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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Câncer de pênis: raro, sério e pouco discutido no país

A maior incidência está em indivíduos a partir dos 50 anos de idade
 
 
Por Dr. Ricardo La Roca Urologista
 
A doença responde por poucos casos de câncer nos homens. No entanto, torna-se muito grave porque atinge a camada da população de baixo nível econômico, que convive com a miséria e com a falta de informação sobre o assunto. No Brasil, o tumor representa 2% de todos os casos de câncer no homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste. Entretanto, nas regiões de maior incidência, o câncer de pênis supera os casos de câncer de próstata e de bexiga. Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e Pará são os estados com maior concentração de casos de câncer de pênis no Brasil. A informação consta do estudo epidemiológico da doença no país, realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
 
Assim, está diretamente relacionado às baixas condições sócio-econômicas e de instrução, à má higiene íntima e a indivíduos não circuncidados. O dado social mais triste é o de que a maioria dos casos só é descoberta em estágio avançado, quando o único tratamento possível é a retirada total do órgão.
 
A falta de higiene é um dos maiores fatores de risco para esse tipo de câncer. Faz parte da prevenção da doença lavar o o pênis diariamente com água e sabão, em especial debaixo do prepúcio, a pele que recobre a cabeça do genital (glande). Esse ato não só impede o surgimento de infecções, como leva o homem a observar se existe algum tipo de alteração ou ferida no órgão.                             
 
Outros fatores de risco são as lesões penianas crônicas, o comportamento sexual de risco, a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) e a fimose que ocorre quando a pele do prepúcio é estreita ou pouco elástica, impedindo a exposição da glande e a limpeza adequada.
 
A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida persistente ou uma tumoração localizada na glande, no prepúcio ou no corpo do pênis. É preciso destacar que qualquer ferimento que não cicatriza, ou uma tumoração, independente de causarem dor devem ser examinados por um médico. Em alguns casos, o crescimento nos gânglios inguinais - íngua na virilha - pode ser uma manifestação inicial do câncer de pênis.
 
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, (INCA), cerca de mais da metade dos pacientes com câncer de pênis demoram mais de um ano para procurar assistência médica, após o aparecimento das lesões iniciais. Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento local da doença e a posterior amputação do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas para o homem. Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura. O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais. Cirurgia, radioterapia e quimioterapia são as alternativas terapêuticas.
 
Quando falamos em câncer de pênis, o mais importante é disseminar massivamente entre a população masculina noções básicas de higiene íntima. Além disto, a prevenção da doença pode ser feita se o cidadão tiver a noção da importância de fazer o auto-exame do pênis.
 
Ao realizar o autoexame, os homens devem estar atentos à:                             
 
- Perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas
 
- Feridas e caroços no pênis que não desapareceram após tratamento médico, e que apresentam secreções e mau cheiro
 
- Tumoração no pênis e/ou na virilha (íngua)
 
- Inflamações de longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.

Minha Vida

Santa Casa deve dividir gestão com o governo

Tiago Queiroz / Estadão Conteúdo
Santa Casa de São Paulo
Proposta da Promotoria tem apoio de autoridades. Conselho da entidade se reúne na quarta
 
Com déficit financeiro superior a R$ 400 milhões, a Santa Casa de São Paulo deverá ter de dividir a gestão do complexo hospitalar com representantes dos governos federal, estadual e municipal.
 
A proposta foi feita pelos Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho e já tem o apoio das autoridades governamentais.
 
Resta agora a direção da Santa Casa aceitar a participação do governo na administração, o que deverá ser definido na próxima quarta-feira (25), quando a Mesa Administrativa da entidade se reúne.
 
Em nota, a Santa Casa já adiantou que "vê com bons olhos" a iniciativa, mas que depende da aceitação da mesa para oficializar a medida.
 
