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quinta-feira, 31 de março de 2016

Farmacêutico é preso por vender no DF remédios vencidos e fora da caixa

Polícia Civil chegou até o suspeito após receber denúncias anônimas. Ele também vendia antibióticos sem receita e estimulante sexual a granel

Um farmacêutico de 48 anos foi preso na última quinta-feira (17) suspeito de vender remédios vencidos e fora da caixa no Distrito Federal. A Polícia Civil chegou até o local, na quadra 403 de Samambaia, após denúncias anônimas.

O homem foi identificado como Carlos José de Oliveira. Com ele foram encontradas mais de cem cartelas de vários medicamentos vencidos.

O homem também vendia antibióticos sem receita e estimulante sexual a granel.

O farmacêutico vai responder por crime contra a relação de consumo.

A pena prevista é de dois a cinco anos de prisão.

Foto: Reprodução/Imagem Ilustrativa

G1

Oito em cada 10 hospitais não têm área para dengue

Fiscalização do TCE identifica a falta de locais para a hidratação de paciente picado pelo mosquito

Por: Lucilene Oliveira

lucilene.oliveira@diariosp.com.br

Os fiscais do TCE (Tribunal de Contas do Estado) visitaram 21 hospitais estaduais e AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) administradas por Organizações Sociais de Saúde e constataram que além do drama de estar doente, o paciente sofre com a desorganização dos centros médicos.

No mês que antecede o pico dos casos de dengue no estado, 80% dos hospitais não se preocuparam em preparar uma ala especializada para a hidratação das pessoas picadas pelo mosquito Aedes aegypti e infectadas com dengue, febre chikungunya ou o vírus zika.Apenas 20% dos hospitais organizaram um atendimento adequado para esse público.

Ao todo, 59 hospitais foram vistoriados das 9h às 13h de ontem por 120 fiscais do TCE. Além das 21 unidades da capital, os fiscais estiveram em 36 centros médicos no interior e outras dois em Santos, no litoral Sul do estado.

Os profissionais avaliaram os dados preliminares de atendimento, o maquinário das alas dos hospitais, o estoque de remédios, condições dos equipamentos e das salas em que os pacientes são acomodados, salários dos profissionais e a presença de empresas terceirizadas em atuação nas unidades.

Após a análise de todos os dados coletados, os 120 inspetores vão elaborar um relatório e apresentá-lo até esta quinta-feira (31).

OSSs receberam R$ 3,5 bi para gestão de hospitais em 2015
A fiscalização dos agentes do TCE (Tribunal de Contas do Estado) foi motivada para verificar se o atendimento prestado pelas OSSs (Organizações Sociais de Saúde), instituições do setor privado sem fins lucrativos, condiz com a cifra repassada pelo governo estadual. Somente no ano passado, foram destinados quase R$ 3,5 bi às entidades.

O relatório final dos 120 profissionais deve levar em consideração o valor empenhado para a aquisição de materiais, manutenção dos maquinários e o gasto médio para realizar o atendimento de cada paciente.

O modelo de gestão de entidades privadas de unidades de Saúde foi formalizado por uma lei ela estadual de 1998, e estabelece que as OSS não podem obter lucro com a gestão hospitalar.

Foto: Divulgação

Diário de São Paulo

Enfermeira italiana é presa pelo homicídio de 13 pacientes

Segundo acusações, Fausta Bonino aplicou injeções maciças de eparina (Foto: Reprodução/Twitter/IBTimes)Mortes aconteceram no hospital de Piombino, em Livorno. Segundo acusações, Fausta Bonino aplicou injeções maciças de heparina

Uma enfermeira italiana foi detida acusada de ser responsável pela morte de 13 pacientes internados no hospital de Piombino, na província de Livorno (centro da Itália), entre os anos de 2014 e 2015, informaram os Carabineiros.

As acusações contra Fausta Bonino, de 55 anos, são de "homicídio voluntário contínuo e agravado" de 13 pacientes internados por diferentes patologias no departamento de anestesia e reanimação do hospital.

A morte dos 13 pacientes aconteceu devido a injeções maciças de heparina, um anticoagulante muito usado nos hospitais para evitar as possíveis tromboses devido à inatividade dos pacientes.

Segundo as investigações dos Carabineiros, o fornecimento em massa de heparina -10 vezes mais do que normalmente utilizado- causava rápidas e irreversíveis hemorragias internas e a consequente morte dos pacientes.

Esses pacientes mortos são mulheres e homens de entre 61 e 88 anos, e o casos ocorreram entre 19 de janeiro de 2014 e 19 de setembro de 2015. Doze das mortes foram devido a hemorragias e outra por falha cardíaca.

Em nenhum dos pacientes, a heparina tinha sido prescrita e nenhum deles estava em estado terminal. Inclusive um dos casos foi o de uma pessoa hospitalizada pela ruptura do fêmur. A enfermeira foi detida na quarta-feira quando voltava de uma viagem a Paris com seu marido e foi levada ao centro penitenciário de Pisa, na região da Toscana.

Os veículos de imprensa italianos explicaram que a mulher passou por tratamentos por depressão, mas, por enquanto, não foram dados mais detalhes oficiais do que a levou supostamente a provocar estas mortes.

A investigação começou em meados de 2015 depois da denúncia de uma nova morte por hemorragia de um idoso no hospital de Piombino.

Segundo estas investigações, a detida sempre estava no turno quando se foi ministrada eparina nos pacientes que morreram posteriormente.

Foto: Reprodução/Twitter/B Times

G1

quarta-feira, 30 de março de 2016

Equipe que cegou pacientes em mutirão não esterilizou instrumentos

Médicos sequer lavaram as mãos ou trocaram aventais cirúrgicos. Mais de 20 pessoas ficaram cegas; Secretaria de SBC divulgou relatório

A equipe médica que realizou um mutirão de catarata em que mais de vinte pessoas ficaram cegas, não esterilizou instrumentos cirúrgicos, aponta o relatório da Secretaria da Saúde de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

O mutirão ocorreu no dia 30 de janeiro deste ano no Hospital de Clínicas Municipal. Segundo o relatório, médicos e enfermeiros do Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista não chegaram nem a lavar mãos ou trocaram aventais cirúrgicos.

