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terça-feira, 10 de maio de 2011

As escolhas limitadas da fertilização in vitro

Saiba o que os casais podem e não podem escolher na reprodução assistida


A ciência aproximou a experiência da maternidade das mulheres com dificuldade de ter filho, mas nem mesmo as técnicas mais avançadas de fertilização in vitro podem dar todas as respostas sobre como será o bebê concebido com auxílio da reprodução assistida.

Ainda que entre o sonho de ser mãe e a confirmação da gravidez exista uma investigação minuciosa dos óvulos e espermatozóides que serão fecundados em laboratório, os pais que passam por este processo não conseguem saber – nem escolher – se a criança será menino ou menina, como serão os cabelos, olhos, pele ou altura. Mas muitos acham que podem. E chegam às clínicas já com o “desenho” do bebê.

“Por mais informação que se tenha, independentemente do grau de escolaridade dos pacientes, a reprodução assistida ainda é uma área médica que desperta muita fantasia”, afirma Edson Borges, diretor da clínica Fertilitty, uma das mais importantes de São Paulo.

Segundo os especialistas consultados pela reportagem, não é raro os pacientes pedirem filhos “gêmeos” (a campeã entre as solicitações) e também chegarem com a ideia de que podem determinar previamente o sexo da criança, duas “escolhas” que são proibidas pelo Código de Ética elaborado pelo Conselho Federal de Medicina, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, Artur Dizik.

Além de considerar a sexagem social (escolha do sexo) uma falha ética do profissional, o código também policia o número de embriões que devem ser transferidos para o útero materno. Em mulheres com menos de 35 anos, são no máximo dois embriões transferidos. Entre 35 e 40, 3 embriões. Acima de 40 anos, no máximo quatro embriões.

“Vários casais ainda procuram a fertilização in vitro para escolher o sexo e terem uma gravidez múltipla. Eles devem ser esclarecidos que a gravidez múltipla é uma complicação do tratamento e não um sucesso”, diz Dizik em referência ao maior risco de complicação e prematuridade nas gestações de gêmeos, trigêmeos ou mais.

Taxas de sucesso

Implantar um determinado número de embriões também não é garantia de quantos serão fecundados. Pode ser apenas um, podem ser todos ou nenhum. As taxas de sucesso da fertilização são de 40% - índice que varia de acordo com a idade da mãe - o que indica que seis em dez casais não conseguem terminar o processo com um bebê em casa.

“Todas estas taxas de sucesso precisam ser muito bem explicadas para os casais e não podemos trabalhar com falsas esperanças”, afirma o professor de ginecologia e obstetrícia e diretor-médico da Clínica Profert, em São Paulo, Dirceu Henrique Mendes Pereira. “Nesta conversa esclarecida, também é preciso quebrar com certas aspirações dos pacientes. Já atendi casos absurdos em que a mulher queria até escolher a cor dos olhos do nenê”, completa o médico.

QI, biótipo e religião

A origem desta falsa sensação de que é possível escolher as características físicas do bebê gerado por fertilização pode ser os casos em que a reprodução utiliza sêmen e óvulos doados.

O banco de sêmen e de óvulos é abastecido por meio de doadores anônimos e só é utilizado quando todas as possibilidades de obtenção seminal do parceiro é esgotada, explica Artur Dizik. “Este procedimento também é indicado para a produção independente ou de casais homoafetivos”, completa o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

Segundo Edson Borges, da Fertillity, para estas indicações os pacientes podem preencher questionários para que o sêmen seja doado por alguém que, mesmo sem a identidade revelada, tenha características físicas semelhantes as da pessoa que vai passar pela reprodução.

“Nas fichas, são descritas solicitações almejadas como altura, cor dos olhos, tipo do cabelo, etnia, tipo sanguíneo, profissão, hobbies e até religião”, explica Borges. “Mas, em hipótese nenhuma, isso significa que podemos manipular genicamente um embrião para que ele tenha estas características fenotípicas”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, Adelino Amaral Silva.

Dirceu Henrique Mendes Pereira conta que já atendeu mulheres ocidentais que pediam doadores orientais pois achavam lindo crianças mestiças. “Apenas a identidade, contato e endereço do doador de sêmen e a doadora de óvulos não são reveladas. Outras informações pessoais dos doadores, sim. Por vezes, as tradições culturais fazem parte do processo de reprodução assistida. Como o caso de um casal judeu que solicitou uma doadora de óvulos judia”, explica Dirceu.

Doenças genéticas

Outro aspecto da reprodução assistida que confunde sobre quais são os limites das escolhas da fertilização in vitro é o pré diagnóstico de doenças genéticas feitos nos embriões antes deles serem implantados no útero.

Para algumas mulheres com mais de 40 anos e com diagnóstico de doenças genéticas na família, é feita uma avaliação para identificar até 84 patologias genéticas, entre elas hemofilia e síndrome de down.

“Os ciclos de fertilização in vitro com diagnóstico genético pré-implantacional são minorias, menos de 5%. Quando detectado embriões geneticamente anormais, devemos discutir caso a caso”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

Adelino Amaral Silva acrescenta que as pesquisas já mostraram que “em mulheres acima de 40 anos, de cada dez embriões, em mais de 50% são encontradas anomalias”. O descarte destes embriões, afirma o diretor da Profert, é uma decisão de foro íntimo do casal. “Mas hoje, eu não consigo opinar no caso da identificação de síndrome de down, por exemplo, que não é um problema incompatível com a vida”, diz Pereira. “Se o casal não quiser fazer a fecundação por causa da síndrome, eu encaminho para outro colega.”

Cuidado com a acne na idade adulta

Dermatologista esclarece que mal estético pode ser sintoma de problemas mais graves

Não é fácil se olhar no espelho quando primeira coisa que se vê é um rosto cheio de acne. A cada ano, mulheres e até mesmo os homens, na idade adulta, têm sofrido com o aparecimento dessas lesões. Mais elas do que eles, com as suas disfunções hormonais, ovário policístico, suspensão da pílula, estresse e, geralmente, porque sofreram deste incômodo na adolescência.

Apesar do rosto cheio de espinhas não ser uma ameaça para a saúde de ninguém, ele pode ser um sinal de alerta de algum problema mais grave e ainda causar reações psicológicas inacreditáveis. Há pessoas, independente do sexo e até mesmo da idade, que desencadeiam processos de raiva, ansiedade e até problemas de sociabilidade.

Para não deixar chegar a tanto, a pessoa que começar a apresentar um quadro de acne em idade adulta deve detectar qual a origem do problema.

— A primeira coisa a fazer é consultar um dermatologista para que se faça um diagnóstico correto, através de exames e pesquisas das causas dessa acne. Espinhas é uma doença juvenil, portanto na fase adulta não pode ser considerada normal. Às vezes é um caso simples, mas pode estar ligada a problemas muito mais graves — explica a Drª. Magda Expósito, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O surgimento das espinhas é um evento secundário que aflige, principalmente, as mulheres, e as áreas mais atingidas são o queixo, mandíbulas e pescoço. Essas manifestações podem ser consequência de um desequilíbrio hormonal ou ovários policísticos e suspensão da pílula, mas vale ir além e investigar a genética (filhos de pais que tiveram acne na fase adulta aumentam suas chances) e o nível de estresse que predispõe a alteração hormonal.

A lista não para por aí: o problema pode estar relacionado ao aumento dos hormônios andrógenos (responsáveis pela manifestação da doença) ou nas alterações das glândulas supra-renais. O uso inadequado dos cosméticos de pele (excessos, cremes e filtros solares), de cabelo e maquiagem pode obstruir os poros e deixá-los propensos à inflamação e causar as lesões. Ainda nos casos mais graves, o surgimento de acne na fase adulta, pode ser indicativo de um tumor no ovário.

