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quarta-feira, 29 de março de 2017

Estudo indica que café ajuda a prevenir o Alzheimer

Em ratos, a substância evita o acúmulo de proteínas que desencadeiam a demência e outras complicações neurodegenerativas. A descoberta poderá ajudar na criação de medicamentos com efeito preventivo

A demência é uma complicação capaz de prejudicar consideravelmente a qualidade de vida de idosos. No planeta, cerca de 46 milhões de pessoas são acometidas por ela. Um universo de pacientes que motiva cientistas a encontrar soluções para o problema. Em testes com ratos, um grupo dos Estados Unidos identificou a cafeína como substância promissora. A investigação, apresentada na semana passada na revista Scientific Reports, ainda é inicial, mas surge como uma esperança para a criação de medicamentos que possam proteger o cérebro de danos cognitivos.

Em trabalhos anteriores, a equipe descobriu que a enzima NMNAT2 tem duas ações benéficas ao cérebro: protege os neurônios do estresse e realiza um fenômeno chamado chaperone, que é o combate ao acúmulo de proteínas tau, complicação ligada ao Alzheimer e a outras demências. “Ela é um fator-chave de manutenção neuronal. Um robusto sistema de manutenção é necessário para manter os neurônios saudáveis e protegê-los do estresse ao longo de nossa vida. Nosso estudo publicado no ano passado foi o primeiro a revelar a função chaperone na enzima”, detalha Hui-Chen Lu, líder da pesquisa e professora do Departamento de Ciências Psicológicas e Cérebro da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos.

Em análises paralelas, os cientistas avaliaram o cérebro de 500 idosos submetidos a testes cognitivos frequentes até morrer. Os investigadores detectaram níveis mais elevados de NMNAT2 naqueles com maior resistência ao declínio cognitivo. “Vimos também que as pessoas com uma quantidade menor da enzima foram mais propensas a sofrer de demência, sugerindo que a NMNAT2 ajuda a preservar neurônios relacionados com a aprendizagem e a memória”, detalha a autora do estudo.

Hui-Chen Lu e a equipe saíram em busca de alguma substância que pudesse ajudar a aumentar a quantidade da enzima no cérebro. Testaram 1.280 compostos em ratos. Como resultado, a cafeína e outros 23 compostos mostraram o potencial almejado pelos pesquisadores, com a primeira sobressaindo. O rolipram também se mostrou promissor, mas esse antidepressivo parou de ser produzido na década de 90 devido aos efeitos colaterais.

Para confirmar o efeito da substância presente no café, os investigadores a administraram em camundongos modificados geneticamente para produzir níveis mais baixos de NMNAT2. “Os ratinhos que receberam a cafeína começaram a produzir os mesmos níveis da enzima que os ratinhos sem o problema”, resume a autora. “Esse trabalho poderia ajudar a avançar esforços para desenvolver medicamentos que aumentem os níveis dessa enzima no cérebro, criando um químico capaz de bloquear os efeitos debilitantes de diversas doenças neurodegenerativas.”

Fase inicial Para Amauri Araújo Godinho, neurologista e neurocirurgião do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurologia (SBN), o trabalho norte-americano é interessante, mesmo em uma etapa bastante inicial. “Esse mecanismo de acúmulo das células tau é conhecido, e uma substância que evite isso seria algo bastante valioso. Mas os resultados ainda são muito experimentais”, pondera. “Outro ponto que temos que ressaltar é que não podemos especificar que o mesmo efeito benéfico ocorra em todas as doenças. O Parkinson, por exemplo, não tem sintomas de demência. No caso da doença de Huntington os problemas também são outros”, ressalta.

