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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A importância da logística contra fraudes e desvios das OPMEs

 
Em 2012, um escândalo de grandes proporções no setor da saúde trouxe à tona o que todos já sabiam: a necessidade de um investimento efetivo para monitoramento e rastreabilidade de órteses e próteses. O caso envolvendo próteses mamárias atingiu milhares de mulheres que apresentaram vazamentos no implante. Os produtos eram impróprios, sem certificação sanitária e rompiam-se facilmente, e apesar de muita divulgação muito pouco ou quase nada foi feito para mudar este cenário.
 
Mais recentemente, novas denúncias, desta vez divulgando desvios e fraudes no segmento de órteses e próteses vieram à tona. Como são materiais especiais, caros e com fácil envolvimento de glosa, é fato de que necessitam de cuidados diferenciados de gestão e monitoramento em todos os processos envolvidos.
 
Conforme divulgado recentemente pelo Ministro da Saúde, Arthur Chioro, chama a atenção o lucro de 10% a 30% decorrente de uma diferença entre o preço final dos produtos e o custo final que é apresentado.
 
A despeito do mal caráter dos envolvidos, muitas destas ocorrências poderiam ser evitadas ou melhor controladas pelos serviços de saúde com um eficiente serviço de logística hospitalar, cuja responsabilidade é gerir todo o fluxo de materiais e medicamentos nas unidades de saúde, desde o momento em que são recebidos no centro de distribuição até chegar ao paciente.
 
Com o devido cadastro e identificação com número de série dos produtos, tem-se o cruzamento de dados de cada paciente, com todas as especificações do material a ele destinado, como procedência, lote, validade, indicação de uso etc.
 
O Projeto de Lei 17/2015, do governo federal, pretende classificar como crime as fraudes envolvendo fornecimento e prescrição de próteses e órteses. A proposta é necessária para que aja uma fiscalização eficiente. Porém, é essencial a implantação de sistemas de gerenciamento e rastreabilidade que combatam este mal crônico envolvendo as OPMEs e que tanto lesa o sistema de saúde, com consequências muito ruins para todos.
 
Saúde Business

O Whatsapp e seu papel na relação médico-paciente

A cor muda para azul. Do cinza, a cor passou a ser azul. Com isso, seu interlocutor já percebeu que a mensagem foi lida. As formas de comunicação modernas vêm mudando rapidamente e, com o whatsapp, a revolução da rapidez e da simplificação da comunicação mostram que vieram para ficar
 
Por Conrado Alvarenga*
 
Radicais já fazem previsão do fim do uso de e-mails, enxergando em alguns poucos anos o uso exclusivo do armazenamento de dados em nuvens e a comunicação quase que monopolizada por aplicativos como o whatsapp.
 
Mas e na relação médico paciente?
O whatsapp veio para ajudar, facilitar, estreitar laços e evitar ligações desnecessárias? Ou também para quebrar o bom senso das relações com relação a horários para mensagens, relativizar o conceito de urgência, penetrar na intimidade do prestador de serviço e evitar que situações que devem ser resolvidas ao vivo, olho no olho, tenham seu desfecho pelo whatsapp? Julgo que um misto disso tudo veio junto com o whatsapp.
 
Ainda hoje não lidamos de maneira clara com seu papel na relação com os pacientes. Não temos dúvida que ele veio para facilitar a ajudar em uma série de circunstâncias. Hoje pode-se enviar uma foto de Miami para seu dermatologista de uma reação alérgica do seu filho, resolver a alergia pelo aplicativo e com isso continuar a viagem sem problemas. Mas e a responsabilidade da mãe e do médico caso aquela mancha fosse o pródromo de algo mais grave, que se detectado precocemente poderia já estar resolvido? E a responsabilidade da conduta médica? Quando diferenciar se algo é simples que pode ser resolvido a distância com seu cliente? Estes são apenas uma pequena parcela de todos os desafios e situações que vieram com o uso do whatsapp na comunicação entre médico e paciente.
 
A ferramenta é útil e veio para ficar. Eu uso com meus pacientes, mas me pego inúmeras vezes questionando se não deveria priorizar a resolução daquele problema ao vivo. Recentemente tive um cliente que me enviou uma mensagem a meia noite e meia de uma quinta-feira, apenas para confirmar o agendamento de uma cirurgia que seria realizada 35 dias depois. Naquele momento eu respondi, disse que estava tarde e que resolveríamos isso no dia seguinte com minha secretária. Ele no mesmo ato pediu desculpas e alegou que achava que eu veria a mensagem apenas no dia seguinte cedo. Minha resposta final foi educadamente: é que meu celular vibra no criado mudo e eu acho que pode ser algo urgente.
 
