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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Jovem morre após exagerar na dose de paracetamol por causa de dor no estômago

Excesso do remédio causou falência no fígado da menina de 17 anos
 
A jovem Georgia Littlewood, de 17 anos, morreu por causa do excesso de paracetamol que tomou por causa de uma dor no estômago. Segundo informações do site DailyMail, a menina inglesa sofreu de falência no fígado, porque havia tomado dose mais de três vezes superior à indicada.
 
Ela não foi trabalhar e teve de ir ao hospital na madrugada porque vomitava muito. Georgia contou aos médicos que sentia muita dor de estômago e tomou uma séria de remédios para a dor. Os especialistas a colocaram para transplante de fígado, mas o órgão não resistiu a tempo da cirurgia e a menina faleceu.
 
A mãe, Joanne Littlewood, conta que sabia que a filha não estava bem por causa da aparência dela naquela noite.
 
— Ela estava murmurando para falar e nem me reconhecia. Eu tinha certeza que algo estava errado. Ela exagerou na dose do remédio, mas tenho certeza que foi um acidente, ela era muito feliz para tirar a própria vida assim.
 
Joanne ressalta que a perda da filha pode servir para outras mães ficarem atentas aos medicamentos que os filhos tomam.
 
— Ninguém acha que uma substância tão acessível como o paracetamol pode matar, mas é preciso muita atenção quando os filhos se automedicam. O ideal seria que o farmacêutico informasse as doses necessárias, mas é possível entrar, comprar o remédio e nem falar com nenhum funcionário. Isso deveria ser proibido.
 
R7

HIV/AIDS: OMS elogia o Brasil por pioneirismo no tratamento da doença

Foto: Andrey_Popov
Foto Andrey Popov
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai adotar novo protocolo de tratamento com antirretrovirais para todas as pessoas que vivem com HIV no mundo
 
O método passa a ser recomendado para todas as pessoas diagnosticadas com o vírus, independente da carga viral. A medida já é praticada desde dezembro de 2013 pelo Brasil. O novo protocolo “Testar e Tratar” como política de tratamento foi anunciado nesta semana em Vancouver, Canadá, durante o Congresso Internacional de Aids.
 
O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, que participou do evento diz que está feliz com anúncio, principalmente porque o Brasil é citado como referência para o mundo. “A gente está bastante orgulhoso que a OMS anunciou aqui na conferência de Vancouver que mais uma vez o Brasil dá o tom de como deve ser a resposta contra a epidemia de aids global. Porque a OMS adota o mesmo protocolo que o Brasil adotou em dezembro de 2013, agora dois anos depois”.
 
Além de ser referência para o mundo no tratamento do vírus HIV, o Brasil ainda foi citado em documento divulgado pela OMS como o país de boas práticas, como explica Fábio Mesquita “O primeiro país o qual se fala neste documento já nesses últimos dois anos, o que vem acontecendo com esses novos protocolos, é o Brasil. Dando os exemplos de que como a gente conseguiu trazer mais gente para o tratamento, trazer as pessoas mais cedo para o tratamento e como isso vai ter um impacto certamente, não só naqueles indivíduos que estão recebendo tratamento, mas também na prevenção. Então, mostra que a gente está no caminho certo e que a gente continua sendo inovador, continua ajudando a puxar essa agenda internacional”.
 
A OMS, Organização Mundial da Saúde lançou também durante o Congresso Internacional de Aids, o novo guia sobre testagem de HIV. O guia estimula a aplicação do teste de aids nas populações vulneráveis ao HIV. Para mais informações acessa página do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
 
 

Conheça as sete vacinas mais importantes na fase adulta

Depois de dez anos, o sistema imunológico deixa de produzir anticorpos para evitar algumas doenças

Em todas as fases da vida estamos suscetíveis a infecções por vírus e bactérias e, ao contrário do que muitos consumidores pensam, as vacinas são imprescindíveis para evitar doenças graves nas idades mais avançadas.

