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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Novo vírus da gripe aviária é mais letal e resistente que anteriores

Especialistas alertam que o vírus H7N9, em circulação na China, pode desencadear uma pandemia de difícil combate, com taxa de mortalidade superior a 40%

H7N9. Essa nomenclatura está deixando os cientistas em alerta máximo. O vírus que circula entre aves da China desde 2013 é apontado como forte candidato à próxima pandemia de gripe. No dia 18, o epidemiologista Tiomothy M. Uyeki, da Divisão de Influenza do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, fez um alerta: “Para o CDC, esse é o vírus número 1 em termos de preocupação por causa do potencial de impactar humanos e da severidade da doença. Não vimos evolução do H7N9 nas primeiras quatro epidemias, mas isso mudou na quinta onda de infecções”, disse, referindo-se aos casos de 2017.

Pesquisa publicada na revista Cell Host & Microbe reforçou o risco que esse tipo de vírus aviário significa não apenas para a Ásia, onde, até agora, os casos se concentram. O trabalho, conduzido pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Wisconsin-Madison e pela Universidade de Tóquio, constatou que a nova cepa do H7N9, chamada HPAI, está extremamente patogênica, replicando-se com eficiência em células do trato respiratório humano. Em ferrets, o vírus se espalha com rapidez via gotas respiratórias e não responde aos medicamentos.

Até a segunda semana de outubro deste ano, houve quase 1,6 mil casos de infecções humanas, com um alto índice de letalidade: 39% dos pacientes morreram. Embora a transmissão entre pessoas ainda seja rara, a velocidade de mutação do vírus tem se mostrado bastante rápida. Outra preocupação é que as vacinas para a influenza provocada pelo H7N9 não atendem, segundo Tiomothy M. Uyeki, às novas especificidades do micro-organismo. O epidemiologista informou que já há algumas candidatas a imunização, que serão testadas em humanos no ano que vem. “Temos de fazer isso o mais rápido possível. Esse vírus está se espalhando rapidamente, ele começou no Leste e no Sudeste da China, mas, agora, está no Oeste, no Nordeste e no Centro do país”, disse.

Desde o início do ano, o professor de ciências biológicas da Universidade de Wisconsin-Madison Yoshihiro Kawaoka trabalha para desvendar os mecanismos de ação do H7N9. Ele recebeu a amostra viral isolada de um paciente que morreu de influenza e começou, a partir desse material, a fazer testes em células humanas cultivadas em laboratório e em roedores e mamíferos vivos. De acordo com o pesquisador, a equipe identificou, pela primeira vez, uma cepa do vírus que é transmissível entre ferrets - o modelo animal que mais se assemelha às infecções de influenza humana - e letal. O micro-organismo matou tanto o mamífero originalmente infectado quando saudáveis que tiveram contato com ele. “A notícia que temos não é boa para a saúde pública: esse vírus aviário é extremamente patogênico e letal”, diz o biólogo

Mutações
Masaki Imai, pesquisador da Universidade de Tóquio que também participou do estudo, explica que, em aves, o vírus circulava sem ser patogênico: as galinhas ficavam infectadas, mas não apresentavam a doença. Por isso, o H7N9 agiu, durante muito tempo, em silêncio, passando de animal para animal e, daí, contaminando humanos que tiveram contato com eles. “Os vírus influenza têm uma grande capacidade de se adaptar e, a cada nova infecção em um hospedeiro, ocorrem pequenas alterações em seus genomas. Eventualmente, essas mutações ocorrem em regiões muito importantes, levando a alterações significativas do vírus original”, diz. “Assim, o vírus pode se tornar capaz de infectar novos tipos de hospedeiro, ficar patogênico, provocar doenças graves e se tornar resistente aos medicamentos usados para tratá-lo.”

Isso foi o que ocorreu com a cepa isolada do paciente chinês que morreu da doença. Durante o tratamento, ele recebeu tamiflu, o medicamento-padrão para lidar com vírus influenza. O H7N9, porém, começou a mutar. Uma técnica de sequenciamento genético aplicada pela equipe de Yoshihiro Kawaoka demonstrou que, na amostra, havia populações virais que respondiam e outras que eram resistentes ao tamiflu. Esses vírus foram geneticamente recriados e inseridos em linhagens de células humanas do trato respiratório. A equipe constatou que ambas as versões cresceram e se multiplicaram facilmente na cultura celular, embora a cepa resistente ao tamiflu não tenha sido tão eficiente quanto à que responde ao medicamento.