*Autor: Dr. Conrado Alvarenga, diretor científico do LAB Medicina Masculina
 
Saúde Business

Novas regras da ANS nem sempre garantem autonomia da gestante em partos com plantonistas

Nas principais maternidades de BH, a presença das doulas, apesar de ser permitida pelos hospitais, passa pela autorização do médico de plantão, o que frustra pacientes de plano de saúde que sonham com um parto humanizado e não podem arcar com uma equipe particular
 
As novas regras da Agência Nacional de Saúde para os partos na rede privada entraram em vigor no dia 7 de julho e encheram de esperança gestantes que, diante das altas taxas de cesárea dos médicos, sonhavam com um parto normal onde elas pudessem ser protagonistas e ter suas vontades atendidas. Agora, para os obstetras realizarem cesáreas eletivas, precisam informar a paciente sobre todos os procedimentos, implicações e consequências para a mulher/bebê e, caso elas ainda desejem o procedimento cirúrgico, devem assinar um termo de consentimento. Essa iniciativa busca diminuir consideravelmente o número de cesáreas eletivas e ainda incentivar os obstetras a acompanhar o parto fisiológico com segurança e acolhimento individualizado, segundo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS). Entretanto, isso não é garantia de que a mulher que optar por ter o bebê com um plantonista terá todos os seus direitos assegurados.
 
"A gestante pode fazer um plano de parto, documento com diretrizes para a hora do nascimento e levar junto com seus documentos de pré natal. Assim sendo, apresentá-lo para o plantonista, visto que durante a gestação informou-se sobre as boas práticas, baseadas em evidências científicas, segundo OMS e, sabe que é direito dela ser informada sobre os procedimentos que serão feitos no atendimento a ela/ao bebê. As maternidades podem oferecer uma ambiência com pouca luz, filmar ou fotografar o parto (pelo acompanhante de livre escolha), levar música, caminhar, ingerir líquidos, ter acesso as boas práticas (bola de pilates, chuveiro, etc), pedir ou recusar analgesia, escolher a posição para ter seu bebê, se recusar a episiotomia e kristeller, etc. Poder ter ainda garantida a participação de uma doula, escolhida por ela, integrando a equipe médica durante o trabalho de parto,parto e pós parto imediato, mas isso nem sempre é respeitado pela equipe de plantão", explica Isabel Cristina, da ONG Bem Nascer.

Apesar das principais maternidades particulares de Belo Horizonte garantirem que orientam seus profissionais a permitirem a entrada das doulas (mulheres que trabalham o emocional das mães durante o parto e proporcionam além de um clima mais calmo maior conforto físico e emocional às parturientes por meio de conversas, massagens e técnicas de respiração) com as gestantes e acompanhantes e a seguir o plano de parto feito pela mulher, as mesmas ainda têm dificuldade de participar de todo processo - pré parto, parto, sala de parto (bloco cirúrgico) e pós parto imediato.

"Atuo como doula desde 2008 e, até hoje, acompanhei somente uma gestante com plantonista. Nossa atuação depende da autorização dos plantonistas/maternidades. Doula não substitui acompanhante de livre escolha da mulher, precisa ser vista como parte da equipe. Nosso trabalho é feito para somar, não para vigiar ninguém. Nosso foco é no bem estar da mãe/bebê/família, buscando uma melhor ambiência para que ela se sinta segurança, confortável, no local de sua escolha. Desde massagens para aliviar a dor, palavras de incentivo e conforto, entre outras práticas visando seu bem estar. Acreditamos e nos empenhamos para ampliar o trabalho multidisciplinar, mas infelizmente ainda encontramos muita resistência, por muitos ainda desconhecerem nosso papel no cenário da parturição. Lembrando ainda que doula não faz nenhum procedimento técnico", explica Isabel.

A reportagem entrou em contato com o Vila da Serra, Mater dei, Unimed BH, Santa Fé e Octaviano Neves. A Octaviano Neves declarou que não permite a entrada das doulas e a Santa Fé e o Mater Dei não deram retorno até o fechamento da matéria. . O Vila da Serra também declarou permitir a entrada da doula e o fornecimento de materiais, mas informou que o plantonista tem automonia para aceitar ou não o trabalho em conjunto. Já a Unimed informou que as gestantes podem ser acompanhadas por até três pessoas, além da doula, e que são oferecidos diversos equipamentos para o acompanhamento do parto, como bola de Bobath, escada de Ling e banheira

Diante desse cenário, que é desanimador para gestantes que buscam um parto humanizado e que não podem arcar com os custos de uma equipe particular, e não pretendem ter o bebê pelo SUS, a solução está na busca de informações e na troca de experiência. Com conhecimento, a mulher pode tomar as decisões que julgar melhores e mais condizentes com o seu desejo para o momento do parto. Em Belo Horizonte, ocorrem, duas vezes por mês, as rodas da ONG Bem Nascer. Nesse encontro as gestantes e seus parceiros trocam informações sobre concepção, gestação, parto, pós-parto, amamentação, profissionais, instituições, palestras, preparação para o parto. "O encontro é gratuito e aberto a toda as pessoas que queiram participar e saberem mais sobre o universo gravídico", conclui Isabel.

