HPV causa 90% dos casos de câncer de colo de útero
O vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em inglês) é a doença sexualmente mais comum que existe. Atinge tanto homens quanto mulheres, e pode causar verrugas ou feridas genitais.
Nas mulheres, porém, o vírus gera uma preocupação a mais. Em 90% dos casos de câncer do colo de útero, o HPV é o responsável. Para prevenir essa doença, o segundo tipo de tumor mais comum entre mulheres, é preciso fazer o exame papanicolau com a frequência recomendada (veja no quadro abaixo).
No Bem Estar, o ginecologista José Bento e o oncologista Glauco Baiocchi Neto explicaram a melhor maneira de se proteger desse vírus e a importância de fazer o diagnóstico rapidamente.
Existem dois tipos de vacina contra o HPV, mas nenhum deles protege contra todas as variações. Por isso, o exame preventivo também deve ser feito mesmo em mulheres vacinadas.
As três doses necessárias ainda não estão disponíveis na rede pública de saúde. Nas clínicas particulares, custam em média R$ 1.000, e a aplicação é recomendada principalmente em meninas e adolescentes. Antes do início da vida sexual, a eficácia é de quase 100%.
Apesar de o vírus ser mais perigoso para as mulheres, a imunização de homens também é importante. Afinal, além do risco de ter verrugas genitais, eles podem transmitir o vírus, o que pode não ocorrer se estiverem vacinados.
A transmissão do HPV acontece por contato direto com a pele infectada. Os tipos genitais são passados na relação sexual. Também há estudos que demonstram a presença rara dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago. O desenvolvimento de qualquer tipo de lesão clínica em outras regiões do corpo é bastante raro.
Compartilhar toalhas ou roupas íntimas também pode transmitir o vírus. O micro-organismo é capaz de sobreviver até uma semana em peças de roupa, por exemplo. Contudo, se essa peça for lavada com água e sabão, ele desaparece. No caso de copos, não há nenhuma evidência científica de que o compartilhamento transmita o HPV.
O tratamento do HPV pode ser feito através de diversos métodos, cada um com suas limitações e com variados graus de eficácia e aceitabilidade por parte do paciente. Estes métodos podem ser divididos em químicos, quimioterápicos, imunoterápicos e cirúrgicos.
Químicos: mais utilizados são ácido tricloroacético a 80% - 90%, podofilina;
Quimioterápicos: 5 fluorouracil, interleucina 2;
Imunoterápicos: Interferon alfa e beta, imiquimod e retinóides.
Cirúrgicos: temos a curetagem, excisão com tesoura, excisão com bisturi e os mais atuais que são excisão com alça de cirurgia de alta freqüência (CAF) e o LASER.
A associação entre métodos, como por exemplo LASER e interferon, tem se mostrado um tratamento com bons resultados.
Seu médico deverá orientá-lo sobre o melhor tratamento para seu caso, entretanto o uso de preservativos é mandatário e apoio psicológico pode ser necessário para orientar o diálogo com parceiros e a compreensão correta do problema.
Como não existe tratamento definitivo para os vírus em geral, o combate a esse tipo de microorganismo depende muito do sistema imunológico de cada um. Em relação ao HPV são inúmeras as modalidades de tratamento, cada qual com suas características de ação e efeitos colaterais. Sendo assim fica claro que nenhuma delas pode ser considerada como terapêutica única e ideal.
Felizmente a maioria dos pacientes que entram em contato com o HPV tem a capacidade de eliminá-lo espontaneamente, desse modo apenas uma porcentagem das pessoas infectadas irão ser submetidas aos tratamentos propostos. Alguns pacientes irão permanecer com o vírus na forma latente, e outros imunologicamente mais comprometidos irão permanecer com a infecção clínica recorrente.
Cabe aos médicos avaliar quem irá se beneficiar com algum tipo de tratamento. O tratamento vai depender de alguns fatores:
a. Da confirmação da presença do vírus;
a. Da confirmação da presença do vírus;
b. Se ele é ou não oncogênico;
c. Da quantidade de vírus no material examinado;
d. Local das lesões;
e. Se as lesões são localizadas ou disseminadas;
f. Tamanho das lesões;
g. Tipo de infecção (clínica, subclínica ou latente).
PORQUE TRATAR?
Essa é uma questão muito importante e merece algumas considerações:
1. Ao eliminar as lesões HPV induzidas com algum tipo de cauterização, estamos estimulando o sistema imunológico na eliminação do vírus.
1. Ao eliminar as lesões HPV induzidas com algum tipo de cauterização, estamos estimulando o sistema imunológico na eliminação do vírus.
2. A eliminação das lesões pode prevenir a sua transmissão.
3. A infecção pelo HPV é uma DST e como tal deve ser diagnosticada e tratada, além de aproveitarmos a oportunidade para pesquisar outras DST, avaliar e tratar os parceiros contaminados.
Fonte Bem Estar