Das mulheres que vão até o consultório da Drª. Magda, com problema de acne, 50% dos casos estão relacionados ao ovário policístico ou ao estresse, mas graças aos avanços tecnológicos as abordagens curativas se tornam cada vez mais características a estes e a outros diagnósticos. A escolha da terapia vai depender de cada caso e de cada fase da acne, mas intervenções orais e tópicas, nutrientes específicos e modificações na dieta são os possíveis caminhos de tratamento.

Em todos eles é necessário ter paciência, pois são procedimentos que devem ser mantidos por muito tempo, do contrário, assim como na adolescência, a acne pode voltar.

Prevenção é o melhor remédio: saiba como evitar as doenças respiratórias típicas da estação

Crianças e idosos, que têm sistema imunológico mais frágil, são os que mais sofrem

Nunca o provérbio "é melhor prevenir do que remediar" fez tanto sentido. É só mudar a temperatura que as doenças respiratórias aparecem. As crianças e os idosos, que têm sistema imunológico mais frágil, são os que mais sofrem, além dos fumantes, um dos mais propensos a problemas neste período.

Principalmente no outono e no inverno aumenta o número de casos de resfriado, gripe, bronquiolites, e suas complicações: sinusite, otite, amigdalite, pneumonias, e também meningite meningocócica, caxumba e algumas diarreias virais.

— Dentre as explicações para a sazonalidade, podemos destacar a queda da temperatura, que favorece a permanência de pessoas em ambientes fechados e mal ventilados, fato que auxilia na disseminação dos agentes infecciosos, bem como causa diminuição transitória da imunidade das pessoas, sobretudo no trato respiratório — explica o médico infectologista Fábio Gaudenzi de Faria.

Febre, tosse, que pode ser seca ou com expectoração, coriza (corrimento nasal) são alguns dos sintomas das infecções respiratórias.

— Importante salientar que não é obrigatório o aparecimento de todos os sintomas juntos para se dar diagnóstico dessas doenças — afirma Fábio.

Outra doença que costuma aparecer nesta época é a meningite meningocócica. Seus principais sintomas são febre e dor de cabeça, acompanhada da rigidez de nuca (dificuldade de aproximar o queixo do tórax, com dor na região do pescoço).

A maioria das doenças é de origem viral e não necessita de medicação específica, mas todos os pacientes precisam de avaliação médica para determinar a gravidade e a presença de complicações.

— Como regra geral, devemos manter uma alimentação variada, com alimentos com pouca gordura e açúcar, e ofertados de acordo com a fome do paciente (não insistir na alimentação, pois podemos provocar vômitos, sobretudo em crianças). Líquidos devem ser ingeridos abundantemente — completa Fábio.

Uma forma de avaliar se a quantidade de líquidos ingeridos é adequada é pela coloração da urina: urina transparente significa uma pessoa bem hidratada; urina amarelada s ignifica falta de líquidos no organismo.

:: Previna-se:

— Higiene frequente das mãos com água e sabonete ou com uso de álcool-gel

— Mantenha a casa e o ambiente arejados, livres de poeira e sujeira

— Pessoas que estão doentes devem evitar o contato com as sadias (trabalho, escola, lazer), para diminuir a transmissão

— Utilize um lenço descartável para conter a tosse ou espirro

— Tenha uma alimentação saudável, rica em verduras, frutas e legumes

— Evite choques de temperatura

— Beba bastante água

Após décadas de ataques, cafeína é reabilitada e tratada como esperança contra doenças

RIO - Para muitas pessoas ao redor do mundo, o dia só começa de verdade depois de uma boa xícara de café. Substância psicoativa mais consumida no planeta, a cafeína foi demonizada por décadas. Estudos a apontavam como fator para o desenvolvimento de várias doenças, como hipertensão e úlceras, além de provocar abortos, prejudicar o feto e causar dependência. Agora, no entanto, novas pesquisas buscam mostrar seus efeitos benéficos para a saúde.

- De todos os estudos publicados até agora sobre a cafeína, não se pode extrair de forma incontestável dados que comprovem que essa substância apresenta perigo ao organismo - afirma o médico nutrólogo Edson Credidio, especialista em gestão da qualidade e segurança dos alimentos pela Unicamp.

Também presente em chás, mate, chocolates e refrigerantes, entre outros, a cafeína - se consumida com moderação - ajudaria a prevenir a perda de memória causada pelo mal de Alzheimer e o envelhecimento e reduziria o risco de desenvolver diabetes do tipo 2. A substância também poderia deter ou mesmo prevenir a doença de Parkinson e aliviar a asma e dores de cabeça, entre outros usos. O interesse em torno de suas propriedades cresceu tanto nos últimos anos que, no mês passado, foi lançado um periódico científico internacional dedicado exclusivamente a ela, o "Journal of Caffeine Research".

Uma das pesquisadoras mais destacadas neste campo é a brasileira Lisiane Porciúncula, neurocientista do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Segundo ela, experimentos com animais comprovaram que doses entre 300 e 400 miligramas diárias de cafeína - o equivalente a três a quatro xícaras de café por dia - ajudam a proteger o cérebro da demência.

- Vimos em cobaias que a administração de cafeína ao longo da vida dos animais, até eles atingirem a meia idade, previne o declínio da memória de reconhecimento, que é a que permite reconhecer uma novidade em um ambiente que já é familiar - conta. - Essa memória apresenta um comprometimento com a idade nos animais e é muito semelhante à memória que é perdida na doença de Alzheimer em pessoas.

Atualmente, Lisiane testa se a ingestão de cafeína apenas a partir da meia idade também ajudaria na prevenção:

- Até o presente momento, verificamos que os animais que já atingiram a meia idade e que consumiram cafeína durante 30 dias parecem apresentar uma melhora no desempenho da tarefa de reconhecimento, mas os dados ainda são bastante preliminares.

Salários de até R$ 15 mil não atraem médicos, diz sindicato

RIO - O salário, se comparado ao da rede pública em geral, é bastante atraente. No fim de semana, a Organização Social em Saúde publicou anúncio oferecendo um salário base de R$ 7.500 mil por 40 horas semanais mensais, pelo regime Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) - com chance de os ganhos mensais chegarem a R$ 15 mil com gratificações - para médicos atuarem nas Clínicas da Família da Secretaria municipal de Saúde. Somente na segunda-feira, foram enviados 80 currículos. Segundo a secretaria, a cada publicação os anúncios atraem cerca de 300 profissionais.

O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, no entanto, afirma que há desinteresse por parte da classe médica em fazer esse tipo de contrato. Nas demais unidades da própria secretaria, o salário inicial de um médico concursado varia entre R$ 2.300 e R$ 3.700 por 20 horas semanais. Em fevereiro deste ano, a convocação também foi feita.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze, a pouca procura pelas vagas oferecidas tem vários motivos. Um deles é a necessidade de dedicação exclusiva. Com 40 horas semanais, os profissionais têm dificuldades para manter consultórios e até ter matrículas em outros hospitais.

- O desinteresse dos médicos em trabalhar nas Clínicas da Família contrasta com as queixas por baixos salários e é prova de que o problema não é só esse. Os médicos reclamam que algumas clínicas ficam distantes, dizem que as condições de trabalho são inadequadas e até relatam dificuldades para manter uma equipe de profissionais - disse Darze.

A Secretaria municipal de Saúde, entretanto, afirma que o salário oferecido tem sido um atrativo e é compatível com o que é pago pelas demais unidades de sua rede, levando-se em conta a diferença das horas trabalhadas.

A prefeitura conseguiu, em maio de 2009, que a Câmara dos Vereadores aprovasse a criação das Organizações Sociais (OSs), um sistema de gerenciamento feito pela iniciativa privada. A estimativa da prefeitura é que os contratos com as entidades sem fins lucrativos sejam firmados com valores até 20% menores do que os dos convênios que eram feitos com organizações não governamentais (ONGs), cooperativas e associações. Segundo a prefeitura, a mudança na área da saúde foi feita para encerrar contratos considerados inadequados.

