um roubo de carga pelas carreadoras de colesterol, que, em excesso, contribuem com a formação de placas nos vasos”, traduz a cardiologista Vera Portal, do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Essa operação permite que a HDL não trabalhe em vão e o colesterol transportado por ela permaneça lá em cima.

A pesquisa americana demonstra que o medicamento não provoca efeitos adversos expressivos — e isso merece ser levado em consideração. Os estudos com o antecessor dessa droga, o torcetrapibe, do laboratório Pfizer, foram suspensos no meio do caminho. “Foi uma decepção: apesar de aumentar consideravelmente as taxas de HDL, o remédio propiciou mais infartos e mortes”, conta Vera. É que o fármaco elevava, sem querer, a pressão arterial. O anacetrapibe até pertence à mesma classe, mas tem características diferentes. “Observamos que ele não apresenta os efeitos colaterais do torcetrapibe”, relata Cannon. Daí porque foi aprovado no quesito segurança.

Antes de ser rotulado como uma pílula mágica, porém, o remédio da Merck precisa responder a uma pergunta proposta pela professora Vera: “Afinal, aumentar o HDL reduz mesmo a incidência de infarto?” Ainda este ano, uma nova investigação irá atrás da resposta. A princípio, o anacetrapibe não servirá a gregos e troianos como um agente preventivo. “Ele deve ser destinado aos grupos de risco, como pessoas com doença cardiovascular confirmada, ou indivíduos com um HDL muito baixo”, avalia o cardiologista Luiz Antonio Machado César, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, o Incor. O fármaco tampouco dispensará uma parceria com as estatinas, drogas que baixam o colesterol ruim. “Sabemos hoje que diminuir o LDL minimiza a mortalidade. Precisamos descobrir agora se erguer o HDL também oferece esse resultado”, diz o cardiologista Antonio Casella-Filho, também do Incor.

No terreno das promessas, encontramos até moléculas sintéticas de HDL. Pesquisadores da Universidade Northwestern, em Chicago, Estados Unidos, conseguiram desenvolver lipoproteínas protetoras artificiais, que serão testadas em animais. Se tudo der certo — e não houver rejeição —, devem trabalhar daqui a alguns anos dentro do corpo humano. A genética não fica de fora dos planos futurísticos. Cientistas procuram maneiras de alterar os genes — ou moléculas que regem o código genético, caso dos microRNAs — para incrementar as cifras de HDL. “Mas, nesse campo, ainda estamos engatinhando”, comenta Machado César.

Há alguns anos, um verbo em particular não saía da boca do cardiologista. A palavra de ordem era abaixar: a pressão arterial, o ponteiro da balança, o colesterol... Quando o assunto envolve essa molécula que trafega pelo sangue, então, a meta sempre foi derrubar o LDL, versão reconhecida como perigosa aos vasos. Quase passava despercebida nessa história outra partícula, que, diferentemente da sua antagonista, merecia ser levada às alturas. Estamos falando do agente que recolhe o lixo gorduroso das artérias, o HDL (veja o quadro ao lado). Por fazer uma faxina no sistema circulatório, a substância é apontada como um guarda-costas do peito. De olho nessa vocação, a ciência quer agora aumentar o tamanho da equipe. Até porque só podar o LDL parece não dar sossego absoluto ao coração.

“Os estudos com populações de alto risco e doença cardiovascular instalada têm mostrado que, mesmo diminuindo o colesterol ruim, essas pessoas continuam sob ameaça”, conta o cardiologista Marcelo Assad, do Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro. “Entre 30 e 40% delas sofrem um infarto ou um derrame apesar de estarem tomando um remédio para controlar o LDL”, completa o cardiologista José Rocha Faria Neto, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Se é fato que retirar o LDL do pedaço resulta em menos placas obstruindo os vasos, os médicos estão esperançosos de que, ao alavancar o HDL, veias e artérias fiquem ainda mais livres de entupimentos.

Esse raciocínio inspirou a indústria farmacêutica, e já estão em testes medicamentos capazes de elevar as taxas do bom colesterol. A promessa mais tangível é um comprimido do laboratório Merck, o anacetrapibe, que acaba de passar por um estudo de segurança publicado na respeitada revista médica The New England Journal of Medicine. “Se os resultados permanecerem positivos, a droga pode revolucionar o tratamento dos males cardiovasculares”, acredita o líder do trabalho, o cardiologista Christopher Cannon, do Brigham and Women’s Hospital, em Boston, Estados Unidos.

A nova droga pró-HDL foi avaliada durante seis meses em 1 623 pessoas com histórico de doença cardiovascular ou sob alto risco de infarto. Os resultados impressionaram: além de reduzir em quase 40% o LDL, o anacetrapibe aumentou em cerca de 140% a fração do bem. Qual a sua façanha? “Ele inibe uma enzima que transfere o colesterol da HDL para as lipoproteínas VLDL e LDL”, explica Cannon. “É como se evitasse um roubo de carga pelas carreadoras de colesterol, que, em excesso, contribuem com a formação de placas nos vasos”, traduz a cardiologista Vera Portal, do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Essa operação permite que a HDL não trabalhe em vão e o colesterol transportado por ela permaneça lá em cima.

A pesquisa americana demonstra que o medicamento não provoca efeitos adversos expressivos — e isso merece ser levado em consideração. Os estudos com o antecessor dessa droga, o torcetrapibe, do laboratório Pfizer, foram suspensos no meio do caminho. “Foi uma decepção: apesar de aumentar consideravelmente as taxas de HDL, o remédio propiciou mais infartos e mortes”, conta Vera. É que o fármaco elevava, sem querer, a pressão arterial. O anacetrapibe até pertence à mesma classe, mas tem características diferentes. “Observamos que ele não apresenta os efeitos colaterais do torcetrapibe”, relata Cannon. Daí porque foi aprovado no quesito segurança.

Antes de ser rotulado como uma pílula mágica, porém, o remédio da Merck precisa responder a uma pergunta proposta pela professora Vera: “Afinal, aumentar o HDL reduz mesmo a incidência de infarto?” Ainda este ano, uma nova investigação irá atrás da resposta. A princípio, o anacetrapibe não servirá a gregos e troianos como um agente preventivo. “Ele deve ser destinado aos grupos de risco, como pessoas com doença cardiovascular confirmada, ou indivíduos com um HDL muito baixo”, avalia o cardiologista Luiz Antonio Machado César, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, o Incor. O fármaco tampouco dispensará uma parceria com as estatinas, drogas que baixam o colesterol ruim. “Sabemos hoje que diminuir o LDL minimiza a mortalidade. Precisamos descobrir agora se erguer o HDL também oferece esse resultado”, diz o cardiologista Antonio Casella-Filho, também do Incor.

No terreno das promessas, encontramos até moléculas sintéticas de HDL. Pesquisadores da Universidade Northwestern, em Chicago, Estados Unidos, conseguiram desenvolver lipoproteínas protetoras artificiais, que serão testadas em animais. Se tudo der certo — e não houver rejeição —, devem trabalhar daqui a alguns anos dentro do corpo humano. A genética não fica de fora dos planos futurísticos. Cientistas procuram maneiras de alterar os genes — ou moléculas que regem o código genético, caso dos microRNAs — para incrementar as cifras de HDL. “Mas, nesse campo, ainda estamos engatinhando”, comenta Machado César.