“As inúmeras doenças que se manifestam mais na vida adulta são fortes indicadores de que o individuo precisa se vacinar”, explica o médico sanitarista responsável pelo setor de vacinas do Alta Excelência Diagnóstica, Dr. Ricardo Cunha. Segundo o médico, as pessoas pertencentes aos grupos de risco, como gestantes, idosos e portadores de doenças crônicas, devem sempre estar atentas sobre a vacinação. Isto porque, para algumas doenças, a proteção tem prazo de validade – o que explica a necessidade do reforço. “Depois de dez anos, o sistema imunológico deixa de produzir anticorpos suficientes para evitar doenças, como febre amarela e tétano”, revela o médico.

Confira as sete vacinas mais recomendadas para os adultos:

Vacina dupla tipo adulto - para difteria e tétano: a primeira parte da vacinação contra difteria e tétano é feita em três doses, com intervalo de dois meses. Geralmente, essas três doses são tomadas na infância.

Vacina tríplice-viral - para sarampo, caxumba e rubéola: o adulto deve tomar a tríplice-viral se ainda não tiver recebido as duas doses recomendadas para a imunização completa quando era criança e se tiver nascido depois de 1960. O Ministério da Saúde considera que as pessoas que nasceram antes dessa data já tiveram essas doenças e estão imunizados, ou já foram vacinados anteriormente.

Vacina contra a hepatite B: “pessoas que tenham contato com sangue, como profissionais de saúde, podólogos, manicures, tatuadores e bombeiros, ou que tenham relacionamentos íntimos com portador da doença são as mais expostas a essa doença", diz o especialista.

Pneumo 13: é a única vacina do calendário que não é oferecida em postos de saúde – somente em clínicas particulares. Protege contra 13 tipos de bactérias causadoras da pneumonia.

Vacina contra a febre amarela: todas as pessoas que moram em locais de risco devem tomar a vacina a cada dez anos, durante toda a vida. Quem for para uma dessas regiões de risco precisa ser vacinado pelo menos dez dias antes da viagem.

Vacina contra o influenza (gripe):
pessoas com mais de 60 anos podem tomar a vacina nos postos de saúde, enquanto os mais jovens podem ser vacinados em clínicas particulares.

HPV: a vacina existe tanto para homens quanto para mulheres e previne os quatros principais tipos do Papilomavírus Humano - o HPV. A vacina quadrivalente é a mais indicada e deve ser tomada em três doses, sendo a segunda dose após 30 dias da primeira e a terceira, seis meses depois da segunda.
 
Guia da Pharmacia

Maioria das pessoas com psoríase sofre de outro problema de saúde

Psoríase: lesões podem cobrir de 3% a 10% do corpo
Thinkstock/VEJA Psoríase: lesões podem cobrir de 3% a 10% do corpo
Pesquisa brasileira revela que a psoríase, uma inflamação crônica da pele, está relacionada a condições como obesidade, hipertensão e depressão
 
Uma pesquisa inédita revelou que 70% dos brasileiros que têm psoríase - uma doença inflamatória crônica da pele - apresentam ao menos um problema de saúde relacionado à doença, como obesidade, hipertensão e depressão. A psoríase afeta de 1,5% a 3% da população mundial e se caracteriza pela formação de placas vermelhas principalmente nos joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Em alguns casos, há também inflamação nas articulações.
 
A psoríase é uma doença autoimune, crônica e não contagiosa que afeta de 1,5% a 3% da população mundial. Ela se caracteriza por inflamações na pele manifestadas por manchas vermelhas, espessas e descamativas, que aparecem, em geral, no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. Em outros casos, pode se espalhar por toda a pele e também atingir as articulações.
 
A enfermidade atinge igualmente homens e mulheres, e costuma surgir antes dos 30 e após 50 anos. As causas não são exatas, mas a doença tem um forte componente genético e pode ser desencadeada por infecções, medicamentos anti-inflamatórios, obesidade, clima (mais comum em lugares frios), stress e consumo de cigarro e álcool.
 
O tratamento pode ser feito com cremes, medicamentos orais e fototerapia. Há também a opção dos imunossupressores, mas estes são muito caros (o tratamento pode custar até 100 000 reais por ano) e não cobertos pelo SUS para pessoas com psoríase. Os imunossupressores são recomendados a pacientes que não responderam às outras abordagens.
 