A participação do governo na administração da instituição se daria por meio de um conselho de acompanhamento da gestão, que contaria com representantes do Ministério da Saúde, das Secretarias Estadual e Municipal da Saúde e do Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar, vinculado ao Hospital das Clínicas.
 
A Santa Casa teria de informar as providências adotadas na recuperação da entidade em reuniões semanais realizadas durante um período de seis meses.
 
Única saída
Para o promotor Arthur Pinto Filho, do MPE, responsável pelo inquérito sobre a crise na Santa Casa, a participação do governo na gestão do complexo é a única forma de recuperar as finanças da entidade.
 
— Hoje, a Santa Casa não tem meios próprios para sair do buraco sozinha. E no mês passado, ela perdeu a CND [Certidão Negativa de Débitos]. Com isso, não pode mais ter contratos de repasses com o poder público.
 
A Santa Casa confirmou a informação e disse que a perda do documento se deu por conta de impostos não recolhidos pela administração anterior da entidade, que foi destituída em setembro do ano passado.
 
A atual gestão disse que está tentando regularizar a situação.
 
Caso a proposta de interferência na gestão seja aceita pela Santa Casa, o conselho de acompanhamento supervisionaria três reformas necessárias para a recuperação financeira da entidade: mudança no estatuto da Santa Casa, alterações no sistema de gestão e reforma administrativa.
 
Entre as medidas previstas nas reformas estão a criação de um portal da transparência, revisão dos quadros profissionais e nomeação de um negociador de contratos da entidade, entre outras.
 
Estadão

Bill Gates retira US$ 1 bilhão do McDonald’s e investe em ações de empresas sustentáveis

Reprodução
Novamente no topo da lista dos homens mais ricos do mundo, o multibilionário norte-americano Bill Gates acaba de reafirmar que concentrará seu dinheiro apenas em empresas que trabalhem para ajudar pessoas
 
Por meio da Bill & Melinda Gates Foundation, organização que mantém com sua esposa, Gates investe pesado em empresas que possam mudar para melhor o futuro da humanidade.
 
Entre as empresas apoiadas pelo co-fundador da Microsoft estão pelo menos três negócios veganos. A Hampton Creek, que desenvolveu um substituto para os ovos de galinha, é uma delas (veja aqui).
 
Com uma carne vegetal muito parecida com a carne de frango, a Beyond Meat também recebe investimento da fundação de Gates (veja aqui). Outra que recebeu aporte financeiro de Gates foi a Just Mayo, que desenvolveu uma maionese de origem vegetal, livre de crueldade (veja aqui).
 
Em 2011, Gates afirmou que estava mesmo empolgado em ver empresas novas fazendo alternativas totalmente vegetais para os produtos de origem animal. “São mais baratas, provavelmente mais saudáveis, com menos crueldade envolvida e com menos emissões de gases do efeito estufa.” – disse Gates sobre as alternativas veganas (veja aqui).
 
Como resultado natural do interesse de Gates em empresas que possam alimentar o mundo de forma mais sustentável, sua fundação anunciou o rompimento com empresas como o McDonald’s e a Coca-Cola. Da empresa de fast-food, Gates retirou U$ 1 bilhão em ações. Da Coca-Cola, algumas centenas de milhões de dólares. Outra que entrou na lista de cortes de Gates foi a petrolífera Exxon.
 
Além de empresas ligadas à alimentação, a fundação dirigida pelo casal Gates apoia soluções inovadoras para a crise hídrica, entre outras. Recentemente, Bill foi até uma empresa apoiada por ele que cria água potável a partir de dejetos humanos. Após assistir ao processo em que uma enorme máquina transforma os dejetos, provou um copo da água e se mostrou feliz com o que viu.
 
A filosofia da Bill & Melinda Gates Foundation, segundo seu site, consiste em “ajudar a todas as pessoas, não importa onde eles vivam, para que tenham a chance de viver uma vida saudável e produtiva.” Assim, faz sentido retirar dinheiro de fast-foods e empresas como a Coca-Cola.
 