Em seguida, os pesquisadores testaram o grau de patogenia das duas populações virais em modelos animais. Como o mecanismo da influenza em humanos é semelhante ao que ocorre em ferrets, esse mamífero foi utilizado nos experimentos. Um ferret foi infectado e mantido isolado em uma gaiola, próximo ao recinto de um animal saudável. O teste foi feito com três pares do mamífero (um contaminado e um saudável). Em todos os casos, os vírus foram transmitidos por gotas respiratórias. Dois dos três ferrets infectados com a cepa não resistente ao tamiflu - a versão que circula atualmente na China - morreram, assim como os que passaram os vírus para eles.

Kawaoka nota que, sem que ocorressem novas mutações, o H7N9 foi transmitido para os ferrets, causou a doença e os matou. “Nosso objetivo não é causar alarme. Mas é apenas uma questão de tempo antes que o vírus resistente ao tamiflu consiga se adaptar e crescer de forma eficiente nas células. Assim, teremos um vírus que, além de letal, não responde ao medicamento”, afirma. “E dado que a quantidade de vírus necessária para começar a infectar os ferrets expostos via gotas respiratórias foi pequena, isso sugere que o H7N9 que está em circulação requer uma quantidade limitada de micro-organismos para causar infeções letais, ao menos nesse modelo animal”, complementa Masaki Imai.

Os pesquisadores destacam que, por ora, as evidências e ocorrências de contágio entre humanos ainda são pequenas. Contudo, Kawaoka observa que o vírus está mutando em alta velocidade e de uma forma que não encontra precedente nas quatro epidemias anteriores, o que faz dele potencialmente transmissível de uma pessoa infectada a outra. “É preciso intensificar as pesquisas sobre transmissão, resistência às drogas, potencial patogênico e a habilidade de o vírus se replicar. Também precisamos de novas vacinas, algo em que minha equipe já começou a trabalhar”, diz.

Saúde Plena

UNA-SUS e Ministério da Saúde lançam aplicativo Saúde da Pessoa Idosa

pessoaidosaO Ministério da Saúde lançou, nessa segunda-feira (6/11), a Estratégia Nacional para o Envelhecimento Saudável, que traz orientações aos profissionais de saúde e gestores para aumentar a qualidade de vida dos idosos

Durante o evento, foi apresentado o aplicativo Saúde da Pessoa Idosa, desenvolvido pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), em parceria com a Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa (COSAPI) do Ministério da Saúde.

A ferramenta está disponível gratuitamente pelo Google Play para Android.

O aplicativo tem como objetivo apoiar os profissionais de saúde nas decisões relacionadas a esses pacientes. Para isso, são disponibilizadas ferramentas que possibilitam a identificação da escala de vulnerabilidade do idoso na comunidade e na família para definir o foco do acompanhamento, além de permitir a avaliação da massa corporal em relação à altura, detectando o estado nutricional dos idosos.

A coordenadora da COSAPI, Cristina Hoffman ressalta que a proposta integra um conjunto de ações que qualificarão o cuidado ofertado às pessoas idosas no Sistema Único de Saúde (SUS). “O aplicativo é importante por possibilitar maior agilidade no atendimento da população idosa por meio de suas funcionalidades, que trazem subsídios para os profissionais de saúde na avaliação das pessoas idosas”, avalia.

Para a consultora da Secretaria Executiva da UNA-SUS, Laura Gris, o aplicativo é uma forma de otimizar o dia a dia do profissional de saúde, sem que precise procurar folhas de papel ou dependa de um computador para utilizar uma escala. “Todas as informações que ele precisa estarão ao alcance de suas mãos, no seu próprio celular”, destaca.

SE/UNA-SUS

ANS anuncia novos procedimentos

Nesta terça-feira (7) a Agência Nacional de Saúde divulgou uma nova lista de procedimentos que deverão ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde a partir do início do ano que vem. Serão incorporados 18 procedimentos à lista obrigatória, que compreendem exames, terapias e cirurgias

A cobertura será ampliada para outros sete procedimentos, incluindo medicamentos orais contra câncer e um remédio para tratamento de esclerose múltipla que fará para da lista pela primeira vez.