O médico, que não participou do estudo, também destaca que a escolha da cafeína foi uma estratégia inteligente. “Sabemos que drogas clássicas, como os benzodiazepínicos – o Rivotril e o Lexotan, por exemplo –, prejudicam a formação da memória e que esse efeito é contrário em estimulantes, como a cafeína, a cocaína e a ritalina. Por isso, esse resultado era esperado, é um raciocínio bastante lógico”, ressalta. Godinho também aposta que o trabalho possa ajudar na criação de medicamentos. “Talvez não só a cafeína, mas também esse antidepressivo que se mostrou muito promissor, sirva como base para que os cientistas copiem seu efeito”, opina.

Os autores darão continuidade à pesquisa. Outro ponto importante a ser explorado, segundo eles, é entender por que a enzima NMNAT2 sofre diminuição no corpo humano. “Aumentar nosso conhecimento sobre os caminhos no cérebro que parecem naturalmente causar o declínio dessa molécula é tão necessário e tão importante quanto a identificação de compostos que poderiam desempenhar um papel no tratamento desses transtornos mentais debilitantes”, justifica a autora.

Saúde Plena

Saúde incorpora medicinas tradicionais e complementares ao SUS

Portaria do Ministério da Saúde publicada nesta terça-feira (28) no Diário Oficial da União inclui na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares as seguintes práticas: arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e ioga


De acordo com o texto, a pasta levou em consideração o fato de a Organização Mundial da Saúde preconizar o reconhecimento e a incorporação das chamadas medicinas tradicionais e complementares nos sistemas nacionais de saúde de seus países-membro.

Outro aspecto importante, segundo o ministério, é que diversas categorias profissionais no país reconhecem as práticas integrativas e complementares como abordagem de cuidado.

Diversos estados e municípios, inclusive, já têm esse tipo de prática instituída em sua rede de saúde.

Agência Brasil/Saúde Plena

Conheça alguns mitos que podem atrapalhar o aleitamento materno

Amamentar é muito mais do que nutrir uma criança. É um processo de interação profunda entre mãe e filho. A mulher que amamenta protege seu bebê contra infecções

Amamentar contribui para o desenvolvimento cognitivo e emocional do bebê. Mesmo estando provados os benefícios do leite materno e do aleitamento para mãe e bebê, existem muitos mitos que envolvem esse momento da vida e que podem ser um empecilho para que as mães amamentem. O Blog da Saúde selecionou algumas afirmações equivocadas, constantemente reproduzidas pelas pessoas, para serem esclarecidas pela Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.

Confira as respostas e ajude-nos a divulgar informações oficiais sobre amamentação para que mais e mais famílias consigam garantir a saúde de crianças e das mulheres durante o período inicial de vida do bebê.

Mito ou Verdade: O leite materno pode ser fraco para nutrir o bebê.

Mito. Não há leite materno fraco. O leite materno apresenta composição semelhante para todas as mulheres que amamentam e é o alimento ideal para o bebê, sendo recomendado até os dois anos de vida ou mais, sendo exclusivamente até o 6º mês de vida.

Mito ou Verdade: Preciso dar os dois peitos a cada mamada.
Mito. O tempo de cada mamada não deve ser fixado, pois o esvaziamento da mama pode variar conforme a fome do bebê, do intervalo entre uma mamada e outra, do volume de leite armazenado na mama, entre outros. O importante é que a mãe dê tempo suficiente para o bebê esvaziar adequadamente seu seio, caso esvazie uma mama por completo e a criança ainda deseje mamar, a mãe pode oferecer a outra mama. Na próxima mamada, recomenda-se que a mãe dê o seio que não foi oferecido na mamada anterior ou ofereça o que o bebê mamou por último. caso tenha sido ofertado as duas mamas.

Mito ou Verdade: Canjica e caldo de cana aumentam a produção de leite.
Mito. A produção do leite materno depende principalmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. Portanto, quanto mais o bebê mamar e esvaziar adequadamente as mamas, mais leite a mãe irá produzir.

Mito ou Verdade: O leite congelado, mesmo que retirado das mamas, não tem os mesmos nutrientes.
Mito. O leite pode ser congelado por até quinze dias sem perder suas características e qualidade nutricional, desde que armazenado adequadamente.