Ainda não se sabe ao certo por que a psoríase está associada a outras doenças. Para especialistas, uma possível causa é a mudança de comportamento do paciente ao ser acometido pela psoríase.
 
"A pessoa se sente envergonhada com as lesões na pele, fica mais retraída e desenvolve um comportamento depressivo ou hábitos que levam à obesidade", diz Ricardo Romiti, dermatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e um dos autores do estudo, divulgado nesta quinta-feira.
 
Outra possível explicação é que a lesão cutânea ajuda a desencadear processos inflamatórios no resto do organismo, aumentando o risco de doença coronariana, por exemplo.
 
Alto risco
De acordo com o estudo, feito pelo laboratório Janssen, dentre as pessoas com psoríase que apresentam alguma enfermidade associada, a maioria (75%) tem sobrepeso ou obesidade. Outras associações comuns são hipertensão (32%), colesterol alto (25%) e diabetes (17%), fatores de risco para cardiopatias.
 
A pesquisa também forneceu evidências de que pessoas com psoríase apresentam um risco maior de desenvolver problemas emocionais, como ansiedade (39%), depressão (26%) e alcoolismo (17%).
 
"Isso não significa que uma pessoa com uma lesão decorrente de psoríase vai enfartar, mas sim que pacientes com formas graves da doença correm um maior risco de ter algum problema cardíaco ou psicológico", diz Romiti.
 
Os dados foram baseados em um levantamento com 877 pacientes atendidos em 26 centros especializados em psoríase localizados em dez estados brasileiros. Os participantes tinham, em média, 48 anos. Metade deles apresentava um grau leve da doença, ou seja, as feridas cobriam até 10% do corpo - para efeito de comparação, a palma da mão cobre 1%. O restante manifestava formas moderada ou grave da condição.
 
Veja

Setor de saúde lidera geração de novos empregos

Volta e meia podemos nos iludir com nossa aparência, com nossas escolhas…até com nossas convicções. Mas depois de ver esse infográfico não poderemos nos iludir com uma coisa: o mercado de trabalho irá sentir, sim, o efeito da revolução tecnológica na área de Saúde. E muito!
 
 
Ele começa nos mostrando que existe uma clara migração de oportunidades de emprego a cada novo ciclo que surge na economia. Assim, na década de 60 havia uma grande concentração de empregos na agricultura. Já no começo desse século há um grande deslocamento de empregos para o setor de serviços – com destaque para a quantidade de profissionais de enfermagem.
 
Uma curiosidade está no fato de que, ainda neste ano de 2015, nada menos que a metade dos postos de trabalho do mundo serão ocupados pela geração dos milennials. Não é pouco!
 
É impressionante notar que muitos dos cargos em aberto no ano de 2010 sequer existiam em 2004. E que – igualmente – algumas posições bastante procuradas hoje sequer existiam há 10 anos. Estamos falando de gente como desenvolvedores de aplicativos móveis, gestores de mídias sociais, especialistas em cloud computing e UX (user experience).
 
Isso permite apostar que mais da metade das crianças que estão agora no jardim da infância deverão ocupar cargos no futuro que sequer existem atualmente.
 
Também me faz lembrar que durante uma outra revolução – a Industrial – muitas funções que foram surgindo a reboque da inauguração das fábricas também não existiam até então. A tal ponto que algumas de suas denominações eram por vezes criadas com base em referências até então utilizadas em outras organizações com hierarquias já estabelecidas, como o Exército. Vem daí, por exemplo, o título Capitão de Indústria.
 
De qualquer forma, o que se imagina é que – ao menos no aspecto do perfil profissional – talvez seja possível desde já imaginar quais serão os requisitos fundamentais para melhorar a empregabilidade no futuro: raciocínio crítico, criatividade, capacidade de empreender e resolver problemas e – claro – uma boa dose de conhecimento digital.
 