A funcionária pública Pamela Soares, de 32 anos, teve uma experiência negativa com plantonista quando ganhou o bebê Gabriel, que nasceu no dia 10 de julho desse ano. Além de não ter permitida a entrada da doula, ela sofreu uma série de intervenções. "Não respeitaram o meu plano de parto, fui obrigada a ficar o tempo todo com a luz acessa e em jejum total. O obstetra falava o tempo todo que o bebê era muito grande e eu não conseguiria parir, me obrigou a permanecer na posição ginecológica e me deu anestesia ao invés de oferecer métodos não farmacológicos. Além disso, fez episiotomia mesmo eu pedindo para que não fizesse. Os pontos ainda não cicatrizaram, sinto muita dor e a recuperação tem sido difícil", conta a mulher, que pretende engravidar novamente. "Da próxima vez, vou me organizar para arcar com os custos de uma equipe humanizada ou então vou ter meu filho no SUS, mas não arrisco parir com plantonista nunca mais", garante.
 
Em tempo
Agora, as gestantes podem descobrir, previamente, qual a taxa de realização de cesáreas de seu obstetra, já que as novas regras preveem também que os planos de saúde repassem essa informação em um prazo de até 15 dias, e, além disso, caso não queriam assinar o termo de consentimento para a cirurgia eletiva, o procedimento só poderá ser feito caso seja comprovada sua necessidade pelo partograma (documento que será requisitado pelo plano de saúde para o pagamento do médico e que registra, por exemplo, a frequência das contrações uterinas, os batimentos cardíacos fetais e a dilatação da gestante). 
 
No Brasil, dos mais de 2,9 milhões de partos, cerca de 55,6% são feitos por via cirúrgica, sendo que a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de 15%. Na rede privada, o número é ainda maior, 84,6%.
 
Roda ONG Bem Nascer - ONGbemnascerBH@yahoo.com.br
Parque Municipal - auditório do Orquidário
TODO segundo sábado do mês, de 14:30 às 17:30
 
Parque Das Mangabeiras - CEAM
TODO último sábado do mês, de 9;30 às 12:30 (exceto mês de Dezembro)
 
Saúde Plena

Vício tecnológico já é uma epidemia, diz psicólogo da USP

Cristiano Nabuco chama a atenção para transtornos causados pelo excesso no uso de computador e internet
 
A febre dos selfies e do uso de telefones celulares e tablets o tempo todo é um sintoma bem mais grave do que um simples modismo, aos olhos do psicólogo Cristiano Nabuco, doutor em psiquiatria e coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica da Universidade de São Paulo (USP). Um dos principais estudiosos sobre dependência tecnológica do país, ele esteve em Porto Alegre, na semana passada, para o 13º Congresso do Ensino Privado Gaúcho, promovido pelo Sinepe-RS.
 
Nesta entrevista, fala sobre os riscos dos transtornos ligados ao uso da tecnologia e analisa o comportamento da sociedade diante desses recursos. Segundo ele, estamos vivendo uma epidemia. Por semana, Nabuco recebe pelo menos 30 mensagens de pessoas que buscam o grupo da USP para pedir ajuda e se livrar do "vício tecnológico".
 
Quando a interação com computadores e internet vira problema?
No momento em que o indivíduo começa a negligenciar atividades do cotidiano por preferir interagir com a plataforma digital. Por exemplo, uma pessoa deixa de se relacionar com outras porque prefere ficar nos chats ou bate-papos das redes sociais. Ou deixa de se divertir para jogar videogame. O diagnóstico da dependência tecnológica deriva de uma aproximação com os critérios para detectar o jogo patológico, que, por sua vez, tem um diagnóstico derivado do uso abusivo de álcool e drogas. Há um estudo em que fizeram exames de ressonância magnética em indivíduos dependentes de álcool e drogas. Compararam com usuários pesados de computador e observaram o mesmo tipo de desgaste.

Quais as consequências disso?
Imagine se você tem 15 anos, pesa 140 quilos e tem dificuldade de sair à rua porque não interage com seus pares. A internet dá a possibilidade de controlar um pouco melhor a imagem que você exibe para o mundo. Ela serve de amortecedor para um tipo de contato que é carregado de tensão, desconforto. Rapidamente, esse indivíduo desenvolve o que chamamos de personalidade eletrônica, uma imagem mais adequada e sensata daquilo que ele gostaria de ter. Muitos falam: "A internet é meu Prozac virtual, cada vez que entro, sinto-me bem". Não há somente o aspecto psicológico, há o bioquímico. Sabe-se que, depois de oito minutos usando determinadas funções do computador, o cérebro libera dopamina, neurotransmissor que dá a sensação de prazer, motivação. Isso é muito sério. Vi o caso de um jovem que ficava 55 horas ininterruptas conectado, urinava nas calças. A cada 10 horas, ele subia o escore do personagem dele, e dizia: "Lá, eu me sinto alguém". Pessoas que desenvolvem depressão, fobia social ou transtorno bipolar estariam mais em risco. Isso independe da idade.
 