As OSs foram parar na Justiça. Em fevereiro deste ano, o juiz da 8ª Vara de Fazenda Pública, Renato Lima Charmaux Sertã, concedeu liminar a uma ação proposta pelos sindicatos dos médicos e pelo dos enfermeiros, impedindo que as empresas vencedoras da licitação assinassem contrato com o município. Com isso, a prefeitura não pôde passar a gestão do setor de emergência dos hospitais Miguel Couto, Souza Aguiar, Lourenço Jorge e Salgado Filho para Organizações Sociais.

Retirada de amígdalas já entrou e saiu de moda no país

Tirar amígdalas já foi uma espécie de "moda". Até os anos 1960, bastavam duas infecções de garganta para operá-las. Ou nem isso: muita gente já fazia a cirurgia para prevenir infecções.

"Naquela época, havia menos opções de antibióticos, e as amigdalites podiam causar complicações, como febre reumática. Por isso, achavam melhor tirar", diz o otorrinolaringologista Fabrizio Romano, do hospital Sabará.

Os antibióticos melhoraram e a tendência se inverteu. A moda passou a ser não operar, mesmo crianças que tinham múltiplas infecções.

"As pessoas acreditavam que a amígdala tinha uma importância enorme na defesa do organismo e que a operação traria muito prejuízo em termos de imunidade."

Difundiu-se a ideia de que a retirada das amígdalas faria com que as infecções atingissem partes mais baixas do sistema respiratório, como laringe e pulmões.

"É mito. O órgão tem um papel na imunidade, mas não a ponto de ser indispensável", afirma Romano.

Hoje, chegamos ao meio-termo. "Não vamos tirar um pedaço de uma pessoa se isso não vai trazer benefícios, mas há casos em que a indicação é precisa."

É o caso dos distúrbios do sono, como ronco e apneia, diz o otorrinolaringologista Raimar Weber, do hospital Edmundo Vasconcelos.

Outras indicações são a ocorrência de mais de quatro amigdalites por ano, infecções de ouvido crônicas e sinusites persistentes.

Americano que fez transplante total de rosto aparece em público

Com óculos escuros e cavanhaque, Dallas Wiens, beneficiário do primeiro transplante facial completo dos EUA, juntou-se aos cirurgiões nesta segunda-feira no Brigham and Women's Hospital, em Boston. Foi sua primeira aparição pública desde o procedimento de 15 horas realizado em março.

Na ocasião ele contou a primeira coisa que sua filha lhe disse quando o viu após a operação: "Papai, você é tão bonito."

"Parece natural", disse o homem de 25 anos, de Fort Worth, Texas, que recebeu um novo nariz, lábios, pele, músculos e nervos de um doador anônimo. A operação foi paga pelo exército dos EUA, que pretende utilizar os resultados do processo para ajudar soldados com graves ferimentos faciais.

O rosto de Wiens foi todo queimado e ele ficou cego após um acidente elétrico, enquanto pintava uma igreja em novembro de 2008.

O paciente Dallas Wiens antes do transplante (à esquerda) e depois (à direita), nesta segunda-feira
Imagens cortesia do Parkland Health and Hospital System e do Lightchaser Photography/Reuters
Os cirurgiões disseram que o transplante não foi capaz de restaurar sua visão, e que os nervos estavam tão danificados que ele provavelmente terá apenas sensibilidade parcial em sua bochecha esquerda e no lado esquerdo da testa.

Em reportagem da agência de notícias Associated Press e em um vídeo do YouTube, do ano passado, Wiens falou sobre o motivo pelo qual gostaria de fazer o transplante e como queria voltar a sorrir e sentir os beijos de sua filha, Scarlette, que faz 4 anos no próximo mês. Transplantes faciais dão a pessoas que ficaram desfiguradas outra opção além de "se olhar no espelho e odiar o que veem", disse ele.

Ele disse à reportagem que sua filha e sua fé o mantiveram motivado.

A cirurgia foi paga pelo Departamento de Defesa, que deu ao hospital uma concessão de pesquisa de US$ 3,4 milhões para cinco transplantes.

Cerca de uma dúzia de transplantes de rosto foram realizados no mundo todo, nos EUA, França, Espanha e China.

Retirada de amígdalas estimula o crescimento

Operar amígdalas e adenoides ("carne esponjosa" atrás do céu da boca) de crianças aumenta a produção de hormônios do crescimento, mostra pesquisa realizada no Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.

O trabalho foi feito no decorrer do ano passado, com 26 crianças entre três e oito anos de idade que tinham esses órgãos maiores do que o normal, a ponto de prejudicar a qualidade do sono.

Os médicos fizeram exames para dosar a quantidade de hormônio do crescimento IGF-1 (Fator do Crescimento do Tipo Insulina 1) nas crianças antes de serem operadas e um mês depois da cirurgia.

MAIS HORMÔNIO

"Em todas as crianças, verificamos um aumento significativo do hormônio", diz Gabriela Robaskewicz, otorrinolaringologista do Edmundo Vasconcelos e uma das autoras do estudo.

Um trabalho anterior, feito na Universidade Afyon Kocatepe (Turquia), mostrou que meninos com hipertrofia de amígdalas e adenoides tinham níveis de hormônios do crescimento menores do que os de crianças com órgãos de tamanho normal.

Foram avaliados 44 meninos, entre oito e 12 anos, com a hipertrofia, e 40 saudáveis, como grupo-controle.

Para Robaskewicz, isso acontece porque o hormônio do crescimento é liberado principalmente à noite.

"Amígdalas e adenoides aumentadas causam obstrução da respiração, ronco e apneia do sono, prejudicando a produção do hormônio."

Segundo a médica, estudos mostram que cerca de 12% dos problemas respiratórios na infância estão relacionados à obstrução causada pelo aumento de amígdalas e adenoides.

"Os pais precisam saber que roncar ou dormir e respirar de boca aberta não é normal e pode prejudicar o crescimento da criança", diz o otorrinolaringologista Raimar Weber, que orientou a pesquisa do hospital Edmundo Vasconcelos.


CRESCIMENTO

Ângela Spínola, presidente do departamento de endocrinologia pediátrica da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), lembra que a operação das amígdalas, quando indicada, melhora uma série de fatores que vão influenciar o desenvolvimento da criança.

"Mas não muda o potencial de crescimento. Meu medo é as pessoas começarem a achar que têm de tirar as amígdalas do filho para ele crescer mais."

De acordo com Weber, as crianças do estudo já tinham indicação para a cirurgia, por causa de problemas respiratórios e de sono.

Além da qualidade do sono, outros fatores podem influenciar a produção do hormônio do crescimento nas crianças operadas, segundo Spínola.

"O aumento do IGF-1 também está relacionado ao estado nutricional. Crianças que têm muitas infecções nas amígdalas se alimentam pior. E os remédios usados para tratar essas amigdalites também podem interferir na produção do hormônio."

O otorrinolaringologista Fabrizio Romano, do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo, diz que a indicação da cirurgia não é "fazer crescer".

"Mas a remoção de amígdalas e adenoides pode corrigir fatores que estavam limitando o crescimento e fazer com que ele volte ao ritmo esperado."

Ondas de calor na menopausa duram mais de dez anos

DA REUTERS

Sintomas típicos da menopausa, as ondas de calor duram dez anos em média, segundo pesquisa publicada neste mês no periódico "Obstetrics & Gynecology".

O estudo avaliou 404 mulheres de 30 a 40 anos que ainda não haviam entrado na menopausa no início do trabalho, em 1995. Elas foram acompanhadas durante 13 anos.

Apenas 55 delas não sentiram ondas de calor durante a pesquisa; 90 disseram ter fogachos leves, e 259 tiveram o problema com intensidade moderada ou grave.

Para a maioria, o problema durou 11 anos e meio. A fase mais grave durou dez anos.

O estudo, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, também aponta que aquelas que começam a ter os "fogachos" antes ou no início da menopausa sofreram mais tempo com os sintomas.

Frequência do autismo é subestimada, segundo estudo sul-coreano

A frequência do autismo é subestimada, revela um estudo realizado na Coreia do Sul e publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos, baseado, pela primeira vez, em mostra representativa do conjunto da população infantil escolarizada de um país.