Vista-se

Colesterol deixa de ser o vilão das dietas nos EUA

Já é possível comer ovos, manteiga e outros alimentos similares antes vetados nas dietas
 
A advertência para evitar comida rica em colesterol não faz mais parte das recomendações dietéticas de autoridades americanas, o que representa uma grande mudança em sua política nutricional.
 
Até agora, o Guia Alimentar para Americanos recomendava que o consumo de colesterol se limitasse a menos de 300 miligramas por dia. Esta é a quantidade contida em 100 gramas de manteiga, dois ovos pequenos ou 300 gramas de carne.
 
Médicos costumam pensar que ingerir colesterol demais aumenta o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, contribuindo com o acúmulo de placas de gordura nas artérias.
 
Mas a versão 2015 deste guia não estipula mais um limite máximo de consumo de colesterol “porque a evidência disponível mostra que não há uma relação considerável entre o consumo de colesterol dietético e colesterol em soro” (conhecidos coloquialmente como “bom” e “mau”), escreveu, em um comunicado, o Departamento de Agricultura americano.
 
O esboço do informe, publicado online em Health.gov, acrescentou que “o colesterol não é um nutriente, cujo excesso de consumo seja uma preocupação”.
 
As mudanças recomendadas foram compiladas por 14 especialistas reconhecidos em nutrição, medicina e saúde pública.
 
Mas estas diretrizes dietéticas não virarão oficiais imediatamente. A equipe de especialistas abriu um período de 45 dias de conversações, durante os quais suas conclusões serão discutidas em um encontro público em Bethesda (Maryland, leste), em 24 de março.
 
“Existe uma polêmica sobretudo no que diz respeito ao consumo de ovos, que têm níveis muito altos de colesterol, mas estão cheios de nutrientes benéficos”, disse Suzanne Steinbaum, cardiologista preventiva do hospital Lenox Hill, de Nova York.
 
O comitê “claramente está tentando dissipar a ideia de que o colesterol importa”.
 
Apesar de o colesterol poder ter passe livre, não ocorre o mesmo com as gorduras saturadas que o acompanham.
 
De fato, os especialistas recomendam aos americanos que comam menos do que antes.
 
Agora, as calorias que provêm de gorduras saturadas não deveriam superar os 8% de consumo calórico diário de uma pessoa. Em 2010, este percentual era de 10%.
 
Para uma pessoa mediana, que consome cerca de 2.000 calorias por dia, estas recomendações representam que o limite máximo de gorduras saturadas é alcançada após umas colheradas de manteiga, uma dúzia de ovos – desde que sejam naturalmente baixos em gorduras saturadas – e inclusive uma carne de churrasco com 200 gramas.
 
“A gordura saturada continua sendo um nutriente, cujo excesso de consumo é preocupante, em particular em quem tem mais de 50 anos”, destacou o informe.
 
As mudanças recomendadas mostram “bons avanços no campo da ciência da nutrição”, disse Rebecca Solomon, diretora da clínica de nutrição do hospital Monte Sinai Beth Israel, em Nova York.
 
“Sabemos há anos que os níveis de colesterol têm muito a ver com a genética e o consumo de gorduras saturadas e não pelo consumo do colesterol na dieta. Estou feliz em saber que esta posição evoluiu”, acrescentou.
 
Em termos gerais, o esboço de diretrizes dietéticas exorta os americanos a comer mais frutas e verduras. Também se recomenda seguir dietas vegetarianas e mediterrânea como opções saudáveis.
 
“Uma dieta rica em alimentos de origem vegetal, como verduras, frutas, grãos, legumes, nozes e sementes, e pobre em calorias provenientes de comida de origem animal é mais saudável e causa menos impacto ambiental”, destacou o informe.
 
Grupos que promovem o cuidado com o meio ambiente aplaudiram esta menção da sustentabilidade.
 