Como tratar esse transtorno em uma realidade totalmente digital?
A ideia é introduzir o mínimo de ordem na casa. Não quer dizer jogar o celular pela janela, embora isso já exista, de alguma forma, em escolas do Estados Unidos. Sabe onde ficam? No Vale do Silício, a maior concentração de empresas tecnológicas do mundo. Se esses executivos estão colocando os filhos em escolas assim, devem ter alguma informação importante para a gente analisar. Devemos começar a ensinar aos jovens a evitar tarefas simultâneas — não sei quem foi o "gênio" que inventou a expressão que os jovens são multitarefas, como se o cérebro pudesse fazer tudo ao mesmo tempo. Não faz. Olha o que a gente vê por aí... Aonde as pessoas vão, fazem fotos. É uma verdadeira epidemia, e as pessoas não se deram conta. Há uma grande linha de pesquisa que diz ser a geração digital, que nasceu a partir de 1995, a geração perdida. Embora ela tenha acesso à informação, essa informação não está virando conhecimento.
 
A exposição das crianças a essa tecnologia deveria começar quando?
Nunca antes dos dois anos. A criança, às vezes, não consegue com o peso da cabeça e já está com um tablet. O cérebro da criança tem um determinado tempo de maturação. Os brinquedos antigos dão chance ao cérebro, à medida que a criança interage, cria sintonia, refinamento motor e cognitivo. No momento em que você coloca um tablet, cheio de luzes, efeitos, no colo de uma criança, aquilo não respeita qualquer ecologia psicológica. Vá a um restaurante em um domingo e veja o que está acontecendo: cada um tem seu telefone celular. Não conversar é o de menos! Pela primeira vez na história, o acúmulo de conhecimento não está sendo sinônimo de um salto qualitativo intelectual das pessoas.
 
Isso tem a ver com a dificuldade de foco dos jovens?
Eles são invadidos por um nível excessivo de ansiedade. Tudo aquilo que não gerar ansiedade não vai trazer atenção para eles, estão condicionados. Tem de se criar algo assim: "quer ter seu computador, ok, mas desliga enquanto a gente conversa". Mas os pais também têm de abrir mão disso. Como querem que os filhos sigam essa regra se eles mesmos não o fazem? É preciso conscientizar os pais de que algo tem de ser feito para proteger a saúde mental dos seus filhos.
 
Quais os sinais da dependência?
Há oito itens que descrevem exatamente esse uso excessivo já migrando para o que se chamaria de uso patológico. Nós, das gerações mais velhas, não tivemos esse contato com a tecnologia para delinear qual o tamanho do risco. A geração que a gente deveria proteger está um passo à frente fazendo coisas que a gente sequer sabe. A geração digital fala a língua da tecnologia, que não tem sotaque. Costumo brincar: fique atento à geração que cresceu na frente de um joystick, porque ela terá outro jeito de pensar e funcionar e, no final da história, será efetivamente diferente.
 
8 sinais da dependência tecnológica
 
1) Preocupação excessiva com a internet
 
2) Necessidade de aumentar o tempo online para ter a mesma satisfação
 
3) Exibir esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da tecnologia
 
4) Apresentar irritabilidade ou depressão
 
5) Quando o uso da internet é restringido, apresentar instabilidade emocional
 
6) Ficar mais conectado do que o programado
 
7) Ter trabalho e relações sociais em risco
 
8) Mentir a respeito da quantidade de horas conectado

Zero Hora

Governo quer distribuir gratuitamente remédio preventivo que evita infecção por HIV

Droga Truvada praticamente elimina risco de contágio durante sexo sem camisinha, mas deve ser tomada diariamente
 
São Paulo: No começo do ano que vem, o Ministério da Saúde pretende incluir o Truvada — nome comercial do remédio de uso contínuo que pode impedir a contaminação por HIV — à lista dos medicamentos distribuídos gratuitamente pelo SUS. O medicamento já foi aprovado pela Anvisa, mas ainda não é encontrado à venda no Brasil.
 
O Truvada — ou Profilaxia Pré-Exposição ( PrEP) —, quando tomado diariamente, pode zerar o risco de contágio mesmo no caso de sexo sem camisinha com um soropositivo. O remédio bloqueia, de antemão, a possibilidade de que o vírus ultrapasse as membranas celulares do organismo, se reproduza e atinja a corrente sanguínea do paciente.
 
— Estamos fazendo estudos de aceitabilidade dos usuários e do funcionamento no SUS para incorporar na política pública — afirma Fábio Mesquita, do Ministério da Saúde.
 
Na prática clínica, os médicos afirmam que há alguns casos em que o Truvada seria o medicamento ideal.
 