Segundo a pesquisa, uma criança em cada 38 sofre desse fenômeno patológico na Coreia do Sul. Nos Estados Unidos, a taxa estimada é de uma criança em 110.

O estudo sul-coreano, publicado no site do "American Journal of Psychiatry", foi realizado por uma equipe internacional de cientistas americanos, canadenses e sul-coreanos. Foram estudadas 55.000 crianças de entre 7 e 12 anos.

"Os resultados fazem pensar que o autismo está subdiagnosticado e que uma detecção rigorosa, assim como estudos baseados em grandes mostras de população poderiam ser necessários para se obter estimativas mais exatas da frequência disso no desenvolvimento", destaca a médica Geraldine Dawson, da organização Autism Speak que financiou parte da pesquisa.

A divergência entre os especialistas sobre as causas e a frequência do autismo se explica pela variação de critérios para estabelecer o diagnóstico, e também porque os estudos epidemiológicos são incompletos, conclui o médico Young-Shin Kim, do Centro de investigação sobre a Criança, da Universidade de Yale.

O autismo é uma patologia, produto de anomalia neurológica durante o período de desenvolvimento do cérebro, com origem não determinada.

Indígenas do Mato Grosso vivem epidemia de diabetes

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

A aproximação com o modo de vida ocidental --que inclui sedentarismo e alimentos industrializados-- ampliou entre os índios de Mato Grosso a prevalência de males da vida moderna, como obesidade e diabetes.

A constatação é de médicos pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que, desde 1965, presta atendimento médico aos índios do parque do Xingu. Há quatro anos, a instituição avalia as condições de saúde dos xavantes, que habitam o leste de Mato Grosso.

A instalação de fazendas e o surgimento de estradas e cidades no entorno das terras indígenas vêm alterando rapidamente o estilo de vida dos índios.

O consumo de alimentos tradicionais (milho, mandioca e abóbora) caiu, assim como a frequência de atividades que exigem esforço físico, como a caça.

"A introdução maciça de alimentos industrializados, associada a mudanças no modo de viver desses povos, provocou o aparecimento de casos de hipertensão arterial e diabetes", diz o médico sanitarista Douglas Rodrigues, do departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, que integra o projeto. As comunidades mais isoladas e que mantêm o modo de vida tradicional ainda têm uma condição de saúde mais favorável, diz o médico.


DIABETES

O reflexo dessas mudanças vem sendo analisado entre índios xavantes, em uma parceria da Unifesp com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).

A coleta mais recente --feita entre 15 e 24 de abril em duas áreas com quase 4.000 índios-- revelou que mais da metade dos maiores de 20 anos têm diabetes ou estão prestes a desenvolver a doença. A prevalência de sobrepeso e obesidade chega a 82% entre os adultos.

O endocrinologista João Paulo Botelho Vieira Filho, um dos coordenadores do estudo, diz que até 1987 havia registro de apenas três índios diabéticos nesses locais. "Estamos diante de uma epidemia", afirma. A mudança nos hábitos não é o único fator de risco. Vieira Filho participou do estudo internacional que descreveu o gene ABCA1 ""uma variante que favorece o acúmulo de gordura no organismo e que já foi identificada em populações indígenas do Brasil, dos EUA e do Canadá.

"Essa característica era uma vantagem no modo de vida tradicional, em que não havia alimento garantido e era necessário acumular energia. Em um contexto de sedentarismo e dieta industrializada, o efeito é trágico."

As áreas xavantes já registram casos de catarata, insuficiência renal e amputações decorrentes do diabetes.

O consumo de refrigerantes é alto, assim como o de bolachas recheadas e açúcar --fornecido em cestas básicas pelo governo federal.

"Não estamos falando de casos tratáveis de pneumonia ou tuberculose. São doenças crônicas graves. É preciso uma ação urgente, principalmente para reeducar os mais jovens", diz Vieira Filho.

Doenças psiquiátricas roubam mais anos de vida do brasileiro

Com mudanças no estilo de vida dos brasileiros, os transtornos psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública do país.

De acordo com dados citados em uma série de estudos sobre o Brasil, publicada ontem no periódico médico "Lancet", as doenças mentais são as responsáveis pela maior parte de anos de vida perdidos no país devido a doenças crônicas.

Essa metodologia calcula tanto a mortalidade causada pelas doenças como a incapacidade provocada por elas para trabalhar e realizar tarefas do dia a dia.

Segundo esse cálculo, problemas psiquiátricos foram responsáveis por 19% dos anos perdidos. Entre eles, em ordem, os maiores vilões foram depressão, psicoses e dependência de álcool.

Em segundo lugar, vieram as doenças cardiovasculares, responsáveis por 13% dos anos perdidos.

Outros dados do estudo mostram que de 18% a 30% dos brasileiros já apresentaram sintomas de depressão.

Na região metropolitana de São Paulo, uma pesquisa, com dados de 2004 a 2007, mostrou que a depressão atinge 10,4% dos adultos.

Não é possível dizer se o problema aumentou ou se o diagnóstico foi ampliado, diz Maria Inês Schmidt, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e uma das autoras do estudo.

Ela afirma também que são necessários mais estudos para saber de que forma o modo de vida nas cidades pode influenciar o aparecimento da depressão, além das causas bioquímicas.
No caso da dependência de álcool, no entanto, há uma relação com o estilo de vida, uma vez que pesquisas recentes do Ministério da Saúde apontam um aumento no consumo abusivo de bebidas.

IDADE AVANÇADA

O envelhecimento da população também contribui para o aparecimento de transtornos psiquiátricos.

De acordo com o estudo, a mortalidade por demência aumentou de 1,8 por 100 mil óbitos, em 1996, para 7 por 100 mil em 2007.

"O Brasil mudou com consumo de álcool, envelhecimento e obesidade e, com isso, temos novos problemas de saúde", disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde).

Em relação às doenças psiquiátricas, ele afirmou que a pasta irá expandir os Caps (centros de atenção psicossocial) e aumentar o número de leitos para internações de curto prazo.

A série de estudos do "Lancet" coloca como outros problemas emergentes de saúde diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer, como o de mama. Eles estão associados a mudanças no padrão alimentar, como o aumento do consumo de produtos ricos em sódio.

Por outro lado, a mortalidade por doenças respiratórias caiu, principalmente devido à redução do número de fumantes.

Propagandas antigas - Lente auditiva

Lente auditiva


“Lente no ouvido não resolve seu problema de surdez. Procure as vantagens que o aparelho Telex lhe oferece. Centro auditivo Telex, rua 24 de Maio, 250″.

11 de julho de 1954

Hoje o anúncio poderia ser considerado incorreto por ofender a inteligência feminina.

Urgências são minoria nos PSs da capital

MARIANA LENHARO

Os prontos-socorros dos hospitais particulares de São Paulo estão mudando de perfil. Criados para atender emergências, eles têm recebido uma demanda crescente de quadro nada urgentes, de modo que muitos se viram obrigados a expandir suas instalações e a criar mecanismos para que os pacientes com situações realmente graves não sejam prejudicados.

No pronto-socorro do Hospital 9 de Julho, por exemplo, 80% dos pacientes atendidos são de baixa prioridade, situação semelhante àquela encontrada no pronto-atendimento do Hospital Beneficência Portuguesa, em que quase 70% dos atendimentos são pouco ou nada urgentes: de uma simples indisposição a gripes e alergias leves.

Os diretores médicos dos hospitais interpretam o inchaço dos prontos-socorros como um reflexo das dificuldades sentidas pelos usuários de planos de saúde no País. Assim, quem tem um pequeno mal-estar prefere aguardar horas nas filas dos prontos-socorros do que semanas até conseguir agendar uma consulta via convênio médico. “As pessoas vêm direto ao pronto atendimento por causa da praticidade. Além da demora para marcar consulta, elas às vezes têm dúvida sobre qual especialidade de médico devem procurar”, explica a médica Maria de Lourdes Teixeira, uma das responsáveis pelo serviço na Beneficência Portuguesa.