O que isso tudo tem a ver com saúde? Ora, nada menos que a metade dos cargos utilizados para ilustrar essa nova geração de empregos que deverão surgir nos próximos anos estão associados ao setor de saúde. Fala-se de consultor em bem estar para idosos, criador de membros para utilização em transplantes, cirurgião de memória e especialistas em nano medicina.
 
Realmente mais um belo exemplo de que o tão falado tradicionalismo do setor será colocado a prova, inclusive, pela exigência de profissionais criada pelos novos tempos. Quem viver verá.

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Saúde Business

Interação on-line é novidade na relação entre médicos e pacientes

Interagir com profissionais da saúde pela internet, seja por e-mail, seja pelas redes sociais, é uma realidade. Com moderação e bom senso, é permitido tirar dúvidas, mas nada substitui o olho no olho quando se trata do bem-estar
 
A conectividade está entranhada na rotina. Manter-se conectado o tempo inteiro é tão comum que se tornou praticamente impossível pensar em uma vida sem aplicativos, smartphones e redes sociais. A interação 24 horas chegou também ao universo da saúde: se antes os médicos já estavam a uma ligação de distância, agora, é como se os pacientes nunca tivessem deixado o consultório. E ambos os lados parecem gostar da nova realidade. De acordo com uma pesquisa feita pela Escola Norte-americana de Medicina Pública Johns Hopkins Bloomberg, os pacientes querem manter contato com seus médicos pela via virtual, especialmente por e-mail ou via Facebook.

Tamires Morais, 26 anos, é um exemplo que aproveita a praticidade das redes sociais para agilizar o contato com médicos. Há oito meses, a publicitária deu à luz o segundo filho e, até hoje, tira dúvidas e marca consultas com o ginecologista por WhatsApp. “Ele até criou um grupo de gestantes em que muitas pacientes mandam dúvidas e ele responde”, acrescenta. O pediatra também entrou na lista de contatos de Tamires. Qual a idade e a forma ideal de viajar com os filhos, como alimentá-los corretamente, além de dúvidas do dia a dia, são os principais tópicos das mensagens. “Nada de medicação”, frisa a mãe. Para ela, quando se trata da saúde dos pequenos, é fundamental que o contato seja feito pessoalmente.

Para Tamires, ter a chance de se comunicar com médicos e especialistas é uma espécie de libertação. Primeiro porque, segundo ela, acaba com a distância no relacionamento médico-paciente. “Acho que facilita porque tem mais pessoalidade no contato. Na maioria, eles são muito distantes.” Outro ponto positivo é a praticidade: agora, ela não precisa mais marcar consulta, colocar as crianças no carro, dirigir até o consultório e esperar ser atendida para sanar dúvidas sobre qual é o filtro solar ideal para o filho.

As ferramentas virtuais vão além da chance de manter um acompanhamento médico mais rápido. A internet é, hoje, também um atalho para que o paciente encontre o médico. É o caso da HelpSaude Brazil S/A, gerenciada pelo CEO José Luiz Carvalho. O empresário explica que a plataforma permite que o usuário não apenas encontre a clínica mais próxima, como agende consultas diretamente, sem precisar nem mesmo falar com secretárias. “O horário marcado cai diretamente no sistema de gestão do consultório”, completa. Caso o paciente tenha plano de saúde, a comunicação é feita automaticamente.
 
O prontuário também está lá, à disposição dos médicos. Atualmente, José Carvalho estima que exista mais de 6 mil relatórios na plataforma. “O médico pode enviar os documentos para outros especialistas”, explica o empresário. Depois dessa mediação, a consulta segue normalmente. “Quando há necessidade de retorno, a pessoa marca e o próprio médico avisa o paciente por e-mail ou SMS.”

Tanta modernidade é boa também para os profissionais de saúde, desde que os limites fiquem claros. A opinião é de José Bonamigo, diretor da Associação Médica Brasileira (AMB). O conflito, para ele, começa quando o paciente não entende (e o médico não consegue explicar) que um diagnóstico ou mesmo uma opinião sobre um quadro clínico não é tão simples para ser esclarecido por meio de uma mensagem de texto. “É a famosa consulta de corredor”, brinca. Para acompanhar procedimentos feitos no consultório, contudo, as ferramentas virtuais são uma boa opção. “Uma paciente teve uma reação alérgica na mão e me mandava fotos de como o quadro estava evoluindo. Isso ajudou no acompanhamento e evitou que ela tivesse que se deslocar.”