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— Pessoas que têm muitos parceiros e dificuldades de não se colocar em risco acabam recorrendo muitas vezes à PEP (Profilaxia Pós-Exposição). A indicação para eles seria um tratamento preventivo — afirma o infectologista Ralcyon Teixeira, do Hospital Emílio Ribas.

Nenhum país do mundo inclui o Truvada em sua política pública de saúde. Nos Estados Unidos, na Tailândia e na Malásia, o uso do remédio já foi liberado, e o fármaco é vendido regularmente.

O Globo

Chá verde pode dificultar digestão de carboidratos, diz estudo

Chá verde pode dificultar digestão de carboidratos, diz estudoUm grupo de cientistas relacionou o consumo do famoso chá verde, conhecido por suas propriedades antioxidantes, com a dificuldade para digerir os carboidratos, conforme um estudo divulgado nesta quinta-feira (30) na “Scientific Reports”, uma publicação do grupo editorial “Nature”
 
Um grupo de cientistas relacionou o consumo do famoso chá verde, conhecido por suas propriedades antioxidantes, com a dificuldade para digerir os carboidratos, conforme um estudo divulgado nesta quinta-feira na “Scientific Reports”, uma publicação do grupo editorial “Nature”.
 
da Universidade de Ciências Médicas de Poznan, na Polônia, demonstrou que o consumo elevado desse chá pode interferir na absorção do amido, elemento presente no pão, no arroz e na batata, entre outros alimentos.
 
Walkowiak e sua equipe realizaram o estudo com 28 pessoas, com idades entre 19 e 28 anos, que deveriam permanece em jejum por 12 horas. Depois desse tempo, os participantes consumiram uma porção de cereais, fonte de amido, e uma pastilha de chá verde ou de placebo, aleatoriamente.
 
Mediante o teste respiratório do hidrogênio expirado, os pesquisadores comprovaram que aqueles que tinham consumido a dose de chá apresentavam mais dificuldades na digestão e na absorção do amido do que aqueles que tinham tomado o placebo.
 
Walkowiak ressaltou que o alto consumo de chá verde feito pelos praticantes do estudo, equivalente a várias xícaras, não corresponde ao consumo padrão diário, e os efeitos potenciais do chá no organismo deveriam ser menores.
 
Segundo ele, é necessário realizar mais pesquisas para determinar o mecanismo pelo qual o chá verde incide na digestão e a importância clínica de seus elementos químicos.

EFE Saúde

Você sabia que o medicamento nimesulida pode ser altamente tóxico para fígado e é proibido em vários países?

A nimesulida é um medicamento anti-inflamatório não-esteroide (NSAID), autorizado em muitos países para o tratamento de dores agudas, tratamento sintomático de osteoartrite dolorosa e para a dismenorreia primária
 
Porém, o uso da nimesulida pode representar riscos tóxicos à saúde, uma preocupação constante para os órgãos mundiais de saúde.

Não à toa, o medicamento é proibido desde sempre no Reino Unido e na Alemanha, e já foi retirado de circulação do Canadá, Estados Unidos, Japão, Espanha, Finlândia, Irlanda, Bélgica, Dinamarca, Holanda e Suécia. A Comissão Europeia se preocupa muito com o efeito devastador do medicamento, pedindo que as pessoas evitem qualquer possibilidade de utilização crônica e frequente da nimesulida.

O grande alvo do fármaco, é o fígado dos pacientes. Em maio de 2007, o Irish Medicines Boards (IMB), regulador irlandês, recebeu novas informações da Unidade Nacional de Transplante de Fígado (NLTU), sobre seis casos de insuficiência hepática que necessitaram de transplante após o tratamento oral com nimesulida, duas das quais resultaram em morte.
 
O que pode ocorrer com o paciente, é insuficiência hepática fulminante (FHF) de origem desconhecida. Como o risco de hepatotoxicidade grave pode acontecer a qualquer momento, a qualquer paciente, muitos países resolveram proibir de vez o medicamento.
 
O IMB, por exemplo, suspendeu a comercialização e venda da nimesulida para uso oral na Irlanda. Os profissionais de saúde e os pacientes foram informados desta ação regulamentar urgente, além de um comunicado de imprensa com documentos comprovados, bem como contato direto com uma gama de organizações profissionais.
 
Em conformidade com as suas obrigações decorrentes da presente ação regulamentar urgente, o IMB informou as partes interessadas a nível nacional e internacional e deu início a uma nova revisão da União Europeia sobre a segurança dos produtos contendo nimesulida. O resultado desta avaliação será comunicado aos profissionais de saúde, quando disponíveis.
 
O dano hepático é um raro, porém grave, efeito secundário da nimesulida. Temos dados da Unidade Nacional de Transplantes de fígado do St. Vincent Univerity Hospital, que falam de seis pacientes que precisaram de transplante após um tratamento com a nimesulida. Desde que o produto deu entrada na Irlanda, em 1995, tivemos um total de 53 casos e três casos mortais de insuficiência hepática. Além disso, a Nimesulida apresenta toxicidade renal”,relatou o IMB.
 