A sindicância concluiu que dos 27 pacientes que fizeram a cirurgia, 22 tiveram endoftalmite, inflamação causada por uma bactéria que vem de uma única fonte de contaminação. Outros onze pacientes precisaram remover o globo ocular.

Um dos pacientes infectados morreu após a cirurgia. O aposentado Pelegrino Riatto, de 77 anos, teve uma parada cardíaca. Para a família, foi uma consequência da cirurgia nos olhos, já que por causa da infecção ele teve que ficar muito tempo sem tomar um remédio para evitar trombose.

Os primeiros pacientes foram os mais afetados, já que os instrumentos estavam contaminados antes mesmo do início das cirurgias.

Os familiares das vítimas se organizaram para processar o hospital.O grupo pretende entrar com uma ação pedindo indenização por danos morais, materiais e suporta para as famílias, além de medicamentos.

O advogado do Instituto de Oftalmologia, José Luís de Macedo, disse que não teve acesso ao laudo e, sem saber do conteúdo, não pode se manifestar.

O oftalmologista Paulo Augusto de Arruda Melo, da Universidade Federal Paulista, questiona a realização de cirurgias em larga escala, nos chamados mutirões. “Tem que se questionar a real necessidade de um mutirão de catarata numa cidade, num município desenvolvido encostado em São Paulo”, afirma.

Foto: Reprodução

G1

Resistência a Antibióticos: uma grande ameaça que vai bater na nossa porta


O mundo encontra-se diante de uma grave ameaça na área de Saúde nos próximos anos que pode ser muito maior que as epidemias de Ebola e Zika Vírus juntas as quais nos incomodaram bastante nos últimos anos

Essas epidemias não chegam nem a uma “pequenina cócega” no volume de pessoas que podem morrer no mundo devido a essa nova ameaça que é de aproximadamente 10 milhões de pessoas em 2050 segundo a organização britânica Review on AntiMicrobial Resistance (AMR) [1] (a propósito, o Governo britânico está muito preocupado com esse inimigo e está investindo muito no seu combate.)

Essa ameaça é conhecida como “Resistência a Antibióticos” (em inglês “Antibiotic Resistance” [2]) ou como “Resistência Antimicrobiana” (ou “Antimicrobial Resistance” [3]).

Para enfrentar esse “grande inimigo”, o mundo tem que se unir conclamando diversos “stakeholders” que devem ser capitaneados pelos Governos dos países. Evidente que, os Governos com a maiores economias terão uma maior influência nesse cenário.

Os EUA e o Reino Unido já deram a largada como veremos aqui pois essa ameaça se não for bem endereçada provocará um grande rombo nos orçamentos públicos e privados de saúde. Além de vidas humanas que serão colocadas em risco, ela terá um gigantesco “viés” econômico.

Uma das armas que as Organizações de Saúde têm para enfrentar essa nova ameaça é fazer um melhor planejamento da “administração dos antibióticos” (ou em inglês “antibiotic stewardship” [4]) para os seus pacientes. Conheça também o que o Governo americano está fazendo nessa área através do CDC (“Center for Disease Control and Prevention”) [5]. Os cientistas já estão trabalhando para combater as “superbactérias” [5.a] depois do anúncio da descoberta da “superbactéria” pelos cientistas chineses [5.b].

Desde 1928 quando Alexander Flemming descobriu a penicilina, o primeiro composto químico com poderes de antibiótico [6], esse medicamento juntamente com a vacinação tem revolucionado a medicina do século XX.

Nos 65 anos seguintes, os antibióticos têm curado milhões de pessoas de doenças infecciosas, mas utilização deles de forma indiscriminada e em quantidades gigantescas, com pobres mecanismos de controle, colocou-nos diante de uma nova – e gravíssima – ameaça: as bactérias resistentes aos medicamentos (ou superbactérias).

A consequência disso é que teremos pessoas com resistência aos antibióticos (ou “antibiotic resistance”) [7]. O que isso significa? A resistência aos antibióticos ocorre quando as bactérias mudam para se proteger de um antibiótico. Elas ficam, então, insensíveis a esse antibiótico.

Quando isso acontece, os antibióticos, que anteriormente teriam eliminado as bactérias ou impedido delas se multiplicarem, não funcionarão mais. Isso vai provocar o uso de antibióticos cada vez mais caros para tratar os mesmos pacientes e, levando-se ao extremo, podem causar muitos óbitos. As principais causas do aumento da resistência ao uso indiscriminado de antibióticos podem ser vistas aqui [8].

Atualmente, cerca de 70% dos antibióticos clinicamente importantes nos EUA são dados não para as pessoas, mas para os animais (p. ex., frangos, suínos e bovinos) para estimular o crescimento deles. A proporção global usada na agricultura é difícil de calcular, mas a organização britânica AMR avalia em pelo menos a metade.

Atualmente as evidências científicas já nos mostram uma ligação entre o uso de antibióticos na agricultura e a resistência a infecções nas pessoas e, é evidente que nós estamos a absorvendo riscos inaceitáveis. O uso dos antibióticos para promover o crescimento de animais na agricultura deve ser banido o mais rápido possível [9].

A realidade do uso indiscriminado de antibióticos tem aumentado de forma representativa o custo do tratamento dos pacientes podendo onerar substancialmente as operadoras privadas de saúde e os governos.

E para vermos como esse assunto é sério veja algumas considerações sobre o tema no mundo, a saber:

1 - Quantos americanos serão infectados a cada ano com “superbactérias”, resultando em 23.000 mortes segundo o CDC? [10] Resposta: 2 milhões

2 - Quantas pessoas no mundo são estimadas morrer por “superbactérias” em 2050 segundo a AMR britânica? [11] Resposta: 10 milhões

3 - Quantas infecções complexas provocadas pela bactéria “Clostridium Difficile” existiram nos EUA em 2011, com 15.000 mortes atribuídas a ela segundo o CDC? [12] Resposta: 500.000

Nota: A bactéria “Clostridium Difficile” é uma das maiores ameaças que existem na categoria de resistência a antibióticos segundo o CDC americano [13].