Um espaço a mais na agenda do médico também é bom para todo mundo. Além de poupar o tempo do paciente, o profissional tem como atender casos que realmente precisam de uma consulta ao vivo. No caso de lesões que estejam evoluindo de maneira preocupante, por exemplo, a praticidade do contato facilita a atuação do médico. “É conveniente porque poupa o tempo de retorno e ele pode agir de maneira mais rápida”, reforça Bonamigo. Quando pensamos em cidades em que há dificuldade de deslocamento, onde marcar uma consulta médica significa gastar toda uma manhã ou uma tarde para chegar ao consultório e ser atendido, a interação virtual faz ainda mais sentido. “Pessoalmente, vejo com certo entusiasmo, porque isso otimiza o tempo de todos.”

Lícia Stanzani, da clínica Respirar Pneumologia e Cirurgia Toráxica, concorda: as redes sociais podem ser ferramentas úteis para facilitar o contato de médicos e pacientes, mas a relação precisa de limites. A barreira precisa ser reforçada especialmente quando o contato é feito por meio de redes socais que costumam disponibilizar informações pessoais dos usuários, como o Facebook. “Percebo que os pacientes, geralmente, respeitam o médico”, comenta. “Mas, com todas essas redes, a gente acaba ficando disponível praticamente o tempo todo.”

Se uma ligação no meio da noite pode ser algo invasivo, não há esse tipo de constrangimento (ou pelo menos, é muito menor) com uma mensagem de texto ou mesmo de áudio — que pode ser vista e respondida a qualquer tempo. Mas isso parece não incomodar os médicos.

Ao contrário: para Lícia Stanzani, esse tipo de “entrega” faz parte da própria conduta profissional. “Tenho pacientes que falam que, quando me mandam mensagem, não conseguem soltar o celular até eu responder”, diverte-se. “Percebo que os pacientes valorizam isso. Quando você dá retorno, eles se sentem seguros.”

Mas atenção: poder se comunicar com seu médico por e-mail, WhatsApp ou Facebook, contudo, não significa que é possível fazer uma consulta sem sair de casa. De acordo com o Manual de Publicidade Médica (resolução CFM nº 1.974/2011), médicos são proibidos de “oferecer consultoria a pacientes e familiares como substituição da consulta presencial”. Emmanuel Fortes, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina e relator do documento, explica que não é possível para o profissional fazer nenhum procedimento ou conduta que envolva a possibilidade de diagnóstico sem ser por meio presencial. “A medicina é feita por visão, odor, toque. O primeiro instrumento é a percepção. É impossível fazer isso pelos meios digitais.” Quem desobedece está sujeito à investigação, sindicância e, se for o caso, processo.

É claro que os médicos não estão proibidos de conversar com os pacientes por outros meios que não o consultório. Tratar de questões relacionadas a um tratamento que esteja em andamento é permitido, mas Emmanuel Fortes admite que a linha que divide o tirar dúvidas de uma consulta on-line é tênue. “Se o paciente tem uma pergunta a respeito de um efeito colateral, o médico pode dizer: ‘Tome tal providência’. Isso seria o mesmo que um telefonema”, compara. “O que não pode é fazer consultoria. Há empresas que colocam à disposição telefones ou e-mails para que o paciente diga o que está sentindo e o médico diga o que ele tem. Isso é vetado, pois a margem de erro é muito alta.”