No Brasil, diversos laboratórios produzem o medicamento, sem nenhum tipo de restrição. “Têm sido relatados, em vários países, casos clínicos em que a hepatotoxicidade associada ao uso de nimesulida ocorreu de forma severa e até fatal, o que fez com que fosse retirada do mercado em alguns países europeus. Os mecanismos envolvidos nessas reações relacionam alterações nos padrões funcionais das mitocôndrias, levando à morte celular hepática. Também foram estabelecidos cofatores tais como pré-disposição genética, doença hepática pré-existente e associação com outros fármacos hepatotóxicos. Embora amplamente comercializada, não foram encontrados relatos de casos documentados no Brasil”, relatou Márcio Antônio Rodrigues Araújo, em um estudo denominado “Hepatotoxicidade associada à nimesulida: uma revisão da literatura” para a Revista Brasileira de Farmácia (RBF).
 
Ainda de acordo com os dados da pesquisa de Márcio Antônio, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou cerca de 320 casos de desordens hepato-biliares por conta da nimesulida e principal fator de risco para a hepatotoxicidade é a idade do paciente.
 
O aumento da proporção de pessoas em idade avançada que representam um grupo de risco elevado para lesões no fígado está relacionada ao uso frequente de AINES (anti-inflamatórios não-esteroides), utilizados principalmente para doenças musculoesqueléticas da velhice. Além disso, tem sido referenciado como maior prevalência em mulheres, além de doença hepática grave pré-existente e interações medicamentosas com outros fármacos de uso frequente. Falhas em transplantes de fígado também têm sido relatadas e associadas à administração prévia de AINES, destacando-se entre eles a nimesulida”, complementa o estudo.
 
A conclusão do estudo da RBF, é que todo e qualquer caso de toxicidade hepática associada ao uso de nimesulida (ou a qualquer outro medicamento) precisa ser documentada, divulgada e comunicado ao órgão competente, no caso, a Vigilância Sanitária, para que possam estudar mais a fundo os riscos do medicamento no Brasil.
 
Nesse sentido, não foram encontrados relatos de casos documentados no Brasil durante a realização do estudo, o que não significa que eles não tenham ocorrido. Da mesma forma que, devido ao amplo uso da nimesulida também em outros países e do fato do diagnóstico da toxicidade hepática ser de difícil estabelecimento, os números associados ao risco e segurança podem ser maiores do que os já notificados. Assim, os profissionais da saúde devem estar alertas sobre a observação dos possíveis danos hepáticos associados ao uso dos AINES, em especial à nimesulida, uma vez que esse fármaco apresenta grande comercialização no país e, de forma preocupante, sem a exigência de receita para sua aquisição e consumo, com consequente falta de acompanhamento médico”, finalizou.
 
R7

Sistema reduz riscos de interações medicamentosas

O uso de medicamentos deve ser sempre acompanhado por cuidados especiais. Pacientes em UTI, por exemplo, muitas vezes precisam utilizar mais de 10 medicamentos simultaneamente. Por isso, os sistemas que avaliam as interações entre os medicamentos vêm sendo cada vez mais utilizados como ferramenta para reduzir riscos em ambientes hospitalares
 
Henrique Pereira, gerente de negócios da Micromedex, sistema de suporte à decisão clínica da Truven Health Analytics e líder mundial de informações sobre medicamentos, explica que o sistema aumenta a eficiência e qualidade do cuidado ao paciente, apoiando as atividades dos farmacêuticos clínicos e outros profissionais de saúde. “A ferramenta não substitui o trabalho do profissional – este ainda tem a responsabilidade da tomada de decisão -, mas oferece informações baseadas em evidência para apoiar essa decisão, diminuindo as possibilidades de erro”, afirma.
 
Segundo ele, um grande número de hospitais brasileiros já utiliza diariamente essa ferramenta, inclusive integrada em prontuários eletrônicos. “O sistema ainda traz as interações dos medicamentos com alimentos, álcool, e o risco do uso durante a gravidez e lactação”, explica Pereira.
 
“Interações medicamentosas são comuns e difíceis de serem identificadas sem um sistema de apoio. Elas podem aumentar risco de sangramento, diminuir a eficácia de um antibiótico ou anticonvulsivante, ou ainda causar uma overdose. Todos esses desfechos contribuem para a diminuição do cuidado ao paciente e aumento dos gastos da saúde. O farmacêutico é em geral o profissional mais envolvido nesta questão, mas os médicos e enfermeiros também devem estar atentos às interações, para também identificá-las e intervir antes que um evento adverso aconteça”, reforça Pereira.
 