AS BOAS E VELHAS ESTATINAS

Elas estão entre as drogas mais receitadas no planeta. Trata-se de uma classe de medicamentos que atua no fígado, reduzindo a produção de colesterol. Isso permite que os níveis de LDL caiam e o indivíduo fique menos exposto a ataques cardíacos. “O remédio é indicado a pacientes de risco, com doença cardiovascular estabelecida ou problemas como o diabete”, diz o cardiologista Bernardo Tura, do Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro. O médico conduziu recentemente uma revisão de estudos para apurar se havia diferença no efeito de cinco tipos de estatina, cujos preços variam muito. “Algumas delas podem até baixar mais o colesterol que outras, mas, quando se analisa o impacto sobre infartos, derrames, mortalidade e necessidade de procedimentos como pontes de safena, os benefícios são os mesmos”, afirma Tura.

REMÉDIO PRÓ-HDL

Entenda como funciona a droga em estudo que promete alavancar essa fração benéfica do colesterol

1. FAXINEIRA NATA
A lipoproteína de alta densidade, mais conhecida como HDL, é montada no fígado e tem a função de retirar o excedente de colesterol que se deposita nos vasos sanguíneos. As sobras dessa gordura são conduzidas de volta ao fígado.

2. ROUBO DE CARGA
Na circulação, uma enzima, identificada pela sigla CETP, é capaz de roubar a carga de colesterol colhida pela HDL e transferi-la para a VLDL e a LDL, partículas que levam a gordura até os vasos. O trabalho da HDL é anulado e, desprovida do conteúdo gorduroso, a partícula deixa de ser detectável na corrente sanguínea.

3. A POLÍCIA CHEGOU!
Aqui entra em ação o anacetrapibe, que inibe a enzima CETP, impedindo que ela se apodere do colesterol recolhido pela HDL. Dessa forma, a lipoproteína pode ser visualizada no sangue e, o mais importante, consegue levar o excesso de colesterol para o fígado, que irá eliminá-lo.

Esse elo acaba de ser descortinado em uma pesquisa da Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos. Depois de acompanhar durante seis meses e meio 1130 idosos, os estudiosos encontraram 101 prováveis casos da doença, que arruína a memória e outras funções cognitivas. Ao analisar os níveis de HDL dos participantes, perceberam que taxas acima de 55 mg/dl estavam relacionadas a um risco 60% menor de desenvolver o Alzheimer quando comparadas a índices menores que 39 mg/dl. Resta saber agora quais os mecanismos por trás da proteção cerebral. Uma hipótese é que níveis elevados de HDL liberem o fluxo sanguíneo para a massa cinzenta, que fi caria menos suscetível a males neurodegenerativos.

O QUE ELEVA O HDL

ATIVIDADE FÍSICA
Os exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, ciclismo, natação) devem ser praticados de três a cinco vezes por semana. Eles incrementam o HDL e melhoram o trabalho dessa partícula.

ÁLCOOL Pequenas doses, especialmente de vinho tinto, promovem a vasodilatação e contribuem com o HDL, conferindo proteção às artérias. Mas cuidado: não adianta abusar nem beber se já houver doença no pedaço.

DIETA Alguns nutrientes dão um apoio discreto ao bom colesterol. São eles os pescados e o óleo de peixe, redutos de ômega-3, a soja, dotada de isoflavonas, e o chocolate amargo, rico em flavonoides.

O QUE DERRUBA O HDL

OBESIDADE
O excesso de peso, bem como níveis elevados de triglicérides, costuma ser acompanhado de índices mais baixos de HDL. Para reverter a situação, é preciso romper com o sedentarismo e aderir a uma dieta pouco calórica.

ALIMENTAÇÃO
A indústria já está cortando a gordura trans, mas vale fi car esperto e restringir o consumo do ingrediente de bolachas e salgadinhos, que sabota o bom colesterol.

INFECÇÕES
As bactérias da doença periodontal, que ataca toda a estrutura de suporte dos dentes, abrigam substâncias capazes de riscar moléculas de HDL da circulação.

TABAGISMO
Toxinas do cigarro afetam a maturação das partículas de HDL, podendo anulá-las ainda em seu nascimento.

Remédio na hora certa

Sincronizar o horário de um medicamento com o relógio do organismo faz toda a diferença para aumentar sua eficácia e diminuir efeitos colaterais. Essa é a proposta da cronofarmacologia, ciência que cuida da agenda biológica.

Mesmo que um especialista acerte na prescrição de uma droga, o tratamento pode ir por água abaixo sem um cronograma bem definido. Por esse motivo, profissionais do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo estão empenhados em estudar e difundir a disciplina que avalia o melhor momento para consumir cada princípio ativo. “As funções orgânicas vivem oscilando conforme o momento do dia. Conhecer suas fases e adequar os medicamentos a elas é importante para melhorar o aproveitamento e reduzir reações adversas”, aprova o fisiologista Luiz Menna-Barreto, da Universidade de São Paulo.


O planejamento precisa levar em conta tanto aspectos da rotina do indivíduo como certas peculiaridades do funcionamento do organismo. “Isso inclui fatores como sono, alimentação, trabalho, ritmo do sistema digestivo e produção de hormônios”, enumera a farmacêutica Amouni Mourad, assessora técnica do CRF.

Segundo ela, a difusão dessas informações é necessária não só para os profissionais como para a sociedade leiga. “Ao recorrer a um remédio de venda livre, como um antitérmico ou um analgésico, vale consultar o farmacêutico para saber em que horário ingeri-lo”, exemplifica.

“Já aos médicos cabe lançar mão de instrumentos como questionários de hábitos e monitores de atividade e temperatura corporais para individualizar o plano terapêutico”, completa Menna-Barreto. A expectativa é que se adotem progressivamente esses novos preceitos na prática clínica e que a bula dos remédios estampe orientações cronofarmacológicas. Quanto ao paciente, seu papel é comunicar ao médico qualquer desconforto e discutir com ele as alternativas para atenuá-lo, cogitando uma mudança de horários, sem desistir do tratamento.

Antes de estabelecer conexões entre os ponteiros do relógio e a ação de substâncias, vale a pena apontar um dos principais marcadores do compasso do organismo: o ciclo sono/vigília. Ele delineia o chamado ritmo circadiano. “Trata-se de um padrão temporal em que as funções orgânicas oscilam. Ele se repete, aproximadamente, a cada 24 horas”, descreve Menna-Barreto. Conhecer essa regularidade ajudará você a entender as razões pelas quais tomar remédio com hora marcada melhora a absorção e a distribuição de medicamentos dos grupos a seguir.

A FAVOR DO CORAÇÃO



Nosso sistema nervoso central é dividido em dois: o simpático e o parassimpático. O primeiro predomina durante o dia e prepara o corpo para o estado de alerta, aumentando os batimentos cardíacos e a pressão arterial. Quando relaxamos para dormir, o segundo intensifica sua ação, desacelerando o organismo. “Ao nascer do sol, a luz do dia sinaliza que o momento de despertar se aproxima”, diz Amouni Mourad. “Então, o sistema parassimpático se lentifica gradualmente e o simpático assume a liderança”, continua. Ele ordena a produção do hormônio cortisol pela glândula suprarrenal. Este, por sua vez, acelera o coração e eleva a pressão. “É por volta das 8 horas da manhã que os níveis de cortisol atingem seu pico, favorecendo problemas cardiovasculares, como o derrame e o infarto”, alerta Amouni. Portanto, é fundamental que os anti-hipertensivos e outros remédios cardiológicos estejam presentes no organismo em concentração suficiente logo nesse início da manhã.

