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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Informação e mudanças de hábito são aliadas na prevenção do câncer de boca

Ministerio-da-Saude---Cancer-de-Boca0402Quando aparecem na boca feridas indolores que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas e sangramentos sem causa conhecida, são possíveis sinais de um câncer de boca. Por isso, ao identificar um ou mais desses sinais, é necessário buscar ajuda de profissionais dentistas ou médicos. Quanto mais cedo procurar ajuda, maiores as chances de cura

O Odontólogo examina a boca, e em caso de diagnóstico positivo, encaminha para biopsia. O professor de estomatologia da Universidade de Brasília (UNB), Paulo Tadeu de Souza Figueiredo, explica que o ideal é identificar o câncer antes dos sintomas aparecerem. “Quando o paciente detecta, é porque está em um estágio mais avançado. Então ele normalmente chega encaminhado por outros profissionais que detectaram as lesões. Esse diagnóstico inicial é muito importante, porque quanto mais precoce for identificada, maior a adesão ao tratamento e a chance de cura e sobrevida dos nossos pacientes”.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), sem considerar o câncer de pele não melanoma, o câncer da cavidade oral está entre os cinco mais incidentes estimados para 2016, entre os homens são 11.140 casos, para 4.350 acometimentos em mulheres. A mortalidade também é maior entre os homens: 4.223 homens e 1.178 mulheres (2013).

O câncer de boca é extremamente invasivo e o tratamento pode ser muito doloroso para o paciente. A odontóloga e professora da Universidade de Brasília (UNB), Nilce Santos de Melo, explica que há uma dificuldade na detecção do câncer, e que isto está ligado ao grupo mais vulnerável. “O perfil do paciente é de mais de 50 anos, que fuma, que bebe, e geralmente homem. E esse perfil não procura muito o serviço de saúde”.

A informação é um importante aliado para trazer às pessoas aos serviços de saúde, mas ainda mais importante, e também mais difícil, é trabalhar mudanças de hábito da população. “Nós acreditamos que o que precisa é divulgar informação, propagar a informação, isso porque pra que o câncer seja detectado, é preciso que as pessoas conheçam, é preciso que as pessoas entendam os riscos, o que deve ser prevenido e o que deve ser evitado”, explica Nilce.

Conforme alertou a odontóloga, o câncer de boca é causado por fatores comportamentais, e pode ser prevenido a partir de escolhas, como parar de fumar e beber. Entretanto, essas mudanças não são tão simples de fazer, e ter o suporte de uma equipe multiprofissional de saúde pode ser um começo para vencer os vícios antes de chegarem a causar um câncer. Outro fator de risco é o HPV, transmitido por sexo oral. Atualmente, o SUS oferece a vacina apenas para meninas entre 9 e 13 anos de idade, e a partir de janeiro do ano que vem, para meninos de 12 e 13 anos.

Tratamento
Apesar de fazer o diagnóstico, o dentista não trata o câncer de boca. Após a detecção, o paciente é encaminhado para um oncologista ou cirurgião de cabeça e pescoço. Isso porque existem dois tipos de tratamento mais utilizados atualmente: a radioterapia e a cirurgia. A quimioterapia só é associada em pacientes graves que não podem realizar a cirurgia.

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Paulo Tadeu de Souza Figueiredo, professor de estomatologia da UNB, explica que mesmo sem tratar o paciente, o papel do dentista é muito importante durante todo o processo. “O dentista faz uma preparação dos pacientes para o tratamento. Temos essa preocupação porque depois que algum tipo de efeito adverso ou sequela do tratamento acontece, é muito difícil de ser tratado”.

Além disso, Dr. Paulo também reforça que mesmo com todas as dificuldades, não se deve abandonar o tratamento. “É importante o paciente saber que o diagnóstico de um tumor maligno não é uma sentença de morte. E se ele seguir o tratamento e as condutas a risca, tem uma enorme chance de sobrevida”.

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O paciente oncológico precisa ter um suporte odontológico para o resto da vida, e de perto, com consultas frequentes. Afinal, mesmo curado, ele já teve câncer, e por ter tido a doença, precisa ter cuidados especiais.

Aline Czezacki, para o Blog da Saúde

Pesquisa investiga relação entre pressão arterial e estresse

"O estresse no trabalho representa importante fator de risco psicossocial associado à morbidade e mortalidade cardiovascular. A elevação da pressão arterial tem sido apontada como um possível mecanismo pelo qual o estresse no trabalho aumenta o risco cardiovascular. Mas existem grandes inconsistências na literatura a respeito dessa relação, determinadas, em grande parte, por questões metodológicas."

A afirmação é da aluna do doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Leidjaira Juvanhol Lopes. Sua tese, desenvolvida sob orientação da pesquisadora Rosane Härter Griep, adotou diferentes estratégias analíticas que forneceram evidências de que a relação entre o estresse no trabalho e a pressão arterial varia ao longo da distribuição de pressão arterial, sendo mais evidente entre os participantes com mais de 50 anos, e não sendo observadas diferenças segundo sexo.