A pesquisa
O trabalho norte-americano entrevistou mais de 4,5 mil clientes de uma farmácia. As respostas dos 2.252 entrevistados mostraram que a maioria quer usar e-mail e Facebook para interagir com os médicos

Seis meses antes do levantamento, inclusive, 37% dos pacientes tinham mantido contato com seus médicos por e-mail e, 18%, pelo Facebook

Pacientes responsáveis pelos cuidados a parentes, além de pacientes com doenças crônicas, estavam entre os usuários mais assíduos das ferramentas virtuais para tirar dúvidas

57% dos pacientes gostariam que o site dos médicos tivessem informações sobre saúde

Cerca de 46% dos pacientes querem usar e-mail para acompanhar o progresso de seus tratamentos
 
Revista do Correio Braziliense

Medicamentos antipsicóticos podem levar a aumento do peso em jovens

Jovens com prescrição de medicamentos antipsicóticos devem ser monitorados para o ganho exagerado de peso; o uso de outros agentes que não a olanzapina, a clozapina, e risperidona podem ser melhores para pacientes onde a obesidade é uma preocupação pré-existente. Isso é o que revela um artigo de revisão publicado online na revista Obesity Reviews
 
Pesquisadores do Reino Unido realizaram uma revisão abrangente da literatura para examinar estudos relatando a relação do peso com o uso de antipsicóticos e antidepressivos em crianças e adolescentes. Os dados foram incluídos a partir de 42 artigos publicados anteriormente.
 
Os pesquisadores não observaram aumento de peso com inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs) ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina e noradrenalina (IRSNs); houve alguma evidência de uma associação com a melhora do estado de peso por um tempo curto, mas que não se manteve.
 
Houve uma associação entre o uso de antipsicóticos e ganho de peso; a risperidona teve um efeito de ganho de peso maior do que o lítio, o divalproato de sódio, e a pimozida em estudos de comparação de drogas. O menor ganho de peso foi visto com a terapia de reposição com metformina ou topiramato.
 
Segundo os autores, a evidência a partir desta avaliação sugere que os [medicamentos] ISRS e IRSN geralmente não causam ganho de peso e podem, pelo menos a curto prazo, levar à perda de peso. Porém, a olanzapina, a risperidona e a clozapina levam a ganho de peso significativo nesta população de pacientes.
 
Terra

Testes mostram que novo medicamento pode retardar Alzheimer

Atualmente, não há como parar a morte de neurônios por causa da doença
 
Cientistas divulgaram os primeiros detalhes de como um novo medicamento pode retardar o avanço da doença de Alzheimer em suas primeiras fases.

Dados da companhia farmacêutica Ely Lilly sugerem que o medicamento, chamado de solanezumab, pode cortar em cerca de um terço a taxa do avanço da demência.

As informações foram apresentadas durante uma conferência nos Estados Unidos. Atualmente, não há como parar a morte de neurônios por causa do Alzheimer. Mas, o solanezumab poderá, segundo os cientistas, manter estas células vivas.
 
Os medicamentos disponíveis podem gerenciar os sintomas da doença ao ajudar no funcionamento das células do cérebro que estão morrendo.
 
Este novo medicamento ataca as proteínas deformadas, chamadas amilóides, que se acumulam no cérebro devido ao Alzheimer. Acredita-se que a formação das placas de amilóides entre os neurônios leva ao dano e, depois, à morte da célula.

Fracasso
O solanezumab já vinha sendo usado nas pesquisas sobre a doença mas, os testes de 18 meses da droga acabaram em fracasso em 2012. Quando o laboratório Eli Lilly analisou com mais atenção os dados, havia pistas de que o medicamento poderia funcionar para pacientes nos primeiros estágios da doença.

A companhia pediu para que mais de mil pacientes que participaram daquele primeiro teste de 18 meses, e que apresentavam Alzheimer mais leve, para tomar o remédio por outros dois anos. E os resultados positivos destes dois anos foram apresentados na Conferência da Associação Internacional de Alzheimer, segundo Eric Siemer, do Laboratório de Pesquisas Lilly, no Estado americano de Indiana.
 
— É outra prova de que o solanezumab tem um efeito na patologia subjacente da doença. Acreditamos que há uma chance de que o solanezumab será a primeira medicação disponível que modifica a doença.
 
Em 2016 serão divulgados mais resultados dos testes e, então, a comunidade científica saberá se o solanezumab é realmente a evolução no tratamento de Alzheimer esperado por todos, afirma Clare Walton, gerente de pesquisa da organização Alzheimer's Society.
 