A respeito dos custos, a ANS afirma que após a expansão dos procedimentos obrigatórios será realizada uma avaliação que dura um ano. Caso seja apontado um impacto financeiro depois desse período, será efetuada uma avaliação para o cálculo de reajuste no próximo ano, à vista disso, não haverá alta nos valores.

De acordo com a ANS, a nova cobertura atenderá cerca de 42,5 milhões de beneficiários que dispõem de planos de assistência médica e 22, 6 milhões que têm planos odontológicos.

Confira:
ROL DE PROCEDIMENTOS E EVENTOS EM SAÚDE 2018

Lista completa de incorporações

INCORPORAÇÃO DE NOVOS PROCEDIMENTOS

AMBULATORIAIS
1 ALK – Pesquisa de mutação (com DUT): Exame laboratorial para detecção de proteína que pode estar presente em pacientes com câncer de pulmão e que auxilia na definição do melhor tratamento a ser ofertado ao paciente.

2 Angio-RM arterial de membro inferior (com DUT): Exame de imagem não invasivo realizado em equipamento de ressonância magnética para análise das artérias dos membros inferiores.

3 Angiotomografia arterial de membro inferior (com DUT): Exame de imagem não invasivo realizado através de tomografia computadorizada para análise das artérias dos membros inferiores.

4 Aquaporina 4 (Aqp4) - pesquisa e/ou dosagem (com DUT): Exame laboratorial para detecção de anticorpos antiaquaporina que auxilia na diferenciação entre a neuromielite óptica e a esclerose múltipla.

5 Elastografia Hepática Ultrassônica (com DUT): Exame de imagem para diagnóstico de fibrose hepática.

6 Radiação para cross linking corneano (com DUT): Procedimento para tratamento do ceratocone (doença que afeta a córnea).

7 Ressonância magnética (RM) fluxo liquórico (com DUT): Exame diagnóstico não invasivo para avaliação do fluxo do líquido cefalorraquidiano (LCR).

8 Terapia imunoprofilática com Palivizumabe para o vírus sincicial respiratório – VSR (com DUT): O Palivizumabe é um anticorpo específico que atua na prevenção da infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR).

9 Toxoplasmose - Pesquisa em Líquido Amniótico por PCR (com DUT): Exame laboratorial para o diagnóstico da toxoplasmose gestacional.

10 Antígenos de Aspergillus Galactomannan: Exame laboratorial para o diagnóstico da aspergilose pulmonar.

11 Cadeias leves livres Kappa/Lambda, dosagem, sangue: Exame laboratorial para o diagnóstico e o acompanhamento de pacientes com mieloma múltiplo e gamopatias monoclonais.

12 Detecção/tipagem Herpes Vírus 1 e 2 no líquor: Exame laboratorial para o diagnóstico de meningite viral.

HOSPITALARES
13 Ablação percutânea por radiofrequência para tratamento do osteoma osteóide: Procedimento orientado por métodos de imagens que se utiliza de agulhas especiais para provocar dano celular por ação térmica a células de tumor ósseo benigno.

14 Cirurgia laparoscópica do prolapso de cúpula vaginal: Procedimento por via laparoscópica para restaurar o suporte pélvico. 

15 Neossalpingostomia distal laparoscópica (exceto para reversão de laqueadura tubária): Procedimento para desobstrução, por laparoscopia, das tubas uterinas.

16 Recanalização tubária laparoscópica (exceto para reversão de laqueadura tubária): Procedimento para restaurar, por laparoscopia, a permeabilidade das tubas uterinas.

17 Refluxo vésico-ureteral tratamento endoscópico: Tratamento endoscópico para correção do refluxo vesicoureteral em crianças.

18 Tratamento de câncer de ovário (debulking) via laparoscópica: Ressecção/debulking de massa tumoral maligna ovariana por via laparoscópica.