Internacional
Presente em 90 países, o sistema de apoio à decisão Micromedex é uma das soluções da Truven Health Analytics, com faturamento mundial anual de US$ 600 milhões. Há mais de 40 anos, o Micromedex é líder mundial na área de informações em saúde baseadas em evidência. Além do Micromedex, Truven Health Analytics é detentora das marcas MarketScan, 100 Top Hospitals, Simpler, CareDiscovery, Heartbeat Experts e JWA.
 
Por Ex-Libris Comunicação Integrada
 
Saúde Business

Pesquisadores usam testosterona para tratar ‘menopausa’ masculina

Um novo estudo revela que 20% dos homens com mais de 50 anos sofrem de sintomas relacionados à deficiência de testosterona como ondas de calor, suor noturno e redução da libido
 
 
Cerca de 20% dos homens com mais de 50 anos têm deficiência de testosterona e sofrem com ondas de calor, suor noturno, dores nas juntas, redução da libido, depressão e aumento da gordura corporal, entre outros sintomas. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica Ageing.
 
Participaram da pesquisa 2 000 homens com, em média, 54 anos. Antes do tratamento, todos relataram sintomas associados à ‘menopausa’ masculina, como ondas de calor e diminuição da libido. Embora 83% apresentassem níveis de testosterona considerados normais, todos receberam reposição hormonal. Segundo os resultados, todos os participantes relataram redução dos sintomas.
 
Os autores do estudo defendem que homens que sofrem com esses sintomas devem receber a reposição de testosterona. “Este estudo prova a efetividade da terapia e mostra principalmente a segurança do tratamento com testosterona, mesmo por longos períodos”, disse Malcom Carruthers, autor principal da pesquisa do Centro para a Saúde do Homem, em Londres, na Inglaterra, ao jornal britânico Telegraph.
 
Embora a testosterona ajude a aliviar sintomas como depressão e diminuição da libido, a reposição do hormônio sem necessidade pode causar danos à saúde, como aumento do risco de câncer de próstata e desenvolvimento de coágulos sanguíneos. Por isso, os resultados devem ser vistos com cautela. Para provar de fato a eficácia e a segurança do tratamento hormonal em homens, especialistas da área alertam que é preciso que seja realizado um estudo maior e com o uso de placebo.
 
A ‘menopausa’ masculina ainda é uma condição contestada e muitos pesquisadores preferem se referir à condição como um declínio de testosterona ocasionado pelo envelhecimento. Outros acreditam que os a condição é causada por stress relacionado à crise de meia-idade.
 
Veja

Semana Mundial do Aleitamento tem como tema mulheres que trabalham fora de casa

Wilson Dias/Agência Brasil:  A Semana Mundial do Aleitamento
 Materno vai até o dia 7 de agosto e tem como tema, em 2015,
as mulheres que trabalham e amamentam
Começou no último sábado (1º) a Semana Mundial do Aleitamento Materno, que vai até o dia 7 e tem como tema este ano mulheres que trabalham e amamentam
 
A iniciativa busca sensibilizar empresas sobre a importância da amamentação, pois a mulher que amamenta falta menos ao trabalho uma vez que seu filho adoece menos. Além disso, o bebê continua recebendo o leite materno, que possui anticorpos que previnem doenças.
 
Além desses benefícios, o aleitamento reduz os índices de obesidade infantil, de infecções digestivas e respiratórias e de alergias alimentares. Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos. A amamentação também ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. As chances de se adquirir diabetes ou desenvolver câncer de mama e de ovário também diminuem significativamente para mulheres que amamentam.
 
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que o aleitamento materno comece já na sala de parto e que seja exclusivo e em livre demanda (o bebê mama a quantidade que quer, quando quer) até o 6º mês e se estenda até 2 anos ou mais. Segundo o pediatra Moises Chencinski, idealizador do movimento Eu Apoio Leite Materno e membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a estimativa brasileira de aleitamento materno exclusivo (quando o bebê é alimentado apenas com o leite da mãe) é de apenas 52 dias.
 
Volta ao trabalho
Pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que 34% das mães de bebês com menos de um ano e que trabalham fora de casa não amamentam mais a criança. Já entre as mães que não trabalham fora, esse índice é menor, 19%.
 
De acordo com a legislação brasileira, a licença maternidade pode durar até seis meses mas, para a maioria das trabalhadores, é de quatro meses apenas. Muitas mulheres, ao voltarem ao trabalho, não conseguem continuar amamentando e acabam desistindo. A nutricionista Patrícia Queiroz explica que, com o desmame precoce, normalmente outro leite é introduzido. “É um leite que não tem os anticorpos, a vacina – como a gente chama, que vem do leite humano, que é uma substância viva”.
 
Ao retornar ao trabalho, para que a amamentação seja mantida pelo menos até o 6º mês de vida do bebê, a legislação (Artigo 396 da CLT) prevê ainda períodos de pausa no trabalho para que a mulher amamente ou retire leite para seu filho. São duas pausas, de meia hora cada uma, que não se confundem com os intervalos normais de repouso e alimentação. A mulher pode, inclusive, combinar com a chefia para chegar meia hora depois e sair meia hora antes do horário de trabalho ou ainda acumular os períodos e tirar uma hora por dia.
 