— Os dados dão uma pista de que os anticorpos estão tendo um efeito, é promissor e é melhor do que não ter efeito nenhum, mas é inconclusivo. Depois de uma década de nenhum tratamento e do fracasso de muitos remédios, é animador ouvir notícias promissoras, mas (estas notícias) não falam realmente se o resultado é bom ou ruim. Precisamos esperar a terceira fase do estudo, e isto é apenas em 18 meses.

BBC Brasil / R7

Justiça determina que União pague tratamento de bebê nos EUA

O bebê Pedrinho (Foto: Sueide Gomes da Silva / Divulgação)
Foto: Sueide Gomes da Silva / Divulgação
O bebê Pedrinho deve fazer tratamento nos EUA
Pedrinho está internado em Belo Horizonte. Criança de 1 ano tem problemas no intestino
 
A decisão do juiz Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes da 10ª Vara Federal de Minas Gerais trouxe uma esperança a mais à família do bebê Pedro Gomes Oliveira, de 1 ano, que precisa fazer um transplante de intestino, em Miami, nos Estados Unidos, ao custo de US$ 1 milhão. A criança, que nasceu em Eunápolis (BA), está internada desde o dia 16 de julho de 2014, em Belo Horizonte.
 
De acordo com o advogado da família do garoto, José Antônio Guimarães Fraga, a determinação judicial foi dada na última segunda-feira (20) e o magistrado mandou que a União “providencie e custeie de maneira integral o tratamento médico de transplante de intestino, levando-se em consideração que no Brasil não há tratamento curativo, somente paliativo”.
 
Ainda segundo Fraga, o juiz determinou que em dez dias a decisão seja cumprida, no que diz respeito à parte burocrática como emissão de passaportes e vistos para os pais de Pedrinho, Ivanilto Oliveira de Souza, de 44 anos, e Sueide Gomes da Silva, de 30, além da criança. O bebê deve ser embarcado para a América do Norte em uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) aérea.
 
O advogado explicou, ainda, que quando Pedrinho chegar aos Estados Unidos terá que entrar na fila norte-americana de doação, respeitando os critérios de chegada e de compatibilidade com o doador.
 
A Justiça também determinou que as despesas durante o tempo de reabilitação em que a criança e a família estiverem no exterior sejam custeadas pelo governo federal, período que deve ser de dois a três anos.
 
“Nós estamos muito felizes com essa primeira decisão. O advogado nos alertou que eles [a União] podem recorrer, mas estamos felizes porque o juiz reconheceu que o Pedrinho precisa do transplante”, disse a mãe, Sueide.
 
“A União pode recorrer, mas dificilmente vai conseguir porque a decisão está alicerçada em documentos médicos e muito bem fundamentada juridicamente. Eu acho que nem precisaria disso porque tem todos os documentos médicos que comprovam que o Pedrinho precisa dessa cirurgia urgentemente. É a única forma de salvar a vida dele”, falou o advogado.
 
Atualmente, Pedrinho pesa 8,4 kg e mede 69 cm. De acordo com Sueide, na última segunda-feira (20) a campanha “Salve o Pedrinho – Um pequeno gesto e um grande milagre” tinha arrecadado o montante de R$ 880 mil.
 
A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou nota informando que a Procuradoria da União em Minas Gerais vai, oportunamente, recorrer da decisão, de acordo com estratégia definida em conjunto com a Procuradoria Regional da União da 1ª Região. Ainda segundo a nota, a intimação foi recebida nesta terça (21) e o Ministério da Saúde foi "comunicado imediatamente para cumprir a decisão judicial".
 
G1

Remédio de prevenção do HIV ainda é pouco prescrito, diz estudo

A médica americana Lisa Sterman, de São Francisco, mostra uma pílula do Truvada, do laboratório Gilead, focado na prevenção do HIV
AP/Jeff Chiu: A médica americana Lisa Sterman, de São
 Francisco, mostra uma pílula do Truvada, do laboratório Gilead,
focado na prevenção do HIV
O tratamento preventivo contra o vírus da aids (HIV) para as pessoas não infectadas, mas potencialmente em risco, continua sendo pouco prescrito apesar dos resultados positivos dos testes clínicos - lamentaram nesta terça-feira (21) cientistas reunidos na conferência internacional sobre a aids
 
A prática da prevenção medicamentosa, frequentemente chamada profilaxia pré-exposição (PrEP), consiste no uso regular de antirretrovirais por pessoas saudáveis que mantêm relações com parceiros infectados pelo HIV, com o objetivo de evitar contrair o vírus.
 