“No Samaritano, ampliamos e reestruturamos a área do pronto-socorro justamente para dar um atendimento mais confortável aos pacientes que têm de esperar mais porque têm complexidade menor”, comenta o diretor clínico do Hospital Samaritano, Cláudio Isaac. Outros dois hospitais da capital passam por processos semelhantes. A Beneficência Portuguesa recentemente dobrou sua área de atendimento do pronto-socorro, enquanto o 9 de Julho realizou neste ano uma grade reforma.

De acordo com os médicos, uma evidência de que a maioria dos casos não é urgente nos prontos-socorros da capital é a existência de horários e dias de pico que se repetem entre as instituições. A segunda-feira é sempre o dia mais agitado, por exemplo, e a hora do rush coincide justamente com o período em que o paulistano sai do trabalho, entre 17h e 21h.

Segundo o superintendente médico do Hospital 9 de Julho, José Luiz Capalbo, alguns pacientes também procuram o pronto-socorro por não saberem se os sintomas são graves ou não. E, apesar de alguns especialistas considerarem esse fenômeno como um desvirtuamento da função do pronto-socorro, os hospitais têm se adaptado ao novo cenário para cumprirem suas tarefas extras.

Na maioria das instituições ouvidas pelo JT, todo paciente é submetido a uma triagem feita por enfermeiros assim que se apresenta à recepção. De acordo com sua classificação de gravidade, ele pode esperar mais ou menos tempo para ser atendido. “Nem todo paciente grave chega gritando. Temos de tomar cuidado para que um paciente com enfarte não fique sentado quietinho, esperando sua vez, enquanto uma pessoa com gripe é atendida antes dele”, avalia Maria de Lourdes.

Sem pânico
A princípio, o pronto-socorro deveria ser destinado ao atendimento de situações que possam colocar em risco a vida dos pacientes ou deixar sequelas graves, como suspeitas de enfarte, acidente vascular cerebral (derrame), apendicite e fraturas.

Já um sintoma comum a várias doenças, como a febre, por exemplo, típica de resfriados e gripes, nem sempre é motivo para buscar um pronto-atendimento. Em geral, é possível controlá-la em casa por até 12 horas, com antitérmicos. O quadro passa a ser preocupante se a febre for alta e persistente, acima de 39ºC, e principalmente se estiver associada de outros sinais, como vômito, diarreia.

Mãe que não se cuida pode prejudicar o filho

Mariana Lenharo

Mulheres, quando se tornam mães, costumam descuidar da saúde para viver em função da criança. E isso, dizem os médicos, mais prejudica do que auxilia no desenvolvimento infantil. “É preciso entender que, para cuidar do outro, é necessário estar íntegra e equilibrada”, diz a psicóloga Patrícia Bader Santos, coordenadora do serviço de psicologia do Hospital São Luiz.

A ginecologista Maria Luisa Mendes Nazer, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, conta que, por causa da falta de tempo, é comum que a mulher passe a deixar de lado até o ginecologista quando se torna mãe, indo às consultas com menos frequência. Para ela, o comportamento é negligente e pode prejudicar a criança. “Filhos seguem o exemplo dos pais. Se observam que a mãe vai ao médico e se cuida, automaticamente também vão valorizar e reproduzir esse comportamento.” Ela observa que a mãe que não se cuida pode também não se manter em condições de cuidar bem do próprio filho.

“Muitas se esquecem também de que são mulheres: perdem a vaidade, ficam com a autoestima baixa e param de ter interesse pela vida sexual”, afirma Maria Luisa. O sentimento de culpa costuma ser companhia frequente da mãe que vive na correria dos grandes centros urbanos. É isso, e não apenas a falta de tempo, o que a impede de reservar alguns momentos para cuidar de si própria.

Ministério da Justiça adota medidas no setor de saúde suplementar

Central de Notícias

São Paulo, 9 - A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça publicou, nesta segunda-feira, 9, três medidas para proteção da concorrência e dos direitos do consumidor no setor de saúde suplementar.

A SDE encaminhou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) nota técnica recomendando a condenação do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e da Federação Nacional dos Médicos por influenciar a categoria médica na adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). O documento lista os procedimentos apropriados para o uso clínico.

Também foi instaurado um novo processo administrativo para apurar a atuação dessas entidades no movimento recente de determinação do boicote coletivo aos planos de saúde e fixação da cobrança de valor adicional para atendimento a pacientes de planos com os quais os médicos já possuem convênio. Enquanto a atuação estiver sendo investigada, está em vigência uma medida cautelar que determina multa de R$50 mil diários para as entidades em caso de novo boicote.

A SDE também instaurou averiguações preliminares contra os planos Amil, Assefaz e Golden Cross para apurar possíveis violações aos direitos dos consumidores. As empresas foram notificadas a prestar esclarecimentos, em dez dias, sobre a interrupção do atendimento aos pacientes e eventuais cobranças indevidas.

Risco de AVC aumenta com lúpus e artrite

Portadores dessas doenças têm propensão 60% maior a desenvolver um tipo de arritmia cardíaca que é uma das principais causas de derrame

Karina Toledo - O Estado de S.Paulo

Portadores de lúpus e de artrite reumatoide têm risco 60% maior de desenvolver um tipo de arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial - uma das principais causas de acidente vascular cerebral (AVC). É o que conclui uma pesquisa da Universidade do Arkansas (EUA), apresentada na sexta-feira no Heart Rhythm 2011, o maior congresso sobre arritmias cardíacas do mundo, que terminou anteontem na cidade de São Francisco, na Califórnia.

Os pesquisadores ressaltaram que, com o aumento na incidência de fibrilação atrial, o tipo mais comum de arritmia, torna-se fundamental descobrir as causas do problema. "Estamos no meio de uma epidemia de fibrilação atrial", afirmou o cardiologista Abhishek Deshmukh, um dos autores do estudo, o mais comentado durante o evento.

Como as pessoas estão vivendo mais e o risco aumenta com a idade, acredita-se que o número de idosos com fibrilação atrial possa quadruplicar nos próximos anos.

O presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), Guilherme Fenelon, explica que o coração dos portadores de fibrilação atrial não contrai de forma adequada, o que favorece a formação de coágulos. Ao se desprenderem do coração, esses coágulos podem entupir artérias em diversas partes do corpo. Estima-se que cerca de 15% dos AVCs ocorram por esse motivo.

Entre os sintomas mais comuns da fibrilação atrial estão palpitação, fadiga, falta de ar, desmaios, tonteira e dor no peito. Segundo dados da American Heart Association, cerca de 2,2 milhões de americanos sofrem com o problema.

No Brasil não há dados epidemiológicos, mas se estima que 10% dos idosos acima dos 70 anos apresentem esse tipo de arritmia cardíaca.

O estudo. Os pesquisadores suspeitaram que lúpus e artrite reumatoide poderiam estar ligadas ao surgimento de fibrilação atrial por serem duas doenças autoimunes que causam inflamação. Foram acompanhados 416,78 mil pacientes com mais de 65 anos que tiveram alta de 1,2 mil hospitais americanos após tratamento para fibrilação atrial.

Os resultados da pesquisa mostraram que a frequência desse tipo de arritmia cardíaca foi 1,6 vezes maior nos pacientes diagnosticados com uma dessas doenças autoimunes, o que representa risco 60% mais alto.

Várias outras doenças já foram associadas ao surgimento de fibrilação atrial, entre elas a hipertensão, a doença arterial coronariana, a insuficiência cardíaca, a doença valvar cardíaca, a doença pulmonar crônica, o hipertireoidismo e infecções, além de doenças cardíacas congênitas.