EM PROL DA TIREOIDE
Essa glândula produz hormônios — a tiroxina e a tri-iodotironina — que regulam o funcionamento do corpo todo, dos pés à cabeça, literalmente. Mecanismos vitais, como o raciocínio e a respiração, também são de sua alçada. Quando a tireoide falha na fabricação hormonal, quadro conhecido como hipotireoidismo, o jeito é repor essas substâncias. “E é durante o dia que necessitamos de mais energia e concentração. Essa é uma das justificativas para que os portadores do distúrbio tomem o hormônio sintético logo ao acordar”, esclarece o endocrinologista Filippo Pedrinola, de São Paulo. O outro motivo, segundo ele, é que o princípio ativo só é bem aproveitado se ingerido em jejum de pelo menos três horas. Engolir o comprimido cerca de 20 minutos antes do café da manhã é a condição ideal.

PELA SAÚDE MENTAL
Na maioria dos casos, os antidepressivos modernos não provocam efeitos sobre o sono. “Mas, em 5 a 10% dos indivíduos, eles induzem à sonolência. A mesma porcentagem corresponde às pessoas que sofrem de insônia”, estima o psiquiatra Marcio Bernick, do Hospital das Clínicas de São Paulo. De acordo com o médico, a dificuldade de obter orgasmo é outro efeito colateral comum. “Relatar essas e outras reações indesejadas ao médico é o caminho para solucionálas, em vez de abandonar o tratamento”, adverte. “Se um paciente mantém relações sexuais sempre à noite, é possível ajustar a medicação de maneira que ela se apresente em baixas quantidades no corpo nesse período”, exemplifica. Para dormir bem, acertar o horário também é válido. Já em relação aos compostos da classe dos benzodiazepínicos, seu uso preferencial é noturno. “Eles promovem ação calmante, facilitam o sono, mas não raro alteram a capacidade motora, a atenção e a memória, o que costuma ser prejudicial à luz do dia”, justifica.

DIABETE SOB CONTROLE
A disfunção eclode quando o pâncreas não produz insulina em quantidade suficiente para transformar açúcar em energia. No caso do tipo 2 da doença, o corpo dá sinais de sobrecarga quando o hormônio, embora secretado, não consegue atuar nas células e cumprir sua obrigação. A ineficiência é classificada como resistência à insulina. “Lançamos mão de um remédio chamado metformina para facilitar a tarefa do hormônio”, explica o endocrinologista Filippo Pedrinola. “Mas ele costuma deflagrar incômodos como enjoo.” A solução seria administrá-lo após as refeições, porque a comida protege o sistema gastrintestinal, atenuando o mal-estar. De quebra, a droga auxilia na conversão da glicose recém-consumida. Quando o pâncreas decreta falência, porém, é necessário apelar para o hormônio sintético. Cabe ao especialista ajustar cuidadosamente os horários com base no monitoramento das taxas de açúcar do paciente. “Em geral, as aplicações devem anteceder as refeições diurnas. À noite, a medicação requer cautela, já que durante o sono a pessoa não se alimenta e seu metabolismo se comporta de maneira distinta”, avisa.

CONTRA-ATAQUE ÀS BACTÉRIAS
Ao receitar um antibiótico, o médico deve conhecer as informações sobre intervalos entre as doses. “Ele também tem a função de esclarecer que alguns medicamentos são aproveitados somente em jejum, enquanto outros devem ser engolidos após as refeições”, ressalta o infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo.

NA PRATELEIRA DA FARMÁCIA
Até mesmo na hora de tomar um analgésico, consulte um profissional. “Quando deitamos e relaxamos, depois das atividades diurnas, nossa atenção é focada na dor e sua percepção fica mais aguçada”, diz Olzon. “Quem padece da sensação dolorosa deve se medicar, de preferência, nesse período.” Finalmente, os antitérmicos. “Os picos de febre acontecem por volta das 23 horas. Vale se programar para que a droga faça efeito bem nessa fase crítica”, ensina Amouni.

ACERTE OS PONTEIROS


Alguns eventos que acontecem em seu corpo no decorrer de 24 horas influenciam no efeito das medicações

››Para que a levotiroxina — fórmula utilizada no controle do hipotireoidismo — cumpra sua função, ela precisa ser consumida em completo jejum. Por esse motivo, grande parte dos médicos orienta que seja administrada logo ao despertar.

››Por volta das 8 horas da manhã, ocorre um pico do hormônio cortisol, que eleva os batimentos cardíacos e a pressão arterial. Quem sofre do coração, portanto, precisa estar protegido por seus remédios nesse horário.

››Alguns antibióticos devem ser tomados com o estômago vazio. Outros, após as refeições. O mesmo vale para medicamentos de controle do diabete. Esses fatores interferem na hora marcada para engoli-los.

››É à noite, quando o ritmo das tarefas do dia desacelera, que a percepção da dor se torna mais aguçada. É por isso que os médicos costumam prescrever analgésicos nesse período.

››Algumas drogas psiquiátricas têm efeito sedativo. Outras podem alterar a coordenação motora e a atenção. Por isso, o melhor é que sejam consumidas antes de dormir.

LIGAÇÕES PERIGOSAS

Quem fuma, consome álcool ou faz uso crônico de medicamentos precisa ter cuidado redobrado com seus horários. “Alguns anticoncepcionais são submetidos à ação das mesmas enzimas que certos antibióticos, o que pode prejudicar a atuação de ambos”, avisa Amouni Mourad. Já o cigarro, segundo ela, pode atrapalhar o poder dos analgésicos. O álcool, então, nem se fale. No fígado, ele prejudica a ação de inúmeras drogas. A utilização de quaisquer dessas substâncias, portanto, deve ser informada ao médico para que ele organize os horários de ingestão do medicamento sem que haja tanto conflito entre elas.

DEFESA PONTUAL

A quimioterapia para os indivíduos que sofrem de câncer é outro foco de dedicação dos estudiosos de cronofarmacologia. Não é novidade que esse tipo de fármaco provoca uma série de sensações desagradáveis, além de derrubar o sistema imunológico. “A ideia é levar em conta o ritmo de funcionamento do órgão-alvo para, assim, determinar o momento ideal de administrar a químio, evitando períodos de maior fragilidade para reduzir as consequências”, afirma Amouni. O critério também vale, de acordo com a farmacêutica, para vacinas, cujo sucesso depende da reação das células de defesa. “O exercício físico sobrecarrega o organismo e pode prejudicar seu efeito”, conta. Portanto, deve-se respeitar a orientação de manter um intervalo entre a imunização e a malhação. Informe-se no local do procedimento.

Hemorroida tem cura

Uma técnica recém-chegada ao Brasil promete solucionar o problema sem cortes nem dores. SAÚDE! explica o procedimento nos mínimos detalhes e mostra o que, de fato, está por trás desse estorvo