Para os especialistas, a prática preventiva é eficaz e apresenta efeitos colaterais mínimos.
 
"A profilaxia pré-exposição muda o jogo", avaliou o pesquisador norte-americano Chris Beyrer, co-presidente da 8ª Conferência sobre a Patogênese do HIV, em Vancouver, Canadá
 
"Os dados são implacáveis, e isso funciona quando (o tratamento) é feito", acrescentou.
 
Os cientistas apresentaram os resultados sobre a PrEP a partir de vários pequenos estudos feitos com pessoas com grande probabilidade de serem infectadas pelo HIV, principalmente em razão de suas práticas sexuais, no Brasil, nos Estados Unidos e em Botswana.
 
Tendo em vista o sucesso do tratamento antirretroviral feito corretamente - reduzindo claramente o risco de infecção pelo HIV e muito bem tolerado pelo organismo - os cientistas lamentaram o fato de que a PrEP não seja uma prática frequente, sendo na maior parte das vezes uma decisão pessoal.
 
É verdade que esta terapia é bastante recente. Somente em 2012 o tratamento com truvada, uma mistura de antirretrovirais dada aos adultos com ato risco, obteve sinal verde da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos.
 
- Estudos conclusivos -Um estudo feito com 557 homens homossexuais ou transgêneros mostrou que quase todos seguiram o tratamento preventivo, enquanto em dois participantes - quem acabaram contraindo o vírus da aids - os vestígios dos medicamentos no corpo eram mínimos, salientou Albert Liu, da administração de Saúde de San Francisco.
 
"Nossos resultados corroboram bastante para o fortalecimento da PrEP, e os medicamentos parecem ser bem tolerados", afirmou Liu.
 
Do lado brasileiro, o estudo feito com 509 homens ao longo dos últimos dois anos mostra que a PrEP é bem aceita pelos participantes "embora seja necessária mais educação", ponderou Beatriz Grinsztejn, do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas, no Rio Janeiro.
 
Estes resultados, que ainda terão de ser finalizados antes da publicação, vão ajudar o governo brasileiro a decidir se quer ou não o tratamento preventivo com medicamentos antirretrovirais como norma de saúde pública.
 
Os efeitos colaterais, tais como náuseas, dores de cabeça e perda de peso são apontados por um estudo entre 200 jovens em 12 cidades dos Estados Unidos, observou Sybil Hosek do Hospital Stroger, do condado norte-americano de Cook (Illinois), notando que os mais dispostos a seguir um PrEP foram aqueles com um estilo de vida altamente arriscado.
 
Nenhuma transmissão de HIV foi encontrada para as 229 pessoas heterossexuais monitoradas como parte do estudo em Botswana, com altos riscos em suas práticas sexuais com múltiplos parceiros ou com usuários de drogas injetáveis com equipamentos pouco seguros, segundo Faith Henderson, do Centro norte-americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
 
A prevenção medicamentosa se depara com dois obstáculos: os custos e os sérios danos pelo uso contínuo do tratamento. O preço dos remédios é o principal obstáculo nos países onde a seguridade social é praticamente inexistente, segundo os especialistas presentes na conferência de Vancouver. Além disso, é preciso garantir que as pessoas em risco tomem os medicamentos de forma regular e consistente.
 
"A PrEP não é apenas um ganho individual, mas também deve ser levado em conta em termos de saúde pública", estimou o pesquisador peruano Carlos Caceres. "Evitando que a infecção de uma pessoa passe para outra, poderíamos prevenir diversas novas infecções".
 
"Nossa resposta mundial ao HIV não será duradoura caso o número de infecções não seja significativamente reduzido", concluiu.
 
UOL