Quantos casos de tubercolose resistente a multidrogas ocorreram em 2013 segundo a Organização Mundial de Saúde? [14] Resposta: 480.000

Esse inimigo não é fácil enfrentar. Entendemos que as principais “armas” a serem utilizadas nessa guerra devem municiar Governos e Prestadores de Serviços de Saúde.

Destacando alguns exemplos de ações temos:

[a] para Governos:

1) maior controle do uso de antibiótico nos alimentos (ver [15] do CDC);

2) um melhor planejamento da “administração dos antibióticos” nos órgãos públicos de saúde (ver [15] do CDC);

3) criações de novos protocolos para a comercialização e controle de antibióticos; 4) conscientização da população e

[b] para Prestadores de Serviços de Saúde:

1) um melhor planejamento da “administração dos antibióticos” nos órgãos privados de saúde (ver [16] do CDC).

De acordo com o FDA dos EUA, as vendas e a distribuição de antibióticos para uso na pecuária anualmente aumentaram entre 2013 e 2014, apesar dos esforços dos reguladores para limitar o uso de tais medicamentos exclusivamente para o tratamento de doenças.

Durante anos, os especialistas em saúde têm alertado para o uso excessivo dos antibióticos existentes à medida que poucos novos antibióticos são desenvolvidos.

Existem em torno de 2 milhões de casos por ano de residentes dos EUA adquirindo infecções que são resistentes aos antibióticos, de acordo com o CDC americano. Isso resulta em 23.000 mortes anuais como vimos acima [17].

No início de 2015, a Casa Branca divulgou um plano de cinco anos para combater a ameaça de bactérias resistentes a antimicrobianos com foco na prevenção e contenção de surtos de infecção resistentes aos medicamentos [18].

Esperamos que a mensagem contida nessa matéria sirva de alguma forma para “alertar” aos gestores de saúde pública e privada no Brasil. Existe um grande trabalho a ser feito. Urge que “arregacemos logo as mangas”.

Referências:





















Saúde Business

terça-feira, 29 de março de 2016

Lista de Hospitais que atendem os critérios de qualidade da ANS


Pela primeira vez a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou a lista de hospitais que atendem a lista de instituições que segue o critério de qualidade importante para o alinhamento do padrão de assistência prestada a população porque oferece uma maneira de o paciente acompanhar e avaliar o seu atendimento

Por Débora Manzano

Os três indicadores aplicados para critério são:

Acreditação
A acreditação é um procedimento de verificação externa dos recursos institucionais e dos processos adotados pelas instituições e mede a qualidade da assistência através de um conjunto de padrões previamente estipulados.


2. Índice de Readmissão Hospitalar
Mede a capacidade progressiva do prestador em ajudar as pessoas a se recuperarem de forma tão eficaz quanto possível a partir do índice de reinternação em até 30 dias da última alta. É utilizado como parâmetro para a qualidade assistencial.


3. Segurança do Paciente
Segundo a Resolução nº 36/2013 da Anvisa, todos os serviços de saúde abordados pela norma devem constituir núcleos de segurança do paciente. Por isso esse índice também apresenta a lista de hospitais com o núcleo cadastrado na Anvisa e a meta de cadastro dos hospitais que fazem parte da rede de assistência dos planos privados é de 100%.


Fator de Qualidade aplica o índice de reajuste nos contratos entre os estabelecimentos e as operadoras de plano de saúde. O critério faz parte de um novo modelo de remuneração implantado para hospitais e profissionais que atendem na área da saúde suplementar. É utilizado quando não há negociação entre operadoras e prestadores e quando não há um índice previsto no contrato ou acordo entre as partes.

O Fator de Qualidade foi estabelecido pela Lei nº 13.003/2014 e regulamentado pela Instrução Normativa nº 61/201. Porém os critérios ainda não foram definidos e para a categoria de prestadores, laboratórios e clínicas as normas só serão aplicadas em 2017.

O Fator possui 3 níveis do valor do índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): 105%, 100% e 85%:

105% do IPCA – Possuem certificação máxima de qualidade emitida por instituições acreditadoras de serviços de saúde.

100% do IPCA – Índice intermediário é aplicado a hospitais não acreditados, mas que participam e cumprem critérios estabelecidos nos outros projetos de melhoria da qualidade em saúde desenvolvidos pela ANS.

85% do IPCA: Este índice se aplica aos hospitais que não atendem a nenhum desses critérios.

Saúde Business

segunda-feira, 28 de março de 2016

Mosquitos são capazes de transmitir 37 vírus no Brasil, aponta levantamento

O moaquito Aedes já é capaz de transmitir doenças comoEstudo mostra que a febre do Mayaro, a febre do Oropouche e a encefalite de Saint Louis podem ser transmistidas pelo Aedes

Após o vírus zika surpreender com sua rápida disseminação e possível associação com a microcefalia, especialistas brasileiros alertam para os riscos de outras doenças virais transmitidas por mosquitos, as chamadas arboviroses.

Nas últimas três décadas, mais que dobrou o número de arbovírus catalogados no Brasil. Segundo registros do Instituto Evandro Chagas, órgão referência em medicina tropical e vinculado ao Ministério da Saúde, já circulam no território nacional 210 arbovírus, ante 95 na década de 1980. Pelo menos 37 são capazes de provocar doenças em humanos e três deles chamam a atenção por já terem causado pequenos surtos em áreas urbanas.

Caracterizada por quadros febris altos e dores intensas de cabeça, a febre do Oropouche é outra arbovirose que já causa surtos localizados, sobretudo em Estados da região amazônica, até mesmo em bairros de capitais como Manaus e Belém. Transmitida por um mosquito conhecido como maruim, do gênero Culicoides, a doença já foi notificada nas últimas décadas em todas as regiões brasileiras, com exceção do Sul, e também não costuma levar à morte.Uma delas é a febre do Mayaro, doença com sintomas parecidos com os da chikungunya e transmitida por mosquitos do gênero Haemagogus, mesmo vetor da febre amarela silvestre. A arbovirose já foi registrada em vários Estados do Norte e Centro-Oeste. Os mais recentes dados epidemiológicos disponíveis no site do Ministério da Saúde mostram que, entre dezembro de 2014 e junho de 2015, foram 197 notificações distribuídas por nove Estados brasileiros. Não há registros de mortes provocadas pela doença, mas, assim como na chikungunya, os infectados podem permanecer com dores articulares por semanas ou meses.

