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sábado, 10 de setembro de 2011

Brasil tem três vezes mais oftalmologistas do que o necessário

País é celeiro de bons profissionais, mas distribuição pelo território ainda não é proporcional, mostra novo censo

A oftalmologia é uma das profissões que mais cresce no País. De acordo com o levantamento feito este ano pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), há um médico especializado em visão para cada 10 mil habitantes – o recomendado pela Organização Mundial da Saúde para a América Latina é 1 para cada 35 mil habitantes. Distrito Federal é o estado líder em oftalmologistas, com 1 profissional para cada 4 mil habitantes, e o Amapá tem o menor índice – 1 para cada 55 mil habitantes.

Nos últimos 10 anos, revela o presidente do CBO, a especialidade registrou um crescimento de 100%. Em 2000, a categoria era composta por 10 mil profissionais. Hoje, são quase 20 mil. “Crescemos mais do que a população brasileira. A distribuição ainda é desigual porque nem todas as regiões têm estrutura para oferecer perspectiva de crescimento”, diz Paulo Augusto, presidente da instituição.

Justificativas
O CBO estima que, em média, 800 novos oftalmologistas sejam lançados anualmente no mercado. O número supera uma das carreiras mais procuradas entre os médicos recém-formados, a cirurgia plástica, que coloca 700 cirurgiões no mercado anualmente – segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

“A escolha é pautada na demanda da sociedade, e também no interesse e nas possibilidades da área. São especialidades que conseguem unir tecnologia, conhecimento e técnica" diz Augusto.

Para Ítalo Marcon, oftalmologista da Santa Casa de Porto Alegre, a oftalmologia arrebata um número crescente de profissionais porque dá suporte às demais áreas.

“Prestamos serviço a cardiologistas, geriatras e pediatras, entre outros. Além disso, o oftalmologista é um médico que está presente em todas as etapas de vida das pessoas. Sempre vamos precisar dos serviços dele.”

“O oftalmologista pode trabalhar nas áreas clínica e cirúrgica. O número de pesquisas e avanços é crescente e sempre há espaço para novos trabalhos. Nossa profissão permite aglutinar conhecimentos, pesquisa, técnicas e inovações tecnológicas, tudo que essa nova geração de médicos deseja" conclui Jacó Lavisnk, presidente do 36º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, encerrado em Porto Alegre.

Qualificação
Referência internacional na área, o brasileiro Miguel Burnier, patologista e oftalmologista, professor da Universidade McGill, do Hospital Royal Victoria, de Montreal, no Canadá, defende a qualidade técnica dos estudantes nacionais.

Em seu centro de pesquisa – Burnier Ocular Pathology Society (Biopsy) – um dos maiores laboratórios de patologia ocular da América do Norte, dedicado a estudar cânceres de olho, dos 160 associados, 50 são profissionais brasileiros, revela.

“Nos últimos anos, tivemos mais de 43 teses de doutorado de médicos oriundos de todas as partes do Brasil, defendidas no Canadá. É um número fora de proporção, altíssimo e mostra como os nossos estudantes não perdem em absolutamente nada para os demais países representados nos grandes centros”, diz o especialista.

Segundo Burnier, o interessante desse processo é que o País exporta, mas também retém tais talentos. A maioria, após capacitação e teses defendidas internacionalmente, retorna ao Brasil para clinicar.

“Temos grandes profissionais lá fora, mas não perdemos esses oftalmologistas qualificados para o mercado internacional. Eles retornam para exercer a profissão aqui.”

Fonte IG

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