AMPLIAÇÃO DE COBERTURAS, COM ALTERAÇÃO DE DUT* JÁ EXISTENTES

I. DUT de Oxigenoterapia Hiperbárica 1. Lesões actínicas (decorrentes da realização de radioterapia): osteorradionecrose de mandíbula, cistite actínica e retite/proctite avançadas ou refratárias ao tratamento clínico

II. DUT de PET-CT 1. PET/CT oncológico com análogos de somatostatina para pacientes portadores de tumores neuroendócrinos

III. DUT de Terapia antineoplásica oral para tratamento do câncer 1. Afatinibe - câncer de pulmão avançado ou metastático 2. Crizotinibe - câncer de pulmão avançado 3. Dabrafenibe - melanoma metastático ou irressecável 4. Enzalutamida - câncer de próstata metastático resistente 5. Everolimo - tumores neuroendócrinos avançados 6. Ruxolitinibe - mielofibrose de risco intermediário ou alto 7. Ibrutinibe -  Leucemia Linfocítica crônica com deleção 17p 8. Tramatinibe - Melanoma não ressecável ou metastático com mutação BRAF V600

IV. DUT de Terapia imunobiológica endovenosa ou subcutânea 1. Natalizumabe - esclerose múltipla

V. DUT de Tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico 1. Edema macular secundário à retinopatia diabética 2. Edema macular secundário a oclusão de veia central da retina (OVC) 3. Edema macular secundário a oclusão de ramo de veia central da retina (ORVC)

VI. DUT de Acilcarnitinas, perfil qualitativo e/ou quantitativo com espectrometria de massa em tandem. 1. Pacientes assintomáticos com história familiar sugestiva

VII. DUT de Tomografia De Coerência Óptica (Com Diretriz De Utilização) 1. Pacientes em tratamento ocular quimioterápico com retinopatia diabética, oclusão de veia central da retina (OVC) e oclusão de ramo de veia central da retina (ORVC)

ALTERAÇÃO DE DUT 
1 DUT de Fator V Leiden, análise de mutação
2 DUT de Protrombina, pesquisa de mutação
3 DUT de Análise molecular de DNA

INCLUSÃO DE DUT 
1 Focalização isoelétrica de transferrina
2 Cintilografia de perfusão cerebral para avaliação de transportadores de dopamina

(*) Diretrizes de Utilização (DUT): estabelecem os critérios, baseados nas melhores evidências científicas disponíveis, a serem observados para que sejam asseguradas as coberturas de alguns procedimentos e eventos especificamente indicados no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.

Saúde Business /ANS

Infecções no centro cirúrgico aumentam em pacientes com relato de alergia à penicilina

Os pacientes com alergia à penicilina aumentaram as probabilidades de infecção no sítio cirúrgico (SSI), de acordo com um estudo publicado na revista em Clinical Infectious Diseases para coincidir com a apresentação na IDWeek, a reunião anual combinada da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, a Sociedade para Epidemiologia da Saúde da América, da Associação de Medicina do HIV, e da Sociedade de Doenças Infecciosas Pediátricas, realizada de 4 a 8 de outubro de 2017 em San Diego

Investigadores do Hospital Geral de Massachusetts em Boston, e colegas realizaram um estudo de coorte retrospectivo envolvendo 8.385 pacientes que passaram por 9.004 procedimentos de 2010 a 2014. Um total de 11% dos pacientes relatou uma alergia à penicilina, e 2,7% tiveram uma SSI.

Os pesquisadores descobriram que os pacientes que relatavam uma alergia à penicilina haviam aumentado as probabilidades de SSI na regressão logística multivariável (odds ratio ajustado, 1,51). Em comparação com pacientes sem alergia à penicilina relatada, aqueles que relataram alergia à penicilina receberam menos cefazolina e mais clindamicina, vancomicina e gentamicina.

O risco aumentado de SSI foi mediado inteiramente pelo recebimento do paciente de um antibiótico perioperatório alternativo.

Para prevenir uma SSI, um número entre 112 e 124 pacientes com relato de alergia a penicilina precisariam de avaliação se esta alergia realmente existiria. Portanto, pacientes com uma alergia à penicilina relatada tiveram chances de aumento de 50% de SSI, atribuíveis ao recebimento de antibióticos perioperatórios de segunda linha, segundo os autores.

Terra