Há ainda a encefalite de Saint Louis, doença transmitida principalmente por mosquitos silvestres do gênero Culex - o mesmo do pernilongo comum -, que pode causar comprometimento neurológico e já foi responsável por um surto em São José do Rio Preto, no interior paulista, em 2006.

De acordo com o virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas e pesquisador participante do grupo que catalogou boa parte dos arbovírus no País, embora essas três doenças sejam transmitidas principalmente por insetos silvestres de diferentes gêneros, há experimentos científicos que já indicam que mosquitos Aedes também teriam capacidade de transmiti-las.

“No caso da febre do Oropouche, por exemplo, o Aedes nunca foi encontrado infectado na natureza, mas um estudo experimental em laboratório mostrou que ele pode ser vetor dessa doença e que seria um bom transmissor”, afirma o especialista.

Segundo Vasconcelos, o fato de os três vírus estarem presentes no Brasil há mais de 60 anos - eles foram isolados entre as décadas de 1950 e 1960 - sem terem causado epidemias de alcance nacional não permite dizer que nunca farão estragos. “Eu não quero ser pessimista, mas o zika passou 60 anos no mundo sem causar nenhum problema e vimos o que aconteceu (foi descoberto em 1947 na África). Não dá para dizer que esses três vírus não provocarão nenhum problema por já estarem no Brasil. Pode ser que nunca causem, mas é bom não duvidar”, diz o diretor do Instituto Evandro Chagas, que cobra mais pesquisas na área.

“Dos 210 arbovírus catalogados no Brasil, há esses 37 que já comprovamos que causam doença em humanos, mas, do restante, a maioria a gente desconhece completamente”, diz.

Foto: Reprodução

iG/Agência Brasil

CHN promove sua 1a jornada de transplante de medula óssea

O hospital é o centro de saúde privado que mais realiza esse tipo de procedimento no estado do Rio


Já estão abertas as inscrições para a 1a Jornada de Transplante de Medula Óssea (TMO) do CHN (Complexo Hospitalar de Niterói), a ser realizada no dia 14 de abril, das 8h45 às 17h30, no H Niterói Hotel, em Ingá, Niterói, Rio de Janeiro, com vagas limitadas.

Voltado para especialistas e profissionais da área, o evento tem como objetivo promover um debate sobre as principais atualizações e novas indicações, bem como os procedimentos técnicos, diagnósticos e terapêuticos no âmbito do TMO. Durante o evento, o hospital vai divulgar também seus resultados e seu planejamento de expansão.

“Nossa expectativa, já para este ano, é termos um aumento no número de pessoas com recomendação de transplante de medula, principalmente pelas novas indicações, como anemia falciforme, e pela possibilidade de pacientes antes sem doadores disponíveis terem acesso a um doador alternativo, ou seja, a utilização de doadores não aparentados. O CHN já está em processo de credenciamento para realizar esse tipo de transplante de doador não aparentado”, adiantou Márcia Garnica, infectologista do Programa de Transplante do CHN, uma das integrantes da comissão científica e organizadora do evento, ao lado dos médicos Maria Cláudia Rodrigues e Ricardo Bigni, responsáveis técnicos pelo TMO alogênico e autólogo do CHN, respectivamente.

Credenciado pelo Sistema Nacional de Transplante do Ministério da Saúde desde 2007, para a realização de transplante de medula óssea autólogo (com as células do próprio paciente) e, desde 2013, para o transplante alogênico (com células de um doador aparentado do paciente), o CHN já se destaca como a instituição de saúde que mais realiza esses tipos de procedimento no estado do Rio de Janeiro. Até o final do ano passado, foram totalizados 522 transplantes, sendo 480 autólogos e 42 alogênicos.

De acordo com a coordenadora do Programa de Transplante do CHN, Márcia Rejane Valentim, a unidade vai expandir também sua capacidade física até julho deste ano: “Atualmente, o setor dispõe de oito leitos voltados para os pacientes transplantados, e até o meio do ano, teremos mais 13 leitos. Na unidade dispomos de quartos com filtro HEPA, ou seja, temos controle do ambiente para diminuir os riscos de aquisição de infecção durante os períodos mais críticos de nosso paciente.”

Entre os especialistas que vão palestrar durante a jornada, destacam-se: Ângelo Maiolino, professor associado de medicina da UFRJ, membro do board of directors da International Myeloma Society – International Myeloma Working Group e membro da diretoria da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia; o Dr. Luiz Fernando Bouzas, diretor do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) e coordenador do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome/MS); Márcio Nucci, professor associado do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFRJ; a professora Clarisse Machado, responsável pelo Laboratório de Virologia do Instituto de Medina Tropical (IMTSP) da Universidade de São Paulo e membro do Council of the International Immunocompromised Host Society.

Imagem: Reprodução

Priscila Pais 
Assessoria de Imprensa
ppais@saudeempauta.com.br

sexta-feira, 18 de março de 2016

Hospital de Niterói promove curso gratuito para gestantes sobre Zika vírus

Estão abertas as inscrições para o curso de gestantes e pais, que acontecerá no CHN (Complexo Hospitalar de Niterói), no dia 19 de março, das 9h às 12h

O evento faz parte do projeto Dando à Luz, do hospital, cujo objetivo principal é apoiar, informar e promover a saúde materno-infantil. Nessa edição os temas serão: Saiba mais sobre o Zika Vírus e Nutrição no Primeiro Ano do Bebê.

O curso é gratuito e extensivo ao casal, mas as vagas são limitadas. Informações e inscrições no Centro de Estudos do CHN pelo telefone (21) 2729-1154. O hospital fica localizado na Rua La Sale, 12 – Centro – Niterói/RJ.