Se a estimativa dos médicos está mesmo correta, podemos dividir ao meio a população do planeta. Metade viverá em paz, não terá surpresas quando visitar o banheiro e não sentirá desconforto na reta final do aparelho digestivo. O restante irá encarar, alguma vez na vida, um problema que não mata, mas incomoda: as hemorroidas. Antes de começar a rezar para cair no grupo dos sortudos, cabe informar que a vida de quem sofre ou sofrerá do problema deve ficar mais tranquila. Desembarca no país uma nova terapia, que, diferentemente da cirurgia clássica, dispensa o bisturi e o sofrimento depois da operação.
“A hemorroida nada mais é que a dilatação de um dos vasos sanguíneos do ânus”, define o cirurgião do aparelho digestivo Sidney Klajner, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “Ela pode ser comparada a varizes”, completa o proctologista Aloysio Almendra, do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. Uma veia resolve inchar bem ali e, ao inflamar e se deformar, é capaz de extravasar os limites anais. Aí surgem os sintomas, como sangramentos e dores ao evacuar. A saída para o transtorno parece lógica: que se extirpem as hemorroidas! É a proposta da cirurgia tradicional, realizada há mais de 70 anos, que resolve o problema, mas cobra um preço: uma recuperação penosa, com direito a dores lancinantes. “Retiramos as hemorroidas por meio de cortes na borda do ânus, mas não damos pontos para evitar infecções”, resume Klajner.
Diante da descrição, não é de estranhar a busca por soluções menos agressivas. A última cartada nesse sentido é a — prepare-se para o nome — dearterialização hemorroidária transanal guiada por doppler (ou, muito melhor, simplesmente THD). A ideia da terapia é japonesa, mas foi uma empresa italiana que a colocou em prática. Klajner, depois de um estágio em Roma, trouxe a técnica para o Brasil e já a empregou em 18 pacientes no Einstein. “Os resultados, até agora, são semelhantes aos da cirurgia convencional”, diz. Com uma enorme vantagem: “O paciente não sente dor após o procedimento porque, em vez de cortes, damos um nó no vaso problemático”.
OS SINTOMAS LÁ EMBAIXO
Confira os sinais que costumam acusar uma hemorroida
  1. • Desconforto ao evacuar
  2. • Sangramentos que são denunciados por resíduos de sangue bem vermelho no papel higiênico e depois nas fezes. Com o tempo, podem aparecer pingos na privada
  3. • Dores
  4. • Secreção
  5. • Coceira
  6. • Surgimento de um tecido anormal na borda do ânus na hora de evacuar e que pode recuar após o esforço
A nova técnica é o exemplo de uma tendência na medicina de criar tratamentos mais rápidos e menos traumáticos. Antes de a THD aparecer, os especialistas já lançavam mão de outra terapia, popularmente chamada de grampeamento, como alternativa à cirurgia aberta. Ela consiste em recortar um trecho do canal do ânus e reunir as extremidades que sobraram. “O procedimento oferece menos dor, não requer cicatrizes externas e o paciente pode voltar para casa no dia seguinte”, diz o coloproctologista José Vinícius Cruz, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Alguns estudos, contudo, alertam para possíveis complicações após a operação, como infecções.
A THD, nascida em 2001, engrossa esse arsenal e, como seu foco de ação está em uma zona mais profunda do ânus, sem enervações para a dor, é mínima a chance do incômodo. A recuperação também acelera. “Em dois dias, o paciente já está trabalhando”, estima Klajner. O método, no entanto, não resolve todos os casos. “Ele deixa de ser recomendado quando há hemorroidas externas muito grandes”, diz. “A THD complementa o rol de opções terapêuticas, mas não representa uma panaceia”, acredita a coloproctologista Angelita Habr-Gama, professora de cirurgia da Universidade de São Paulo e médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.
Tampouco ambiciona aposentar a cirurgia clássica. “As novas técnicas ainda são restritas devido ao seu alto custo”, observa Almendra. Outra questão que só o tempo poderá resolver é a validade da THD. “Apesar dos bons resultados, precisaremos de pelo menos 20 anos para saber se o tratamento se preservará por muito tempo”, pondera Klajner. De qualquer forma, se outra incursão ao hospital for necessária, o paciente fará o caminho muito mais calmo.
Quem nunca foi surpreendido por uma hemorroida já deve estar ansioso para que a reportagem se desvie da rota dos tratamentos e pegue a estrada da prevenção. O desejo é uma ordem e, vale adiantar, as informações abordadas aqui são úteis inclusive às pessoas que já têm essa experiência no currículo. Embora os genes estejam envolvidos com a erupção do problema — se há um caso na família, os riscos aumentam —, alguns hábitos podem determinar seu aparecimento.
“Um dos principais fatores é a constipação, que costuma ser resultado de uma alimentação pobre em fibras”, avisa o professor José Vinícius Cruz. “Outro erro bastante comum é não atender ao chamado da evacuação”, aponta. É como se fosse uma pena por não respeitar a vontade de fazer aquilo que ninguém pode fazer em nosso lugar.
A popular prisão de ventre é parceira das hemorroidas por um motivo que tem tudo a ver com a privada. Na hora de defecar, o constipado costuma dispensar um esforço extra, que é nocivo aos vasos sanguíneos do ânus. Não à toa, gestantes e idosos, mais sujeitos a um intestino preguiçoso, são candidatos preferenciais a hemorroidas. Para se esquivar da cilada, estabeleça regras no cardápio. “A dieta deve ser rica em fibras, provenientes de frutas, verduras e cereais, e contar com muito líquido”, orienta o proctologista Marco Aurélio Perin, do Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo.
Outra medida que restringe a aparição das intrusas é a higiene após a evacuação. “É melhor limpar o ânus com água e evitar o papel higiênico, que pode machucar a região”, afirma o coloproctologista Marcelo Averbach, do Hospital Sírio-Libanês, também na capital paulista. E a atividade física? Você já ouviu por aí que ela provoca hemorroida? Esclarecemos o boato. “Os exercícios regulares costumam melhorar o funcionamento do intestino”, afirma Perin. Exagerar, no entanto, tem seu lado prejudicial porque o aumento da pressão no abdômen durante uma corrida, por exemplo, pode repercutir no ânus. Aí, para o azar do atleta, tanto suor será convertido numa ingrata hemorroida.
A intrometida, aliás, pode nem surtir sintomas. Mas, se porventura pintar uma dor, espante o constrangimento e procure um médico habilitado a inspecionar o ânus. “Essa medida é ainda mais importante se houver sangramento, o que pode ser o sinal de um problema mais sério, como um tumor no aparelho digestivo”, alerta Averbach. “Aliás, o médico só deve se sentir liberado para tratar a hemorroida depois de investigar todo o intestino e excluir outras doenças”, avalia Cruz. Esse checkup está longe de ser uma passagem pelo paraíso, mas permite flagrar qualquer problema antes que ele vire uma tortura. E no caso de hemorroida, agora você já sabe, recursos não faltam para apagá-lo de vez — felizmente, cada vez menos dolorosos. É, sem dúvida, uma boa notícia para pelo menos metade da população mundial.
O FIM DO MARTÍRIO
Entenda como a técnica conhecida pela sigla THD elimina as hemorróidas
1. O ânus é uma região altamente vascularizada. Alguns vasos dali podem se dilatar e deformar-se, causando desconforto e sangramento. A nova técnica acaba com as hemorroidas longe da borda do ânus, região mais sensível à dor. Para tanto, o paciente é anestesiado da cintura para baixo.
2. O médico introduz no ânus um equipamento dotado de um doppler, sistema que, por meio de ondas de som, detecta o vaso que origina a hemorroida — ela tende a recuar com a entrada do aparelho. Dentro dele, há um espaço para manejar um porta-agulhas.
3. Com esse instrumento, o especialista dá um nó no vaso problemático, que deixa de abastecer a hemorroida. Para arrematar o serviço, ela é aprisionada, com outro ponto, na porção do ânus sem enervações para a dor. A hemorroida some de vista e deixa de incomodar.

