Em menos de uma geração, as taxas de obesidade infantil aumentaram drasticamente em todo o mundo |
Os passos rumo ao fim da obesidade no mundo estão curtos, até demais. Alguns poucos resultados positivos começam a surgir de políticas públicas implementadas em países a favor da alimentação equilibrada, mas não se sobrepõem à oferta de produtos altamente industrializados e açucarados.
Os dados sobre o tema foram divulgados ontem, em uma apresentação no 9º Encontro Anual da Pesquisa em Alimentação Saudável, em Baltimore, nos Estados Unidos; e também compõem uma série de artigos publicados na edição desta semana da revista científica The Lancet. Segundo cientistas, o progresso global para combater a obesidade tem sido “inaceitavelmente lento”, com apenas um em cada quatro países implementando programas nesses sentido.
Em menos de uma geração, as taxas de obesidade infantil aumentaram drasticamente em todo o mundo. Embora o problema tenha começado a se estabilizar em algumas cidades, nenhum país, até 2010, chegou a experimentar um declínio dele em toda a sua população. Crianças norte-americanas, por exemplo, pesam em média 5kg mais que 30 anos atrás, sendo que uma em cada três tem sobrepeso ou obesidade.
Por outro lado, em países de baixa e média rendas, o nanismo ainda afeta mais de um quinto das crianças com menos de 5 anos, ao mesmo tempo em que a obesidade cresce rapidamente. A situação cria uma sobrecarga nutricional duplicada, que pode afetar não só a mesma população, como o mesmo indivíduo: crianças mal-nutridas que não chegaram à altura esperada e pesam mais do que o ideal. Os cientistas destacam a importância de garantir um suprimento de alimentos que estimule o crescimento saudável sem causar a comercialização agressiva de produtos menos nutritivos e baratos.
“A subnutrição e a supernutrição realmente têm muitos gatilhos e soluções comuns. Por isso, é necessária uma política de nutrição integrada, que aborde essas duas questões em conjunto”, destaca Tim Lobstein, coautor da série e integrante da Federação Mundial de Obesidade. Para ele, as crianças com excesso de peso representam um investimento em vendas futuras para a indústria.
Por outro lado, em países de baixa e média rendas, o nanismo ainda afeta mais de um quinto das crianças com menos de 5 anos, ao mesmo tempo em que a obesidade cresce rapidamente. A situação cria uma sobrecarga nutricional duplicada, que pode afetar não só a mesma população, como o mesmo indivíduo: crianças mal-nutridas que não chegaram à altura esperada e pesam mais do que o ideal. Os cientistas destacam a importância de garantir um suprimento de alimentos que estimule o crescimento saudável sem causar a comercialização agressiva de produtos menos nutritivos e baratos.
“A subnutrição e a supernutrição realmente têm muitos gatilhos e soluções comuns. Por isso, é necessária uma política de nutrição integrada, que aborde essas duas questões em conjunto”, destaca Tim Lobstein, coautor da série e integrante da Federação Mundial de Obesidade. Para ele, as crianças com excesso de peso representam um investimento em vendas futuras para a indústria.
“A exposição repetida a alimentos altamente processados e a bebidas açucaradas durante a infância constrói preferências de gosto, fidelidade à marca e lucros elevados”, explica.
Os pesquisadores contabilizam para este ano o valor de impressionantes US $ 19 bilhões para o mercado global de alimentos infantis industrializados — acima dos US$ 13,7 bilhões em 2007.
Correio Braziliense
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