Ela explica: "O estresse no trabalho vai aumentar a pressão arterial dependendo dos níveis de pressão arterial do indivíduo, ou seja, de acordo com o valor da pressão arterial, o estresse no trabalho vai agir de forma mais ou menos acentuada". Segundo Leidjaira, esse achado tem importantes implicações, pois, como a quase totalidade dos estudos foca em partes específicas da distribuição de pressão arterial, as conclusões em relação a seus principais determinantes, dentre os quais o estresse no trabalho, são baseadas em efeitos sobre a média ou no extremo populacional, esse último representado pelos casos de hipertensão arterial. "Conclui-se, no estudo de problemas complexos de pesquisa, como o abordado nessa tese, que a combinação de diferentes estratégias analíticas pode contribuir de forma significativa para o preenchimento das lacunas existentes."

A tese em foco é parte do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), investigação multicêntrica sobre as doenças cardiovasculares e o diabetes que acompanham servidores públicos, de ambos os sexos, entre 35-74 anos, de seis instituições de ensino superior e pesquisa do país: Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de São Paulo (USP) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nessa tese, foram utilizados dados da linha de base do Elsa-Brasil, referentes aos participantes não aposentados, para abordar a relação entre o estresse no trabalho e a pressão arterial.

Entre os dois artigos produzidos com base no estudo, o primeiro analisou a relação entre o estresse no trabalho e a distribuição de pressão arterial por meio de uma combinação de diferentes técnicas exploratórias. Adicionalmente, foram apresentados aspectos sobre a operacionalização das variáveis de estresse no trabalho e relacionadas à pressão arterial que influenciam no estudo de suas inter-relações. Conforme evidenciaram os resultados, a relação entre o estresse no trabalho e a pressão arterial varia ao longo da distribuição de pressão arterial. A relação investigada foi mais evidente entre os participantes com mais de 50 anos, mas não foram observadas diferenças segundo sexo. Também foi verificado um incremento nas diferenças entre as médias pressóricas dos grupos de baixo e alto estresse no trabalho, após excluir das análises os participantes com maior probabilidade de erros de classificação nas variáveis de estudo.

O segundo artigo, por sua vez, elucidou Leidjaira, teve o objetivo de analisar a associação entre o estresse no trabalho e a pressão arterial usando análise de regressão quantílica, além de investigar se as dimensões de estresse no trabalho – demandas psicológicas, uso de habilidades e autonomia para decisão – associam-se de forma diferenciada com a pressão arterial. Segundo ela, os resultados indicaram que os participantes do Elsa-Fiocruz são os que apresentam os maiores níveis de uso de habilidades, que se referem às oportunidades para ser criativo, usar competências intelectuais e aprender coisas novas no trabalho, bem como possuírem os níveis mais altos de autonomia para tomar decisões sobre a forma de realizar o próprio trabalho. A respeito da relação dessas dimensões com a pressão arterial, acrescentou a aluna, foi identificado que somente a autonomia para decisão está associada à pressão arterial, sendo essa associação significativa apenas na parte central da distribuição de pressão arterial e entre os não usuários de medicamentos anti-hipertensivos. Também não foram observadas diferenças segundo sexo.

Leidjaira Juvanhol Lopes é graduada em Enfermagem, com mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Ela colabora nas análises do banco de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) no Centro de Pesquisa do Rio de Janeiro.

Informe Ensp

Sífilis tem avanço alarmante no Brasil e preocupa médicos

Número de casos da doença aumentou dramaticamente nos últimos 5 anos. Ministério da Saúde vai agilizar o tratamento de pessoas infectadas


Médicos da área de controle de doenças sexualmente transmissíveis estão muito preocupados com o avanço alarmante da sífilis no Brasil.

O número de casos aumentou dramaticamente nos últimos cinco anos.

A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde disse que vai reforçar as ações para facilitar o diagnóstico de mulheres grávidas e apressar o tratamento de pessoas infectadas com sífilis.

G1


Lote de antidiabético oral genérico da EMS é suspenso

Empresa EMS comunicou à Anvisa sobre possível erro nos rótulos de um lote de Cloridrato de Pioglitazona

A Anvisa suspende o lote 822182 do medicamento genérico Cloridrato de Pioglitazona na segunda-feira (31/10). A empresa EMS S/A que fabrica o antidiabético oral usado para o controle glicêmico comunicou à Agência sobre um possível erro na descrição da dosagem nas embalagens do medicamento.

De acordo com o comunicado da empresa, há a possibilidade de algumas embalagens do produto Cloridrato de Pioglitazona 30 mg x 15 comprimidos terem sido rotuladas com o rótulo do produto Cloridrato de Pioglitazona 15 mg.

Com isso o produto não pode ser distribuído, comercializado e utilizado. A medida se aplica somente ao lote 822182 do medicamento genérico.

A empresa EMS fará recolhimento do estoque do lote em questão.

Confira a resolução RE 2.929/16 publicada no Diário Oficial da União (DOU) da última segunda-feira (31/10).

ANVISA