Endividada, Santa Casa ameaça fechar PS

Atendimento aumenta 30% em um ano e agrava déficit, que chega a R$ 120 milhões

Fernanda Bassette - O Estado de S.Paulo

Em meio a uma crise financeira insustentável e com uma dívida que chega a R$ 120 milhões, a Santa Casa de São Paulo ameaça fechar as portas do pronto-socorro da unidade central até o fim do mês, caso não consiga ajuda dos governos municipal, estadual e federal para reverter a situação.

De acordo com Antonio Carlos Forte, superintendente do hospital, a situação financeira se agravou em 2010 e só tem piorado neste ano - as contas fecharam no azul em 2009. O hospital atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Ontem, o governador Geraldo Alckmin anunciou um repasse extra para as Santas Casas do interior. A de São Paulo ficou de fora, pois já recebe um aporte extra de R$ 1,8 milhão ao mês (mais informações nesta página).

"Fechamos 2010 com uma dívida de R$ 80 milhões. Nos quatro primeiros meses deste ano, o prejuízo ficou na ordem dos R$ 40 milhões", diz. Forte diz que o volume de atendimentos no pronto-socorro aumentou 30% em um ano - hoje são atendidos cerca de 1.030 pacientes por dia.

Uma das hipóteses para justificar o aumento da demanda no pronto-socorro é o atendimento de vítimas de traumas cranianos e da violência urbana. "Quase todo o resgate feito pela Polícia Militar e pelos Bombeiros vem para cá. São pacientes com traumas graves, que precisam passar por cirurgia e ainda ficam internados. O custo disso é muito alto e vários leitos ficam ocupados."

Demanda. Outra hipótese que ajuda a explicar o aumento da demanda, avalia Forte, é o fechamento de hospitais de planos de saúde em São Paulo. Desde o início do ano, três unidades cerraram as portas. "Se um fecha, outro tem de absorver os pacientes", diz.

Desde segunda-feira o frentista Claudinei dos Santos Andrade, de 29 anos, esperava uma vaga de internação para a mulher. Sem leitos disponíveis, ela aguardava por uma cirurgia eletiva deitada em uma maca no corredor. "O hospital diz que não há vagas, que precisa passar os casos mais graves na frente e não há prazo para atender", reclama.

Outro problema que ajuda a agravar a crise é o financiamento do SUS. Segundo Forte, para cada R$ 100 gastos, o SUS cobre R$ 60. A diferença é paga pela própria Santa Casa.

Os recursos extra-SUS para bancar o custeio do hospital saem do lucro obtido pelo Hospital Santa Isabel - unidade privada da Santa Casa - e do aluguel dos cerca de 300 imóveis que o hospital possui em São Paulo.

"Mesmo assim a conta não fecha. Em média, produzimos cerca de R$ 3,5 milhões a mais do que recebemos", afirma Forte.

Negociações. Diante do caos, a Santa Casa buscou ajuda nos três governos. "Precisamos estancar a sangria e equacionar a dívida. Ou temos uma solução ou fechamos as portas do pronto-socorro. Atendimento eletivo eu controlo, pronto-socorro não."

Anteontem, técnicos e diretores do Ministério da Saúde visitaram o local. O secretário de atenção à saúde do ministério, Helvécio Magalhães, diz que foi criada uma equipe tripartite (envolvendo os três governos) para analisar as finanças do hospital.

"Vamos fazer uma radiografia para apresentar para o ministro (Alexandre Padilha). Não adianta de tempos em tempos apresentarem uma conta com uma dívida imensa. O problema não é só a tabela do SUS. Há outros aspectos. Pode haver problemas de gestão", diz o secretário.

A Secretaria de Saúde do Estado informou que, na capital paulista, a Santa Casa é o hospital que mais recebe recursos extras. Diz que se prontificou a criar um plano de ajuda financeira ao hospital e espera que a unidade não reduza o atendimento. "Uma medida extrema como o fechamento do pronto-socorro irá prejudicar milhares de usuários."

'TOC não melhora sem tratamento'

A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva fala sobre casos de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) com a naturalidade de quem fala com amigos. Autora do livro Mentes e Manias, ela trata do tema com casos reais e explica que é possível vencer o TOC. Diz que os pacientes demoram, em média, dez anos para procurar ajuda - o que piora o transtorno e dificulta o tratamento mais difícil.

Existe um TOC considerado normal, que se cure sozinho, e outro que seja considerado doença e exija tratamento?

Não. TOC é um transtorno comportamental, seja leve, moderado ou grave. Sempre requer tratamento. Não há como melhorar espontaneamente.

Ter pensamentos obsessivos é sinal de TOC?

Não. A diferença da doença para pequenas coisas do dia a dia está na intensidade e na capacidade de limitar a vida. Por exemplo: em todos os verões são lançadas músicas que "grudam" nas nossas cabeças por um período. Isso gera um pensamento obsessivo normal. No TOC, o pensamento obsessivo não é circunstancial, é rotina. Se não for tratado, gera pensamentos cada vez mais negativos. A diferença é quantitativa.

É possível diferenciar obsessão de superstição?

A diferença é muito simples. A superstição tem um componente cultural muito forte e faz certo sentido. Por exemplo: as pessoas não gostam de passar por baixo da escada. Se você passar e ficar pensando naquilo durante as próximas três horas, é normal, porque se trata de uma superstição e logo passa. É diferente de mania, obsessão.

E o que é uma mania?

A mania é a compulsão, a ação que a pessoa vai desenvolver por conta de uma obsessão - no caso, pensamentos ruins em excesso. Por exemplo: pessoa que fica horas no banho, achando que está contaminada, e só sai depois de desinfetar o banheiro inteiro. O TOC é a junção do pensamento com a ação. E 99% das pessoas com TOC têm a noção exata de que essa lógica é absurda. Mas o fato é: se ela não fizer os rituais e algo acontecer, ela vai morrer de culpa.

Quanto tempo demora para as pessoas procurarem ajuda?

Em média, cerca de dez anos. E se você não tiver uma família atenta, demora mais. Em geral, as famílias se envolvem com o problema e, como não há informação suficiente, acham que estão ajudando. Mas a única ajuda que funciona é quebrar o ciclo de rituais da pessoa com TOC. Ajudar um TOC é não fazer por ele. E o passar do tempo contribui para que a resposta ao tratamento seja menos favorável.

Existem formas diferentes de manifestação de TOC?

Existe o espectro TOC. São outros transtornos como anorexia, bulimia, tricotilomania (mania de arrancar os cabelos). Todos guardam alguma semelhança com o TOC e costumam se manifestar com quadros de ansiedade. No caso do TOC, há quadros leves, moderados e graves. Essa gradação ocorre pela falta de tratamento precoce e não porque são formas diferentes da doença. Não existe TOC que melhore sem medicação e terapia comportamental.

Existe alguma causa conhecida? Ou algum fator genético?

O componente genético é indiscutível. Na família com alguém com TOC, sempre vai ter alguma pessoa de outra geração que teve transtorno parecido. Sabe-se que o TOC não acontece por causa de um único gene, mas por causa de vários.

O paciente precisa fazer tratamento para o resto da vida?

Em geral, sim. A gente mantém um tratamento de base, o que muda é a intensidade. O TOC está ligado aos mais baixos níveis de serotonina que existem. Um deprimido tem mais serotonina que uma pessoa com TOC. E a medicação é necessária para manter esses níveis adequados.

Há muita negação da doença?

Totalmente. Por parte do paciente, dos pais, dos parentes. Como a pessoa com TOC tem consciência do que faz, ela tem vergonha de procurar ajuda. Quando chega ao consultório, normalmente é porque alguém da família não aguentava mais.

Em seu livro, a senhora cita o termo COT (cognição, organização e transformação), o inverso de TOC. O que significa isso?

É um termo que criei. A doença é tão grave que não existe ex-TOC. O objetivo do tratamento é transformar o paciente TOC em COT, fazer com que ele alcance a cognição, a organização e sofra uma transformação.