Por exemplo, Kari Hamerschlag, executiva da Friends of the Earth, disse que são “um grande passo adiante na saúde planetária e humana”.
 
UOL

Whatsappinite: uso constante do aplicativo pode causar inflamações e dores

A revista médica The Lancet descreveu o primeiro caso
  de whatsappinite, inflamação nos tendões causada pelo uso
excessivo dos aparelhos de comunicação
Inflamação nos tendões provocada pelo uso excessivo de smartphones ou tablets já preocupa médicos; nova doença atinge principalmente jovens e pode limitar atividades
 
Se você passa longo tempo digitando nas mídias sociais ou falando ao telefone deve acender um sinal de alerta. O uso frequente de smartphones pode causar problemas ortopédicos que atingem diferentes grupos musculares, como as tendinites, ou também comprometer a coluna, devido a hérnias de disco. A revista médica The Lancet descreveu o primeiro caso de whatsappinite, inflamação nos tendões causada pelo uso excessivo dos aparelhos de comunicação.
 
“Nas sociedades modernas, temos novas doenças. A whatsappinite é um problema crescente, que preocupa muito. Como atinge os jovens, pode limitá-los nos estudos e outras atividades”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Minas (Sbot-MG), Carlos César Vassalo. A enfermidade assombra também profissionais que necessitam fazer o uso contínuo dos aparelhos, que não foram projetados para que as pessoas passem longos períodos digitando.

A whatsappinite é uma tendinite, inflamação nos tendões ocasionada por movimentos repetitivos. A enfermidade costumava ser identificada de forma genérica como lesão por esforço repetitivo (LER), mas os especialistas alertam que o termo está em desuso.
 
Os quadros crônicos são denominados tendinopatias, que se caracterizam por lesões mais graves e degenerativas causadas por forçar o tendão. As inflamações no nível do ombro atingem o grupo muscular chamado manguito rotador. No cotovelo, acometem a região lateral, causando uma tendinite epicondilite lateral.
 
No caso do uso dos smartphones, a maior queixa é em relação ao polegar, mas podem atingir mais de um ponto no corpo. As dores podem aparecer em diferentes partes, o que os especialistas chamam de trigger points, termo em inglês que significa pontos de gatilho. Trata-se de pontos dentro do músculo ou tendão que são hiperirritados. Dolorido, irradia dores para outras áreas do corpo. No caso do polegar, um dos problemas é o dedo em gatilho, nome popular da tenossinovite estenosante, causado por uma inflamação no tendão responsável por dobrá-lo. O resultado é que a pessoa não consegue estendê-lo.

Ao usar smartphone ou tablet por horas seguidas, as pessoas podem também comprometer a postura, conforme alerta Vassalo. Isso ocorre porque, ao se inclinar para olhar as telas, o movimento pode gerar pressão na coluna cervical e na toracolombar, que são sustentadas por músculos e tendões. Ao se curvar, a pessoa potencializa o estiramento dessas estruturas.
 
“Quando a pessoa joga a cabeça para frente, faz uma força muito grande na região posterior. A inversão da coluna provoca uma compressão nos discos intervertebrais, o que pode levar a uma hérnia de disco”, pontua o ortopedista. Ao sair do eixo para digitar ou ver uma mensagem, a pessoa pode fazer uma força correspondente a 28 quilos sobre a coluna.

Todos que usam celulares devem ficar atentos a sinais, como dor durante ou posterior à digitação. O diagnóstico é feito em uma consulta clínica a um ortopedista. Em alguns casos, pode ser indicada uma ressonância magnética para ver a extensão da inflamação. O tratamento depende de cada caso e da identificação dos grupos musculares afetados. Mas, de forma geral, a primeira medida é diminuir e até mesmo cessar a atividade de digitação no prazo de 30 dias. A maior parte pode ser tratada com uso de anti-inflamatórios e analgésicos.