Coração de um alérgico

A ciência encontra pistas de que reações típicas de doenças como rinite e asma são capazes de prejudicar a saúde do peito


 Quem desata a espirrar e sente o nariz e os olhos coçarem na hora de organizar o armário ou ao tirar o pó de uma estante de livros, por exemplo, não deve subestimar o desconforto. Uma simples rinite ou uma crise de asma podem provocar transtornos maiores do que um mal-estar passageiro. A hipótese de que a reação alérgica estaria ligada a problemas cardiovasculares foi formulada por cientistas do Einstein Medical Center, nos Estados Unidos.
Durante seis anos, eles analisaram questionários respondidos por quase 9 mil pessoas a respeito de seu estado de saúde. Depois, foi só cruzar os dados para chegar a uma constatação preocupante: quem sofre de alergias tem um risco 40% maior de padecer dos males do peito. E a gordura que se acumula nos vasos pode ter tudo a ver com essa conexão inusitada.
“Ela atrai células de defesa, dando início a uma inflamação local que reforça a obstrução das artérias”, resume o imunofarmacologista Hugo Neto, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. É aí que as complicações respiratórias entrariam em cena, agravando a situação. “Quando uma pessoa vulnerável é exposta a um fator sensibilizante, como ácaro e pelos de animais, os anticorpos sinalizam a ameaça a determinados grupos celulares, que, por sua vez, produzem substâncias pró-inflamatórias”, explica o imunologista Adelmir Machado, da Universidade Federal da Bahia.
“A inflamação decorrente da alergia talvez potencialize outro processo inflamatório pré-existente na parede arterial, provocando disfunções que levam ao aumento de pressão, além de favorecer ainda mais a deposição de gordura e a formação de placas”, especula, em entrevista a SAÚDE!, a epidemiologista Viola Vaccarino, que conduziu o estudo americano. Essa é só uma das teorias.
Aqui, no Brasil, os especialistas arriscam outras. “É possível que características genéticas sejam comuns às duas enfermidades”, diz o imunologista Fábio Castro, da Universidade de São Paulo. Os hábitos de quem vive com o nariz entupido também devem ser levados em conta. “Alguns descongestionantes nasais contêm epinefrinas, substâncias que comprimem os vasos, elevando a pressão arterial”, lembra o cardiologista Ricardo Pavanello, do Hospital do Coração, em São Paulo. “Em casos extremos, o uso indiscriminado desses remédios pode deflagrar uma arritmia”, continua.
Por fim, suspeita-se que a relação causa/efeito seja inversa. “Um coração mais debilitado poderia facilitar os quadros alérgicos”, opina o imunologista Jorge Kalil, do Instituto do Coração de São Paulo. De qualquer forma, ninguém precisa se desesperar só porque seu organismo não tolera um local empoeirado. Ainda não existe nenhuma prova definitiva de que esses indivíduos sejam inevitavelmente propensos a sofrer do coração. Por via das dúvidas, os primeiros indícios servem para encorajá-los a consultar um especialista e manter a doença sob controle.

SENSÍVEL DEMAIS





Repare! Se os sintomas abaixo insistirem em incomodá-lo toda vez que se expuser a um agente específico, é bem provável que você integre o grupo dos alérgicos. Procure um médico
  1. ›› Chiado no peito
  2. ›› Coceira nos olhos e no nariz
  3. ›› Espirro
  4. ›› Coriza
  5. ›› Lacrimejamento
  6. ›› Obstrução nasal

O raciocínio parece lógico: se a alergia respiratória deflagra a produção de substâncias inflamatórias e se elas, por sua vez, intensificariam o engarrafamento no trânsito arterial, será que tratar o processo alérgico daria uma força à prevenção dos males que afligem o peito? “Ainda é cedo para afirmar, mas existe essa possibilidade”, opina Hugo Neto. A questão é que de nada adianta esperar uma crise daquelas para dar a devida atenção ao problema. “A inflamação persiste mesmo na ausência do fator desencadeante”, avisa o imunofarmacologista. Portanto, segundo ele, quem é propenso ao surto precisa se submeter a consultas periódicas e seguir um tratamento regular para manter o sistema imunológico estável.
Medicamentos como corticoesteroides, broncodilatadores e até descongestionantes nasais são algumas opções dos médicos para controlar a doença. Mas atenção: jamais se medique. “O uso indiscriminado desses remédios pode provocar efeitos colaterais como a taquicardia”, alerta Ricardo Pavanello. Só um profissional é capaz de avaliar os fatores de risco cardiovascular de cada pessoa e, assim, prescrever uma droga mais adequada. A imunoterapia é uma alternativa que costuma surtir bons resultados. “Trata-se da dessensibilização do indivíduo a um agente que causa alergia”, esclarece Jorge Kalil.
Mas os especialistas concordam em uníssono: a melhor solução mesmo é se prevenir. “Fique longe de fatores que irritam as vias respiratórias, como cigarro, fumaça e odores fortes”, aconselha Adelmir Machado. Deixar o ambiente livre de agressores em potencial é outra boa dica. “Quem é alérgico a ácaro deve evitar cortinas e tapetes e tem de trocar a roupa de cama com frequência”, exemplifica. Se essas medidas não são a garantia de um coração mais forte, pelo menos melhoram a qualidade de vida e resguardam o corpo contra tanta inflamação. São providências simples que fazem você respirar aliviado!
CORPO INFLAMADO
Se todo processo alérgico induz a produção de substâncias inflamatórias, então é quase certo que outras alergias, como as alimentares ou a dermatite atópica — cuja vítima é a pele —, também contribuam com os males cardiovasculares. “O mesmo vale para as demais doenças geradoras de inflamação, como a periodontite, que acomete a gengiva, e a artrite reumatoide, que afeta as articulações”, acrescenta Ricardo Pavanello. Por isso, no meio médico, especula-se se o tratamento desses problemas ajudaria na prevenção dos piripaques cardíacos.

Os novos implantes dentários

Nem sempre é possível permanecer a vida inteira com os dentes originais. Na falta deles, existem os implantes, que dispõem de tecnologias e materiais cada vez mais modernos e conseguem devolver o sorriso a muita gente


Os implantes dentários foram um dos destaques do Congresso Internacional do Centenário da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, realizado no início de fevereiro em São Paulo. Enquanto centros de pesquisa buscam aperfeiçoá-los e estender sua indicação, cada vez mais brasileiros ostentam em sua boca as peças que reconstroem a dentição perdida. Mais versáteis, elas ocupam arcadas inteiras ou substituem unidades extraviadas — e olha que não é preciso ter tanta idade para recorrer a uma delas. “A implantodontia passa por um grande desenvolvimento, o que se reflete na melhoria dos tratamentos e do resultado estético”, avalia o dentista Wilson Sallum, coordenador científico do congresso. Nada melhor, então, do que conhecer as tendências nesse campo (veja a ilustração).

1. A VEZ DA ZIRCÔNIA

Quando se fala em implante, o nome de uma matéria-prima vem à cabeça do dentista: titânio. Consagrado nos quesitos eficácia e segurança, o metal tem uma história de quase 40 anos na odontologia. Uma alternativa, porém, emergiu recentemente: a zircônia. Os primeiros implantes à base desse material cerâmico desembarcaram no país nos últimos meses com a promessa de algumas vantagens. “Por ser isento de metal, ele anula os riscos de alergia e toxicidade”, aponta o dentista Paulo Leme, consultor da Z-Systems, companhia suíça que desenvolve o produto. “E, como a zircônia é branca, não há a possibilidade de o dente ficar acinzentado, como não raro acontece com o titânio.” A zircônia teria, ainda, a capacidade de facilitar a recuperação da gengiva após o procedimento. E, como seu implante é dotado de uma única peça — os de titânio contam com o parafuso e, sobre ele, um pilar que faz a junção com o dente artificial —, seria menor o risco de a prótese ficar instável.

Apesar de tantos ganhos, sobretudo estéticos, alguns especialistas não creem que a zircônia desbancará o titânio tão cedo. “Sabemos que ela se mostra excelente na função de pilar para o dente, mas precisamos de mais estudos para validá-la como implante”, pondera o dentista Carlos Eduardo Francischone, professor da Universidade de São Paulo, em Bauru, no interior do estado.