Consuma mais zinco e deixe sua saúde protegida

Mineral é essencial para fortalecer o sistema imunológico

Ter uma alimentação rica em minerais é essencial para manter a saúde em dia. Mas, entre tantos nutrientes, um deles assume papel de destaque: o zinco. "Esse mineral é essencial para que nosso corpo continue funcionando de maneira eficiente. Ele nos protege de um número grande de doenças e ajuda a combater outras que já se instalaram em nosso organismo", diz a nutricionista Natalia Lauterbach, da rede Mundo Verde, em São Paulo.

A falta de zinco na alimentação é um problema sério, que segundo a Organização Mundial da Saúde, está ligada a muitos casos de mortes, já que esse mineral tem função importante em nosso sistema imunológico. O problema é mais comum em países menos desenvolvidos, mas a carência de zinco atinge também países mais ricos. De acordo com a OMS, a população brasileira tem um consumo moderado de zinco, mas não o ideal, ficando abaixo de países como Uruguai, Chile e Venezuela. "O consumo mínimo indicado de zinco é de sete miligramas por dia para as mulheres e nove para os homens, mas pode variar conforme a idade. Para os idosos, por exemplo, o número sobe para oito entre as mulheres e 11 para os homens. No Brasil, temos um número um pouco inferior a esse", diz a nutricionista.

Papel no organismo


O principal papel do zinco no organismo acontece no sistema imunológico. "O zinco é importante tanto para a síntese de células imunológicas como em sua ação de defesa contra vírus, bactérias e fungos", diz Natália Lauterbach.

De acordo com a OMS, pessoas que não consomem quantidades suficientes de zinco têm maiores chances de sofrer com ação de agentes infecciosos, e por isso, passam mais tempo doentes se comparadas com aquelas que têm uma ingestão de zinco adequada.

O zinco também protege o organismo por ter ação antioxidante, diminuindo a quantidade de radicais livres em nosso corpo. Esse tipo de molécula, afeta negativamente as funções das células, aumentando as chances de desenvolver tipos diferentes de câncer.

Além disso, aproximadamente 100 enzimas diferentes precisam do zinco para conseguir catalisar reações químicas que mantém as funções celulares eficientes. Por isso, o zinco, além de ter papel importante em nossa imunização, ainda ajuda praticamente todo o corpo a funcionar melhor.

Nutrição infantil


O zinco é ainda mais importante para as crianças. A ingestão adequada desse mineral é essencial para que os pequenos cresçam de forma saudável. De acordo com a OMS, algumas das maiores causas de morte infantil são diarreia- que ainda causa 18% das mortes entre crianças no mundo- e pneumonia, dois problemas que tem relação direta com a falta de zinco.

"O sistema imunológico das crianças é mais frágil que o dos adultos, por isso uma alimentação rica em zinco é essencial", diz a nutricionista. Para se ter uma ideia da importância do zinco na alimentação de uma criança, uma das ações mais realizadas pela Organização Mundial da Saúde para diminuir os casos de mortalidade infantil em países pobres é incluir suplementos de zinco na dieta. Desde que essa medida foi adotada no final da década de 1980, os casos de morte por diarreia no mundo em crianças com menos de cinco anos caíram de 4,5 milhões para 1,8 milhões em 2006.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Unicef em 2009, suplementos de zinco para gestantes pode prevenir várias complicações durante o parto e ainda ajudar o bebê a ganhar peso após o nascimento, reduzindo o risco de infecção. Por isso, é indicado que as grávidas consumam, diariamente 12 mg de zinco.

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Veja os diferentes sintomas da rinite e sinusite

Muitas vezes confundidas, essas doenças precisam de cuidados específicos

Não há otorrinolaringologista que não escute pelo menos uma vez por dia essa frase: "Eu tenho rinite e também sinusite". As duas "ites" vêm sempre juntas na cabeça do paciente (sem trocadilhos), como dois problemas em um só. Já que a diferença entre as duas é nebulosa para a maior parte do público, as pessoas preferem declarar que sofrem de ambas, por via das dúvidas.

A rigor, rinite é uma inflamação da mucosa do nariz e pode ter várias causas. Um resfriado, por exemplo, não deixa de ser uma rinite, do tipo infecciosa. Mas normalmente quando as pessoas falam em rinite estão se referindo a queixas mais duradouras (ou pelo menos recorrentes) causadas, por exemplo, pela rinite alérgica. Os sintomas mais frequentes da rinite são a coriza (secreção clara que escorre do nariz), os espirros, a coceira no nariz e o nariz entupido.

Já a sinusite é uma inflamação da mucosa que reveste os seios da face (também chamados de cavidades paranasais). Os seios da face são espécies de câmaras de ar que ficam ao redor do nariz, forradas internamente por uma mucosa muito parecida com a do próprio nariz. Essa mucosa que reveste internamente os seios da face produz muco, exatamente como a mucosa do nariz. Esse muco drena para dentro do nariz por pequenos orifícios que comunicam os seios da face com as fossas nasais.

Se por acaso esses orifícios ficam obstruídos (seja por secreção, pelo inchaço da própria mucosa ou por outra causa), o seio da face pode tornar-se uma cavidade sem comunicação com o nariz, totalmente selada, também sem aeração. Assim como acontece com as paredes de um quarto quando o deixamos totalmente trancado (sem ventilação) por muito tempo, a mucosa que reveste os seios da face vai ficando doente, inflamada. O muco que ela produz também não tem para onde ir e acaba acumulando no seio da face e facilitando a proliferação de bactérias. Está formada a sinusite.

A sinusite pode ser dividida em aguda e crônica. A aguda é aquela que se manifesta em crises, causando forte dor facial, abundante secreção purulenta no nariz, tosse e febre. Já na sinusite crônica os sintomas são mais discretos, mas mais frequentes. Ela pode se manifestar como uma tosse persistente ou uma secreção que drena do nariz para a garganta. Mas o que mais se associa à sinusite crônica é a dor de cabeça, em especial aquela entre os olhos. Aliás, quando a maior parte das pessoas afirma ter sinusite está se referindo justamente a esse sintoma: a dor de cabeça na testa ou entre os olhos.

Aqui vale um aviso: nem sempre a cefaleia frontal (a tal dor de cabeça na testa) é sinusite. Aliás, se ela não vem acompanhada de demais sintomas nasais, provavelmente não está relacionada à doença. Nesses casos duvidosos, a tomografia de seios da face (e não a radiografia simples) é um exame de imagem muito importante para tirar a dúvida.

Mas é claro que a confusão entre rinite e sinusite não é apenas falta de informação. Existe realmente uma área de interseção entre elas. Ambas, por exemplo, causam obstrução e secreção nasal. A rinite, muitas vezes, desencadeia uma sinusite. Portanto a associação em muitos casos é real.

Por último, é preciso esclarecer algo: a rinite realmente não tem "cura" na maior parte dos casos, mas sim controle, embora possa amainar com o tempo. Já a sinusite, ao contrário, tem cura na maior parte dos casos. Mesmo a crônica, embora não raro seja necessário algum tipo de intervenção cirúrgica para isso.

Portanto, consulte seu otorrinolaringologista e seja feliz respirando pelo nariz!

Britânica relata drama de cuidar de filhos com doença que pode trazer morte prematura

Meninos convivem com fibrose cística, cujos portadores têm a expectativa de vida reduzida


A britânica Sophie Davison, mais do que outras mães, tenta aproveitar ao máximo cada minuto que passa com os filhos.

James, de quatro anos, e George, de dois, têm fibrose cística, uma doença hereditária, transmitida geneticamente, que reduz a expectativa de vida de seus portadores.

- Foi um choque quando descobrimos. James tinha apenas dois anos de idade e estava no hospital com pneumonia. E eu já estava no fim da gravidez de George.

Foi apenas alguns dias depois, quando George nasceu e fez o teste do pezinho, que os médicos descobriram qual era o problema.

O exame diagnosticou a fibrose cística e os médicos decidiram testar o irmão mais velho e descobriram que ele também era portador da doença.

Sophie diz que a notícia sobre a doença mudou a vida da família.