O coordenador do serviço de ortopedia da Rede Mater Dei de Saúde, Luiz Cláudio França, afirma que há uma procura maior aos consultórios devido ao uso excessivo de celulares. No entanto, segundo ele, ainda não há estatísticas específicas sobre o número de casos. Isso porque muitas vezes as pessoas não se dão conta de que o problema pode ter sido causado pela digitação, de forma incorreta, nos aparelhos. “Muitas vezes, as pessoas se preocupam com os dedos, mas o uso excessivo do telefone celular traz sobrecarga na região cervical, ombros, cotovelos, punhos e mãos”, pontua.

Prevenção 
Os ortopedistas recomendam que, ao receber uma ligação, a pessoa evite apoiar o aparelho apenas no ombro. É importante manter a coluna ereta. Quando se está na rua, uma boa dica é manter o abdômen tenso e não flexionar a coluna. “É o celular que vai ao usuário e não ele que se movimenta para chegar o ouvido ao aparelho. A cabeça deve se manter alinhada ao tronco. Não deve ficar nem inclinada nem estendida”, explica França. Sempre que possível, o ideal é apoiar o braço. Uma dica é evitar deixar o braço no ar, sem apoio. “Apoiar o cotovelo diminui a carga sobre a musculatura de todo o membro superior”, acrescenta o médico.

Outras orientações são não ficar mais de 10 minutos seguidos digitando e evitar redigir textos muito longos nesses aparelhos. Os ortopedistas alertam que não são ergonomicamente projetados, como são os teclados do computador. Outra recomendação é aumentar a letra das mensagens, para que se possa ter uma melhor visualização, evitando a inclinação da cabeça. Controlar a força do toque, procurando empregar baixa pressão, também previne doenças.

Estado de Minas

Série de pesquisas aponta lentidão para conter o avanço da obesidade

Em menos de uma geração, as taxas de obesidade infantil
 aumentaram drasticamente em todo o mundo
As crianças dos EUA, por exemplo, estão 5kg mais gordas do que as que viviam no país há 30 anos
 
Os passos rumo ao fim da obesidade no mundo estão curtos, até demais. Alguns poucos resultados positivos começam a surgir de políticas públicas implementadas em países a favor da alimentação equilibrada, mas não se sobrepõem à oferta de produtos altamente industrializados e açucarados.
 
Os dados sobre o tema foram divulgados ontem, em uma apresentação no 9º Encontro Anual da Pesquisa em Alimentação Saudável, em Baltimore, nos Estados Unidos; e também compõem uma série de artigos publicados na edição desta semana da revista científica The Lancet. Segundo cientistas, o progresso global para combater a obesidade tem sido “inaceitavelmente lento”, com apenas um em cada quatro países implementando programas nesses sentido.
 
Em menos de uma geração, as taxas de obesidade infantil aumentaram drasticamente em todo o mundo. Embora o problema tenha começado a se estabilizar em algumas cidades, nenhum país, até 2010, chegou a experimentar um declínio dele em toda a sua população. Crianças norte-americanas, por exemplo, pesam em média 5kg mais que 30 anos atrás, sendo que uma em cada três tem sobrepeso ou obesidade.

Por outro lado, em países de baixa e média rendas, o nanismo ainda afeta mais de um quinto das crianças com menos de 5 anos, ao mesmo tempo em que a obesidade cresce rapidamente. A situação cria uma sobrecarga nutricional duplicada, que pode afetar não só a mesma população, como o mesmo indivíduo: crianças mal-nutridas que não chegaram à altura esperada e pesam mais do que o ideal. Os cientistas destacam a importância de garantir um suprimento de alimentos que estimule o crescimento saudável sem causar a comercialização agressiva de produtos menos nutritivos e baratos.

“A subnutrição e a supernutrição realmente têm muitos gatilhos e soluções comuns. Por isso, é necessária uma política de nutrição integrada, que aborde essas duas questões em conjunto”, destaca Tim Lobstein, coautor da série e integrante da Federação Mundial de Obesidade. Para ele, as crianças com excesso de peso representam um investimento em vendas futuras para a indústria.
 