2. SUPORTE GARANTIDO

Quando um dente abandona a boca, sua morada também é condenada a desaparecer — é que a cavidade onde ele ficava abrigado, o alvéolo dentário, perde a utilidade e acaba se extinguindo. Muitas vezes, além dessa perda, o tecido ósseo que sustenta a dentição se torna mais espesso, e esse cenário pode dificultar a instalação e o sucesso do implante. Para contrapor essa falta de chão, os profissionais apostam nos biomateriais, obtidos de elementos sintéticos ou naturais, como o osso bovino. “Eles funcionam como um suporte para a formação da massa óssea, visando à reconstrução do arcabouço que sustenta o dente”, explica o dentista Paulo Sérgio Perri de Carvalho, professor da Universidade Estadual Paulista, em Araçatuba, no interior de São Paulo. É claro que, se a perda de osso for considerável, ainda não adianta apelar para os biomateriais — só o enxerto ósseo propriamente dito resolve o problema. Mas a tendência é que seu campo de atuação se estenda. “Nos Estados Unidos, a promessa é um material com proteínas capazes de estimular o crescimento ósseo e que poderia ser usado como alternativa ao enxerto”, conta o dentista Ariel Lenharo, diretor do Instituto Nacional de Experimentos e Pesquisas Odontológicas, em São Paulo.

3. OS IMPLANTES CURTOS

Muitas pessoas que esperam pela reconstrução do sorriso deparam com uma pedra no caminho: a necessidade de se submeter a um enxerto ósseo. A falta dos dentes de verdade por anos a fio, o uso de dentaduras, acidentes ou, simplesmente, o avançar da idade contribuem com a perda de osso na mandíbula ou na maxila. Sem solo suficiente para fixar um implante direito, a saída é retirar um pedaço de osso da bacia, por exemplo, e introduzi-lo na boca — uma cirurgia que demanda de seis a nove meses de reabilitação. Mas alguns casos podem escapar desse inconveniente graças a uma tecnologia que se aperfeiçoou nos últimos anos: os implantes curtos. “Eles reduzem o custo e a agressividade do procedimento”, compara o dentista Alexandre Turci, de São Paulo, que abordou o tema em palestra no congresso. “Sem o enxerto, a recuperação se torna mais rápida”, completa Lenharo. Como o nome já entrega, esses implantes são mais baixos, porém robustos. “Seu desenho faz aumentar em 30% a área de contato do implante com o osso”, calcula Alexandre. Se um parafuso convencional (e comprido) fica instável diante de uma superfície óssea comprometida, a versão curta se prende melhor sem cobrar um preço tão alto para o dono da boca.

TAMANHO NÃO É DOCUMENTO

Entenda as diferenças entre o procedimento que exige enxerto ósseo e a alternativa que se vale dos implantes curtos

1. Antes do implante

Pessoas com pouco tecido ósseo na mandíbula ou na maxila precisam se submeter a uma cirurgia que transpõe um bloco de osso da bacia, por exemplo, para o canto da boca onde ficarão os implantes. Entre seis e nove meses depois, a região restaurada está pronta para receber o parafuso do implante e, transcorridos mais três meses, o dente artificial é colocado.

1 ANO
É o tempo necessário para a instalação do enxerto, do implante e do dente artificial

2. Com implantes curtos

Essa técnica pode eliminar a necessidade de recorrer ao enxerto. Os parafusos, menores e robustos, são instalados a exemplo dos tradicionais. Só que eles aumentam o contato da peça com o osso ocupado. Para preencher espaços que ficariam vagos, são feitos alguns ajustes, como dispor de coroas dentárias maiores.

3 MESES
É quanto seria preciso esperar para o implantecurto receber a coroa dentária.


Colesterol: o que ele tem a ver com infecções...e com câncer

Sempre na mira dos médicos quando o assunto é o coração, agora a gordura se tornou alvo de pesquisas que a associam a outras doenças, como as infecciosas e o câncer


Um exame de sangue cujo resultado causa inveja nas rodas de conversa é aquele que aponta níveis baixos do chamado colesterol ruim, o LDL. Isso porque, na boca do povo, ele já se tornou sinônimo de complicação para o sistema cardiovascular. A partir de agora, quem se preocupa com as defesas do organismo terá um motivo a mais para se gabar de suas taxas equilibradas. Um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia, sugere que reduzir a gordura em circulação auxilia a barrar infecções. Os cientistas confirmaram esse elo depois de simular uma contaminação por vírus em culturas celulares e acompanhar a reação da imunidade.

"Observamos que, diante da invasão pelo micro-organismo, o sistema imune libera substâncias que, por sua vez, emitem uma ordem para que haja diminuição dos índices de LDL", conta, em entrevista a SAÚDE!, o médico geneticista Peter Ghazal, que conduziu o experimento. À primeira vista, essa informação pode soar como uma boa notícia. Afinal, prestes a iniciar um combate, as células imunológicas nos prestariam um serviço extra ao nocautear o colesterol ruim. Só que a história é bem outra. Os pesquisadores desconfiam que, ao mantermos o LDL sob rédeas curtas, as defesas não precisariam queimar essa gordura e, assim, ficariam mais disponíveis para enfrentar os micróbios baderneiros. A pergunta que não quer calar é: por que elas têm de se meter nesse imbróglio gorduroso?

A bióloga Marília Seelaender, do Grupo de Pesquisas sobre o Metabolismo do Câncer da Universidade de São Paulo, esclarece a teoria com mais detalhes. "Ao ser desafiado, o sistema imunológico fabrica uma substância, o interferon. Ele, por sua vez, inibe a produção de enzimas responsáveis pela síntese de colesterol", esclarece. Ou seja, as fábricas dessa partícula entram em marcha lenta. De acordo com Marília, uma molécula formada durante esse processo, chamapor da mevalonato, seria importante para que alguns vírus, como o da dengue, consigam se multiplicar a contento. Em outras palavras, interromper esse ciclo no início privaria o inimigo do substrato de que necessita para se replicar.

Com base nesse resultado, Peter Ghazal e sua equipe se animam com a hipótese de que as estatinas — as principais drogas utilizadas para controle do colesterol — possam ser uma alternativa ou um reforço aos medicamentos contra infecções no futuro. "As estatinas bloqueiam justamente a via do mevalonato", concorda Marília. "Mas investigamos, também, outras maneiras de interromper esse mecanismo", anuncia Ghazal. Na opinião do cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor da Unidade de Lípides do Instituto do Coração, em São Paulo, toda a linha de pesquisa faz bastante sentido. "Há evidências de que pacientes tratados com estatinas apresentam menor risco de morrer diante de uma septicemia, infecção generalizada grave", conta.

Nova tecnologia permite que carro monitore saúde do motorista

A Ford está construindo uma nova tecnologia que vai possibilitar que o carro informe como o motorista está se sentindo ou se precisa de remédio para alergia.

A informação foi publicada nesta sexta-feira no site "Huffington Post".

A concessionária desenvolveu um protótipo de um sistema de saúde e bem-estar, integrado à tecnologia dos carros, que monitora problemas de saúde como asma, alergias, insuficiência cardíaca e diabetes.

O sistema Sync --que já permite comunicação telefônica móvel sem uso das mãos e transferência de informações sem fio dentro do carro-- pode no futuro ser utilizado para se conectar a dispositivos médicos, como medidor de níveis de glicose e outros aplicativos.

Gary Strumolo, gerente do laboratório de pesquisa da Ford, sugeriu integrar a tecnologia Ford Sync a um dispositivo de monitoramento para permitir que um pai utilize comandos de voz para verificar o nível de glicose de uma criança diabética no banco traseiro, por exemplo.

Ou também, ao sincronizar um aplicativo com o Sync, o carro pode avisar o motorista alérgico sobre a contagem de pólen do dia, ajustar o sistema de climatização para minimizar os alérgenos no ar, ou mesmo usar serviços baseados em localização para lembrá-lo de comprar remédio para alergia quando ele passar perto de uma farmácia.