Foto: Reprodução

Priscila Paies
Assessoria de Imprensa
ppais@saudeempauta.com.br

segunda-feira, 14 de março de 2016

Análise de Causa raiz: ferramenta contribui para aumentar a segurança do paciente

Por Liliana Rodrigues do Amaral*

As práticas de gestão atuais mostram que para se resolver um problema deve-se procurar antes sua causa

A experiência trouxe conhecimento que aponta para mais uma questão: não basta compreender a causa simplesmente, mas sim a causa raiz, ou seja, aprofundar até encontrar o fator gerador da questão.

A análise de causa raiz consiste em perguntar cinco vezes o porquê de cada causa identificada em um estudo de causa e efeito, pois a primeira resposta dessa pergunta pode não fornecer informação suficiente para resolver o problema. Deve-se, então, continuar a investigação perguntando novamente o “Por quê?” a cada nova resposta, até que finalmente se chegue à causa raiz. Este exercício pode ser surpreendentemente perspicaz para auxiliar o descobrimento do que está realmente ocorrendo, pois tem como objetivo desvendar porque um fato aconteceu, como aconteceu e, consequentemente, impedir sua recorrência.

Este método de análise permite que não haja confusão entre uma causa e um sintoma do processo, principalmente para os casos de falha crônica com ocorrência contínua. Tal repetição pode evidenciar que, possivelmente, está se identificando sintomas e não causas reais. Além disso, ele auxilia na tomada de decisão para o que deve ser feito nas próximas etapas. O exercício de utilização desta ferramenta conduzirá a equipe a um aprendizado profundo sobre o sistema e também a como implementar mudanças eficazes.

Mas quando se deve praticar este exercício? Para todas as falhas e/ou eventos? Quem deve ser o responsável? Qual o resultado esperado?

O padrão QPS.7 do Manual de Padrões de Acreditação para Hospitais da Joint Commission International (JCI) recomenda que uma análise de causa raiz seja realizada para cada evento sentinela. Isto requer a formação de uma equipe multidisciplinar composta por membros que conheçam todos os processos envolvidos ou relacionados ao fato ocorrido. O estudo deve ser dirigido por um profissional experiente para conduzir a equipe na escolha das melhores alternativas e respostas. As opções encontradas devem ser passíveis de soluções e permitir a implementação de medidas a fim de melhorar a segurança do paciente. Devem ser levados em consideração fatores humanos, fatores ambientais, análise do sistema, fatores culturais e de comunicação, processos e sistemas relacionados e a identificação de riscos e suas contribuições potenciais.

O resultado esperado é a proposição de ações de intervenção, correção para as causas identificadas e planos de ações de melhorias como prevenção da recorrência destes problemas, determinando as estratégias apropriadas para redução de riscos. E por fim, identificar como a eficácia das referidas ações serão medidas.

Embora essa metodologia tenha surgido na indústria automobilística, ela é muito eficiente quando aplicada na área da Saúde, colaborando para a melhoria da segurança do paciente. São vários os exemplos de instituições acreditadas pela Joint Commission International que adotaram a ferramenta e que têm melhorado seus processos e aumentado sua excelência na prestação do serviço. É o caso da Pronep (RJ e SP), que realiza simulações realísticas ou treinamentos on the job quando é evidenciada alguma falha de processo, ou do Hospital Geral de Itapecerica da Serra (SP) que adotou medidas para evitar falhas de comunicação na troca de turnos, na transferência da unidade ou durante a realização de exames em unidades de diagnósticos. Acreditadas pela JCI, essas instituições são exemplos de que a análise de causa raiz é uma ferramenta de auxílio na busca da excelência em saúde.

* Liliana Rodrigues do Amaral é enfermeira, mestre em Avaliação, especialista em Qualidade e Segurança do Paciente, em Administração Hospitalar, e em Gestão do Ambiente Hospitalar. Atualmente é educadora para a melhoria da qualidade e segurança nas instituições de saúde do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) e consultora em gestão de serviços de saúde pela Única – Treinamento para a Qualidade.

Nathália Vincentis
Jornalismo – SB Comunicação
Tel.: (21) 3798-4357
R. José Higino, 249, casa 4B, Tijuca
Rio de Janeiro - RJ - 20520-201

Nova tecnologia de biópsia de próstata acrescenta dados de ressonância magnética para melhorar o diagnóstico

Saber sobre a malignidade de um nódulo ou algum achado de um exame é sempre um momento tenso para quem o vive, principalmente para os pacientes com suspeita de câncer de próstata, pois o método mais utilizado para rastreio – a biópsia sistemática por sextantes, feita por ultrassom – exibe algumas notórias limitações diagnósticas, como a baixa sensibilidade da ultrassonografia para visualizar lesões suspeitas, o excesso de diagnóstico de lesões insignificantes e a falha em detectar lesões em localizações atípicas na próstata
 
Mas os cariocas acabam de ganhar uma maneira nova e mais avançada para a detecção de tumores dessa origem: a biópsia por fusão de imagens de ultrassom e ressonância magnética. O primeiro procedimento realizado no Rio de Janeiro aconteceu em 26 de fevereiro deste ano, feito pela Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI) e liderado pelo professor e radiologista Leonardo Kayat, integrante do corpo clínico da CDPI.
 
Dentre as vantagens, o novo método possui maior precisão na detecção de lesões suspeitas e significativas – aquelas que necessitam de tratamento imediato – e reduz o diagnóstico excessivo de lesões insignificantes e tratamentos desnecessários. Segundo um estudo da European Urology, a biópsia por fusão de imagens detecta 32% a mais de tumores significativos do que a biópsia comum por ultrassom.
 