“A exposição repetida a alimentos altamente processados e a bebidas açucaradas durante a infância constrói preferências de gosto, fidelidade à marca e lucros elevados”, explica.
 
Os pesquisadores contabilizam para este ano o valor de impressionantes US $ 19 bilhões para o mercado global de alimentos infantis industrializados — acima dos US$ 13,7 bilhões em 2007.
 
Correio Braziliense

Sementes de soja geneticamente modificadas podem ajudar no combate ao HIV

Foto: Reprodução
Elas são a biofábrica mais eficiente para a fabricação da proteína cianovirina
 
A cianovirina é uma proteína encontrada em algas que já se mostrou muito eficaz no combate à transmissão do HIV.

Uma possível aplicação da substância é na forma de gel, que poderia ser aplicado por mulheres na vagina antes da relação sexual, reduzindo consideravelmente o risco de infecção.

Para que isso se torne realidade, porém, é preciso garantir a produção em larga escala da cianovirina, algo que se tornou mais próximo com um estudo internacional feito com colaboração da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
 
A pesquisa, publicada recentemente na revista Science, mostrou que sementes de soja geneticamente modificadas são, até o momento, a biofábrica mais eficiente para a fabricação da proteína. Ou seja, após inserir a cianovirina nas sementes, o desenvolvimento natural das plantas garantirá o fornecimento do agente anti-HIV.
 
“Se a soja GM (geneticamente modificada) for plantada em uma estufa menor do que um campo de beisebol (97,54m), é possível fornecer cianovirina suficiente para proteger uma mulher 365 dias por ano durante 90 anos”, escrevem os autores no estudo, que contou ainda com a participação dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês) e da Universidade de Londres.
 
Baixo custo
Segundo Elibio Rech, coordenador dos estudos na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e um dos autores do artigo, foram realizados testes com outras biofábricas, como plantas de tabaco, a bactéria E. coli e a levedura S. cerevisiae. Entretanto, a soja transgênica foi a única que se revelou uma opção viável, permitindo que a proteína seja escalonada até a quantidade adequada. Aliado a isso está o benefício do baixo custo do investimento requerido na produção da matéria-prima para extração da molécula.
 
Correio Braziliense

Especial Saúde da Pessoa Idosa: Osteoporose

Reprodução: Osteoporose
A osteoporose é uma doença óssea metabólica comum e a principal causa de fraturas por fragilidade esquelética. Ela é caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo com consequente aumento da fragilidade óssea e da susceptibilidade a fraturas
 
Vários fatores de risco estão associados tanto com o desenvolvimento de osteoporose quanto com suas fraturas: história prévia de fratura, baixo peso, sexo feminino, raça branca, fatores genéticos (como existência de parente de primeiro grau com fratura sem trauma ou com trauma mínimo), fatores comportamentais (tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, cafeína e falta de atividade física regular), baixa ingestão de cálcio alimentar, estado menstrual (menopausa precoce, menarca tardia, amenorréias), uso de drogas (corticosteróides, anti-epilépticos, hormônios tireoideanos, ciclosporina), doenças endocrinológicas (hiperparatireoidismo primário, tireotoxicose, síndrome de Cushing, hipogonadismos e diabete melito), hematológicas (mieloma múltiplo), reumatológicas (artrite reumatóide), gastroenterológicas (síndrome de má-absorção, doença inflamatória intestinal, doença celíaca) e doenças neurológicas.
 
O Ministério da Saúde incentiva a prevenção da doença desde a infância, com a adoção de hábitos saudáveis pelas crianças que podem prevenir, ou minimizar, o aparecimento da doença na vida adulta. Medidas simples no dia a dia podem contribuir para o envelhecimento saudável.
 