Embora os sistemas GPS já forneçam diversos serviços, Strumolo disse ao "Huffington Post" que, no futuro, os carros da Ford poderiam trabalhar com outros aplicativos para monitorar a qualidade do ar e apresentar a opção de rota "mais saudável".

Os recursos ainda estão longe de ser implementados nos veículos e, segundo Strumolo, a empresa "não está preparada para dizer" quando essas tecnologias estarão disponíveis.

Nova tecnologia permite que carro monitore saúde do motorista

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/918711-nova-tecnologia-permite-que-carro-monitore-saude-do-motorista.shtml

Propagandas antigas - Tônico Bayer


“-É maravilhoso! Desde que estou tomando o Tônico Bayer sinto-me alegre, saudável e forte, como se tivesse vinte anos!”.

1 de maio de 1936.

http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/remedio/

Conhecimento interior é essencial para escolha da profissão

Na hora de optar por uma carreira, refletir sobre quais são os objetivos pessoais para o futuro faz toda a diferença

Durante os dois últimos anos do Ensino Médio a cobrança por fazer planos surge em casa, na escola e até entre os amigos. É chegada a hora de decidir o que fazer para o resto da vida: a escolha da profissão. Por esta perspectiva, qualquer um ficaria assustado ao ter que determinar como serão todos os dias no futuro, mas a fase não é um bicho de sete cabeças, tampouco a decisão será irreversível.

Para facilitar, algumas recomendações podem acabar com os pontos de interrogação. Segundo a psicoterapeuta Danielle Horoi, não basta avaliar o que gosta: é preciso um processo de autoconhecimento. A especialista afirma que quanto mais experiências fora do mundo estudantil o jovem tiver, maior será sua visão do mundo e assim ele abrirá portas para os questionamentos, reflexões e maturidade.

“O jovem precisa se perguntar o que realmente é importante para ele como salário, rotina, objeto de trabalho, os seus valoresse a profissão se encaixa”, explica a psicoterapeuta sobre a importância de avaliar o que o adolescente está disposto a abrir mão e o que é essencial para ele no futuro. Danielle afirma que a melhor opção é procurar orientação vocacional. “Mas, se o adolescente não tem acesso, ele pode pesquisar sobre o mercado de trabalho, quais profissões existem, quais são as atividades de cada uma e o objetivo delas”, explica.

Acompanhar um dia de trabalho da carreira pretendida também ajuda a escolher, segundo Danielle. Ela afirma que cada profissão tem características peculiares e é preciso avaliar se são agradáveis, suportáveis ou insuportáveis para o que ele gosta de fazer. “Temos que nos conhecer muito bem ao fazer esta avaliação para saber se teremos prazer em desempenhar as atividades”, conta.

Foi pensando nisso que Fábio Padilha, 23 anos, escolheu estudar audiovisual. “Minha paixão por vídeos, filmes e skate foi o que me influenciou”, conta ele, hoje já formado. Ele estava com apenas 18 anos quando decidiu entre publicidade e audiovisual. Fábio lembra que na época tinha muitas dúvidas sobre sua escolha estar certa e que foi pressionado pelo pai a ingressar logo na faculdade. “Se eu pudesse voltar no tempo teria estudado mais para entrar em um curso mais específico numa universidade mais conceituada”, revela. Mas, ele não se arrepende. O skatista hoje é editor de vídeo em uma produtora e ainda concilia o trabalho com o esporte radical.

A PRESSÃO DOS PAIS

“Cada pessoa tem o próprio tempo, mas buscar ajuda quando se está muito confuso e existe pressão social e familiar para se escolher pode tornar a decisão mais sofrida”, afirma a psicoterapeuta. Segundo ela, a insegurança pode estar relacionada à pressão dos pais. “O pai é médico e quer que seu filho siga a mesma carreira, mas o filho quer outra profissão e tem medo de dizer ao pai, por não querer decepcioná-lo ou seguir o que quer e não ter sucesso”, exemplifica Danielle.

Mariah Rodrigues, 23 anos, é filha de professores e desde o colégio estava certa de que iria estudar farmácia na faculdade, mas quando chegou a hora da escolha seguiu para uma área totalmente diferente e decidiu cursar rádio e TV. “Farmácia era um curso que meu pai queria que eu fizesse, por achar que seria um campo melhor para eu trabalhar, já que ele tem muitos contatos nessa área”, conta ela. Mas Mariah descobriu que se identificava com coisas mais voltadas para o lado artístico e criativo.

A jovem considera que demorou a tomar a decisão. “Por um lado meu pai queria que eu trilhasse um caminho, eu queria outro e isso acabou sendo um conflito para mim”, conta. De acordo com Danielle, o caso de Mariah não é isolado e muitos pais influenciam na escolha da profissão do filho. Porém, a psicoterapeuta esclarece que o papel da família é orientar, apoiar, e discordar quando necessário.

MUDANÇA DE PLANOS

Mesmo com todo o planejamento, existe a chance de bater o arrependimento durante o curso e então surgir a questão: mudar ou não de carreira? . O conselho da psicoterapeuta é uma reflexão sobre o que está causando incômodo e avaliar a melhor escolha. “As causas, futuro e possibilidades que surgirão ao término do curso que está fazendo e início do outro curso devem ser pesadas”, afirma ela.


Marília de Almeida, 23 anos, decidiu estudar jornalismo já no 2ª ano do colegial. “Era uma área abrangente, cheia de desafios e eu sempre fui comunicativa e curiosa”, lembra a jovem do que a motivou na escolha. Não passou qualquer dúvida pela cabeça de Marília quando ela bateu o martelo pelo curso, mas o cenário mudou ao longo da faculdade. Ela diz que não se arrependeu da decisão, mas se decepcionou com o mercado de trabalho. Mesmo assim, Marília se formou jornalista em 2010. Porém, no ano seguinte ela decidiu começar a estudar ciências econômicas e seguir uma nova carreira.

Se mesmo após pesquisar e avaliar o jovem não conseguir decidir qual a profissão seguir, ele deve esperar o tempo amadurecer as ideias. De acordo com a psicoterapeuta, “a fase da adolescência é conturbada, conflituosa e confusa, e o fato de não conseguir escolher uma carreira aos 17 anos não significa que o jovem tenha algum problema”. Danielle afirma que cada pessoa tem o seu próprio tempo que deve ser respeitado pelos amigos, família e pela própria pessoa.

http://jovem.ig.com.br/oscuecas/noticia/2011/05/21/conhecimento+interior+e+essencial+para+escolha+da+profissao+10424933.html

Problema no joelho rende 107 mil afastamentos do trabalho por ano

Articulação é fragilizada por envelhecimento, excesso de peso e exercícios inadequados

Os trabalhadores brasileiros, em qualquer categoria, estão mais velhos e mais gordos. Os que não são sedentários – este grupo é apenas 20% da população brasileira – em sua maioria fazem exercícios físicos sem orientação especializada.


Este conjunto de características escolhe como alvo uma parte especial do organismo: os joelhos. O ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno, por exemplo, afirmou que antecipou sua aposentadoria porque “perdeu para o seu corpo”. Em entrevistas, o atleta afirmou que passou por mais de 20 cirurgias e um dos pontos problemáticos era justamente o joelho.

Mas se antes somente os atletas tinham a vida profissional comprometida por este tipo de lesão ortopédica, agora as dores no joelho interferem em todas as carreiras. Segundo levantamento feito pelo iG Saúde nos dados do Ministério da Previdência Social, em 2010, este problema de saúde acumulou 107 mil licenças trabalhistas, a segunda ocorrência mais numerosa no País.