Leonardo traça um paralelo entre os dois métodos e explica o porquê do melhor desempenho da fusão: “A ultrassonografia colhe amostras aleatórias de setores da próstata, sendo necessário, por vezes, perfurar toda a extensão da glândula para colher diversas porções, uma vez que as imagens ultrassonográficas não têm a acurácia necessária para detectar as lesões significativas que precisam de tratamento. É como se precisássemos, para acertar um animal, atirar para todos os lados. Em contrapartida, ao utilizar isoladamente a ressonância, conseguimos uma imagem muito mais nítida e de elevada acurácia, mas sem permitir procedimentos que abordem diretamente a lesão. Nesse caso, é como se víssemos o animal em uma jaula, protegido. A fusão dessas duas imagens resulta em um ganho aditivo, pois combina a praticidade e disponibilidade do ultrassom para chegar à lesão com a nitidez e o poder diagnóstico das imagens de RM.”
 
Na prática, o paciente faz antes o exame de ressonância, e as imagens resultantes são exportadas para o equipamento de ultrassom, no qual o radiologista consegue abri-las lado a lado, demarcando a lesão significativa na imagem obtida com a ressonância – mais definida – e guiando a agulha para a biópsia pelo ultrassom. “A navegação nas imagens para encontrar a lesão suspeita de tumor acontece como uma espécie de GPS para posicioná-las de forma corregistrada”, conta Kayat.
 
De acordo com o médico, a biópsia por fusão se tornará, brevemente, o padrão para diagnóstico de câncer de próstata, já com grande aceitação em serviços nos Estados Unidos e na Europa, e o Rio de Janeiro lança mão dessa inovação junto com outros grandes centros de medicina.
 
“A técnica é superior, pois aumenta a precisão na detecção de tumores significativos – aqueles que necessitam de tratamento imediato –, enquanto a biópsia por sextante encontra proporcionalmente mais lesões insignificantes, ou seja, aquelas que não necessitariam de intervenção. Usar a biópsia por fusão significa otimizar o diagnóstico de câncer de próstata, reduzindo falhas diagnósticas de lesões significativas ou tratamentos desnecessários em lesões irrelevantes”, afirma o radiologista.
 
A biópsia de próstata por fusão de imagens de ressonância e ultrassom está acessível aos cariocas na CDPI, pioneira na utilização da técnica no Rio, na unidade BarraShopping – Av. das Américas, 4.666/3º andar. Informações: (21) 2212-2525.

Foto: Reprodução
 
Rachel Lopes
Assessoria de Imprensa

Debate online sobre Qualidade e Segurança do Paciente


O Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), parceiro associado no Brasil da Joint Commission International (JCI), a maior agência certificadora da qualidade e segurança em saúde do mundo, promove na próxima segunda, dia 14, um debate online no live Facebook  sobre Qualidade e Segurança do Paciente, com Heleno Costa Júnior, autor do livro Qualidade e Segurança em Saúde: Os caminhos da melhoria via Acreditação Internacional.
 
Enfermeiro por formação, educador de Acreditação Internacional do CBA e gerente do Instituto de Conhecimento, Ensino e Pesquisa do Hospital Samaritano (SP), Heleno Costa Júnior tem cerca de 20 anos de experiência na área e, nesse bate papo, mostrará como os padrões de qualidade e segurança internacionais podem ser implantados com sucesso em instituições de saúde brasileiras para a melhoria da qualidade e segurança em instituições de saúde.
 
O encontro virtual acontece dia 14 de março, às 19h. Acompanhe no facebook @helenocostajunior  

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quinta-feira, 10 de março de 2016

Reajuste de medicamentos é estimado em 12,5% pela Interfarma

Aumento aplicado anualmente nos preços dos medicamentos é baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Cálculos da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) indicam que os medicamentos podem ficar até 12,5% mais caros a partir do próximo dia 31. Se o aumento for confirmado, vai superar, pela primeira vez em dez anos, a inflação, que fechou 2015 em 10,67%. "As oscilações do câmbio e o aumento expressivo da energia elétrica tiveram grande influência na mudança", destaca nota da Interfarma.

No ano passado, nesta mesma época, o ajuste autorizado foi de 7,70%, 6,35% e 5% nos preços de remédios, dependendo da categoria do produto. O governo ainda não divulgou oficialmente de quanto será o reajuste em 2016 e informa que o processo está em consulta pública. "A Câmara de Medicamentos, por meio da sua Secretaria-Executiva, iniciou a Consulta Pública nº 1/2016 que trata de futura resolução que irá regulamentar a possibilidade de revisão extraordinária de preço de medicamento por motivo de interesse público", escreve nota da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é que a Anvisa informe a magnitude do reajuste nos próximos dias.

Anualmente, o governo divulga aumento nos preços dos medicamentos com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou o IPCA de fevereiro (0,90%), que acumulou alta de 10,36% em 12 meses. Além de levar em consideração o resultado do índice oficial de inflação, o governo usa outros três fatores para definir as faixas de correção.

De acordo com a Interfarma, o primeiro fator considera a produtividade da indústria, que fora positiva nos últimos anos. Já o segundo se baseia na concorrência das classes terapêuticas para estabelecer faixas distintas de reajustes. Por último, o terceiro fator pondera forças econômicas como câmbio e energia elétrica na equação.

"O cálculo do governo mostra com clareza que até a indústria farmacêutica, normalmente menos prejudicada por crises econômicas, está sendo atingida pelo momento difícil que o Brasil enfrenta", afirma o presidente-executivo da Interfarma, Antônio Britto.

IPCA de Abril
A despeito da expectativa do mercado de que o IPCA de abril deste ano ficará menor que a variação de 0,71% registrada em igual mês de 2015, por causa da queda nos preços de energia em decorrência da implantação da bandeira verde, o reajuste dos medicamentos tende a limitar tal impacto sobre a inflação do período.

Se o aumento ficar nessa magnitude, de 12,5%, ele deve provocar uma alta de 10% no item "produtos farmacêuticos" no âmbito do IPCA de 2015, após quase 7,00% em 2015, segundo uma fonte consultada. "O mercado já esperava algo perto de 10% por causa da inflação passada, que foi muito elevada", disse.

O economista Thiago Biscuola, da RC Consultores, estima que, se o reajuste for confirmado em 12,5%, o impacto no IPCA deste ano será de 0,38 ponto porcentual, 0,04 ponto porcentual a mais do que se o aumento fosse em linha com a inflação dos últimos 12 meses. No ano passado, a contribuição dos produtos farmacêuticos foi de 0,23 ponto porcentual.