Mito ou Verdade: Quem fez redução mamária ou colocou silicone não poderá amamentar.
Mito. A cirurgia nos seios não impede a mulher de amamentar, desde que durante a cirurgia sejam preservadas as estruturas das mamas.

Mito ou Verdade: Seios muito pequenos não produzem leite na quantidade suficiente para o bebê.
Mito. O tamanho da mama não tem relação com a produção do leite. Tanto as mamas grandes quanto as pequenas possuem capacidade de produzir o mesmo volume de leite em uma dia.

Mito ou Verdade: Os mamilos devem ser higienizados a cada vez que o bebê for mamar.
Mito. Não é necessário higienizar as mamas sempre que for amamentar, no entanto é importante que a mãe tenha hábitos de higiene adequados como banho diário, lavando a mama com água e sabonete e esteja sempre com o sutiã limpo e seco. Não é recomendado o uso de absorventes de seios e nem utilização de conchas protetoras, pois podem deixar as mamas úmidas, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias.

Mito ou Verdade: O bebê pode ficar mal acostumado se não tiver horários para mamar.
Mito. A orientação do Ministério da Saúde é a amamentação sob livre demanda, ou seja: o bebê deve mamar sempre que desejar.

Mito ou Verdade: Amamentar durante uma segunda gestação pode prejudicar o desenvolvimento do bebê no útero.
Mito. É possível manter a amamentação em uma nova gravidez se for o desejo da mulher e se não houver intercorrências na gravidez. Já quando houver ameaça de parto prematuro é indicado interromper a amamentação. O hormônio que controla a ejeção do leite, a ocitocina, também estimula o útero a contrair. A estimulação do mamilo pode intensificar o trabalho de parto. Porém, esse hormônio sozinho não é capaz de iniciar o trabalho de parto. O útero está na fase de carregar o bebê, bem protegido contra um trabalho de parto precoce.

Mito ou Verdade: Quando o bebê começa a comer, o leite materno pode prejudicar a absorção de ferro.
Mito. Quase 70% do ferro do leite materno é absorvido adequadamente pelo bebê. O leite materno possui bactérias benéficas que atuam no fortalecimento da imunidade, assim como em outros fatores de proteção que otimizam toda a capacidade de absorção de ferro e outros nutrientes. O ferro presente no leite materno é de mais fácil absorção pelo organismo do bebê. Outros alimentos, mesmo tendo bastante ferro, nem sempre são bem absorvidos pelas crianças durante a fase de amamentação.

Foto: Reprodução

Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

Tratamento para Diabetes tipo 2 ganha genérico inédito

Medicamento genérico dapagliflozina é indicado para controle glicêmico em pacientes com diabetes mellitus tipo 2

A Anvisa aprovou o registro do genérico dapagliflozina, inédito para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2. O registro do medicamento, publicado nesta segunda-feira (27/3), será uma nova opção para melhorar o controle glicêmico dos pacientes diabéticos.

A dapagliflozina, cuja referência farmacêutica é o Forxiga, é indicado junto a exercícios físicos e à dieta alimentar para melhorar o controle dos níveis de açúcar no sangue em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. O medicamento genérico foi registrado pela empresa Astrazeneca do Brasil Ltda.

O que devo saber antes de tomar a dapagliflozina
A dapagliflozina é indicada para o tratamento de diabetes tipo 2 e não deve ser usada no tratamento de pessoas com diabetes mellitus tipo 1. O genérico não deve ser usado, ainda, no tratamento de cetoacidose diabética ou caso o paciente tenha problemas renais ou doenças cardiovasculares.

Como a dapagliflozina funciona
A dapagliflozina funciona como bloqueio do cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2), uma proteína responsável pela reabsorção da glicose (açúcar) no rim. Este bloqueio leva à eliminação do excesso de glicose na urina, o que melhora o controle do diabetes mellitus tipo 2,

ANVISA