“Esta parte do corpo é uma das que mais sofre sobrecarga e a fragilidade dos ligamentos, muitas vezes por falta de musculatura, pode render rupturas, fraturas ou inflamações, em especial em quem já passou dos 45 anos”, afirma o professor de cirurgia no joelho da Faculdade de Medicina da Santa Casa, Ricardo Cury.

O aumento da obesidade, atrelado ao sedentarismo epidêmico, machuca mais os joelhos, mas não é a única explicação para a liderança de afastamentos trabalhistas por dores nesta parte do corpo.

“Existe um outro lado das atividades físicas. Os idosos e as crianças hoje são mais estimulados a fazer exercícios e isto, em especial quando é feito sem orientação especializada, pode aumentar o número de lesões nos joelhos antes concentradas na faixa-etária entre 20 e 40 anos. Sem contar que as pessoas trabalham por mais tempo”, explica o ortopedista Cury.

Além disso, completa ele, antes as cirurgias eram indicadas apenas para pessoas que dependiam dos joelhos para sobreviver, atletas por exemplo. Agora o arsenal cirúrgico foi ampliado e podemos indicar a operação para quem faz do esporte somente um hobby.

"A atividade física tem um papel importante na vida do indivíduo, seja mental ou produtivo, e caso a cirurgia permita que ele continue praticando uma atividade que faz bem, vamos indicá-la”, afirma o professor da Santa Casa.

Prevenir problemas nos joelhos, além de manter em níveis seguros os ponteiros da balança, é também prestar atenção à postura. Passar muito tempo sentado, em frente ao computador ou no trânsito, exige um alongamento para poupar as articulações.

A proporção de doenças
Dores e depressão lideram

http://saude.ig.com.br/minhasaude/problema+no+joelho+rende+107+mil+afastamentos+do+trabalho+por+ano/n1596821695318.html

Joelhos femininos estão mais sujeitos a lesões

Anatomia diferente da masculina e prática de esportes de impacto aumentam as chances de problemas nessa região do corpo da mulher


Os joelhos femininos são mais vulneráveis às lesões do que os masculinos. Algumas razões anatômicas apontam para isso. “A mulher tem o quadril mais largo e menos força muscular, influenciando diretamente nessa região do corpo”, diz Ricardo Nahas, ortopedista e médico do esporte do Centro de Referência em Medicina do Esporte do Hospital 9 de Julho, de São Paulo. Além disso, ela está se envolvendo mais em esportes de impacto.

“Os joelhos femininos tendem a ser problemáticos porque, na maioria dos casos, são do tipo valgo. Isto é, ligeiramente virados para dentro. Essa postura aumenta as chances de lesões como a condromalacia, um desgaste da cartilagem entre o fêmur, o osso da coxa, e a patela. O joelho valgo força essa cartilagem”, explica o ortopedista Rene Abdalla, responsável pelo Instituto do Joelho HCor, em São Paulo.

O deslocamento da patela é outra lesão que acomete mais o sexo feminino: são sete mulheres para cada homem com o problema. Tido como um mal genético, ele faz com que esse ossinho em forma de pirâmide tenha maior probabilidade de sofrer luxação.

O fato de a mulher ter assumido um novo perfil esportivo nos últimos tempos também vem contribuindo para o aumento das enfermidades. “Antes as mulheres praticavam mais o handebol e o vôlei. Agora participam de modalidades de maior impacto como futebol e corrida de aventura - e de maneira bem mais competitiva”, argumenta o médico do HCor.

No dia a dia, até o uso excessivo de salto alto poderia colaborar para a maior fragilidade dos joelhos. “Esse tipo de calçado faz com que a mulher transfira o seu centro de gravidade, podendo forçar mais a frente dos joelhos e assim favorecendo a condromalacia”, diz Ricardo Nahas.

Para que você não seja obrigada a abdicar de sua atividade física ou sofra com dores e limitações, é preciso alguns cuidados.

A maneira de prevenir boa parte dos problemas é preparar o corpo. “Procure equilibrar o trabalho aeróbico e o de resistência (musculação). E não fuja dos alongamentos”, sugere o ortopedista do Hospital 9 de Julho. O aquecimento antes do início da atividade física também é benéfico para as articulações, lembram os especialistas.

Por fim, dê atenção aos calçados. Eles precisam de um bom sistema de amortecimento para absorver o impacto, minimizando o trabalho dos joelhos. “O ideal é escolher um modelo específico para o esporte que será praticado”, completa Rene Abdalla.

http://delas.ig.com.br/saudedamulher/joelhos+femininos+estao+mais+sujeitos+a+lesoes/n1596856241597.html

Governo federal pode mudar remédio para hepatite C

Da Redação

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O Ministério da Saúde estuda parar de oferecer dois tipos de remédios para a hepatite C, para disponibilizar apenas um para os pacientes da rede pública. Por meio de uma licitação, o ministério pretende comprar a droga de apenas um fabricante, a um custo mais baixo.

Atualmente, o SUS oferece o Interferon Alfa 2ª, conhecido como Pegasys e fabricado pela Roche, e o Interferon Alfa 2b, chamado Peg-Intron, da Merck Sharp & Dohme.

Grupos de portadores de hepatite C vão entrar nesta semana com uma representação no Ministério Público Federal contra a ação do ministério. Apesar de terem os mesmos princípios ativos, os medicamentos são metabolizados de maneiras diferentes pelo organismo.

De acordo com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, as duas drogas continuarão disponíveis.

Hepatite: conheça os diferentes tipos e saiba como prevenir

Da Redação

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O Dia Mundial de Combate às Hepatites foi comemorado nesta quinta-feira, dia 19. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) demonstram que a hepatite é uma doença perigosa porque avança, muitas vezes, de forma silenciosa. São cerca de 200 milhões, ou 3% da população, infectados somente pela hepatite C. Por isso, o hepatologista do Hospital São Luiz Dr. Fernando Pandullo alerta para a importância de conhecer os diferentes tipos da doença para preveni-la.

Além de receber a vacina contra a doença, é importante seguir algumas orientações para evitar o contágio

A hepatite é caracterizada como toda inflação no fígado, orgão que funciona como filtro do organismo. Por isso, ela pode ser diagnosticada como uma simples alteração laboratorial até uma hepatite fulminante, levando o paciente ao óbito em um prazo curto de tempo. Existem 5 tipos:

Hepatite A - É do tipo não viral. Pode ser transmitida com a ingestão de alimentos e água contaminados. Normalmente, o tratamento por medicamentos tem curta duração e as chances de cura atingem 99% dos casos.

Hepatite B - É transmitida pelo contato sexual, transfusão de sangue, via placento-fetal, compartilhamento de agulhas e seringas. O quadro clínico pode evoluir e se tornar crônico.

Hepatite C - Do tipo viral, a hepatite C pode ser adquirida por meio de transfusão de sangue, mas muitas de suas causas ainda são desconhecidas. O tratamento é feito com medicamentos. Esse tipo da doença pode evoluir e desencadear câncer no fígado.

Hepatite D - Manifesta-se em pessoas portadoras da hepatite B. Além disso, o paciente tem maiores chances de desenvolver a forma aguda da doença e precisar de transplante de fígado.

Hepatite E - Muito parecido com o quadro clínico da hepatite A, é do tipo não crônico e se manifesta, principalmente, em países em desevolvimento com saneamento básico precário, por conta da contaminação da água e de alimentos. Raramente esse tipo de hepatite é transmitido diretamente de uma pessoa para a outra.

Ainda segundo o especialista, além de receber a vacina contra a doença, é importante seguir algumas orientações para evitar o contágio. Alguns exemplos são ingerir somente água tratada e alimentos higienizados, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, praticar sexo somente com proteção e não ingerir medicamentos sem orienção médica.