- Foi uma bomba. Meu marido e eu não sabíamos que tínhamos o gene dessa doença. Ninguém nas nossas famílias tinha a doença, então foi um choque enorme. Em 24 horas, nosso mundo mudou completamente.

Comprimidos e fisioterapia

A fibrose cística causa uma alteração nas glândulas que faz com que o corpo produza um muco mais espesso, que bloqueia as vias respiratórias e outros órgãos.

Como tratamento, foi recomendado que os meninos passassem a tomar cerca de 40 comprimidos por dia para ajudar em sua digestão e pelo menos duas sessões de fisioterapia todo o dia pelo resto de suas vidas para limpar seus pulmões.

- Foi muito difícil no começo. James tinha só dois anos e de repente tem um novo irmãozinho ao qual se acostumar, além de tudo isso. Ele tinha que tomar muitos remédios o tempo todo e eu tinha que fazer o tratamento que envolve cerca de 20 minutos de tapinhas nas costas para manter os pulmões limpos. É bem complicado fazer um menino de dois anos ficar quieto esse tempo todo.

Com o tempo, a família criou uma rotina e e ambos os meninos lidam bem com seus tratamentos.

- James começou a escola em setembro e está indo muito bem. Eu estava um pouco preocupada inicialmente. Não sabia como os professores iam lidar com a doença, mas eles foram fantásticos e tudo está correndo tranquilamente. Eles entendem o tratamento e deixam ele fazer a dieta alta em gordura que ele precisa, mesmo que normalmente eles não recomendem esse tipo de comida.

Pacientes da doença precisam seguir uma dieta hipercalórica, hiperproteica e com um conteúdo alto de gordura, para compensar deficiências nas absorção de nutrientes pelo intestino.

"Um dia de cada vez"

A família Davison é otimista em relação ao futuro, apesar de saber que a doença dos filhos reduz a expectativa de vida e não tem cura.

- Tentamos não pensar no pior. Desde que os meninos foram diagnosticados, a expectativa de vida de alguém com fibrose cística subiu e hoje a média é de 38 anos. E sempre há novos tratamentos no horizonte. Aproveitamos um dia de cada vez e nos concentramos em fazer com que os meninos tenham uma vida incrível.

Sophie diz ainda que os filhos se ajudam e são muito companheiros.

- Claro que eles brigam de vez em quando. Eles são irmãos. Mas quando eles ficarem mais velhos, eles podem apoiar um ao outro e saber que não estão sozinhos.

No Reino Unido, a cada semana cinco bebês nascem com fibrose cística. O teste do pezinho, feito em recém-nascidos, inclui o teste que detecta a fibrose cística e é oferecido de graça pelo sistema público de saúde britânico, o NHS.

O Grupo Brasileiro de Estudos de Fibrose Cística (GBEFC) afirma que há mais de 2.500 pacientes com fibrose cística em tratamento no Brasil, mas segundo a associação, para cada paciente diagnosticado no país, há quatro sem diagnóstico.

O Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde prevê a realização do teste que detecta a fibrose cística nos recém-nascidos, mas ele ainda não foi implementado em todos os Estados brasileiros. Nos locais que não oferecem o exame gratuitamente para recém-nascidos, a única forma de diagnóstico seria fazer o teste pela rede privada.

Mulher desenvolve feto entre os intestinos durante 6 meses na Romênia

Romena estava no oitavo mês de gravidez, mas com o feto morto há dois meses

Uma romena de 31 anos desenvolveu um feto entre os intestinos sem saber durante seis meses, informou nesta segunda-feira a imprensa do país europeu.

Os médicos do Hospital de Emergências da cidade de Galati, no leste do país, descobriram o feto morto depois que a mulher, Nicoleta Carja, chegou ao hospital após sentir dores abdominais e desmaiar. A mulher estava em seu oitavo mês de gravidez e já estava há dois meses com o feto morto no abdômen.

Uma vez descoberto através de uma ultrassonografia, os médicos diagnosticaram uma "gravidez extrauterina abdominal", antes de extrair o corpo do feto mediante uma cesárea, explicou a médica Alina Calin.

- É um caso extremamente raro, que foi possível pela migração do embrião fecundado das trompas uterinas à zona atrás do útero, entre os intestinos.

Uma "série de condições anormais" criadas no abdômen permitiu a substituição do útero por um "artificial", que possibilitou o desenvolvimento do feto fixado nos intestinos da mulher, que mantinha seu ciclo menstrual normalizado e não apresentava sintomas de uma gravidez.

Os médicos asseguram que nunca tinham visto um caso assim, e explicam que a mulher se salvou por milagre.

"A mulher poderia ter morrido de hemorragia", disse o doutor Nicolae Bacalbasa porta-voz do hospital.

Epidemia de dengue atinge Presidente Prudente

112 moradores contraíram a doença desde o início do ano

A dengue já virou epidemia em Presidente Prudente, no extremo oeste paulista, onde 112 moradores, de 12 bairros da cidade, contraíram a doença desde o começo do ano. Deste total, 15 se contaminaram na própria cidade. Há também outros 56 casos suspeitos entre os quase 620 notificados até agora.

O balanço foi divulgado neste fim de semana pela Vigilância Epidemiológica Municipal, reconhecendo que o quadro é de epidemia. "Há uma epidemia, não deixa de ser preocupante", resumiu Vânia Maria Alves Silva, coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal. Ela prevê que a chegada do inverno reduzirá o casos de dengue.

- A água gelada não ajuda na proliferação do mosquito.

Saiba mais sobre a doença e como se prevenir:

http://noticias.r7.com/saude/noticias/epidemia-de-dengue-atinge-presidente-prudente-20110509.html

Humor - Falso Médico

Nova vacina contra malária vai ser testada em 2012

Produto teve eficiência de 90% em macacos

Mosquiteiros com inseticida ajudam na prevenção da malária     Divulgação/OMS


O cientista colombiano Manuel Elkin Patarroyo afirmou nesta segunda-feira (9) que sua nova vacina contra a malária, chamada Colfavac, vai ser testada em seres humanos em junho de 2012, depois de obter 90% de eficiência em macacos.

Patarroyo, que está na Espanha como convidado pela Fundação de Estudos Médicos para ministrar uma palestra sobre Novas Vacinas para as Velhas Infecções, revelou que 25 milionários criaram um consórcio para construir a unidade de produção da vacina – as negociações com a indústria farmacêutica falharam.

Ele reconheceu que sua vacina anterior, criada em 1986 e chamada SPf66, estava "incompleta" – o produto dava uma índice de proteção de 30% a 50% para as pessoas contra a doença.

Mas agora, com um melhor conhecimento dos genes do parasita causador da doença, conseguiu melhorar a vacina.

A cada ano, mais de 780 mil pessoas, na maioria crianças, morrem em decorrência da malária. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), a distribuição de mosquiteiros com inseticida tem ajudado a salvar centenas de vidas na África Subsaariana, região com alto índice de casos de malária, mas a luta contra a doença precisa ser intensificada em todo o mundo.

De 2005 a 2009, o número de casos e mortes de malária caiu pela metade no Brasil, passando de 607.801 notificações para 306.908, conforme balanço do Ministério da Saúde. As mortes passaram de 122 para 58 no mesmo período.

Para o governo, a queda está relacionada à ampliação do diagnóstico e ao acesso ao tratamento. No entanto, a incidência da doença ainda é alta, principalmente nos Estados da Amazônia Legal, que concentram quase a totalidade (98%) das notificações no país. Em 2009, Pará e Amazonas lideraram as estatísticas, com quase 100 mil casos cada um.

A malária é causada por um parasita transmitido pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles. Os sintomas são fraqueza, febre alta, calafrios e dores de cabeça e no corpo. Uma pessoa pode ser infectada várias vezes. Jovens com até 29 anos de idade, mulheres e crianças são as principais vítimas. Não há vacina contra a malária. As formas de prevenção são o uso de telas em portas e janelas, mosquiteiros com inseticida e repelentes. O tratamento dura uma semana.