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Agência Brasil / iG

terça-feira, 8 de março de 2016

Teto da isenção para remédios importados sobe para US$ 10 mil

Fazenda autorizou o aumento do limite da importação de medicamentos por pessoas físicas, que era de US$ 3 mil

O Ministério da Fazenda aumentou de US$ 3 mil para US$ 10 mil o limite de isenção para medicamentos importados por pessoas físicas, para uso e consumo pessoal ou individual. A instrução normativa com as mudanças foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem (segunda-feira, 7).

De acordo com a Receita Federal, o teto foi elevado porque, em muitos casos, o preço do medicamento importado dessa maneira passava do limite, e o contribuinte tinha de recorrer à Justiça.

Ainda foi informado que as compras precisam ser autorizadas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Agência Brasil

Só a questão do OPME não resolve a crise

Como não poderia deixar de acontecer, conforme a crise vai apertando o poder aquisitivo dos consumidores, o mercado vai escolhendo um vilão para justificar a queda de receita na saúde suplementar: OPME

Como tudo que acontece no Brasil, o normal é definir uma solução simples para um problema complexo, e quase nunca esta solução resolve o problema – quase sempre é uma parcela do que se deve fazer para resolver o problema.

É evidente que OPME se tornou um martírio para o financiamento do sistema – o governo nunca deveria ter deixado chegar ao ponto que está. Há décadas dezenas profissionais do segmento alertam para o agravamento do cenário, cobram ação, mas os governos (um após o outro), por alguma razão não esclarecida, deixam a situação evoluir negativamente, prejudicando o consumidor final.

Sim – o único prejudicado com isso é o consumidor final, ou você tem conhecimento de algum órgão governamental, fornecedor, médico ou outro ator da cadeia prejudicado? Eu não conheço.

A razão de reclamar prioritariamente do governo está no fato de que ele controla preço de medicamentos, mas não controla de OPME. Qual a diferença, para o tratamento do paciente, que impeça o governo de tabelar preço de OPME da mesma forma que tabela preços de medicamentos?

Tanto um quanto outro necessita registro na ANVISA, ambos podem curar ou causar dano ao paciente, ambos são prescritos pelo médico… então?

Deve haver algum motivo não perceptível para quase 100 % dos seres humanos envolvidos na gestão da saúde que diferencia um do outro em relação ao assunto, mas eu ainda não fui apresentado a ele.As pessoas que me conhecem sabem que sou totalmente contrário a qualquer tipo de tabelamento. Acho que oferta e demanda devem definir qualquer tipo de relação comercial, e tudo que o governo não consegue prover gratuitamente para todos deve ser livre de intervenção.

Basta deixar o mercado trabalhar livremente que as coisas se ajeitam – ou então assuma completamente o controle e não deixe o mercado trilhar em ‘descaminhos’. Por exemplo: passe o governo a ser fornecedor único de OPME para o mercado, como faz com vacinas, e acabou o problema com OPME, dinheiro não falta – se contabilizar tudo que é gasto de OPME no SUS e na Saúde Suplementar, a um preço justo, a soma é irrisória em relação ao custo da ineficiência dos serviços de saúde desaparelhados que conhecemos.

Já que não é politicamente viável este caminho, um outro caminho é publicidade, de modo que os serviços de saúde e os cidadãos possam identificar as empresas de má índole que prejudicam o mercado.

Comentamos em outros posts que não é porque existem meia dúzia de fornecedores desonestos que todos os envolvidos na cadeia de OPME o são. Em qualquer atividade econômica existem envolvidos de boa e má índole.