A osteoporose não provoca dor, mas pode resultar em fratura espontânea de uma vértebra enfraquecida pela doença. A osteoporose configura-se como preocupação relevante de saúde pública, devido à limitação funcional e consequente perda da capacidade laborativa e autoestima a que estão submetidas as pessoas acometidas pela doença. Por isso o diagnóstico precoce e sua prevenção são fundamentais na preservação da qualidade de vida.
 
Na alimentação, o consumo de porções de leite e derivados, que são as principais fontes de cálcio, é fundamental e pode ser feito na forma desnatada ou semidesnatada. Para tornar a vida ainda mais saudável, também é indicado praticar atividades físicas de baixo impacto (como caminhadas), pois o sedentarismo pode ser fator de risco para outras doenças como dores reumáticas, obesidade, diabetes e doenças cardíacas. A realização de práticas corporais e atividades físicas diminui o risco de osteoporose, doenças do coração, diabetes, depressão, certos tipos de câncer. Além disso, proporciona mais disposição, bem-estar, autonomia e a oportunidade de fazer amizades. Outra recomendação é a exposição solar do rosto, tronco e braços antes das 10 horas ou após as 16 horas por no mínimo 15 minutos, 2-4 vezes por semana, salvo por contraindicação dermatológica.
 
Diante do contexto apresentado, a prevenção de osteoporose e de quedas pode significar a prevenção da perda da autonomia e a manutenção da independência da pessoa idosa, bem como a conservação da sua capacidade funcional, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Assim, diante da relevância dessa temática, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa (COSAPI/DAET/SAS/MS), vem realizando Oficinas de Prevenção de Quedas em Pessoas Idosas, em parceria com a Coordenação Geral de Doenças e Agravos não Transmissíveis - CGDANT, estados e municípios. O objetivo dessas oficinas é reduzir o número de quedas e fraturas na população idosa brasileira, por meio da capacitação dos profissionais de saúde e outras áreas acerca da temática em questão com vistas à sensibilização dos mesmos para a realização de ações que possam abordar a prevenção.
 
Além disso, a 3ª.ed. da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, com previsão de distribuição para 2015, trará uma avaliação ambiental a ser realizada pelo profissional de saúde no domicílio do idoso, de forma a identificar aspectos modificáveis nos ambientes, com o objetivo de evitar quedas. Na parte de orientações para a pessoa idosa, familiares e cuidadores, também são abordados alguns cuidados importantes para a prevenção de quedas.
 
O Programa Academia da Saúde, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) oferecem opções para a prática de exercícios regulares no Sistema Único de Saúde e outras orientações. Informe-se na sua unidade de saúde.
 

Especial saúde da pessoa idosa: Vacinas

Crédito JPC-PROD
Crédito JPC-PROD
A vacinação é uma das medidas mais importantes contra doenças, já que é muito melhor e mais fácil preveni-las do que tratá-las
 
E é isso que as vacinas fazem desde crianças a idosos. Elas protegem o corpo humano contra os vírus e bactérias que provocam vários tipos de doenças graves, que podem afetar seriamente a saúde e levar à morte.

A vacinação não apenas protege aqueles que recebem a vacina, mas também ajuda a comunidade como um todo. Quanto mais pessoas de uma comunidade ficarem protegidas, menor é a chance de qualquer uma delas – vacinada ou não – ficar doente.
 
Envelhecer não significa necessariamente adoecer. Um indivíduo pode envelhecer de forma natural, convivendo bem com o passar dos anos e mantendo-se ativo em todas as fases da vida. Todos devem estar atentos ao Calendário Nacional de Vacinação, não só para as crianças, mas para a população idosa também, que corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública do país.
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, até 2020 o número de pessoas com mais de 60 anos vai superar o de crianças menores de 5 anos pela primeira vez na história. No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2013), realizada pelo IBGE, a população idosa alcançou 26,1 milhões, o que equivale a 13% da população total do país.
 