Para estimular a continuidade da amamentação ao voltar ao trabalho, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançaram em 2010 uma nota técnica com orientações para as empresas instalarem salas de apoio à amamentação. As salas são espaços dentro da empresa onde a mulher pode, com conforto, privacidade e segurança, esvaziar as mamas, armazenando seu leite em frascos previamente esterilizados para, em outro momento, oferecê-lo ao seu filho. Esse leite é mantido em um freezer a uma temperatura controlada até o fim do dia. Cada recipiente é etiquetado e identificando o nome da mãe, a data e a hora da coleta. No fim do expediente, a mulher pode levar seu leite para casa para que seja oferecido ao filho ou pode ainda doá-lo a um Banco de Leite Humano.
 
Exemplos
O Grupo Boticário é uma das 120 empresas brasileiras reconhecidas pelo Programa Mulheres Trabalhadoras que Amamentam do Ministério da Saúde. Criado em 2011, exige que as empresas participantes atendam a três requisitos: licença maternidade de seis meses, creche no local de trabalho ou auxílio-creche e a instalação de sala de apoio à amamentação. Este espaço é de uso exclusivo das mulheres que retornam da licença maternidade.
 
“É um ambiente confortável, privativo e higienizado. Através de todas essas iniciativas nós conseguimos garantir o aleitamento materno pelo prazo recomendado pelo período de dois anos – que é recomendação do Ministério da Saúde. As mães também se tornam mais seguras em relação aos seus filhos porque elas podem coletar o leite de maneira tranquila, armazenar e levar para casa”, explica Luiz Antonio Setti Barbosa, médico e coordenador de Medicina e Qualidade de Vida do Grupo Boticário.
 
Dados divulgados pela Receita Federal, em 2012, indicavam que menos de 10% das empresas brasileiras haviam aderido ao programa Empresa Cidadã, que assegura a ampliação da licença-maternidade para 6 meses. Ou seja, grande parte das trabalhadoras brasileiras não pode permanecer com seus filhos durante o período de amamentação exclusiva. As empresas que aderirem ao Programa podem abater do imposto de renda o total da remuneração integral paga à funcionária no período adicional.
 
Mamaços
Como parte das comemorações da Semana Mundial de Aleitamento Materno, mamaços estão sendo organizados em diversas cidades do mundo. Os mamaços são manifestações para sensibilizar a sociedade sobre a importância do aleitamento materno natural. Estes eventos reúnem mulheres que estão amamentado em um mesmo local e horário para que amamentem pública e conjuntamente seus filhos. Eles surgiram a partir do incômodo de mulheres que se sentiam constrangidas ao amamentarem seus filhos em locais públicos.
 
Além dos mamaços, outra iniciativa também tem ganhado força são as brelfies. O termo mistura as palavras breast (mama, em inglês) e selfie e são, portanto, fotos feitas por mulheres que estão amamentando e que têm o objetivo de mostrar que o aleitamento é algo normal e natural.
 
O pediatra Moises Chencinski comenta que, em São Paulo, já há uma lei que multa estabelecimentos que constranjam mães que quiserem amamentar em público. “Culturalmente seios são associados a questões pornográficas e eróticas. Não consigo imaginar em que momento uma mãe amamentando seu filho pode provocar uma reação contrária, que não seja uma reação de apoio, amor e carinho”, ressalta. O médico conta que, no início do movimento das brelfies, as fotos eram retiradas das redes sociais.
 
A jornalista Raquel Godoi, hoje militante da causa, conta que teve muitas dificuldades para amamentar seu filho João, hoje com onze meses. “Há uma série de fatores sociais e familiares que, mesmo involuntariamente, desencorajam a mulher a amamentar seus filhos onde, quando e até o quanto quiser. Amamentar é um privilégio, mas nem sempre é fácil desfrutá-lo. Muitas mães sofrem inúmeras dificuldades e elas precisam ser acolhidas, respeitadas, orientadas e socorridas”, afirma.
 
“Quando o João estava com sete dias de vida eu tive um ferimento profundo [no seio], provocado pela pega errada (a maneira como a boca do bebê se encaixa na mama da mãe). Mesmo antes disso as dores eram desesperadoras. Eu amamentava chorando”. O drama de Raquel só chegou ao fim quando ela procurou orientação do Banco de Leite Humano do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB).
 
Lá, ela recebeu tratamento, aprendeu a fazer massagens e ordenhar para evitar mastite (inflamação das mamas). Aprendeu também a corrigir a pega e a colocar o bebê para mamar em diferentes posições. “A luta foi imensa! Valeu a pena acreditar e procurar ajuda profissional. Superamos e hoje vivemos a alegria de um vínculo fortalecido”, comemora.
 
Confira a lista completa de locais de mamaços no país.
 
Agência Brasil