O que nos revolta em relação ao OPME:
  • Constatar casos em que um mesmo produto pode custar ‘x’ quando utilizado em pacientes do SUS e ‘10x’ quando utilizado na saúde suplementar;
  • Constatar casos em que um mesmo produto, em um mesmo hospital, para a mesma cirurgia em pacientes diferentes, realizada pelo mesmo médico, pode ter preço diferente dependendo da operadora de planos de saúde que paga a conta;
  • Constatar casos em que um fornecedor vende um produto por ‘x’ para o hospital A, e por ‘10x’ para o hospital B, ou com prazo de pagamento a vista para o A e 60 dias para o B, e isso independe do volume de aquisição.
Se você não tem acesso a este tipo de coisa entenda: o que mais revolta não é nem mesmo o fato de isso acontecer, é o fato de que os envolvidos não têm visibilidade do que acontece:
  • O paciente da saúde suplementar não sabe que o preço que ele pagou pelo OPME é 10x maior que o preço pago pelo SUS;
  • A operadora X não sabe que o hospital cobra Y para outra;
  • O hospital A não sabe que o hospital B para muito mais caro;
  • E assim por diante. Como diziam lá no bairro que eu nasci: é a ‘farra do boi’ – é o ‘crime da mala’.
Uma maneira de mitigar este risco seria a publicidade do preço do OPME:
  • Ou os hospitais serem obrigados a divulgar o preço que pagam na aquisição (ou a operadora, quando ela fornece o OPME);
  • Ou a ANS divulgar o preço de venda do OPME em cada conta hospitalar.
  • Nos dois casos não existe dificuldade técnica – a decisão passa pela ‘vontade política’ do governo.
Como tenho certeza que a maioria absoluta dos envolvidos no assunto é de boa índole, nem desconfio que esta ‘vontade política’ vai contra o interesse da maioria (que é de boa índole) – vai contra o interesse de uma minoria de má índole.
  • Evidentemente este caminho obriga que as contas tipo ‘Pacote’ deixem de incluir OPME: Tecnicamente o ‘Pacote’ é prejudicial ao hospital porque transfere a atividade de risco da seguradora, que atua no mercado de risco, para o hospital, que atua no mercado de serviços. Isso é facilmente demonstrado e sempre fazemos exercícios do dano que o ‘Pacote’ causa para a Saúde Suplementar, e como isso tem piorado o mercado de saúde suplementar ao longo do tempo;
  • Mas quando falamos em OPME, o ‘Pacote’ mostra-se ainda mais danoso, porque mascara ‘eventos sinistros’.Como ensinamos no Modelo GFACH, pacote só é minimamente viável para a saúde suplementar quando exclui honorários médicos e OPME. E isso vale para o hospital e para a operadora.
Outra coisa é que passou da hora de se proibir a menção da sigla ‘OPME’ em qualquer contrato, tanto entre operadora e hospital, quanto entre operadora e beneficiário, quanto entre hospital e paciente:
  • OPME é uma abstração utilizada para rotular coisas caras;
  • O e P todos sabem o que é: Órteses e Próteses;
  • Mas ninguém sabe definir o que é ME (Material Especial).
Esta simples excrecência da sigla (ou do termo) causa danos de grande proporção no financiamento do sistema:
  • Material Especial não existe, mas obriga hospitais a controles burocráticos, e o paciente a pagar mais caro por algo;
  • É um absurdo ter que pedir autorização para utilizar uma fita ao invés de costurar ou grampear o peito de um paciente, porque a fita é um material especial;
  • Que sistema de saúde é este que obriga o hospital a costurar ou grampear a pele de um paciente ao invés de utilizar um insumo que resulta em melhor recuperação e qualidade de vida do paciente, só porque custa +/- R$ 200;
  • Vamos combinar que a fita não é órtese, nem prótese, e que 4 adolescentes gastam mais que isso em uma simples noitada na balada. É mais justo o preço do que os adolescentes consomem na balada do que um paciente gasta em uma cirurgia no coração?
Algumas ações que estamos presenciando não ajudam em nada, e só pioram o cenário. Por exemplo: um sistema de rastreamento do OPME – verdadeiro absurdo:
  • Você vai gastar mais para rastrear produtos do que o próprio preço do produto? Boa parte dos produtos o custo do rastreamento é maior. O que boa parte dos envolvidos não sabem é que na maioria dos casos o OPME utilizado no paciente não é 1 item de alto valor, mas muitos itens de pequeno valor avulsos;
  • E se você descobrir um pino que custa R$ 15 com o mesmo número de série de outro, um em Manaus e outro em Porto Alegre ? Vai chamar os distribuidores para fazer acareação em Brasília?
  • Isso só funcionaria se você não acreditasse que existe dinheiro falso. Evidentemente quem sairá prejudicado com isso é o fornecedor de boa índole, que vai ter que se justificar para mostrar que não é bandido – o bandido evidentemente você não vai encontrar para pedir satisfação!
É claro que isso vai encarecer ainda mais o sistema sem trazer resultado prático algum para o que é realmente importante: o preço.

O problema está posto e a solução está na mesa. Evidentemente passa pela vontade política de acabar com o problema, e não se resolve elegendo meia dúzia de vilões para tirar foto quando estiverem sendo presos.

Mas gostaria de encerrar relembrando como começou este post, que não coloca OPME como sendo o centro do descompasso da saúde suplementar. Tudo isso é ‘assombroso’, mas não é o que inviabiliza a saúde suplementar. Se fosse só este o problema, diria que não teríamos problema algum.

O financiamento deste sistema está sangrando porque ‘um monte de outras coisas’ deixou de ser analisada de modo a considerar a sustentabilidade do sistema.

Enquanto havia crescimento no volume de beneficiários o sistema conseguiu ‘deixar debaixo do tapete’ toda a sua incongruência. A gordura gerada pelos novos beneficiários compensava o gasto de energia da falta de sustentabilidade – agora não – é necessário rever tudo, especialmente as normativas inúteis que nunca trouxeram resultados práticos, nem para a assistência do paciente, nem para o modelo econômico.

Escrito por Enio Salu

Saúde Business

sábado, 5 de março de 2016

TCE-RJ manda suspender queima de remédios vencidos para tentar troca

Auditores descobriram que contratos preveem troca sem custos. Incineração de 300 toneladas custaria R$ 3 milhões aos cofres públicos

O Tribunal de Contas do Estado suspendeu novas incinerações de medicamentos vencidos no Rio de Janeiro. Auditores do órgão descobriram que parte das toneladas de medicamentos que estragou nos depósitos do estado poderia ser trocada pelos laboratórios farmacêuticos.

Segundo o TCE, os técnicos do órgão examinaram contratos e descobriram que mesmo vencidos, os medicamentos com prazo de validade vencido poderiam ser trocados com os laboratórios sem custos. A norma, segundo o Tribunal, estabelece que se o laboratório entregar o remédio após decorridos 15% do tempo de fabricação, ele é obrigado a trocar quando vencer.

Se o estado compra, por exemplo, um antibiótico fabricado em janeiro de 2013 e que teria 36 meses de validade, se ele tivesse chegado ao estado depois de junho de 2013 seria trocado quando vencesse.

Conforme mostrou o RJTV, só de vacina dupla viral 340 mil doses foram jogadas fora pelo governo do Rio de Janeiro, além de 35 mil de rotavírus e outras cinco mil doses de vacina contra raiva canina. Só essas vacinas representam um desperdício de mais de R$ 1 milhão.

Atualmente, segundo o TCE, existem 300 toneladas de medicamentos vencidos na Central Geral de Abastecimento da Secretaria Estadual de Saúde. Para incinera-los, o governo vai desembolsar R$ 3 milhões. Por isso o órgão determinou que a queima seja suspensa.

“A equipe de auditoria constatou que destas 300 toneladas que estão prestes a serem incineradas existem medicamentos nesta condição [que podem ser trocadas pelos laboratórios] e descobriu que nas 700 toneladas já incineradas, existiam também medicamentos que poderiam ser substituídos, que infelizmente não foram e foram incinerados”, disse o presidente do TCE, Jonas Lopes.

A Secretaria Estadual de Saúde disse que vai cumprir a decisão do TCE de suspender a incineração e que uma sindicância apura a situação de todos os medicamentos no depósito. A Secretaria informou também que está avaliando se é possível trocar os remédios já vencidos.

O TCE determinou que a Logrio - responsável pelo depósito - não apague nenhuma informação do sistema de informática usado para controlar o estoque de medicamentos.

G1