O Ministério da Saúde oferece gratuitamente um grande número de vacinas contra diversas doenças graves. Entre elas estão as recomendadas para a população com 60 anos ou mais:
 
• Vacina influenza: é oferecida anualmente durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza.
 
• Vacina pneumocócica 23-valente: é administrada durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, nos indivíduos de 60 anos e mais não vacinados que vivem acamados e ou em instituições fechadas como casas geriátricas, hospitais, unidades de acolhimento/asilos, casas de repouso.
 
• Difteria e tétano (dupla adulto): sem esquema ou com esquema incompleto para difteria e tétano, completar esquema de 3 (três) doses, considerando as doses anteriores. Com esquema vacinal completo (3 (três) doses) para difteria e tétano, administrar reforço a cada 10 anos.
 
• Febre amarela: para pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação, o médico deverá avaliar o benefício/risco da vacinação, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nessa faixa etária e/ou decorrentes de comorbidades. A vacina faz parte do Calendário Nacional de Vacinação dos estados onde há risco de contrair a doença: todos os estados das regiões Norte e Centro Oeste; Minas Gerais e Maranhão; alguns municípios dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Está indicada para residentes ou viajantes para as áreas com recomendação da vacina (pelo menos 10 dias) antes da viagem. No restante do país está disponível para quem vai viajar para as áreas de risco (áreas com recomendação da vacinação ou países endêmicos para a febre amarela).
 
• Hepatite B: sem comprovação vacinal - administrar 3 (três) doses da vacina hepatite B com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose e de 6 (seis) meses entre a primeira e a terceira dose (0, 1 e 6 meses). Com esquema vacinal incompleto - não reiniciar o esquema, apenas completá-lo conforme situação encontrada.
 

Chuvas: cuidados para combater dengue e febre chikungunya devem ser reforçados

Arquivo Agência Brasil: Estados têm de intensificar combate
 ao mosquito da dengue nesta época do ano  
Com alerta de chuva em pelo menos dez estados brasileiros, os cuidados no combate à dengue e à febre chikungunya – ambas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – devem ser redobrados. O alerta é da infectologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal Eliana Bicudo
 
Em entrevista à Agência Brasil, ela lembrou que a dengue é uma doença grave e que apresenta quadro mais agudo que o da febre chikungunya. O principal sinal de alerta para as duas doenças, segundo ela, é a febre, sobretudo quando desacompanhada de outros sintomas gripais, como dor de garganta e coriza.
 
“Às vezes, misturam-se um pouco os quadros virais. Se tenho febre sem dor de garganta, mas com dor muscular, diarreia, deve-se pensar em dengue ou chikungunya, que têm a mesma sintomatologia”, explicou.
 
Para evitar o aumento de casos de ambas as doenças, a orientação da infectologista é que as pessoas reforcem as ações para eliminar criadouros do mosquito. As medidas incluem, por exemplo, verificar se a caixa d’água está bem fechada, não acumular vasilhames no quintal, verificar se as calhas estão entupidas e colocar areia nos pratos dos vasos de planta.
 
“A febre chikungunya só entrou no país e fez essa festa toda porque temos mosquito demais devido à água parada” , disse Eliana. “O que a gente tem como reflexo é a não adesão aos cuidados com a água parada. Afinal, não existe mosquito sem água parada”, concluiu.
 
Dados do Ministério da Saúde indicam que 2015 registrou um aumento de 57,2% dos casos notificados de dengue no mês de janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado.
 
Foram 40.916 notificações no primeiro mês deste ano, contra os 26.017 em janeiro de 2014.
 
No caso da febre chikungunya, o balanço mostra um total de 23 casos da doença, sendo 22 na Bahia e um em Goiás. Em 2014, foram confirmados 2.847 casos, sendo 94 importados, ou seja, de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela e Ilhas do Caribe.
 
Agência Brasil